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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu comi o rolo


Na minha leitura diária da Bíblia cheguei no livro de Ezequiel. Este trecho do capítulo 3, versos 1 a 14 mecheu muito comigo:

E ele me disse: "Filho do homem, coma este rolo; depois vá falar à nação de Israel".Eu abri a boca, e ele me deu o rolo para eu comer. E acrescentou: "Filho do homem, coma este rolo que estou lhe dando e encha o seu estômago com ele". Então eu o comi, e em minha boca era doce como mel. Depois ele me disse: "Filho do homem, vá agora à nação de Israel e diga-lhe as minhas palavras. Você não está sendo enviado a um povo de fala obscura e de língua difícil, mas à nação de Israel; não irá a muitos povos de fala obscura e de língua difícil, cujas palavras você não conseguiria entender. Certamente, se eu o enviasse, eles o ouviriam.

Mas a nação de Israel não vai querer ouvi-lo porque não quer me ouvir, pois toda a nação de Israel está endurecida e obstinada. Porém eu tornarei você tão inflexível e endurecido quanto eles. Tornarei a sua testa como a mais dura das pedras, mais dura que a pederneira. Não tenha medo deles, nem fique apavorado ao vê-los, embora sejam uma nação rebelde". E continuou: "Filho do homem, ouça atentamente e guarde no coração todas as palavras que eu lhe disser. Vá agora aos seus compatriotas que estão no exílio e fale com eles.

Diga-lhes, quer ouçam quer deixem de ouvir: Assim diz o Soberano, o Senhor". Depois o Espírito elevou-me, e ouvi esta estrondosa aclamação: "Que a glória do Senhor seja louvada em sua habitação!" E ouvi o som das asas dos seres viventes roçando umas nas outras e, atrás deles, o som das rodas - um forte estrondo! Então o Espírito elevou-me e tirou-me de lá, com o meu espírito cheio de amargura e de ira, e com a forte mão do Senhor sobre mim.


Eu comi o rolo. Desceu doce como o mel, suave. Mas agora vem a responsabilidade: Falar sobre a Verdade ao nosso povo, que se encontra exilado na 'Babilônia' que se tornou o meio evangélico no Brasil.

Não consigo comentar o texto. Ele se explica melhor através do Espírito, que ainda está enchendo meu espírito de uma amargura e ira santa...

Que Deus nos capacite a cumprir nosso ministério.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Não engulo qualquer coisa, somente a Verdade!


Dia 28 de Setembro postei um texto chamado 'Você se Considera um Super-Crente?', onde falo sobre a mensagem ministrada duas semanas antes por um dos pastores de uma igreja que vinha frequentando aqui no Rio de Janeiro. Ele rebateu o livro do Pr. Paulo Romeiro, 'Super Crentes', indo ao cúmulo da heresia ao afirmar que a morte de Jesus Cristo em carne não tinha sido suficiente, tendo sido necessário também que Ele morresse em Espírito.

No mesmo dia que postei, mandei um email para esclarecer a posição da igreja, sem obter resposta:

28/09/2009

Prezados irmãos, graça e paz.

Tentarei ser breve e objetivo.

Há dois domingos atrás o Pr. Francisco disse em sua mensagem domingo pela manhã, entre outras coisas, que a morte de Jesus Cristo na carne não havia sido suficiente e, por esta razão, também havia morrido EM ESPÍRITO.

Pergunto: Esta afirmação faz parte do credo da igreja ou apenas se tratou de um ponto de vista pessoal?

Note que tenho o maior carinho e afeto por todos desta igreja e o Pr. Francisco sempre foi muito usado por Deus ao ministrar a palavra e ser instrumento de Deus para minha vida.

Desde já agradeço.

João Carlos


No dia seguinte, ao ver que não obtive resposta, dei mais uma cobrada:

29/09/2009

Amados irmãos, graça e paz.

Por gentileza, respondam meu email ou informem o email do Pr. Francisco, para que eu pergunte diretamente a ele.

João Carlos


Sexta feira última desisti. Não aceito um assunto tão sério ser tratado com tamanha leviandade. Estamos falando de vida eterna, destino de almas. Mandei o email abaixo para fechar o caixão:

23/10/2009

Prezados, boa tarde.

Lamento não ter recebido nenhuma posição da igreja quanto a minha pergunta, feita semanas atrás.

Pensando bem, creio que o silencio tenha sido a resposta...

Não compartilho o ponto de vista apresentado. Na verdade abomino-o, pois é totalmente contra a verdade simples do Evangelho de Jesus Cristo, que nasceu entre nós em carne, exatamente com o propósito de, com o derramamento de seu sangue na Cruz, fizesse a propiciação de nossos pecados, sendo este sacrifício suficiente.

Não se trata de uma questão periférica. Na verdade, faz toda a diferença entre crer no verdadeiro Evangelho ou não, e eu não sou neófito na fé. Como diz Gálatas 1, versos 8 e 9:

"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema."


Mais uma vez lamento. A 'não-resposta' fez-me procurar uma igreja mais sadia, mais equlibrada, onde não se pede no início do culto para que 'espíritos ministradores' venham estar presentes no culto...

Que o Espírito Santo venha sobre todos nós, convencendo que tiver de ser convencido do pecado, da justiça e do juízo.

Com muito carinho,

João Carlos


Estamos falando de vida eterna. Temos que nos posicionar e não aceitar qualquer besteira dita de púlpito.

Sola Escriptura!

Ainda sobre a morte...

Minha posição em relação à morte é alicerçada no que vejo na Bíblia. A morte não faz parte do plano de Deus para o homem. Ela é a conseqüência de nossa desobediência, conforme Genesis 2:15-17 narra:

"Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar. Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás."


Em Genesis 3:1-6 espécie humana, recém posta no Jardim do Éden, foi enganada pelo inimigo de nossas almas:

“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.”

Como conseqüência da desobediência do primeiro casal, Genesis 3:22-24 relata:

“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.”

A morte passou então a reinar como conseqüência do pecado, conforme Romanos 6:23a narra:

"Porque o salário do pecado é a morte...”

