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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meus 16 anos de VIDA

Ainda não tinha contado como foi minha conversão. Vou tentar abreviar...

Durante minha vida antes de Cristo me envolvi em quase todo tipo de excesso. Bebidas, cigarros, drogas, mulheres, confusões, brigas... Tantas coisas aconteceram que hoje olho para trás e vejo que apenas sobrevivi pelo fato de Deus ter tido muita misericórdia de mim.

Paralelo aos meus descaminhos, dentro de mim sempre houve algo que queimava em meu peito e me fazia tentar procurar algo mais do que estava à minha vista. Sentia sede pelo sobrenatural, sabia que devia existir uma força maior, uma energia, algo que fizesse com que a vida fizesse sentido.

Nesta minha busca, freqüentei o catolicismo por vários anos, devido à fé de minha família. Quando cheguei à adolescência, comecei a achar que pensava. Comecei a questionar os fatos, os por quês das coisas. Influenciado por uma namorada, comecei a freqüentar o espiritismo. Fui em duas das vertentes, o considerado ‘alto espiritismo’ e o ‘baixo espiritismo’. Isso merece um capítulo à parte, devido a quantidade de acontecimentos que vivi neste período.

Devido a inúmeras decepções e sustos nesta área, me afastei e cai ainda mais na gandaia. Mais bebidas, mais drogas, mais mulheres, mais um monte de coisas. Mas a sede pelo sobrenatural estava lá. Lia livros de magia negra, flertava com satanismo, brincava com fogo, literalmente. Por mais estranho que possa parecer, tudo isso foi feito com muita sinceridade. Estava na busca, mas não discernia o que era certo do que era errado.

Nesta época um de meus melhores amigos era também meu companheiro de loucuras, baladas e também na busca pelo sobrenatural. Só que ele era muito ‘zicado’. Para você ter uma idéia, bastava nós sairmos e de alguma maneira a polícia vinha dar geral na gente. Era impressionante como com ele parecia que se fechava um circuito e tudo o que não prestava acontecia. Uma vez na casa dele ficamos tirando cartas de tarô e começamos a ver que coisas estranhas começaram a acontecer. Arrepios, fortes sensações, temor, opressão, medo. Decidimos acabar com a brincadeira e o baralho foi enterrado no fundo da casa dele. No dia seguinte pela manhã as cartas estavam desenterradas, ao lado da cabeceira de sua cama...

Um determinado sábado decidimos ir à Galeria do Rock pela manhã. Os pais dele tinham ido viajar. Marcamos com outros dois amigos e fomos para a casa dele depois. Lá começamos a ouvir música, beber e fumar. Depois de um tempo, este meu amigo bolou um baseado e eu dei um pega. Fumava de vez enquando. Até cocaína já tinha cheirado. O máximo que tinha acontecido até ali foi ter ficado numa rebordosa desgraçada. Só que aquele dia foi diferente: A parada BATEU.

Bateu forte e comecei a ter visões.Ao redor de meu corpo parece que acendeu uma luz roxa, como neon. O meu amigo olhou para mim e disse: ‘Agora sim Johnny, agora sim bateu!’. Ele via isso em mim, mas os outros dois não viam.

Nós quatro sentamos no chão e fechamos um círculo. Tocava ‘The Doors’ ao fundo. Eu e meu amigo começamos a ter as mesmas visões. Estávamos numa ilha, subíamos em árvores, retirávamos frutos e comíamos. Dávamos risada, corríamos. Tudo isso em visão. Nós falávamos tudo o que estávamos vendo, mas os outros dois não viam as mesmas coisas. Eles estavam desconfiando que estávamos brincando. Mas era tudo real.

Nisso começou a acontecer algo muito estranho. Uma luz muito forte apareceu do chão, iluminando tudo ao nosso redor. Eram spots muito potentes, e nossos corpos eram iluminados de baixo para cima, formando colunas de sombras e luzes. Nós estávamos ali, e de repente brotou no meio de nós quatro uma bolhinha branca no chão, que começou a crescer e se tornou um cogumelo branco. Ele ia crescendo cada vez mais, até se transformar no Jim Morrison, vocalista do The Doors, a banda que estavamos ouvindo (loucura total né? mas aguenta firme que ainda não acabou...).

