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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Putz, a coisa tá feia!

Ontem a noite assisti pela enésima vez a animação dinamarquesa “Putz, a coisa tá feia!”É uma versão moderna da história do patinho feio. Feio é um cisne recém-nascido bastante feio, mas ninguém tinha noção do que ele era. A 1ª coisa que ele viu foi Ratso, um rato esperto e egoísta que sonha em trabalhar no showbizz e que caiu em cima de seu ovo. Feio logo passa a considerar Ratso como se fosse sua mãe. De início Ratso não gosta da idéia e apenas tenta usar Feio para faturar uns trocados, mas aos poucos vai se afeiçoando a Feio e passa a lhe ensinar como se virar por conta própria.

Isso me fez lembrar minha história. Quando era criança sempre fui muito zoado pelos meus colegas. Diziam que era narigudo, feio, desengonçado. E eu era mesmo. Não tinha nada de atrativo. Várias vezes saí da escola chorando pelas brincadeiras de mau gosto dos outros meninos. E meninos são cruéis, pegam no nervo quando resolvem humilhar um coleguinha. Tudo era motivo para gozação, e eu sofria muito.

Como me considerava feio, fui obrigado a desenvolver outras “qualidades e habilidades” para compensar a falta de atrativos. Estudava muito, adorava fazer experiências cientificas, desmontava todo tipo de aparelho e remontava só para ver como funcionava, cozinhava legumes que meus pais plantavam no fundo do quintal em latas vazias, inventava projetos eletrônicos baseados em revistas que lia. Eu era muito nerd, esquisito mesmo (risos)...

Quanto mais crescia, mais desengonçado ficava. Cheguei ao colegial sem nunca ter namorado nenhuma garota. Um dia, em uma aula de História, minha amada professora, Dona Dulce, do nada disse para toda a classe: “O João Carlos é o tipo de rapaz que quando estiver mais velho será um homem muito bonito, ele tem cara de másculo”... PQP!!! Vocês não tem noção do efeito cataclísmico desta tentativa de elevar minha moral: A classe inteira começou a rir descontroladamente. Ela viu o quanto fiquei constrangido e tentou controlar a situação. No intervalo do recreio a cambada se reuniu para me aloprar. Ficavam dizendo “ummmmmmm João, cara de máaaaasculooooo!!!” Eu só queria cavar um buraco e me esconder, tamanha a vergonha que passei.

Um belo dia porém, uma mocinha quis namorar comigo. E depois outra. E mais outra. Enfim descobri o segredo de Tostines: Tinha que agir como se me achasse bonito, e desta maneira passei a transparecer segurança. Descobri que as mulheres em geral não se preocupavam se o homem era bonito, e sim se ele tinha atitude, ‘pegada’.

Venci a timidez e minhas limitações, passei a gostar de mim como sou. De acordo com meu espelho, até hoje não passei pela transformação que a Dulce falou. Mas do jeito que está ‘tá bão’, não quero virar cisne. Assistam ao filme e vocês vão entender...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O que é a blasfêmia contra o Espirito Santo?

“Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro” - Mateus 12:31-32

Durante todo seu ministério, Jesus foi duramente criticado, perseguido pelos religiosos, sua autoridade foi questionada, a ponto de dizerem que Ele expulsava demônios pelo maioral dos demônios, conforme Mateus 12:24: “Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios”.

Qual a reação de Jesus perante toda afronta que Ele sofreu? Durante a crucificação, vemos o Senhor intercedendo por todos aqueles que blasfemavam contra Ele. “Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. – Lucas 23:34-a.

Por qual razão Jesus foi condescendente com os homens em relação àqueles que blasfemassem contra Ele próprio, mas tão duro contra aqueles que blasfemassem contra o Espírito Santo, sendo que são partes integrantes da Trindade, juntamente com Deus Pai? Esta pergunta sempre habita nas discussões teológicas desde a instituição da Igreja.

Pessoalmente creio que o ‘segredo’ está em João 16:7-11:

“Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado”.

Viam Jesus como um homem, no máximo um profeta, mas não o reconheciam como o Cristo, o Messias, o Rei de Israel. Não o respeitavam, apesar de todo ensinamento dado, todos os milagres feitos. Em relação ao Espírito Santo, a história é outra. O convencimento é interno, pessoal. Aquela convicção de pecado que sentimos quando o Espírito fala é avassaladora. A Lei de Deus não mais está mais sendo ensinada. Ela está dentro de nossos corações, através do Espírito Santo, como foi profetizado em Jeremias 31:33: “Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”.