Só que nosso Deus é perfeito em tudo o que faz. Além de ser o supremo juiz, Ele também é AMOR. Vemos que o amor de Deus pelo homem fez com que Ele tomasse uma iniciativa radical para que a morte não continuasse a reinar, como está escrito em João 3:16, o texto áureo da Bíblia:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Com a morte de seu filho, a pena foi cumprida. Como Jesus não tinha pecado, a morte não tinha direito legal sobre Ele. Esta morte foi ‘de graça’, e através da fé em seu Filho Jesus, passamos da morte para a vida, como está escrito em Efésios 2:1-9

“Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

Tendo feito isso, a antiga pena foi cumprida. Só que o Reino de Deus não é ‘bagunçado’. As leis naturais têm que ser cumpridas. Habitamos num mundo caído e somos pecadores. A morte continua a reinar neste mundo. Sofremos com nossas perdas pessoais, que não fazem parte do plano inicial de Deus. Não somente nós, mas toda a natureza sofre com a morte, como diz o apóstolo Paulo em Romanos 8:18-23:

“Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.”

Mas o grande dia está chegando. A morte deixará de reinar! Romanos 15:22-26 que diz:

"Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados. Cada um, porém, na sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo a ser destruído é a morte."

Nossa condição precária é provisória. Esta carne em que habitamos será totalmente remodelada, nossa vitória está chegando, conforme 1Coríntios 15:54-55:

"Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?"

Com a volta de Jesus, ela será eliminada por completo, conforme Apocalipse 20:13 que diz:

"O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras. E a morte e o hades foram lançados no lago de fogo.”

Apocalipse 21:1-5ª

“E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas.”


Para finalizar digo novamente. Não estou fazendo vistas grossas à ela. Sei que muitos amados meus morrerão. Eu morrerei. Mas tenho a firme esperança na promessa de Deus, em 1 Tessalonicenses 4:13-18

"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem. Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras."


Não estou certo se consegui estruturar as passagens bíblicas numa sequência lógica. Mas é assim que creio.

Sola Escriptura!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Que religião é essa?


Quantas pessoas eu conheço que estão mortas por dentro, mas se escondem atrás de uma fachada de felicidade e santidade irritante? Aquela máscara que aqueles que ainda não tiveram um encontro pessoal com Jesus abominam. Aquela máscara que eu próprio usei por vários anos, achando que era aquele o modelo que Deus esperava que eu usasse?

Eu já fui um sepulcro caiado, cheio de toda podridão e imundícia, mas “crente” (literalmente) que deveria manter as aparências. Olho para trás e sinto nojo. Não culpo aqueles que não gostam de nós. Somos horríveis quando vestimos estas máscaras de santinhos! Esta é a razão deu cada vez mais abominar o rótulo de ‘evangélico’. Quero ser conhecido por ser cada vez mais parecido com Cristo. Não quero vender uma religião humana corrompida, não quero ser contado entre os bodes.

Mas isso não é exclusividade minha. Tenho conhecido gente muito boa no caminho. Tenho visto seus frutos. Este inconformismo tem sido derramado na vida de muitos irmãos, que não se calam perante este sistema religioso caído. Com temor e tremor hoje ouso dizer que temos que nos levantar e denunciar este sistema perverso que tem envergonhado o Nome de Jesus e usado o Nome de Deus em vão.

Não se distingue mais a sã doutrina e as doutrinas de demônios, infiltradas escandalosamente nas igrejas. Ontem mesmo, voltando de uma sessão de RPG, passei em frente a uma congregação de pessoas sob a liderança de uma missionária com um ministério chamado “sei lá o quê DO SAPATINHO DE FOGO” (!!!). Estavam tocando um pandeiro e havia um monte de mulheres e homens rodando com as mãos para trás, gritando e correndo de um lado para outro, IGUALZINHO ao quê eu via quando era filho de ‘santo’ e frequentava um terreiro, 20 anos atrás. Me diga: Que igreja é essa?

Onde eu moro, mais da metade do prédio é evangélico. Não sei dizer se isso é bom ou ruim, pois acontecem coisas lá que ‘até Deus duvida’. A mulher que faz a faxina do prédio liga o rádio numa estação evangélica 8 da manhã, põe o volume no talo e fica gritando no corredor do prédio jargões como “Oh glória! Oh papai!”, feito uma LOUCA. Olho nos olhos dela, mas ela não olha nos meus olhos. Não vejo a presença de Deus nela (sou abusado mesmo e falo!). Aquela coisa de ovelha que conhece o bom pastor, não dá pra explicar, nem tem como.

Minha mulher testemunhou uma boa semana passada. Os irmãos do prédio fizeram uma ‘reunião de oração’ no apartamento de um deles. Começou uma gritaria, uma bateção de móveis no chão, uma algazarra... Todos os moradores do prédio estavam ouvindo. De repente uma das mulheres presentes começou a gemer alto e ‘profetizar’. Gemia como se estivesse no clímax de uma relação sexual e dizia: “Ah meu filho (ou seja, tinha homem lá dentro), é assim que eu faço com você, é assim que eu tenho cuidado de você”. E gemia, gemia... Minha mulher disse que aquilo não tinha como ser interpretado de outra maneira.

Ao escrever isso sinto vontade de vomitar, meu estômago está embrulhado!
Deeeeeeeeuuuuuuuuuuussssssssss!!!!!!!!!

Se nós que somos povo de Deus nos escandalizamos com isso, imagina o quê o ‘mundão’ vai pensar de nós? Somos farinha do mesmo saco? DE JEITO NENHUM! Eu protesto! Chega de envergonhar o Nome de Deus! Vamos voltar à sã doutrina! Vamos voltar à Palavra!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Creio até o fim, e depois também!


2 Samuel 12:13-24

"Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor!" E Natã respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor o menino morrerá".

Depois que Natã foi para casa, o Senhor fez adoecer o filho que a mulher de Urias dera a Davi. E Davi implorou a Deus em favor da criança. Ele jejuou e, entrando em casa, passou a noite deitado no chão. Os oficiais do palácio tentaram fazê-lo levantar-se do chão, mas ele não quis, e recusou comer.

Sete dias depois a criança morreu. Os conselheiros de Davi ficaram com medo de dizer-lhe que a criança estava morta, e comentaram: "Enquanto a criança ainda estava viva, falamos com ele, e ele não quis escutar-nos. Como vamos dizer-lhe que a criança morreu? Ele poderá cometer alguma loucura!" Davi, percebendo que seus conselheiros cochichavam entre si, compreendeu que a criança estava morta e perguntou: "A criança morreu?" "Sim, morreu", responderam eles.