Para quem não sabe, Jim Morrison tinha morrido no começos dos anos 70 e tinha um envolvimento muito grande com xamanismo, um tipo de espiritismo dos índios americanos. Foi então que Jim Morrison começou a conversar conosco. Ele falou mais ou menos assim:

‘Esta é a última vez que volto para o plano material. Ainda não tinha me libertado e precisava que quatro rapazes, loucos como eu era, estivessem no mesmo espírito para que eu pudesse passar deste plano para o outro. Isso que estou fazendo aqui é um presente que dou a vocês. Não contem isso para ninguém, pois não acreditarão”.

Nisso ele desapareceu. Como nós conhecíamos a história da vida do Jim, eu e meu amigo chorávamos. Nos levantamos e nos abraçamos, felizes por termos participado de um momento tão ‘sublime’. Como ex-espíritas, mais ainda flertando com tudo quanto era tipo de atividade ligada ao ocultismo, realmente acreditamos em tudo o que aquele ‘espírito’ tinha falado conosco.

Me afastei do meu amigo por um instante, ainda chorando e olhei para ele. Quando vi seu rosto notei que ele estava branco. Olhos fechados e braços estendidos. Me assustei. Parecia que ele estava morto. Sobre o corpo dele, como imagens sobrepostas, havia um outro corpo, sem densidade, não tangível e muito maior. Este olhava para mim e tentava me abraçar. Seus olhos faiscavam terror. Vi neste corpo todo o mal que até então não tinha visto em toda minha vida. Gritei, me afastei, comecei a falar que ia embora dali.

Os outros dois rapazes tentavam me acalmar. A visão espiritual tinha passado, mas meu amigo depois daquilo começou a me olhar com os olhos daquele ser que tinha visto sobrepondo o corpo dele. Quase quebrei as coisas da casa dele. Foi então que os outros dois rapazes decidiram me colocar num carro e me levar para casa. O meu amigo veio junto, mas parecia que éramos dois galos de briga, se medindo para atacar.

Ao chegar no portão de minha casa os três rapazes esperaram que eu abrisse o portão. Deram partida no carro e se foram. Só que eu não entrei em casa. Dentro de mim algo começou a falar mais alto. Havia uma luta no mundo espiritual por minha alma, mas eu ainda não discernia exatamente o que estava acontecendo. Fechei o portão e desci a rua. Fui até uma encruzilhada, tirei um par de tênis que estava calçando e joguei ali, no chão. Um Nike caríssimo. Eu fazia isso e respondia a uma voz que falava comigo. Eu dizia a ela: 'Foi você que me deu? Então toma de volta! Não quero nada seu!’ Em minha cabeça veio diversas coisas que pareciam que tinha sido dadas à mim pelo demônio. Mas ainda não sabia que ele era o dito-cujo.

Voltei para casa e fui direto no quarto de minha irmã. Ela acordou e olhou para mim. Eu estava um farrapo humano. Fedendo maconha, bêbado, mijado, sujo e chorando. Ela se assustou, não sabia o que fazer. Eu chorava muito. Soluçando, eu falei para ela:

“Leila, to cansado desta vida, quero conhecer seu Jesus!”

Ela tinha acabado de se converter, influenciada por minha outra irmã e tinha falado alguma coisa sobre Jesus. Ela me abraçou chorando, me levou pro quarto e eu dormi.

Tive uma noite boa de sono. Pela manhã ela tinha ligado para minha outra irmã e as duas vieram ao meu quarto. Minha irmã mais velha, a que tinha se convertido antes da Leila, expôs o plano de salvação para mim. Eu entendi mais ou menos, mas era aquilo que eu queria. Estava sendo guiado pelo Espírito Santo à tomar aquela descisão. Minhas irmãs oraram por mim e após isso elas falaram: ‘Cá, você tem um monte de coisa aqui que você vai ter que jogar fora’.