Não temos como negar quando ouvimos a Voz interior convencendo-nos do pecado. Podemos nos virar contra, fingir que não ouvimos, continuar obstinados em nossos delitos, mas sabemos que fomos alertados, convencidos. Sabemos que colheremos os frutos de nossos descaminhos. Pecamos conscientemente, calamos a boca do Espírito Santo com nossa rebelião e indiferença. Creio ser isso a grande blasfêmia contra Ele.

Este é meu ponto de vista e estou longe de querer encerrar o assunto. Nem teólogo eu sou! (graças a Deus...) Estou aberto à discussões...

Deixa a VIDA me levar...


Não sou dono de nada, por isso tenho tudo a meu dispor. Este conceito tem me acompanhado nos últimos anos. Na verdade, desde que me converti aquela passagem de Mateus 8:20 me acompanha: “Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.”

Cria que isso vinha em resposta à minha procura naquela época por uma igreja sadia. Tinha me convertido na IURD, fui para a Renascer, batizei na Congregação entre outras que visitava mas nada. Recém convertido, mas batizado no Espírito e armado de uma Bíblia, não conseguia ter paz dentro destas igrejas. Ora pelo neopentecostalismo e pela corrida desenfreada atrás de bênçãos, ora pelo excesso de rigor doutrinário que por mais desnecessário que achava este ser, até que tentei mas não consegui me encaixar.

Com o tempo porém, encontrei uma igreja saudável e equilibrada em São Paulo, a Betesda, e lá permaneci por vários anos, até minha vinda ao Rio de Janeiro, por uma guinada total em minha vida. O que me trouxe ao Rio de Janeiro foi fruto de um divórcio, perda de um apartamento recém comprado no Morumbi e o fechamento do escritório que trabalhava em São Paulo. Aí minhas dúvidas e questionamentos voltaram.

Tudo o que tinha ‘conquistado’ ruiu. Cheguei à Cidade Maravilhosa empregado, mas com uma mão na frente e outra atrás. Não tinha uma cama para dormir, não tinha geladeira para guardar uma caixa de leite, minhas roupas dobradas no chão. Várias vezes passei fome e necessidade. Houve um dia que comi apenas um rest de granola que tinha comprado. Outro dia minha única refeição foram restos de amendoim que encontrei na areia da praia. Estranhamente adorava tudo isso, pois me sentia muito próximo de Deus. Vários ‘corvos’ foram enviados até mim, e nada faltou.

Tirando a praia, não tinha como me divertir sem dinheiro. Um dia encontrei um par de raquetes quebradas e abandonadas e uma bolinha de tênis na praia da Macumba. Eram umas sete, oito da noite e a praia estava vazia. Passei a ter um brinquedinho para me divertir um pouco. Senti a presença de Deus muito forte, satisfeito em ver que seu filhinho estava feliz com o presente.

Por outro lado notava que tudo o que lutava arduamente para conquistar não me trazia o mesmo gozo. O esforço feito desgastava minha alma, e sentia um estranho vazio após a compra feita. É estranho isso, mas é assim entre eu e Deus. Sei que Ele me ama e tem cuidado de mim. Sinto a cobrança da sociedade em ter, conquistar e demonstrar minhas aquisições. Por outro lado tenho um lado totalmente infantil e dependente de Deus, que faz com que tudo se relativize.

Como está escrito em João 3:8: “O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. Eu, um João qualquer, um dia entreguei o controle de minha vida ao Senhor de coração e passei a ser guiado por Deus de maneira assombrosa. Tem hora que dá medo, igual ao que Pedro sentiu quando andava por sobre as águas e temeu o vento forte. Tem hora que coloco no automático e deixo a Vida (com Vê maiúsculo) me levar, apenas curtindo a ‘natureza’.

Quero ser um bom mordomo e administrar o que Deus tem me proporcionado. Não quero que meu coração esteja preso a tesouros nesta terra. Deus sabe como cuidar do caboclo aqui melhor do que ele próprio. E isso basta.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ainda não acordei...


Sábado, 7 de Novembro. Muito calor durante o dia. A noite ainda estava quente, mas muito mais agradável. Peguei uma garrafa de vinho, uma canga para sentarmos na areia, duas taças e fomos para a praia. Deveria ser umas 23h00min mais ou menos. Abri o vinho, coloquei nas taças e brindamos em memória de Jesus, até que ele voltasse, conforme Ele mesmo ordenou, sempre que partilhássemos do vinho.