Então Davi levantou-se do chão, lavou-se, perfumou-se e trocou de roupa. Depois entrou no santuário do Senhor e o adorou. E, voltando ao palácio, pediu que lhe preparassem uma refeição e comeu. Seus conselheiros lhe perguntaram: "Por que ages assim? Enquanto a criança estava viva, jejuaste e choraste; mas, agora que a criança está morta, te levantas e comes!"

Ele respondeu: "Enquanto a criança ainda estava viva, jejuei e chorei. Eu pensava: Quem sabe? Talvez o Senhor tenha misericórdia de mim e deixe a criança viver.Mas agora que ela morreu, por que deveria jejuar? Poderia eu trazê-la de volta à vida? Eu irei até ela, mas ela não voltará para mim".

Depois Davi consolou sua mulher Bate-Seba e deitou-se com ela, e ela teve um menino, a quem Davi deu o nome de Salomão".


Deus tem falado muito comigo através deste texto. Poucas pessoas entendem a razão deu continuar crendo que minha mãe possa ser curada. Luto com opiniões de pessoas muito próximas, muito amadas, que preferem que minha mãe morra logo para que ela descanse ao invés de ficar vivendo todo este sofrimento. Eu realmente quero que o melhor aconteça para ela, mas acreditar que meu ponto de vista é o melhor não corresponde aos fatos, da mesma maneira que também não aceito que queiram que ela entre no descanso eterno adiantando o relógio de Deus.

Todos nós estamos sofrendo a angústia e dor gerada por esta situação, que foge totalmente de nosso controle. Se eu pudesse, daria parte de mim para curá-la, mas não há nada a ser feito. O que podemos fazer é jejuar e orar. Jejuar de nosso conforto e paz, se alimentando de tribulação, angústia e dor. Saber esperar a definição da situação em espírito de humildade e contrição. Prostrar-me ao chão e orar, em espírito de submissão, sabendo que Deus está no controle de todas as coisas.

O desgaste emocional de meus amados tem sido tão grande quanto o sofrimento de minha mãe. Não estão conseguindo segurar a onda. Tenho tentado fazer com que vejam que Deus ainda não colocou um ponto final na situação, sendo essa a razão de não desistir em orar e clamar pela cura. Chego a ser duro, mas agindo com amor, tentando trazer à lucidez aqueles que já estão questionando o amor e o cuidado de Deus.

Qual opção há quando todas as portas estão fechadas? Insistir batendo, até que te atendam. E se a resposta for negativa, pelo menos teremos tentado até o fim. E quando Deus colocar um ponto final, que estejamos prontos para nos levantar desta prostração emocional, nos lavar, limpando todo resquício de dor e morte, nos ungir com o doce perfume de Cristo, colocar uma nova roupa, limpa, bonita, nova, entrar no santuário do Senhor e adorá-lo.

Adorá-lo sem demagogia, sem falsa santidade. Adorá-lo em espírito e em verdade, pois sabemos que a dor que sentimos também doeu no peito do Pai. Adorá-lo por sabermos que durante todos estes meses Ele esteve junto de nós, e estará por toda a eternidade.

Paralelo a isso, saber que temos que dar andamento à vida, que - apesar dos pesares - é boa.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O João-Bobo insiste em permanecer de pé


Como costumo brincar com meus amigos, neste fim de semana as forças do mal prevaleceram.
Fim de semana estranho, sinistro, como dizem os cariocas.
Cariocas que até helicóptero da polícia derrubaram.
Fim de semana de 47 horas, o que desajustou meu relógio biológico.
O meu e do meu time, o meu e o do Rubinho...
O Palmeiras não sapecou o Flamengo. Pelo contrário, tive que agüentar o prédio inteiro vindo abaixo.
Rubinho sucumbiu a um monte de incidentes, que somente ele é capaz de sofrer, tudo ao mesmo tempo. Oh cara zicado!
Mais uma vez será - no máximo - vice, coisa inaceitável para os brasileiros.
Que sabem lidar apenas com a vitória, e o esforço de quem chegou quase lá não é valorizado.
Coisa de brasileiro, que querem o tudo e acabam sem nada.
Super-Mãe: A alta da UTI na verdade se mostra uma cilada.
Aquela história de pular da frigideira e cair no fogo.
Minha mãe está isolada, com infecções que os médicos não são capazes de identificar a fonte.
Agoniza e sofre, mas luta como uma guerreira.
Ferida pela guerra, ferida pela vida, se mantém agarrada aos fiapos de esperança.
Assim como eu, que ainda não joguei a toalha.
Teimosamente continuo crendo que onde há vida há esperança.
O Reino de Deus virá aqui, ainda em vida.
Caso a cura não seja a vontade de Deus, ainda sim continuo com esperança,
Esperança de um novo céu e de uma nova terra,
Onde não haverá mais choro, nem pranto, nem dor.
Onde o Sol da Justiça brilhará, e a morte não irá reinar.
Esta esperança me faz ser um João bobo.
Como é bom ser João, como é bom ser bobo.
Tentam me derrubar, mas irritantemente insisto em ficar de pé.
Caio e levanto, luto com todas as minhas forças, que são poucas.
Poucas mas suficientes. Basta o tanto que tenho.
Coloco-me em pé no ringue após sofrer duros golpes.
Meus adversários vão cansar de bater, e eu insistirei até o fim.
Não vejo outra alternativa.
O simples fato de permanecer na luta fará com que um escape apareça.
Enquanto isso, os cães continuam ladrando.
Minha caravana passa. Quebrada, ferida, mas com certeza de onde quer chegar.
Isso me mantém vivo, crendo e avançando.
Se eles querem meu sangue, terão meu sangue só no fim.
Se eles querem meu corpo, só se eu estiver morto, só assim.
Tem que ser assim. Venceremos nossos inimigos pelo cansaço.
Como é bom viver! Saber apreciar o doce e o amargo da vida,
Ver o bem e o mal, de braços e abraços,
Num romance astral...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Estou feliz, estou em paz...


Uma certa leveza invade meu espírito. Meu espírito de porco, que domingo agora dará uma sapecada na urubuzada do Flamengo dentro do chiqueirão, o Templo Maior da suinada paulistana. Algo como o conforto proporcionado por três comprimidos de Neosaldina durante uma crise de enxaqueca, que graças a Deus não tenho há meses.

