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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aprendendo com um Pitbull (?)


Senta que lá vem viagem, das bravas!

Ontem à noite minha mulher ligou para uma querida amiga em São Paulo e conversaram bastante sobre Deus enquanto eu estava preparando o jantar. Vi da cozinha que elas estavam conversando e pedi para falar com ela, movido pela saudade e também pelo Espírito Santo. Peguei o telefone e comecei a falar com ela sobre o que Deus estava me mostrando.

Falei para ela ficar em paz. Disse que aquele vazio que ela vinha sentindo não era nada de anormal pois, sendo cristã, ela sofria da ‘saudade da cidade celestial’. Estávamos no mundo, mas não éramos do mundo. Algo como se tentássemos usar uma roupa que não mais nos servia. Esta era a razão daquele sentimento de vazio em seu coração. Tínhamos uma missão a cumprir, e somente 'naquele dia', todo vazio cessaria. Ela chorava muito e glorificava a Deus. Foi da hora! Adoro quando Deus faz isso!

Ainda cheio da presença de Deus, falei para minha mulher para irmos dar uma volta e conversarmos mais de Deus. Para mim isso funciona, mas não sei se faz sentido nem muito menos tenho certeza se conseguirei explicar como funciona. Quando você quer ouvir mais de Deus ou continuar ouvindo (como foi o caso), muitas vezes é necessário você sair de seu ‘habitat natural’ como sua casa, sua mesa do escritório ou sei lá o quê e dar uma volta, sentar numa praça, olhar a natureza ou outra coisa que fuja de sua rotina. Como estamos inseridos em nossas atividades cotidianas ficamos meio ‘blindados’ para ouvir a voz de Deus. Saindo da rotina com uma atitude simples como esta despertamos áreas que normalmente estão ‘adormecidas’, aumentando assim nossa percepção do sagrado.

Voltando ao causo: Fomos até a portaria do prédio mas estava chovendo muito. Decidimos ficar ali conversando e vendo a bendita chuva cair. Nisso um vizinho nosso saiu para levar seu cachorrinho para fazer o xixi noturno. O ‘au au’ dele é só um pitbull. Mas nós não tínhamos muita ‘intimidade’ com o bicho, talvez pelo preconceito, talvez pelo instinto de preservação.

Nosso vizinho nos tranqüilizou, falando que o bichinho era do bem. Como sou meio inconseqüente acreditei nele e passei a mão em sua cabeça. O 'pequeno cãozinho' ficou super feliz e pulou em mim. Minha mulher decidiu brincar com ele também. O bicho é muito pesado (32 kg!), forte e sem noção de seu peso nem de sua força. Vários arranhões e lambidas depois entramos para jantar..

Brincar com aquele pitbull me fez pensar em algumas coisas (na verdade ainda estou pensando):

1) Esta raça ficou estigmatizada pela violência, mas na verdade é o caráter do dono que o molda de um bobão a um assassino
2) O pobre cão não interfere no processo, sendo levado inocentemente na direção daquele a quem ele confia
3) Ele não tem noção de seu tamanho nem de sua força. (Como disse acima, mesmo sendo carinhoso à sua maneira, o pitbull me deixou todo arranhado...)

Mais uma vez digo que não sei se conseguirei passar a mensagem. O que conclui destes pontos levantados foi que nós muitas vezes temos uma essência inerente. Conhecemos e prosseguimos em conhecer o Senhor, crescendo em Sua presença, desenvolvendo nossos músculos espirituais e nos tornamos o que somos somente por estarmos trilhando o ‘Caminho’.

Como ‘pitbulls em Cristo’ (tenho certeza que não querer me entender, no mínimo... rsrs), nossa abordagem perante os fatos da vida é totalmente diferente da de um ‘poodle na fé’. Temos peso, somos fortes e muitas vezes não queremos machucar. Agimos com amor e carinho, mas temos a ‘mão pesada’. Não tem jeito. O que tem dentro da gente tem conteúdo, é maior do que nós. Não temos mais espaço para ficar no colinho de alguém sendo mimados. Queremos dar e receber amor e o fazemos, mas a sensação de vazio que me referi acima com relação à nossa amiga de São Paulo é inevitável.