Entrei no mar. Água morna, mar tranqüilo. Ele me abraçou com carinho. Nadei para um lado e voltei ao mesmo lugar. De volta à areia, sentei-me na canga e minha mulher entrou na água. No celular, procurei o disco do Jack Johnson e deixei tocando. Nada mais apropriado para o momento. Uma sensação de liberdade muito grande invadiu meu corpo.

Começamos a conversar sobre Deus, sobre a vida e sobre a morte. Lembrei de minha mãe, que ainda estava internada. Lamentei os poucos momentos que estive ao lado dela, questionei a razão das direções que nossas vidas tomam sem que tenhamos controle das mesmas. Senti-me como me senti na água, que permite ter um controle parcial da vida, mas não total.

Passou de meia noite. Eu intercalava momentos dentro e fora d’água com conversas deliciosas. O prazer era indescritível. Sentia-me num sonho. Voltamos ao nosso apartamento, tomamos banho, comemos alguma coisa, possivelmente pizza (sagrada nos sábados, mesmo que da Sadia, pois pizza no Rio de Janeiro é um lixo), assistimos um pouco de UFC (adoro luta) e fomos dormir.

Tocou o telefone. Olhei no relógio e era 05h30min da manhã. Boa coisa não era, com certeza. Recebi a notícia da morte de minha mãe. Sonolento, fiquei sem reação. A poucos momentos atrás estava mergulhando feliz. Agora estava mergulhado em um sonho ruim. Não discernia a ficção da realidade. A sensação de pesadelo, daqueles que você tenta acordar e não consegue substituiu o prazer anterior.

Desde então, fatos insólitos invadem meu ser. Dor e perda, intercalados com momentos de torpor fazem com que ache que ainda não acordei daquela noite. Dentro de mim toca a música do Mutantes: "Ando meio desligado, eu nem sinto meus pés no chão, olho e não vejo nada..." Dizem que esta sensação não passa nunca, apenas muda de formato e intensidade.

Quero acordar, mas tudo continua disforme e insólito, como nos quadros de Dali...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estou revoltado!

Revolto-me com certas pessoas que usam o fato de você ser cristão para tirar vantagem de você. Não gosto de sentir esta raiva dentro de mim. “Mas se você é cristão, como pode estar sentindo raiva?” dirão alguns. É que dentro de mim existe o homem espiritual, mas também o homem natural. E nenhum dos dois é hipócrita. Sou fraco, falho e me canso muitas vezes. Preciso dar andamento a muitas coisas, e dependo de outros para as colocar em prática.

Fico impotente e vejo que aqueles que deveriam fazer sua parte agem como que zombando de minha impotência. Tenho vontade de levantar e colocar o dedo na cara de certas pessoas, que posam de bons moços mas são verdadeiras víboras.

Agem como aquele escorpião que pediu para o sapo ajudá-lo a atravessar o rio. O sapo, mesmo conhecendo seu inimigo escorpião, foi convencido de que o escorpião não seria estúpido o suficiente para picá-lo durante a travessia. Deixou o fulano subir em suas costas e, no meio do rio, o escorpião não aguentou e o picou. Antes da morte do sapo, este virou-se para o escorpião e perguntou: "Por que fizeste isso? Eu morrerei, mas tu também morrerás!" No que o escorpião respondeu: "Não posso fazer nada, esta é a minha natureza..."

Não se controlam, picam mesmo. Ferroam você por trás. Estão no mesmo barco, mas te invejam tanto que não temem se prejudicar, desde que com isso te arrastem para baixo. Isso é demoníaco, só pode ser. O maldito, sabendo que pouco tempo lhe resta e não tem opção de mudar sua situação, agem como se descobrisse que tem um vírus incurável e procura contaminar o máximo de pessoas possíveis ao seu redor. Não ganham nada com isso, apenas são instrumentos de Satanás, espalhando destruição ao seu redor.

Falei de natureza. Falei de ser humano, em todos os sentidos. E por falar em natureza, eu não gozo da mesma natureza do escorpião. Suporto as ferroadas, me resigno. Sei que na hora que reagir será ponto final. Por isso me seguro. Não gosto de jogar merda no ventilador, mas estou com muita vontade de fazê-lo. Clamo a Deus por justiça. Peço a Deus misericórdia, fico dividido. O que posso fazer? Fingir? Não, não é isso. Não se assustem comigo, isso é apenas um desabafo. Se não escrever sou capaz de desenterrar o velho homem só por alguns minutos para colocá-lo em ação.