Sinto-me nas nuvens. É uma estranha paz que me entorpece, me inebria e faz meu corpo flutuar. Aquela onda que vem sem quebrar sobre você e te joga para cima. Morna e salgada, as águas azuis da praia que Deus permite que eu use me abraça com carinho, aquele abraço apertado, na medida certa, de quem tem a pegada, que encaixa e te dá prazer.

De onde vem esta sensação? Será que é por ser sexta-feira? Será que é pelo fato de ter trabalhado a semana inteira de sandálias sem que ninguém me importunasse no escritório, após ter esmagado os dedos dos pés num acidente ridículo que sofri domingo passado? Nem estas dores em meus dedos do pé esquerdo me incomodam. Sobre isso, o que mais me incomodou na verdade foi o ridículo de não ter calculado corretamente como o móvel que eu estava fazendo reparos iria tombar. Doeu mais o orgulho do carpinteiro aqui, pela asnice.

O que é isso? Será que é pelo fato de terem dado alta da UTI à minha mãe, que amargou 4 longos meses entubada e agora vai para uma enfermaria? Dizem que quem passou por isso no Hospital passou por uma prova de fogo, pois a semana imediatamente posterior à alta é decisiva: Ou pega no tranco ou vai pra glória.

Pode ser também pelo fato de ver que meu espírito está livre como nunca foi antes. Posso decidir meu presente e planejar meu futuro sem ser escravo do passado, que foi bom, muito bom, mas acabou. Vida nova, leve, livre. Posso voar, fluir, existir, desistir. Posso fazer o que quiser. E o que me alegra é que isso é bom demais. Cada vez mais quero menos. O consumismo e a propaganda não me escravizam como antes. O poder desta sociedade não me intimida mais. Passo ao largo com minha caravana, enquanto os cães ladram em tom ameaçador. Entre duas opções, a de satizfazer meu querer e sofrer para conseguir ou querer menos e gozar o que tenho à disposição, optei pelo prazer de usar o que está em minhas mãos sem que a posse seja necessária.

Meu inimigo perde a força a cada dia. Coloco-o em foco e vejo seu real tamanho. Ele não passa de um pigmeu sob a luz de um holofote. Não há mais a escravidão infantil, que me obrigava fazer xixi na cama por medo de colocar os pés no chão e o bichão puxar meu pé. Não há mais loira morta com chumaços de algodão no nariz dentro do banheiro da escola, não há mais o homem do saco (este aliás nunca me assustou). Hoje faço carinho no leão e nado com os tubarões. Eles não entendem de onde vem a coragem e isso os paraliza. Invertemos os papéis.

Parafraseando Keith Moon, minha vida hoje voa leve como um Zeppelin mas mantém o peso do chumbo, num equilíbrio perfeito. Good and bad times andam de mãos dadas. Perdi o medo do cachorro preto. Subo a escadaria para o céu.

Prossigo em frente sem que eu possa ver com clareza o que há além do horizonte. Tenho apenas o sol, a lua e as estrelas como guias. Quando o céu está nublado aciono o piloto automático. Meus pés andam com intrepidez, como se fossem guiados por quem conhece todos os caminhos. Me sinto no banco de trás, enquanto o grande chofer dirige em meio às estradas desconhecidas. Como poderia eu saber o caminho certo a escolher? Deixa ele dirigir! O carro é dele, as estradas são dele, as paradas e pousadas são dele, minha vida enfim, é dele!

Relaxo e gozo. Não tentarei continuar explicando o que estou sentindo. É bom e ponto. Não vejo a hora de chegar em casa hoje, ir à praia a noite com minha mulher, abrir um bom chileno e brindar a vida!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sopra Espírito de Deus...



Um dos acontecimentos mais marcantes após nossa conversão é o batismo com o Espírito Santo. Não há palavras para descrever, até por que definir é limitar, como dizem por aí. O que há como evidência exterior é o falar em novas línguas, mas nem todos os que falam línguas estranhas são batizados no Espírito.

Tenho visto muito abuso nesta área, dando margem a excessos que beiram o ridículo. Muitos pastores pentecostais (eu sou pentecostal, antes que achem que não) costumam pedir para que os irmãos que são batizados com o Espírito Santo comecem a orar em línguas do nada, como se isso fosse apenas um comando vindo da vontade humana. Não creio desta forma. Como diz a palavra em João 3:8, ‘O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito’.

Para ilustrar o que falo, lembro do dia que participei de uma reunião onde em um determinado momento o irmão que ministrava a palavra chamou aqueles que precisavam de oração à frente e começou a orar por cada um. Quando chegou a vez de um dos presentes à frente receber oração, o ministro falou para todos ouvirem: “Desde que começou o culto vi que você estava escondido aí, seu demoniozinho! Saia da vida deste homem agora! Tátátátátá!!! Tátátátátá!!! Tátátátátá!!! Vamos, saia daí agora, você não vai perturbar esta reunião!!! Tátátátátá!!! Tátátátátá!!! Tátátátátá!!!”

Pergunto eu: o que é ‘Tátátátátá!!!’ à luz da Bíblia? O diabo (se é que tinha um lá) deve ter dado muita risada da situação, pois até o irmão que recebeu esta oração saiu com um sorrisinho de deboche no canto da boca. Eu já vi pessoas endemoniadas, já orei por libertação de possessos e já vi o Nome de Jesus triunfar nestas situações. Como costumo dizer: ‘ninguém me contou, aconteceu comigo, eu vi!’

Nada de espalhafato, nada de teatro, apenas ‘saia da vida desta pessoa agora, em Nome de Jesus’ e pronto, vidas libertas. Não inventei ritual, não orei em língua estranha nem muito menos ‘metralhei’ o capeta com esse tátátátátá... Aliás, este foi o pequeno detalhe que o irmão esqueceu: Se ora EM NOME DE JESUS, não em línguas, quando sua intenção é libertar uma pessoa das garras do diabo...

O Espírito Santo em tua vida faz muuuuuuuuito mais do que te fazer orar na língua dos anjos. Ele transforma tudo o que há em você. Não que você fique ‘mais santo’ da noite pro dia, no sentido de que não vai pecar mais, não vai mais pisar na jaca, fazer besteira. O que acontece é que você passa a ter uma postura diferente em relação a tudo que te cerca. É como passar à Matrix, em analogia ao filme, onde se toma a pílula vermelha e mergulha em outra esfera. Passa-se a viver a vida de Deus em você, ver o que Deus vê, ouvir o que Deus ouve, falar o que Deus fala, amar o que Deus ama, abominar o que Deus abomina. Tudo isso dentro de você, vaso de barro vagabundo na mão do oleiro.