Somos peregrinos e forasteiros, verdadeiros “Shreks”, ogros do pântano invadindo o vilarejo (nossa, viajei!!!), que assustam muitas pessoas pela nossa ‘aparência espiritual’, nossa densidade. Temos a mão pesada como o apóstolo Paulo, que sentava a ripa quando escrevia. E assim é nossa vida, nosso ministério.

Se eu conseguir reformular meus pensamentos sobre isso volto a escrever, pois ainda estou em processo de digestão desta forte impressão que tive ontem.

Deu pra entender?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Você tem coragem de dizer NÃO?


“Seja o seu 'sim', 'sim', e o seu 'não', 'não'; o que passar disso vem do Maligno”. – Mateus 5:37

Vivemos em sociedade e temos que nos relacionar com todo tipo de gente. Diariamente temos contato com Deus, nossos cônjuges, filhos, clientes, colegas de trabalho, vizinhos, parentes, amigos, irmãos da igreja e por ai vai.

O simples fato de sermos seres relacionáveis faz com que em determinados momentos tenhamos que assumir posições perante aqueles com quem nos relacionamos (nem todas agradáveis...).

Constantemente somos colocados sob pressão, fazendo com que tenhamos que decidir em frações de segundo se vamos tomar posições ou fazer concessões, algumas (muitas?) delas contra nossa vontade. No trabalho temos que nos submeter à autoridade de nossos chefes, perante os clientes temos que procurar agradá-los de forma que não fujam para os concorrentes, com os prestadores de serviços temos que exigir a melhor qualidade possível pelo preço mais justo, na família cedemos ou endurecemos para que o correto seja feito.

Alguns agem inconsequentemente, principalmente aqueles que não conhecem a Verdade. Agem movidos pela ganância e por interesses pessoais. Fazem alianças, conchavos, negociatas, sem se importar com as conseqüências, que mais cedo ou mais tarde virão. Nós cristãos teoricamente temos uma base sólida, que nos norteia para a justiça e a verdade.

Por outro lado, sendo conhecidos como cristãos muitas vezes somos considerados massa de manobra. Acreditam que não temos boca para nada. Mansinhos como cordeiros, “os outros” (me lembrei de Lost...) acreditam que nunca iremos falar não ao que nos pedem. João 6:21-26 relata um fato muito interessante sobre o que quero falar:

“Então resolveram recebê-lo no barco, e logo chegaram à praia para a qual se dirigiam. No dia seguinte, a multidão que tinha ficado no outro lado do mar percebeu que apenas um barco estivera ali, e que Jesus não havia entrado nele com os seus discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. Então alguns barcos de Tiberíades aproximaram-se do lugar onde o povo tinha comido o pão após o Senhor ter dado graças. Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui?" Jesus respondeu: "A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos”.

Jesus, todo bonzinho, cheio de amor pra dar, na verdade não tinha nada de bobo. Não fazia tudo o que pediam a ele e reconhecia quando estava sendo usado. E tinha a cara de falar isso na lata. Depois da multiplicação dos pães, as multidões ficaram de bucho cheio e começaram a seguir Jesus onde quer que Ele fosse. Podiam até não se interessar por sua mensagem, mas no final do ‘culto’ teria um lanchinho. Por que não segui-lo? Mas o Mestre tava ligado nas reais intenções do povo.

Outra prova disso pode-se ver em Mateus 16:1-4 que diz: “Os fariseus e os saduceus aproximaram-se de Jesus e o puseram à prova, pedindo-lhe que lhes mostrasse um sinal do céu. Ele respondeu: ‘Quando a tarde vem, vocês dizem: 'Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho', e de manhã: 'Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado'. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos! Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas’. Então Jesus os deixou e retirou-se”.