Este mundo jaz no maligno, e alguns momentos me canso de estar aqui. Lembrei-me do desabafo de Jonas 4:9:

Mas Deus disse a Jonas: "Você tem alguma razão para estar tão furioso por causa da planta?" Respondeu ele: "Sim, tenho! E estou furioso ao ponto de querer morrer!".




Maranata Jesus!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Apelaste para César, para César irás...

Desde que comecei com meu blog pensei milhares de vezes se deveria postar este texto. Hoje resolvi escrever...

Em meados de 2000 eu trabalhava na PostNet, uma franquia de serviços americanas. Comecei como atendente, fui promovido a sub-gerente e com alguns meses gerenciei duas lojas. O próximo passo em minha carreira na empresa foi passar a dar treinamento a novos franqueados e funcionários.

Nesta fase, tínhamos dois franqueados no Rio de Janeiro. Um no Botafogo e outro na Barra da Tijuca. Meu diretor um dia me chamou em sua sala e disse que eu iria para o Rio de Janeiro e ficaria 5 dias entre as duas lojas. Naquela época meu casamento estava em crise, e tudo o que eu não queria era me ausentar por este período.

Nesta época já era membro da Betesda, e durante um culto a palavra pregada foi sobre o seguinte texto:

“Se, pois, sou malfeitor e tenho cometido alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas se nada há daquilo de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César. Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César; para César irás.”
Atos 25:11-12

Não lembro da mensagem, mas em outra igreja que tinha ido visitar o texto de Atos 25 se repetiu. Abri uma Bíblia e lá estava de novo Atos 25. “Apelaste para César, para César irás”... Não sei quantas vezes antes de minha viagem esta passagem me acompanhou, mas ela ficava dentro de mim, não saía de minha mente.

Chegando o dia da viagem me despedi de minha ex-mulher com um aperto no coração. Cheguei no Rio de Janeiro pela manhã, fui ao hotel na Praia do Flamengo, tomei um banho, troquei de roupa e fui à loja do franqueado do Botafogo. Fiz o que tinha que fazer durante o dia e, ao final da tarde, voltei ao hotel. Coloquei uma bermuda e uma camiseta, chinelos e uma pochete com minha carteira, uma máquina fotográfica, uma caneta e um bloco de anotações.

Fui à praia, comprei uma cerveja em lata e comecei a fazer o relatório do que havia feito na loja. Sentado na areia, tomando minha cerveja e escrevendo, minha mente começou a divagar. Parei de escrever, olhei para o Pão de Açúcar, o mar (poluído) da Baia do Guanabara, as árvores atrás de mim. Sentia a areia nos pés. Tinha sido meu primeiro dia no Rio, e vi o quanto esta cidade era linda. De repente senti a presença de Deus. Era muito forte, diferente de todas as outras vezes que estive na presença de Deus.

Senti-me envolvido por Ele. Veio à minha mente os problemas conjugais que estava passando, mas Deus me falou que estava no controle. Relaxei um pouco (estava dividido) e fui impulsionado por Deus a começar a andar. A medida que andava pela areia eu ia chorando cada vez mais. O misto de peso da mão de Deus sobre mim e o gozo que estava sentindo estava ‘insuportável’.

Olhei à minha direita e vi uma espécie de península artificial que divide ficticiamente a Praia do Flamengo da Praia do Botafogo. Fui arrastado para lá. No caminho, passava por pessoas e profetizava, orava. Estava transbordando da presença do Espírito Santo.

Quando cheguei à península, vi que tinha muitos carros estacionados nela. Vi mais a frente uma churrascaria chamada “Porcão”, que existe até hoje. À medida que me aproximei dos carros, pude ver que todos eles tinham bandeiras e adesivos de propaganda política. Quando vi o nome do candidato eu gelei: CÉSAR MAIA. Naquele milésimo de segundo caiu a ficha: Deus queria que eu falasse com ele. Dirigi-me até a porta da churrascaria e tinha muitos seguranças. Parei e lembrei que estava de bermuda, chinelo e camiseta. Era uma situação surreal...

Retrocedi, sentei-me perto de umas pedras que davam para o mar e comecei a negociar com Deus. Disse à Ele que durante o caminho já tinha pregado para um monte de gente, e que aquilo deveria ser o suficiente. Deus ‘sorriu’ para mim e disse que nada feito: O negócio era com o César Maia. Levantei-me e fui até a porta da churrascaria. Se era Deus que tava no negócio eu conseguiria entrar. Aproximei-me de um segurança e disse que gostaria de entrar. Ele respondeu para mim que não poderia entrar, pois o comício havia acabado e os participantes estavam apenas cumprimentando o candidato.