Comecei então a fazer a catação. Guias de orixás, roupas que usava em rituais, quadros, CDs, fitas de vídeo. Até meu colchão. Dentro dele eu tinha colocado um monte de ‘palha da costa’, instruído pelo pai de santo do terreiro que eu freqüentava, devido à um ataque que sofrera no mundo espiritual numa determinada noite. (esta estória merece um post à parte).

Fomos ao fundo do quintal e metemos fogo em tudo. Senti muita paz.

Uma semana depois, numa sexta feira, fui à uma ‘sessão de descarrego’ na Universal. Quando coloquei os pés na calçada e vi escrito ‘Jesus Cristo é o Senhor’, comecei a chorar feito criança. Foi ali, na calçada, que o que minha irmã tinha falado no final de semana anterior se tornou real em minha vida. Como já falei anteriormente em outro post, a Universal foi meu pronto socorro espiritual. Poucos meses depois estava seguindo outros caminhos, sempre baseado na Palavra.

Isso foi em Agosto de 1993. Hoje faz 16 anos que me converti.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Diabo? Eu é que não presto!


Alguma vez em sua vida você já assumiu um compromisso com você mesmo e não conseguiu cumprir? Estipulou prazos para abandonar alguma prática errada, jogou fora coisas que te faziam mal e depois revirou as latas do lixo arrependido pelo ato tomado de maneira consciente, mas que ia contra sua natureza caída? Já prometeu que começaria uma dieta na segunda-feira, apenas não estipulando de qual mês e ano, disse que começaria a desenvolver alguma atividade física e a preguiça te manteve preso em casa, fez votos com Deus de que abandonaria práticas pecaminosas como o adultério, a prostituição, a fornicação, a maledicência, ira ou alguma outra coisa, sempre aos prantos, e ao sair do ambiente emocionalmente religioso viu que ‘a porca’ voltou a rolar e se chafurdar na lama?

Pois é. Eu já fiz isso dezenas, talvez centenas de vezes.

Por que será que trato meu corpo, que teoricamente deveria ser o Templo do Espírito Santo, com todo tipo de coisas que certamente me trará sofrimento, dor e morte? Vícios, falhas morais, promessas não cumpridas. E o pior é que o diabo fica super feliz em me ver fazendo compromissos que ele destacará seus piores demônios para que eu não consiga cumprir.

Espere. Deixe-me ser honesto: Uma vez o Caio Fábio falou: ‘Deixa o diabo tentar a gente, coitado! Este é o papel dele’. E é bem isso. Minha natureza, minha carne é que é voltada para o pecado. Eu é que não valho nada! Nem precisa mandar demônios. É só soltar o freio que a jamanta desce a toda velocidade em direção ao precipício.

Me olho no espelho e vejo que pareço muito com um morador de rua que costumava ver perambulando pelas ruas de São Paulo, com o cabelo todo sujo, roupas imundas, um cheiro insuportável e CHEIO de coisas que ele encontrava pela rua amarradas ao seu corpo, como sacos plásticos, garrafas, pedaços de papel ou qualquer outra coisa que ele encontrasse pelo chão. Por que me apego a coisas que não tem valor nenhum, e que apenas me atrapalham em minha carreira cristã?

Estou em luta neste momento. Tenho inúmeras áreas de minha vida que preciso mudar. Não estou recebendo nenhuma cobrança de Deus, sinto que Ele tem sido paciente comigo. Eu é que estou cansado de repetir os mesmos erros que cometi durante toda a minha vida. Quero ser melhor. Mas não quero ficar limitado a uma simples regra imposta a mim mesmo. Na quero nem vou fazer votos de tolo para depois não cumprir. Vou crescer, avançar.