Você teria a coragem e a firmeza de caráter de dizer NÃO a alguém, mesmo que você estivesse ‘evangelizando’ este 'alguém' mas notasse que esta pessoa está começando a te manipular, como um brinquedinho novo, interessante? Passei por isso dias atrás e delimitei os espaços para que ficasse bem claro que EU estaria na igreja sempre nos mesmos dias a que acostumei levar um pessoalzinho muito bacana mas muito manipulador.

No intuito de ganhá-los para Jesus, aceitamos alterar nossa rotina e sempre que saíssemos da igreja iríamos fazer alguma coisa juntos depois, como ir à praia e ficar o dia inteiro lá, nos encontrarmos a noite para jogar dominó e comer, coisas assim, aparentemente inofensivas. SÓ QUE, na hora que comecei a notar que estávamos sendo sugados, ergui alguns muros e cavei alguns poços ao redor de nós, para preservarmos a célula principal que era minha família.

Fiz isso pois muitos deles estão totalmente desestruturados como pessoas e como famílias. Se apenas cedo na intenção de ganhá-los para Jesus e dando menos atenção ao que me é mais caro vou me tornar doente como eles e não poderei ajudá-los. Eles tem que olhar para minha vida e ver Jesus. Eles tem que olhar para meu relacionamento com minha mulher e ver-nos como exemplo de família feliz. Eles precisam VER a coisa certa e se questionar de onde vem a paz e a harmonia em nós, sentir uma ‘inveja santa’ de nós e querer seguir nossos passos. Não o contrário. O Cristianismo verdadeiro (nem falo Evangelho pois este termos está sendo sucateado) é feito de exemplos. Os discípulos foram chamados primeiramente de ‘cristãos’ por serem parecidos com Cristo. Só por isso.

Endureci conscientemente e não tive um pingo de dúvida ou arrependimento de tê-lo feito. Segui o conselho do pastor Ricardo Gondim, que uma vez falou que em primeiro lugar minha relação com Deus é sagrada. Eu e Deus, acima de tudo. Em segundo lugar minha mulher. Nós dois somos um, nós dois somos ‘uma família’. Ainda não temos filhos, mas eles estão na seqüência de importância. Após nossos filhos nosso trabalho. Depois do trabalho a Igreja. Fora disso, todos os outros. E realmente é assim que tem de ser.

Qualquer ‘coisa’ que tente desestabilizar este ‘ecosistema’ tem que ser devidamente colocada em seu lugar, pois senão a maionese desanda. Não aceito nada nem ninguém que queira se colocar fora de seu lugar. Para o bem dele e meu. Temos que entender que Jesus deu o exemplo e nos alertou sobre isso. Não podemos ser bobos. Temos que saber dizer não.

Concluo com as palavras de Jesus, que se encontram em Mateus 10:16:

“Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto, sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas”.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

É por isso que a GRAÇA é de graça!


COLOSSENSES 2:6-23 “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo. Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude. Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz. Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa. Trata-se de alguém que não está unido à Cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e unido por seus ligamentos e juntas, efetua o crescimento dado por Deus. Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: "Não manuseie!", "Não prove!", "Não toque!"? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne”.


Apenas para respeitar a cronologia de minha leitura bíblica (que também não atrasa nem adianta, mas caminha na direção do vento do Espírito) volto a um assunto que já escrevi sobre diversas vezes mas, a meu ver, de muita importância para uma caminhada sadia nos caminhos do Senhor: O legalismo x nossa liberdade em Cristo.

Não há muito que se comentar sobre o texto acima. Paulo é muito claro em dizer que recebemos nossa salvação pela fé em Jesus e devemos permanecer enraizados e edificados Nele.

Entretanto, muitos virão pregando doutrinas humanas, baseadas em usos e costumes, algumas delas as mais esdrúxulas possíveis, proibindo coisas que a Bíblia permite, simplesmente para poderem exercer domínio e poder sobre vidas que não tem um pleno conhecimento da Verdade e da simplicidade que é caminhar com Jesus.