Respondi ao segurança: “Amigo, Deus mandou eu entrar e falar com o César Maia”. O segurança arregalou os olhos, perdeu a fala. Em seguida começou a chorar. Eu fiquei sem saber o que fazer (era uma tarde de fortes emoções...). Quando ele se recompôs, disse que era cristão e estava longe dos caminhos do Senhor. Orei por ele e ele me disse: “Meu irmão, quem sou eu para barrar o teu acesso. Se Deus mandou você entrar e falar com o homem vai. Espere só um pouco para que os outros seguranças não vejam que eu estou liberando seu acesso”.

Quando ficou tudo tranqüilo ele me deu sinal verde e eu entrei. Havia uma fila de pessoas cumprimentando o César Maia. Entrei na fila sem a mínima idéia do que ia falar pra ele. Mas não tardou para chegar minha vez. Quando segurei a mão de César Maia comecei a falar feito um tagarela. Era Deus. Era uma palavra profética a ser entregue. Foi algo mais ou menos assim:

“César Maia, Deus manda eu te falar que o senhor vencerá esta eleição. Ele ama esta cidade e ela precisa ser tratada com seriedade, carinho e respeito. Ele está te entregando a chave da cidade hoje, mas saiba que o senhor deverá governá-la com temor no coração. O senhor responderá pelo que for feito de bom e de ruim nesta cidade”.

Todo mundo parou, parecia cena de Matrix. Ele ficou segurando minha mão sem balbuciar nenhuma palavra. Quando acabei de falar ele recuperou o fôlego e disse : “Amém”.

Virei as costas e fui embora. Uma sensação de ressaca tomou meu corpo. Voltei ao hotel e fui dormir. No dia seguinte me dirigi à loja do franqueado da Barra da Tijuca. Comentei o ocorrido com ele e ele deu risada. Disse-me que só se fosse milagre mesmo, pois o principal concorrente de César Maia – Luis Paulo Conde – estava muitos pontos à frente dele, faltando uma semana para as eleições.

Voltei pra São Paulo depois de alguns dias, e acompanhei pelo noticiário que César Maia havia virado as intenções de voto em tempo recorde. Acabou sendo eleito prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Era mesmo Deus...

O franqueado da Barra da Tijuca me ligou e disse: “Pô João, ‘seu santo’ é forte! Não é que o safado ganhou a eleição?”

Dei risada. Realmente ‘meu Santo’ é forte. Entreguei a palavra para o César. Mesmo tendo sido reeleito em 2004, dizem que seu mandato foi um lixo. Mas ele sabia o que tinha que fazer... Ele que se acerte com Deus...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Continuem seguindo os falsos profetas


"Então eu disse: Ouçam, vocês que são chefes de Jacó, governantes da nação de Israel. Vocês deveriam conhecer a justiça! Mas odeiam o bem e amam o mal; arrancam a pele do meu povo e a carne dos seus ossos. Aqueles que comem a carne do meu povo, arrancam a sua pele, despedaçam os seus ossos e os cortam como se fossem carne para a panela, um dia clamarão ao Senhor, mas ele não lhes responderá. Naquele tempo ele esconderá deles o rosto por causa do mal que eles têm feito. Assim diz o Senhor: "Aos profetas que fazem o meu povo desviar-se, e que, quando lhes dão o que mastigar, proclamam paz, mas proclamam guerra santa contra quem não lhes enche a boca: Por tudo isso a noite virá sobre vocês, noite sem visões; haverá trevas, sem adivinhações. O sol se porá e o dia se escurecerá para os profetas. Os videntes envergonhados, e os adivinhos constrangidos, todos cobrirão o rosto porque não haverá resposta da parte de Deus". Mas, quanto a mim, graças ao poder do Espírito do Senhor, estou cheio de força e de justiça, para declarar a Jacó a sua transgressão, e a Israel o seu pecado. Ouçam isto, vocês que são chefes da descendência de Jacó, governantes da nação de Israel, que detestam a justiça e pervertem tudo o que é justo; que constroem Sião com derramamento de sangue, e Jerusalém com impiedade. Seus líderes julgam sob suborno, seus sacerdotes ensinam visando lucro, e seus profetas adivinham em troca de prata. E ainda se apóiam no Senhor, dizendo: "O Senhor está no meio de nós. Nenhuma desgraça nos acontecerá". Por isso, por causa de vocês, Sião será arada como um campo, Jerusalém se tornará um monte de entulho, e a colina do templo, um matagal". Miquéias 3

Surpreendo-me a cada nova leitura da Palavra. Como ela é atual. Como ela é viva a pulsante.