Haverá horas que Deus te mandará agir, e você agirá. Mas não com palavras audíveis apenas. Algo se moverá dentro de você e sem que se perceba, você foi usado por Deus no momento necessário. E esta maneira de agir pode ser que nunca mais se repita em sua vida, pois Deus não está preso a formatos, conceitos e rituais. Haverá momentos que você abrirá a boca e ministrará a vidas de uma maneira que você depois parará para pensar e verá que FOI DEUS através de sua vida. Você tentará contar como foi, mas suas palavras serão insuficientes para descrever os fatos, pois FOI DEUS quem falou através de você. Você vai olhar uma determinada situação e verá o que Deus vê, e isso te deixará impressionado, pois somente você (ao que você saiba) estará vendo aquilo.

Isso que falo é baseado em minha experiência pessoal com o Senhor. Pode ser que Deus haja em sua vida de maneira diferente, e possivelmente será assim mesmo. Nada de limitações, nada de decisões pessoais tomadas para colocar engrenagens espirituais em movimento. O Espírito fluirá naturalmente em tua vida. Não há um botão que você aperta do nada, durante a adoração à Deus, que te faça automaticamente disparar sua ‘matraca santa’. Além do mais, o apóstolo Paulo nos adverte em sua primeira carta aos Coríntios, por todos os 20 versículos do capítulo 14 que:

“Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia. Pois quem fala em uma língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios. Mas quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação dos homens. Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja. Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem. Quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja seja edificada.

Agora, irmãos, se eu for visitá-los e falar em línguas, em que lhes serei útil, a não ser que lhes leve alguma revelação, ou conhecimento, ou profecia, ou doutrina? Até no caso de coisas inanimadas que produzem sons, tais como a flauta ou a cítara, como alguém reconhecerá o que está sendo tocado, se os sons não forem distintos? Além disso, se a trombeta não emitir um som claro, quem se preparará para a batalha? Assim acontece com vocês. Se não proferirem palavras compreensíveis com a língua, como alguém saberá o que está sendo dito? Vocês estarão simplesmente falando ao ar.

Sem dúvida, há diversos idiomas no mundo; todavia, nenhum deles é sem sentido. Portanto, se eu não entender o significado do que alguém está falando, serei estrangeiro para quem fala, e ele, estrangeiro para mim. Assim acontece com vocês. Visto que estão ansiosos por terem dons espirituais procurem crescer naqueles que trazem a edificação para a igreja. Por isso, quem fala em uma língua, ore para que a possa interpretar. Pois, se oro em uma língua, meu espírito ora, mas a minha mente fica infrutífera.

Então, que farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. Se você estiver louvando a Deus em espírito, como poderá aquele que está entre os não instruídos dizer o "Amém" à sua ação de graças, visto que não sabe o que você está dizendo? Pode ser que você esteja dando graças muito bem, mas o outro não é edificado. Dou graças a Deus por falar em línguas mais do que todos vocês. Todavia, na igreja prefiro falar cinco palavras compreensíveis para instruir os outros a falar dez mil palavras em uma língua.

Irmãos, deixem de pensar como crianças. Com respeito ao mal, sejam crianças; mas, quanto ao modo de pensar, sejam adultos.
"

Termino por aqui, mas sem a mínima pretensão de esgotar o assunto. Estou aberto tanto para os comentários e críticas dos irmãos quanto para, principalmente, o mover do Espírito Santo em minha vida.

Como diria Brother Simion:

Sopra Espírito de Deus, faz tua obra, abala o meu ser...
Vem Santo Espírito, vem Santo Espírito,
Vem Santo Espírito, derrama teu óleo sobre mim...

Deixa o Espírito te amar, deixa o Espírito curar,
Te amamos Santo Deus. Te amamos Jesus Senhor.
Te amamos Espírito, Espírito de Deus...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Procuro uma igreja cristã. Será que estou querendo demais?

Procuro uma igreja sadia aqui no Rio desde que me mudei a um ano atrás. O problema é que substituir a Igreja Betesda, minha igreja em São Paulo, não está sendo uma tarefa fácil.

A primeira igreja que freqüentei por algumas semanas foi uma bem próxima de minha casa, mais especificamente embaixo da academia onde freqüento. Neopentecostal assumida (o ‘bispo’ fazia questão de frisar isso, o que me deixava arrepiado), não demorou muito para eu desistir.

Costumo malhar todos os dias após o trabalho e, para subir até a academia, eu tinha que passar em frente à porta da igreja. Costumava chegar minutos antes do início do culto e sempre que estava passando pela porta da igreja dava o ‘azar’ de pegar o bispo na entrada. Bastava ele me ver e ele falava: “E ai abençoado, não vai assistir ao culto hoje não?” Eu sempre respondia: “Hoje não meu irmão, vou malhar, domingo estou ai”.

Isso aconteceu várias vezes. Confissão positiva, quebra de maldições, 'determine, determine, determine'... Tudo aquilo ia contra meu ponto de vista em relação à fé. A gota d’água foi um domingo a noite. O bispo estava pregando a palavra. Durante a ministração, ele me procurou com os olhos e soltou a pérola: “Irmãos, o exercício físico é pouco proveitoso, o importante é o exercício espiritual. Tem muita gente que deixa de vir à igreja para malhar, mas o importante é estarmos todos os dias na casa de Deus.”...

Este ‘revelamento’ que ele recebeu foi decisivo. Não agüentava mais o constrangimento que passava sempre, e lá veio ele com esta palavra ‘inspirada’. Após esse dia decidi sair. Parei de frequentar a igreja até o dia que encontrei com a esposa do bispo. Ela me perguntou a razão de eu ter parado de ir aos cultos. Falei a ela tudo o que aconteceu e disse que eu não era neopentecostal nem era novo na fé. Não precisava se preocupar, pois não iria me desviar. Sabia o que estava procurando e apesar dela ser uma pessoa maravilhosa, eu estava procurando uma igreja na mesma linha teológica de minha igreja em São Paulo. Não coloquei a culpa neles. Ela me entendeu e me abençoou.