Quero me sentir mais leve, lançar todo meu fardo aos pés da Cruz, lavar meu corpo e minha alma, colocar roupas alvas e estar preparado para ir onde Deus quer que eu vá, sem ter nada que tenha que esconder. Não vou cair em legalismo, apenas tenho que amadurecer, abandonar as práticas infantis e que somente me trouxeram dor, vergonha e sofrimento, pois agora sou homem. Não quero continuar trilhando pelos mesmos caminhos que trilhei até aqui. Por que é tão difícil ser melhor? Por que será que meu caráter é tão fraco?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O culto na oficina de pranchas


Ontem a noite eu e a Cil estávamos indo para a academia. Devia ser umas 19:30hs. Na rua onde moramos tem umas 4 oficinas de pranchas de surf. Em uma delas tem um irmão em Cristo chamado Frank. Sempre víamos adesivos falando de Jesus na oficina dele, além de material de divulgação de eventos cristãos, shows e luais em seu quiosque no Posto 10 do Recreio dos Bandeirantes.

Ao passar na frente de sua oficina vimos que haviam várias pessoas sentadas em cadeiras de plástico no meio das pranchas. Aquilo chamou a atenção da Cil. Ela parou e disse: 'Olha, deve ser um culto! Vamos entrar?' Eu fiquei embaraçado. A academia não abre aos domingos e não gosto de ficar dois dias sem malhar. Falei isso a ela e ela insistiu. Disse que queria ir. Respondi meio contrariado: ‘Tá bom, acendeu a luzinha, é melhor obedecer’.

Quando andamos até a porta todos pararam olharam para nós, curiosos. Perguntamos se poderíamos participar da reunião e eles falaram que sim. Arrumaram mais dois banquinhos, daqueles sem encosto, e sentamos. Ao meu lado tinha várias pranchas de surf e o banco não era nada confortável. Não conseguia ficar numa posição que não me incomodasse, inclusive estou fazendo sessões de RPG como tratamento alternativo e aquele banco era uma tortura.

Atrás de mim dois mendigos que via constantemente na Gilka Machado. Ao lado deles um rapaz de cabelos rastafári, à minha frente crianças, jovens, uma vizinha do meu prédio (que pessoalmente não vou muito com a cara, pelo fato dela sempre me olhar com ar de superioridade). Confesso que inicialmente estava muito contrariado em estar lá, mas não gosto de ir contra a direção de Deus, mesmo que ela não tenha sido dada a mim.

Um pastor de chinelo, bermuda e camiseta compartilhou um texto da Bíblia conosco, falou 5 minutos e passou a palavra para o Frank, que falou também por uns 5 minutinhos. Um irmãozinho, daqueles que vivem ‘no monte’, deu um testemunho de livramento e devolveu a palavra ao Frank. Eu estava ali, ouvindo e tendo que lidar com a posição incômoda. O Frank colocou dois louvores no laptop e os irmãos cantaram juntos. Eu só mexia os lábios, até porque só conhecia os refrãos daqueles louvores. Depois disso achei que tinha acabado. Eram 20:30hs e pensei: ‘que bom, foi uma benção, amém, glória a Deus, agora vamos pra academia'.

Só que não tinha acabado. O Frank passou a palavra para um senhor de cabelos grisalhos, ex-sargento do exército. O missionário França. Este eu conhecera outro dia, na loja do Frank, em um dia que eu e a Cil passamos lá. Ele serviu vários anos na fronteira do Brasil com o Paraguai, lá pros lados do Mato Grosso. Neste dia, ao nos apresentarmos, ele já foi segurando nossas mãos e orando a Deus: 'Senhor, glórias te dou por conhecer mais dois de seus filhos. Abençoe cada um deles, em Nome de Jesus, amém!' Isso foi antes mesmo de começarmos a conversar! Gostei muito dele.

Quando ele abriu a palavra e começou a pregar, Deus o usou com muita autoridade e poder, discorrendo pela palavra com muita unção. Ao final do culto improvisado, de 20 pessoas que estavam apinhocadas na loja, umas 8 pessoas aceitaram à Cristo como Senhor e Salvador. Há muitas semanas não via ninguém aceitando a Cristo na igreja, e lá, ao lado de pranchas, mendigos e roupas de surf, estas vidas foram resgatadas.

O pastor Frank e o missionário França, após a oração pelos novos convertidos, chamaram a frente aqueles que precisavam de uma oração específica. Fui à frente e o missionário França orou por mim. Ele profetizava que haveria cura e que em breve eu daria o testemunho. Eu chorava e orava em línguas. Após a oração confirmei ao França que realmente tinha ido à fente pois minha mãe estava em coma. Ele sorriu e confirmou que eu certamente daria testemunho desta cura.