Este texto do profeta Miquéias descreve perfeitamente o que temos visto na igreja nos dias de hoje. Líderes profetizando bênçãos mediante lucro. Pastores esfolando o povo, repartindo a carne, despedaçando os ossos como se estivessem preparando um banquete para si próprios.

Destes líderes, quantos começaram seus ministérios sinceramente na presença de Deus, e foram seduzidos pelo poder que creram ser deles próprios? Começaram a andar por conta própria, usando o Santo Nome em vão para barganhar com suas ovelhas?

Mas Deus se calará, eles não mais ouvirão a voz do Espírito Santo. Abrirão a boca, mas todos verão que se tratam de palavras vazias, palavras de homens que não conseguirão mais esconder suas verdadeiras intenções.

Quantos ainda crêem nestes líderes? Por que razão estas ovelhas não percebem que estão sendo levadas ao matadouro? Creio que a resposta é simples: Também buscam seus próprios interesses, como fizeram com os deuses pagãos, nas mais variadas religiões. Funcionou na feitiçaria mas houveram ‘efeitos colaterais’, partiram para a adivinhação mas a fonte secou, correram de doutrina em doutrina até descobrirem que existiam outros tipos de sacerdotes, usando Bíblias, gravatas importadas, ternos de grife, andando de Mercedes e proclamando o nome de Deus.

Resolveram experimentar e aparentemente também funcionava. Despojaram-se de seus ídolos, mas passaram a adorar ao abominável deus Mamon, disfarçado de piedade. A própria Palavra nos adverte dizendo que Satanás é capaz de se transformar em anjo de luz, para enganar todos aqueles eu estão em busca de seus próprios interesses.

Esta deve ser a razão. Cegos guiando outros cegos, a caminho do despenhadeiro.

Que haja um derramar do Espírito Santo. Que venham mais escândalos. Que se cumpram as Escrituras. Enquanto isso, estas vidas estão sendo ceifadas. Sião está sendo arada como campo, a Santa Cidade está sendo derrubada e em breve se tornará um matagal intransitável.

Voltem à sã doutrina. Voltem a adorar o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Parem de servir ao Deus Santo pelo o que Ele pode fazer, e sim por quem Ele É. PONTO.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Super-Mãe se foi...


Não há muito o que dizer...

Depois de quase cinco meses de luta e sofrimento, enfim minha mãe partiu.

Neste momento, ela descansa ao lado do Pai. Fiz de tudo para chegar a tempo, mas perdi seu enterro.

Não me despedi, mas quero que a senhora saiba o quanto te amo, e o quanto aprendi nestes longos meses o quanto devemos lutar pela vida.

Aprendi também a valorizar cada momento. Lamento ter ficado tão pouco tempo ao seu lado, e isso me dói.

O pai está bem, a Leia e a Carol também. Vou cuidar de todos, como a senhora fazia...

Te amo, nos encontraremos na eternidade, onde não haverá mais morte, nem pranto nem dor, pois as primeiras coisas terão passado.

Hoje a senhora não sofre mais, e isso me conforta...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Não perca seu tempo lendo este texto


Ai que moleza... lá fora está 40 graus e estou em meu momento de ‘depressão pós almoço’ (DPA). Não estou a fim de fazer nada. Não estou a fim de ir pra praia, pois a areia deve estar muito quente. Também não estou a fim de ficar aqui no escritório, apesar do ar condicionado estar no talo. Queria estar debaixo do chuveiro, de morno para frio, sentado no chão e deixando a água cair em mim.

Ou então dentro de uma piscina. Queria ser um peixe. Não, isso parece música do Fagner. Nada contra o Fagner, mas ‘queria ser um peixe’ é muito gay. Ou não. O problema seria querer ser uma ‘peixa’.

Sei lá, esta combinação de DPA com o calor está me deixando mole. E meu almoço foi super leve, não comi nada demais. Aliás, tenho comido apenas comida de passarinho ultimamente. Farelo de trigo, linhaça, levedo de cerveja, açúcar mascavo, aveia, saladas, carnes grelhadas. Não era para eu estar tão mole.