São regras que aparentemente são muito piedosas, verdadeiros sofismas, dificílimos de serem discernidos, a não ser pela doce voz do Espírito Santo. Bato nesta tecla sem cessar: Somos ovelhas apascentadas pelo Bom Pastor e conhecemos Sua voz. Este Bom Pastor viveu entre nós e foi tentado em tudo. Hebreus 4:15 diz que “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer- se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.

Jesus sabe das coisas. Ele não ficou sentado em seu alto e sublime trono olhando para a raça humana e não se conformando com nossas fraquezas. Ele desceu da arquibancada celestial e entrou em campo. Jogou conosco, correu conosco, se cansou como nós nos cansamos. Com um pequeno detalhe: Ele venceu.

Sua vitória se deu na Cruz. Ao dar sua vida, a morte não tinha direito legal sobre Ele, pois está escrito em Romanos 6:23 que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor”. Jesus era um intruso no reino da morte. Um bicão na festa que reinava desde a queda do homem. Como está escrito em Romanos 5:12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram”.

Este “bendito” Jesus acabou com a festa. Não consigo imaginar que o Inimigo seja tão burro. Não acredito nas histórias que dizem que houve festa no Inferno quando Jesus morreu. Creio exatamente no oposto. Quando Jesus apareceu por lá (me perdoem se sôo como herege, apenas entendam o que quero dizer), o capeta se borrou todo. Aquilo não poderia acontecer! Como manter preso o Doador da Vida? Sem direito legal sobre o Justo, a morte se rendeu e entregou aquele indigesto novo integrante.

Aí é matemática pura: Todos devem e pagam com suas vidas. Um que não deve nada entrega sua vida. O ‘cobrador’ recebe o pagamento mas ‘descobre’ que Aquele que estava fazendo aquele pagamento não devia e devolve. Isso gera vida, pois Aquele que pagou algo que supostamente devia o fez de graça. Esta graça é a GRAÇA que nos é ofertada ao aceitarmos Jesus, seu sacrifício, sua ressurreição. Por isso que a graça é de graça. E por isso é difícil aceitar para alguns. Não temos que fazer nada. Já está feito.

Estes que não aceitam a graça de Graça criam seus manuais de normas e procedimentos inúteis, que apenas geram tropeço e confusão aos pequeninos de Jesus. Por isso eu digo: Não aceitem fardos inúteis. Não aceitem regrinhas mirabolantemente criadas por homens, mesmo que elas aparentem ser lógicas e piedosas. Elas não tem valor algum contra os desejos da carne.

Ufaa. Pensei que ia me perder no raciocínio (talvez até o tenha feito :( ), mas acho que consegui voltar...

Fiquem na paz. Como está escrito em Colossenses 3;15, “que a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos”.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O bom pastor quebra a perna de sua ovelha quando necessário...


Creio que muitos de vocês já ouviram falar como uma ovelha é “tosca”. Tosca não no sentido de poder ser tosquiada, mas sim no sentido de ser um bichinho que não morde, não tem chifre, não briga e – para piorar – é míope, tendo muita dificuldade em reconhecer os riscos à sua volta.

Eu como ovelha ‘morro de orgulho’ desta condição. Por conta própria eu creio que já teria virado comida de lobo mal ou, na melhor das hipóteses, já teria sido tosquiado por um pastor vendilhão (fato que já ocorreu em meu início de vida de 'mamífero ruminante bovídeo').

Por esta razão, sempre procurei escolher bem quem iria me pastorear. Tornei-me crítico em relação aos pastores que falavam um monte de asneiras em nome de Deus. E isso com o tempo se tornou ‘fácil’ de ser feito por duas razões:

1) Temos em mãos a Bíblia, que é a Palavra de Deus. Com ela em mãos e pedindo sabedoria a Deus para entender sua palavra, como somos instruídos em Tiago 1:5“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada”, dificilmente seremos levados ao matadouro.