Ao meu lado um rapaz manifestou endemoniado enquanto o Frank orava por ele. Erguemos as mãos em direção ao rapaz enquanto Frank orava e expulsava o demônio. Depois de liberto o rapaz confessou Jesus como Senhor e Salvador. Foi feita uma oração final e nos levantamos para ir embora. Na porta conversamos um pouco mais com o Frank e descobrimos que ele congrega na mesma igreja que nós, a ICAC, mas em horário diferente. Ele como cristão faz a diferença: Todo domingo ele coloca uma 10 pessoas em seu furgão e leva todos os que querem ir à igreja e os deixa em casa após o culto. Reserva nas segundas-feiras a noite um tempo para que sua loja seja transformada em local de culto.

Saímos de lá por volta das 22:00hs. Ali pude ver que eu era um idiota, egoísta e que estava muito mal acostumado com o conforto de minha igreja. Que de vez em quando nos esquecemos das palavras de Jesus, quando ele afirma que quando dois ou mais estivessem reunidos no nome dEle, Ele estaria conosco. Que existem pessoas realmente comprometidas com o Evangelho, enquanto tantos líderes famosos estão envolvidos em escândalos e em seus próprios interesses.

Cristianismo puro e simples. Foi isso o que vi ontem. Como diria o Gondim: Soli Deo Glória!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Blogueiros são Profetas


Ontem a noite estava pensando sobre esta ferramenta que dispomos e a utilizamos quase que diariamente: Nossos blogs. Assim como a língua, que serve para ser instrumento de benção ou de maldição, podemos postar textos que vão desde as futilidades do dia a dia até as mais duras palavras contra o sistema pervertido que vivemos nos dias de hoje.

Através dele temos o poder de disseminar nossos pontos de vista e valores para o mundo inteiro. Isso é bom e é ruim, pois a Palavra diz que a quem muito foi dado muito será cobrado.

Infelizmente estou atravessando um momento muito difícil em minha vida, pois hoje faz 62 dias que minha mãe está em coma em São Paulo e eu moro a um ano no Rio de Janeiro. Abro uma pagina, começo a escrever e quando vejo estou derramando meu coração, pois dentro de mim sinto muita dor. Preciso desesperadamente de uma resposta de Deus e ela não vem.

Quando releio o que escrevo vejo que não estou muito distante dos escritos do profeta Jeremias. Não estou dizendo que tenho a unção e a qualidade literária dele, mas no sentido que quase tudo que eu escrevo desemboca em lamento e dor. Em outras palavras: Me transformei num reclamão.

Por outro lado, tenho lido posts de caras que conheci depois que abri meu blog, como Thiago Medanha e seu ‘Tomei a Pílula Vermelha’, ou Danilo Fernandes e seu ‘Genizah’. Quando faço isso vejo que meus posts ainda estão a anos-luz de distância em qualidade e conteúdo. Seus textos, pontos de vista e críticas ao sistema são como os escritos de Isaías e toda sua ironia quando estava perante os 400 profetas de Baal, falando para eles gritarem mais alto para acordar o deus deles e fazê-lo responder com fogo e queimar o sacrifício.

Outros como Josiel Botelho e suas charges (a qual tomei a liberdade de utilizar uma como imagem deste post) alertam a todos de maneira bem humorada para os fatos diários de nosso mundinho religioso. Muito bom!

Ao apontar falhas no sistema considerado ‘evangélico’ (o qual não gosto mais de ser rotulado), denunciar heresias e hipocrisias das lideranças religiosas, expor nossas dores, dúvidas e frustrações e se colocar totalmente de frente para o que der e vier, vejo que blogar é muito mais um brinquedinho do século 21. É um ministério, e somos chamados para ser luz que ilumina as trevas que habitam neste mundo tenebroso e servir de sal para conservar a matéria orgânica que ainda não apodreceu.