Deve ser por que é sexta-feira, 44 minutos do segundo tempo. Daqui a pouco vou ter que pegar um ônibus para o Recreio dos Bandeirantes, e pegar ônibus no Rio de Janeiro exige muito esforço. Os motoristas não respeitam NADA, nem NINGUÉM. Você dá sinal quase se jogando na frente do ônibus, e o bendito motorista para a uns 200 metros de onde você deu sinal, isso quando param.

O que poderia me fazer feliz agora? Talvez um pote de sorvete e uma colher. Sentar no chão e tomar o pote inteiro. Dois litros. Ou uma melancia cortada ao meio. Iria realizar um sonho de infância: enfiar a cara dentro da melancia. Deve ser uma delícia. Bem geladinha, ficar todo lambuzado. Dormir com a cara dentro da melancia. Será que melancia faz bem pra pele?

Gente, estou com muito sono. E quando eu estou com sono eu falo muita abobrinha. Comecei a escrever vários assuntos sérios, mas só estou conseguindo falar palavras sem sentido. Maldita preguiça. São 15:12hs. Faltam 6.480 segundos para eu meter o pé. Meter o pé no Rio de Janeiro significa ir embora, dar linha, vazar. Continua 40 graus lá fora. Estou cozido.

O que faço? Publico este texto? E o que você está fazendo lendo este texto? Não tenho absolutamente nada a dizer, apenas quero escrever.... ô vício!!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ai dos pastores de Israel que só cuidam de si mesmos!



"Veio a mim esta palavra do Senhor: "Filho do homem, profetize contra os pastores de Israel; profetize e diga-lhes: Assim diz o Soberano, o Senhor: Ai dos pastores de Israel que só cuidam de si mesmos! Acaso os pastores não deveriam cuidar do rebanho? Vocês comem a coalhada, vestem-se de lã e abatem os melhores animais, mas não tomam conta do rebanho. Vocês não fortaleceram a fraca nem curaram a doente nem enfaixaram a ferida. Vocês não trouxeram de volta as desviadas nem procuraram as perdidas. Vocês têm dominado sobre elas com dureza e brutalidade. Por isso elas estão dispersas, porque não há pastor algum e, quando foram dispersas, elas se tornaram comida de todos os animais selvagens. As minhas ovelhas vaguearam por todos os montes e por todas as altas colinas. Foram dispersas por toda a terra, e ninguém se preocupou com elas nem as procurou."
- Ezequiel 34:1-6

Uma garota que conheci muitos anos atrás servia a Deus numa denominação muito conhecida por sua doutrina severa, onde as mulheres são obrigadas a usar véu e sentam de um lado da igreja enquanto os homens sentam do outro lado. Por influência da família ela servia a Deus lá, feliz com Deus e infeliz com seus dilemas pessoais.

Ela não conseguia acompanhar tudo o que lhe era imposto, mas ao abrir seu coração para seus líderes era induzida a se resignar e obedecer. O peso da doutrina a esmagava. Sua mente estava confusa, mas não ousava questionar a fé da família. Seus instintos naturais acabaram fazendo com que ela tivesse relação sexual com seu namorado e engravidou.

Como a barriga começou a crescer, seu caso se tornou público. Ela foi chamada ao púlpito e exposta publicamente ao ridículo. Foi duramente criticada perante toda a ‘congregação’ e excluída da igreja. Ninguém a apoiou, ninguém a tratou com misericórdia. Banida da igreja, grávida de seu namorado e sem saber o que fazer da vida, um dia ela me contou seu caso.

Falei do amor que Deus tem por todos nós, pecadores, e da misericórdia do Senhor. Convidei-a a ir à minha igreja e ela reagiu imediatamente, dizendo que somente a igreja da família dela era a verdadeira igreja, e que se não pudesse ser aceita sob a condição que ela se encontrava, não voltaria a congregar em nenhuma outra denominação, pois se tratavam de seitas.

Insisti, chorei, mas nada a fez aceitar o amor e a misericórdia de Deus. Ela tinha sido ‘catequizada’ de tal forma que nada fora da mesma igreja que a havia excluído prestava. Fiquei com ódio das pessoas que fizeram isso com ela. Ódio do sistema legalista imposto sobre ela e sobre a vida de milhares de irmãos e irmãs simples e que não tem coragem de questionar os dogmas, usos e costumes humanos.

Vários anos se passaram. Até onde sei, ela está ‘desviada’ e possivelmente vai morrer assim, pelo fato de seus líderes terem feito esta lavagem cerebral em sua vida.