Fui para outra igreja que tinha visto o programa na televisão. Barra da Tijuca, pessoal legal, palavra interessante. Eu e minha mulher gostamos muito. Todo domingo estávamos lá, ficava a meio caminho entre minha casa e o trabalho. Ninguém ia ficar controlando minha freqüência, digamos assim. Uma benção de palavra aqui, outra ali, até o dia que um dos pastores que mais respeitava soltou um MONTE de abobrinhas, sendo que a maior de todas foi que a morte em carne de Jesus não tinha sido suficiente. Foi necessário que ele também morresse em Espírito para expiar nossos pecados. Quase pulei da cadeira. Soltou mais um monte de outras heresias, as quais quase me fizeram levantar e colocar o dedo na cara do pastor. Cheguei até a postar algo sobre isso (Você se Considera um Super-Crente?).

Cheguei a mandar dois emails para a diretoria da igreja, perguntando se o ponto de vista daquele pastor era compartilhado por todos os outros ou se aquilo tinha sido apenas um ‘escorregão’. Não obtive resposta, o que me deixou muito decepcionado.

Fiquei um domingo sem ir e voltei no seguinte. Cheguei com minha mulher e orei para que Deus mostrasse se era eu que estava errado ou se realmente havia algo de errado na igreja. Outro pastor que gosto muito estava pregando. No início do culto ele orou e pediu a presença dos “espíritos ministradores” para que o culto corresse tudo bem, algo assim. Ele falou sobre outras coisas que agora não me lembro, até porquê tinha ‘entrado em Alfa' com esta história de ‘espíritos ministradores’, papo no mínimo da ‘nova era’e não do verdadeiro Evangelho.

Neste ponto faço um parêntesis. Não estou procurando igreja perfeita, mas tem coisas que, ao serem confrontadas com a Palavra de Deus, não tem como serem aceitas. Uma coisa é uma opinião mal colocada e reparada depois pelo ‘conjunto da obra’. Todos escorregam, falam abobrinhas, principalmente eu. Outra coisa é você notar que infelizmente a doutrina da igreja está contaminada com pequenas (ou grandes) heresias. Não posso ficar sob autoridade espiritual de líderes que mercadejam a Verdade. Não quero estar em uma igreja onde sou obrigado a ficar em alerta durante todo o culto. Quero uma igreja que eu possa levar um visitante sem receio de que ele ouça uma abobrinha gigante e nunca mais queira voltar.

Nós temos o Espírito de Deus em nós e Ele nos dá discernimento. Conhecemos a Verdade. Nos relacionamos com Jesus. Como já disse, não sou perfeito. Mas tem coisa que não dá pra engolir. A igreja evangélica brasileira está doente. Muito doente, absorvendo todo o lixo que estes garimpeiros celestiais estão vomitando dos púlpitos e nas televisões. Precisamos urgentemente de um avivamento. Arrependimento, mudança de atitude, santificação, unidade. Mas não unidade a qualquer preço. Há valores no Evangelho (este com ‘Ê’ maiúsculo) que são inegociáveis.

Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, SOLI DEO GLORIA!!!!!!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Tô cansado de brincar de barquinho!


Este post é um desabafo profissional.

Trabalho em uma área onde a competição é muito feroz: A de transporte marítimo. Tenho contatos dentro e fora do Brasil e constantemente estou dando minha cara à tapa, prospectando clientes, levando uma enxurrada de nãos e, eventualmente, algum abre a possibilidade de nos permitir entrar na concorrência.

Corro atrás do melhor frete marítimo, jogo uma comissão para a empresa e faço minha oferta. O cliente aceita meu frete e pede reserva de espaço. Aleluia! Só que ultimamente é mais fácil fazer um rico entrar no Reino dos Céus (camelo pelo fundo de uma agulha eu faço passar todo dia... rsrsrs) do que conseguir com que os armadores honrem sua palavra (falada e escrita!). Não conseguem espaço, falta container, não conseguem confirmação de transbordo e por esta razão não confirmam a reserva de espaço... O que era uma nova oportunidade de negócio se transforma em choro e ranger de dentes...

Um dia e nada de confirmar, dois dias... telefonemas, emails, reuniões, desgaste emocional, até físico. Quantas vezes saí do escritório com dor no corpo de tanta tensão? Quantas vezes antes de dormir minha primeira petição a Deus era a de que o armador conseguisse confirmar o que eu precisava para oferecer ao cliente? Deixei de orar por mim, me entreguei ao trabalho de maneira integral, acordei diversas vezes pensando em como resolver todo este ou aquele problema de cliente? Tudo isso só aumenta minhas sessões de RPG, para colocar meus pobres ossinhos massacrados por tanta pressão emocional no lugar.

Cheguei a ficar com vergonha de ligar para alguns e reconhecer o ‘pseudo fracasso’. Se a primeira impressão é a que vale, estou me queimando no mercado. Como oferecer um serviço que meus parceiros não estão conseguindo prestar?

Perdi lotes de 100 containers, 40 containers, 10 containers... Cheguei a embarcar com armadores que ofereciam fretes até mais altos do que eu vendi, apenas para honrar o compromisso assumido! Pseudos-profissionais que estão cagando e andando, enquanto você está ralando feito um louco!

Por estranho que pareça, estou me sentindo aliviado por ter sofrido mais um fracasso esta semana. Um cliente novo, 100 containers/mês. Ganhei a concorrência e não consegui espaço nos navios. Como dizemos no nosso mercado: ‘Tem frete mas não tem espaço, então não tem frete’.

Este sistema me consome. Me incomoda trabalhar em uma área que, para que eu ganhe, alguém deixará de ganhar. Mas é o que tenho em mãos. O sonho de milhares de estudantes de comércio exterior. Tem fila para tomar meu lugar. E o que adianta conseguir? Matar um leão por dia, deixar 10 amarrados para o dia seguinte, chegar ao topo, conquistar, olhar para trás e ver o rastro de destruição deixado. Destruição pessoal, emocional...

Quero vender pipoca na porta do estádio, sorvete na praia... tô cansado. Alguém quer um sócio?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quero voltar ao início de tudo...