2) Entretanto, para que possamos estar atentos aos tosquiadores e aos lobos, temos o mais importante de tudo, que é o Espírito Santo em nossas vidas e aquele ouvido que consegue detectar a Voz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que diz em João 10:3“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem".

Comecei a escrever isso não para falar da relação pastor x ovelha no lado financeiro ou doutrinário, mas sim pelo lado “pastor falando com ovelha x ovelha fingindo não ouvir”.

Aconteceu comigo sábado agora...

Fui à praia com minha mulher e estávamos jogando frescobol. “Um sol para cada um’ como diz meu pai. Tava quente demais! Depois de meia hora de jogo ela decidiu dar um mergulho. O mar estava agitado e a água estava gelada. Aff! Apesar das placas de “perigo, correnteza”, ela entrou e saiu rapidinho, pois na quebração é muito difícil ficar de pé. Tem que passar um pouco para frente.

Assim que ela estava em terra firme eu entrei. Depois de 2 minutos meu corpo acostumou com o gelo da água. Estava deliciosa, mas puxando muito, muita correnteza. Como ‘aprendi’ a lidar com as praias do Rio de Janeiro, não mais ficava com receio de ir até onde fui. Um onda aqui, outra acolá, mas puxando muito mesmo. Decidi voltar. Passei a buraqueira, passei a quebração e após estar com água abaixo do joelho baixei a guarda...

Veio uma onda safada ‘do nada’ e pá! Me acertou nas costas. Tentei firmar meus pés para não cair (a praia estava cheia e não estava muito a fim de pagar o mico...), mas o movimento que fiz deslocou meu joelho, que já era bichado de longa data, desde que o machuquei jogando basquete no Parque do Ibirapuera, há mais de 20 anos atrás.

Dei um grito de dor. Tentei dar um passo e não consegui, parecia que tinha um anzol enganchado no joelho. Naquela fração de segundo orei rápido com Deus e disse:

“Pai, acabou meu fim de semana! Não fiz nada errado! Entrei, fiquei um pouco na água e saí! Por que aconteceu isso”?

Silêncio. Mas o silêncio foi o suficiente para entender...

Negociei com Deus:

“Pai, eu não ia passar do limite dentro d’água”!

Silêncio novamente...

Era Deus falando comigo no silêncio. Entendi o que Ele fez: Me colocou um cabresto, pois estava muito afoito. Agiu como o pastor que tem a tarefa de manter as ovelhas em segurança, mesmo que seja necessário quebrar a perna de uma delas para que ela pare de fugir. A dor vai fazê-la sofrer mas a manterá limitada aos seus cuidados, não podendo se afastar a ponto dele não ter como salvá-la caso estivesse correndo risco.

E eu estava correndo riscos!

Placas e mais placas dizendo “perigo correnteza” e eu lá, todo saltitante e serelepe, me gabando de minhas habilidades aquáticas. Deus poupou minha vida. Muitos se afogaram neste carnaval no Rio de Janeiro.

Logo logo fico bom do joelho outra vez, mas – para variar – Deus falou comigo - digo... gritou comigo, sei lá! Me deu um 'pedala Robinho'!

Amém né, fazer o quê...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vó, como é ai em cima?


Este post é em resposta a uma pessoa maravilhosa, uma nova amiga e irmã em Cristo que passou pela dor da perda de uma pessoa muito amada na semana passada. Não me leve mal postar o comentário, saiba que em nossa dor podemos trazer conforto a muitas pessoas na mesma situação...

Oi querida...

Antes dizia que imaginava o que uma pessoa que sofreu a perda de alguém tão próximo sentia ATÉ o dia que perdi minha mãe... sabia porcaria nenhuma!

Hoje posso apenas te dar um abraço virtual e deixar você chorar em meu ombro virtual, até passar um pouco da dor. Não há palavras para dizer.