Deixando de lado a questão do legalismo, existe outro tipo de doutrina tão ou mais diabólica do que esta: A doutrina das igrejas neopentecostais, que condicionam a ‘benção’ aos dízimos e às ofertas. Pessoas muito próximas a mim, que viviam de campanha em campanha, venderam bens, deram ofertas astronômicas, tudo conforme o ‘catecismo’ de suas igrejas, e não viram a prosperidade chegar, não viram a cura acontecer e se desviaram da fé.

Ao confrontá-las em amor e tentar trazê-las para a verdadeira fé, ouvi de suas bocas o discurso podre dos pastores que as colocaram dentro de um sofisma maldito, aquele que diz que "se você crê, o milagre vai acontecer, se o milagre não aconteceu você não creu o suficiente e se você não crê o suficiente o que você está fazendo na igreja?”

Isso chega ser pior que o legalismo! Não consegui abrir os olhos destas pessoas amadas. Não consegui fazer com que entendessem que devemos servir a Deus por quem Ele é, e não pelo o que ele pode fazer por nós. Meu discurso simplesmente não fez sentido, por mais que transbordasse o amor de Deus em minhas palavras. Falo isso com convicção, pois a forte mão de Deus estava sobre mim enquanto argumentava.

Continuo na fé, pois meu verdadeiro PASTOR não me tosqueou, não me abandonou, não me vendeu. Ele deu a vida por mim. Conheço sua voz, sempre a ouço e o sigo. Não penso duas vezes em me afastar ao perceber que os líderes de onde congrego estão se afastando das boas novas do Evangelho. Sou levado pelo Espírito, que sopra onde quer.

Quanto aos lobos em pele de cordeiro que vociferam dos púlpitos, restam os versículos abaixo:

"Por isso, pastores, ouçam a palavra do Senhor: Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor: Visto que o meu rebanho ficou sem pastor, foi saqueado e se tornou comida de todos os animais selvagens, e uma vez que os meus pastores não se preocuparam com o meu rebanho, mas cuidaram de si mesmos em vez de cuidarem do rebanho, ouçam a palavra do Senhor, ó pastores: Assim diz o Soberano, o Senhor: Estou contra os pastores e os considerarei responsáveis pelo meu rebanho. Eu lhes tirarei a função de apascentá-lo para que os pastores não mais se alimentem a si mesmos. Livrarei o meu rebanho da boca deles, e as ovelhas não lhes servirão mais de comida. "Porque assim diz o Soberano, o Senhor: Eu mesmo buscarei as minhas ovelhas e delas cuidarei.” Ezequiel 34:7-11

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Castelos de areia...


Sempre irrequieto, na busca constante por significado existencial, assim é meu espírito. Clamo por momentos sem questionamentos e dúvidas, mas caminho por desertos de serpentes abrasadoras, sol escaldante e noites geladas.

Meu espírito vagueia em busca de locais de descanso, mas este oásis está sempre além da próxima duna de areia, que insiste em se desfazer, deixando-me desorientado e confuso. Não busco mais o paraíso humano divulgado pela mídia. Abdico de meus sonhos faraônicos. Não vou agir como os príncipes megalomaníacos de Dubai, que investem fortunas incalculáveis para construir suas ilhas artificiais nos mares, enquanto multidões mendigam um prato de comida.

Uma onda basta para colocar tudo por terra. Um sopro basta para acabar com toda a arrogância. E algo me diz que isso irá acontecer. Não tentarei mais construir um palácio. Não ambicionarei um trono. Não sonharei com o impossível. Contentar-me-ei com o que tenho. Quero mais do Reino de Deus e sua Justiça. Esta é minha sede. Isso é a minha busca.

Este mundo não mais me satisfaz, sua riqueza não mais me seduz, seu apelo não mais me emociona. Vejo que não faz sentido gastar minhas energias atrás daquilo que é corruptível. Preciso de muito pouco para ser feliz. Leio e releio as Escrituras e vejo que realmente este mundo é de aflições. Entendo que este vazio não é gerado pela ausência de Deus, e sim o fato de estar cheio dEle, o que me faz sentir um estranho no ninho.

Não ambiciono perpetuar meu nome nos anais da história humana. Para mim basta saber que meu nome está escrito no Livro da Vida. Estou no mundo, mas não sou do mundo. Em concordância com a oração sacerdotal de Jesus, peço a Deus que não me tire do mundo, mas que me livre do mal.