Lembro-me do início de minha caminhada cristã. Eu era muito simples e confiava 100% no cuidado de Deus, até pelo fato de não ter outra opção. Tinha acabado de casar, havia saído do meu emprego para trabalhar com meu pai e bem dizer não tinha salário.Até tentei acertar um salário com meu pai, mas ele não topou. A cada necessidade que eu tinha ele me dava o dinheiro para fazer o pagamento, como aluguel, água, luz, compras no mercado. Era constrangedor, mas era assim que as coisas funcionavam....

O lado legal disso era que eu dependia integralmente de Deus e Ele falava comigo ‘face a face’, tipo Moisés (brincadeira). O Espírito Santo constantemente me consolava, me direcionava, me alegrava... Andava pela cidade a procura de obras (a empresa de meu fazia acabamento em prédios na fase final das construções), tomava direções estranhas, impulsionado pelo Espírito, rodando São Paulo de ponta a ponta numa alegre confiança.

Apesar deste desprendimento, me sentia frustrado e exausto por ter rodado o dia inteiro e não ter encontrado nada, mas Deus vinha com algum agradinho, tipo pedindo para eu pegar o ônibus ‘X’ ao invés de ‘Y’ e, durante o caminho, ele fazia eu falar com alguma pessoa que ele me mostrava. E assim eu fazia. Chegava lá, pedia licença, dizia que Deus tinha me mandado falar com ela e pronto: A pessoa começava a chorar, Deus usava minha boca, levando cura, salvação, libertação... Era lindo! Ao final de mais um dia porém, eu falava com Deus: ‘Pai, eu rodei o dia inteiro e não encontrei nenhuma obra! Preciso conseguir novos trabalhos para meu pai!’, ao que Deus respondia quase que ‘audívelmente’: ‘Filho, você tem cuidado de minha obra, da sua eu cuido com muito carinho’. E eu cria!

Por mais de uma vez aconteceu de estar em casa sem quase nenhuma comida para preparar. Era uma época que eu batia altos papos com Deus em pensamento. Eu dizia para ele: ‘Ah Pai, não tem mistura, vou preparar só o que tem em casa! Mas tudo bem, o Senhor está no controle de tudo’... Dava cinco minutos e tocava a campainha. Olhava lá fora e via o meu pai, com umas sacolas plásticas na mão. Chamava ele pra entrar e ele vinha falando: ‘Filho, pedi para o ‘frangueiro’ (era assim que meu pai chamava o dono da avícola) matar um frango pra mim e lembrei de você. Comprei dois, toma um pra você preparar'.... Era engraçado, ouvia Deus dando um risinho de satisfação, pois Ele sabia que eu sabia que tinha sido ele que tinha movido o coração de meu pai para comprar um frango para mim.

Assim as coisas funcionavam. Preocupação zero, a provisão de Deus rolava naturalmente.

Com o tempo me cansei da situação de não ter salário e comecei a procurar emprego. Como naquela época eu estava envolvido com construção civil, arrumei uma reforma para fazer junto com um colega meu de infância. Era um apartamento que precisava ser remodelado. Quebramos paredes, refizemos o acabamento e ganhamos uns trocados. Durante a obra peguei uma alergia não sei do quê, e fiquei com minhas costas toda empipocada. Coçava muito e era um lugar difícil de alcançar com a mão. Uma vez a coceira foi tão terrível que eu peguei um pedaço de tijolo para coçar. Enquanto aliviava a aflição um trecho da palavra de Deus veio muito forte à mente, quando Jó estava sentado quase podre, e se coçava com cacos. Ali, mais uma vez, senti a presença de Deus ao meu lado.

Nesta fase da minha vida eu já era membro da Igreja Betesda e estava tendo uma conferência missionária. Tinha um pastor de Moçambique (acho) que se chamava Mario Bata (deve ser assim que se escreve). O Gondim o apresentou, ele ministrou a palavra, foi um culto maravilhoso. Pouco antes do final do culto o Gondim falou sobre as condições da igreja em Moçambique, e pediu uma oferta especial para abençoar a vida do pastor Bata.

Eu estava ‘meio desempregado’ ainda, e tinha apenas 10 reais no bolso, além dos passes de ônibus. O Espírito Santo falou comigo: ‘Dê uma oferta’ Eu relutei um pouco e argumentei com Deus. Ele insistiu ‘Dê os 10 reais que você tem no bolso’. Eu rebati com Deus, dizendo que estava desempregado, e era o dinheiro que eu tinha para passar vários dias. Nisso Deus, com aquela maneira ‘delicada’ de falar comigo disse claramente: ‘Até aqui eu te sustentei. Estou mandando você dar os 10 reais. Na semana que vem eu abrirei uma porta de emprego para você!’

Foi tão forte que não pude deixar de obedecer. Dei os 10 reais. Minha ex-mulher, para variar, ficou pê da vida comigo. Mas tinha sido Deus que tinha falado, e na segunda feira Deus cumpriu com o que havia falado: Quatro empresas me chamaram para entrevista, e pude escolher entre elas a que mais se adequava ao que eu queria.

Desde então nunca mais fiquei desempregado, glória a Deus por isso. Só saía de um emprego depois de ter arrumado outro.

Só que esta pseudo-segurança acabou fazendo com que eu colocasse minha confiança nestes empregos. Comecei a sentir a distância de Deus. Não pelo emprego em si, mas por eu ter mudado. Dificuldades financeiras, problemas, empréstimos, dívidas que se arrastavam por meses, anos... Só me voltava a Deus quando o bicho estava feio.

Deus estava triste comigo e eu não estava sabendo como voltar ao espírito de filho, colocando minha confiança em Deus integralmente, como antes. Será que seria necessário eu perder tudo para voltar a crer?

Ontem a noite Deus falou muito comigo sobre isso. Usou minha boca para falar com minha mulher, mas a palavra que Ele dava era um tapa na MINHA cara. Devo voltar a viver em simplicidade. Devo voltar a ajudar as pessoas, compartilhar o que tenho e ter este espírito de desprendimento. Ele sabe como fazer isso comigo, e eu quero isso. Quero Deus ao meu lado, caminhando comigo. Não sou auto-suficiente. Dependo de sua provisão e não da variação do dólar no mercado. A crise não dita os meus caminhos. Os clientes não estão controlando minha vida. Além do mais, como disse Jesus a Pilatos, ‘nenhum poder vocês teriam se do alto não te fosse dado’.