Somos profetas e devemos nos lembrar que por esta razão alguns vão crer em nós, mas muito não crerão e irão nos odiar. Que não percamos nosso objetivo inicial em ser benção, que permitamos que Deus use nossos dedos para colocar na rede conteúdo de qualidade e que estejamos dispostos a suportar as objeções e críticas do sistema instalado.

Termino com as palavras de 1 Pedro 4, versos 10 a 19:

Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.
Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse;
Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado.
Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios;
Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte.
Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?
E, se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador?
Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.


Que combatamos o bom combate, acabemos nossas carreiras e guardemos nossa fé.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ainda está frio. Deixe-me entrar por favor!


Eu quero escrever sobre coisas boas, mas meu coração está cheio de dor. Abro uma tela, tento escrever algo legal e paro. Meu olhar fica distante, perco a inspiração, inspiro, respiro e me entrego. Não consigo desobedecer meu coração e apago tudo.

Sinto que estou entrando em depressão. Tudo o que tem de bom ao meu redor não tem sido suficiente para me alegrar. Minha mulher maravilhosa, meu trabalho, meu Deus, estas praias paradisíacas... Tudo está tão próximo de mim, mas longe de me completar. Isso é por culpa minha, fruto do momento que estou vivendo, pois 'amo muito tudo isso' que falei, mas está faltando algo, um salzinho, uma pimenta...

Olho para dentro de mim e vejo que as coisas boas que ainda estão lá estão oprimidas pela dor. Está sendo arrancando um pedaço de mim, e este processo está sendo feito lentamente. É como se fosse uma tatuagem ao contrário, pois estão apagando um desenho que gosto muito traço a traço, e a dor aumenta a cada instante.

Achei que atravessaria este momento mais facilmente sendo cristão, mas minha língua está seca, sinto dores pelo corpo, meus pensamentos estão constantemente divagando, perdi o tesão pela vida.

Deus, me desculpe pelo desabafo, mas preciso de sua ajuda, estou cansado e com medo. Até quando isso se prolongará? É de Sua vontade um milagre ou tudo se acabará como mais um dado estatístico?

Quero glorificar Teu Nome, mas quero também que todos saibam que os maiores gigantes da fé também choram, se deprimem, sentem solidão e abandono...

Estou aqui Pai, preciso de Ti, um toque, uma palavra, um olhar... EU estou à porta, pedindo que o Senhor abra. Estou com frio, os dedos dela estão cada vez mais gelados... deixa eu entrar, em Nome de Jesus!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Que frio! Mas fique calma, vai passar...


Você está sentindo este vento? Está muito frio. O que será isso? Estou arrepiado. Está bem perto, mas não consigo ver. Da maneira que ele nos toca parece que vem de diversos lados. Calma, não tenha medo. Estamos juntos. Segure minha mão. Feche os olhos e me abrace. Fique calma. Não chore. Deus está aqui com a gente. Pode ter certeza. A gente vai atravessar esta.

Ta doendo muito, eu sei. Todos se foram. Mas eu estou aqui e te entendo. Vamos almoçar juntos. A gente come uma comida bem gostosa. Ninguém se importa, mas eu estou aqui. E este frio que não passa...

Siga em frente com as decisões que você tomou. Você está certa. Ninguém te deu apoio e você foi obrigada a agir sozinha. Não ligue para o que eles dizem. Todos querem apenas passar por bonzinhos. Querem cortar as fitas nas inaugurações e saírem nas fotos. Mas eu sei que quem construiu tudo isso aqui foi você. Você se machucou muito durante a obra. Deu seu sangue, ficou sem dormir. Eu sou testemunha disso.

Ouvi você chorar. Senti sua dor. Calma. O frio vai passar. Os meus pés também estão gelados. Creio que seja ela, querendo nos tocar com seus dedos longos e finos. Engraçado, por que ela não nos olha nos olhos? Está tentando nos intimidar mas algo a impede. Que bom, sinto outro vento, este mais quente. É Deus, e as nuvens negras se dissipam. Tenha paciência e seja forte. Nós somos fortes. Não temos medo do pior. Na verdade não existe o pior para nós.