É isso ai, livre como uma criança que confia em seu pai. Precisava disso desesperadamente...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O burro e a cenoura


Vivemos querendo adiantar o tempo, ansiando que segundos se transformem em minutos, minutos em horas, horas em dias, dias em semanas, semanas em meses, meses em anos, sempre achando que agora as coisas não vão bem, mas que no futuro tudo será muito melhor.

Esperamos os segundos que faltam para acabar a prorrogação da partida de futebol quando nosso time está ganhando. E os segundos se transformam em minutos, e a partida acaba. Que felicidade.

Os minutos tardam em passar, e queremos que chegue logo a hora do almoço ou de ir embora do trabalho. Minutos eternos, contados no relógio. Mas os minutos se transformam em horas e estas horas passam. Chega a hora de ir embora do trabalho e ficamos felizes com isso.

As horas se arrastam no relógio, e os dias são longos. Não vemos a hora de chegar o fim de semana para descansarmos um pouco. Segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Até que enfim. Sobrou-nos dois dias para recarregarmos a bateria, fazemos festas e churrascos ou apenas limpamos a casa, lavamos roupa e descansamos um pouco assistindo Fantástico domingo à noite. Que maravilha.

Puxamos o saldo de nossa conta e vemos quanto de dinheiro temos. E nunca é o suficiente. Os dias que faltam até o próximo pagamento se arrastam lentamente, fazendo com que a ansiedade que ficamos em quitar nossas dívidas nos deixe com dores nas costas, dor de cabeça e insônia. Fazemos de tudo para esticar o salário, mas este vaza entre os dedos como água. Resistimos heroicamente até que chegamos no dia do pagamento. Mais um mês que se foi, graças a Deus.

Mas temos o conforto de que daqui mais alguns meses tiraremos um mês inteiro de férias. E torcemos para que o ano passe rápido. Apesar de toda luta diária, o ano passa e chegamos ao bendito mês. Descansamos alguns dias mas o dinheiro acaba. Ficamos ansiosos esperando que as férias terminem logo, pois fazer nada sem dinheiro não dá.

Mesmo assim não perdemos a esperança de dias melhores. Lembramos que temos trabalhado anos a fio, e o tempo que falta para nos aposentar está chegando. Assim não dependeremos mais de um mísero mês de férias para descansar os ossos. Chegará o dia que daremos entrada em nosso pedido de aposentadoria. E este glorioso dia chega. Papelada e burocracia cumprida, pronto. O troféu por anos de trabalho a fio chega. Ficamos em casa, inventamos uma coisinha aqui e outra ali para fazer, até que não vemos mais nada pela frente.

Perdemos a disposição, ficamos cada vez mais doentes, passamos a freqüentar os estaleiros com uma freqüência cada vez maior. A virilidade dos primórdios se foi. O prazer pela vida também. O que conseguimos juntar? Valeu a pena o esforço? Agimos como o capitão do barco a vapor que participava de uma competição. Forçamos os motores ao máximo para chegarmos à frente de todos, lançando carvão nas fornalhas. O objetivo vai sendo alcançado até que acaba o carvão. Mas o importante é vencer a corrida e começamos a jogar toda peça de madeira do barco nas fornalhas para alimentar o fogo que nos impulsiona para frente. Cadeiras, mastros, lemes, remos, botes, tudo vai pro fogo.

Chegamos ao fim da corrida na frente de todos. Qual foi o prêmio? Chegar ao fim. O que sobrou do barco? Nada! De que adiantou queimar tudo de bom que tínhamos em mãos, nosso presente precioso, em troca de um oásis que na verdade não passava de uma miragem?

Ouvimos muitos louvores e pregadores da prosperidade dizer que o melhor de Deus está por vir. Com isso jogamos nossas vidas fora. Correndo atrás da cenoura presa em uma vara em nossa frente, mas nunca a alcançamos, apesar do esforço.

Que Deus nos dê sabedoria para valorizar cada segundo vivido, ouvindo, respirando, falando, comendo, trabalhando, rindo, chorando, brincando. Isso é o que vamos levar da vida.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A super-mãe está partindo...


Antes de ver a luz do dia estive muito próximo dela
Por nove meses ela me carregou em seu ventre
Fruto do amor, um milagre de Deus
Após nascer ela me carregou em seus braços
Cuidou de mim, me alimentou
Esteve ao meu lado nas noites mal dormidas
Fez carinho para eu dormir
Massagens em meus pés chatos
Cantou músicas desafinadas
Tudo isso eu imagino
Pois são momentos que gostaria de lembrar
Tanto tempo isso faz
Virei criança, fui estudar
Ela me ensinava o beabá
Fazia minha lancheira
Pão com manteiga e Kisuco
Briguei, apanhei, chorei e corri até ela
Cresci, namorei
Senti seu ciúme
Seu menino a estava deixando
Perdi minha namorada
Chorei nos ombros dela
Que sempre estiveram lá
Um dia foi sério e me casei
Ai me afastei de vez
Natal, Páscoa, Dia das Mães
Visitas rápidas, mal feitas
Injustas
Até o dia que me separei
Lá estava ela, portas abertas
Coração aberto, me esperando
Passou-se um ano
Eu trancado em meu quarto
Poucas vezes na sala
Falava oi, dizia tchau
Breve como era antes
Fiz muito pouco
Fui egoísta na maior parte do tempo
Até que fui transferido para o Rio
Foi então que ela adoeceu
Foi ao hospital e lá ficou
Eu estou longe dela
Ela está longe de mim
Fui vê-la algumas vezes
Deitada, sofrendo
Inconsciente, indefesa
Só sei uma coisa
Fiz muito pouco por ela
Dei muito pouco de mim
Hoje sinto falta
De algo que não sabia
Quero fazer mais e não posso
Quero levá-la para ver um jogo do Palmeiras
À igreja, em minha casa na praia
E ela está lá, guerreira
Quase quatro meses de luta
“Viu” muita gente chegar e ir embora
E a hora dela está chegando
Não perdi minha fé
Mas quero que ela descanse
Ela não merece sofrer o que sofre
Indo embora aos poucos
Só sei que dei muito pouco de mim
E hoje sinto a falta dela
A hora está chegando
A luz está se apagando
Os fortes se curvaram
A cadeia de prata está se rompendo
O copo de ouro se quebrando
O cântaro se despedaçando
A roda está se desfazendo
O pó voltando à terra, como era
E o espírito a Deus, que o deu...