Que bom que almoçamos. Falei pra você que seria melhor depois? O frio passou. Vamos ver se algo se quebrou, contar o prejuízo e reconstruir. Vai ser muito melhor. Estamos mais fortes.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A alma fica por aqui ó...


Por que será que as pessoas complicam tanto o Evangelho? Complicar na verdade não expressa o que quero dizer. Por que será que algumas pessoas, no intuito de ‘ilustrar’ a Palavra de Deus, utilizam de artifícios, exemplos esdrúxulos, coisas que agridem o bom senso daqueles que estão ali para aprender mais da Palavra?

Fico tentando imaginar o que uma pessoa que foi levada pela primeira vez na igreja e tem um pouco de senso crítico deve pensar quando ouve umas coisas que são ditas de púlpito...

Todos se lembram daquela pessoa que disse uma vez que Deus era uma ‘coisa quentinha’. Isso pode ser a maneira como a pessoa quis explicar a sensação de conforto que ela tem por estar na presença de Deus, mas soa muito estranho. Me fez lembrar quando Paulo Maluf, falando sobre os estupradores que após seu ato imundo ainda mata a vítimas, soltou a célebre frase: ‘Quer estuprar estupra mas não mata’...

Há alguns anos atrás ouvi uma pessoa afirmando que no Céu todo mundo vai ter 33 anos, pois esta foi a idade que Jesus tinha quando foi crucificado e é a idade da plenitude humana. Este até foi bem cauteloso ao falar isso, deixando bem claro que aquele era o ponto de vista dele.

Outro dia li um livro de um escritor católico explicando o que era orar sem cessar. Você tinha que inspirar pensando 'Senhor Jesus Cristo' e expirar pensando 'tenha compaixão de mim'. Como você respira constantemente, você estaria 'rezando' isso noite e dia, 24 horas por dia...

Recentemente um pregador estava no púlpito dando detalhes de como era a armadura de Deus que se encontra em Efésios 6. Ao falar sobre o versículo 14, que fala para estarmos cingidos com a Verdade, ele começou a explicar que o cinto era a primeira peça a ser colocada, pois com ele se prende a couraça da justiça e desta maneira se protege o local do corpo onde fica localizada a alma. O sinal vermelho acendeu. Ele ficou falando que antes se considerava que a alma ficava localizada na altura do coração, mas que agora se sabia que ela ficava na região do estômago, e por esta razão o cinto ficava ali. A medida que ele dava as 'coordenadas geograficas’ da alma, gesticulando e apontando as partes do corpo, eu ia ficando cada vez mais constrangido, imaginando o que outras pessoas estavam achando daquela cena.

Isso sem mencionar algumas (muitas) abobrinhas que qualquer um pode ver ao ligar a TV. Pregadores distribuindo rosas ou alianças ungidas, fitinhas coloridas, água do Rio Jordão, azeite ungido, lencinhos azuis para ficarem sendo agitados durante o culto (doeu de ver semana passada), ou então convidando os telespectadores para passarem na corrente dos 318 pastores, entrar na gruta não sei do quê. Estas coisas na verdade já entram na área do paganismo. Nosso Deus não é um ‘deus’ que precisa se camuflar dos costumes deste mundo para não chocar os homens com a verdade cristalina do Evangelho. Sincretismo religioso não combina com a Verdade.

Sinceramente Deus não precisa disso. Sua Palavra é eficaz, viva e pulsante. Não precisa colocar nenhum enfeite que destoe da beleza natural do que está escrito. Nem muito menos falar qualquer coisa que venha à mente. Os profetas no Antigo Testamento usavam de adereços para ilustrar como seria o juízo de Deus para Israel e para as nações e Jesus se utilizava de parábolas para se fazer claro para as pessoas que o ouvia, mas em nenhum dos casos o bom senso das pessoas era colocado em cheque.

O Pr. Ricardo Gondim uma vez falou sobre isso, dizendo que bom senso não era uma virtude dos mais sábios ou entendidos. Bom senso é natural e está disponível a qualquer um.

Vamos glorificar o Nome do Senhor e não envergonhar o Evangelho gente...