Agora o lado positivo: QUEM DISSE PARA A SENHORITA (?) QUE SUA AVÓ MORREU SEM SALVAÇÃO?

Pregou o Evangelho à ela em coma? Crê por acaso que a Palavra de Deus volta vazia?

Em "breve" você vai estar com sua vozinha amada na eternidade, ao lado do Pai! Mais uma vez pergunto: Crê? Eu creio, e é isso o que me confortou nos momentos de trevas e dor, nos momentos de orações não respondidas.

E sabe a razão de não obtermos algumas respostas? Porque Deus sempre sabe como fazer as coisas da melhor maneira possível, igual a enfermeira que te dá uma injeção que você só percebe que já entrou a agulha na hora que ela retira a mesma (já viu que sou cheio de exemplos idiotas né?).

Creia: Tua vozinha está com minha mãezinha ao lado do Pai!

P.S: Escrevi algo sobre a sua dor e dúvida quanto ao destino eterno de nossos amados e fui bombardeado por irmãos que abriram meus olhos. Leia o texto "Pai, fala pra mim" no tópico "super mãe". Veja os comentários e - acima de tudo - receba o conforto do Espírito Santo em teu coração, para que este mesmo conforto transborde de sua vida na vida de todos os seus amados, de todos os teus leitores, de todos os que tiverem contato com a pessoa maravilhosa que você é.

Mais uma vez.... um abraço virtual, com direito a chorar e babar no meu ombro.

Em Cristo, que nos une, nos conforta e sempre está ao nosso lado, mesmo que estejamos atravessando o vale das sombras da morte.

JC

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Que porcaria de crente é você?


Em minha vida e na vida de inúmeros irmãos em Cristo tenho visto certo paradoxo ligado aos nossos estilos de vida, aos nossos usos e costumes particulares em relação ao que vemos e ouvimos como sendo o padrão para ser considerado um verdadeiro cristão.

Vemos testemunhos ‘maravilhosos’ de pessoas que dormiram verdadeiros 'bandidos safados sem vergonhas' e acordaram santos prontos a serem canonizados. Irmãos que não assistem televisão, não torcem por nenhum time, não bebem, não fumam, não olham pro lado, não se iram, dão a outra face para tudo, numa santidade irritante, humanamente impossível de ser alcançada por um reles comedor de feijão.

Estas 'quartas pessoas da Trindade’ dentro de nossas igrejas nos fazem sentir que há algo errado em nossa caminhada com Cristo. Qual a razão de não alcançarmos este ‘nirvana’ cristão? Será que somos os piores dos pecadores e estamos na igreja fazendo parte do joio que cresce no meio do trigo? Você já teve este tipo de questionamento em seu coração?

Quantas vezes você se prostrou com rosto em terra pedindo a Deus que, em Nome de Jesus, você não sentisse mais vontade de assistir novela e se pegou de plantão em frente à telinha para ver o próximo capítulo? Para mim este é fácil, não assisto mesmo porque não gosto, mas imagine como é frustrante você professar sua fé e não conseguir alcançar os elevados patamares dos ‘santos’ que sentam ao seu lado na igreja!

Que fique bem claro: Não me refiro aqui a pecados morais como adultério, prostituição, roubo, homicídio ou outra coisa notoriamente errada, os considerados 'pecados morais'. Digo as pequenas coisas que você não consegue se privar apenas para se encaixar na moldura do que é considerado um 'ser evangélico', ou 'gospel way of life'.

Quem não vive isso em pelo menos uma área de sua vida? Quem não está vivendo isso exatamente agora, desde que se converteu, e não consegue ver nenhuma perspectiva de mudança em sua vida? Qual a razão deste abismo entre o que almejamos ser e o que somos realmente?

Falta de fé?
Carnalidade?
Fraqueza moral?
Falta de jejum e oração?

Não! Protesto! Não é isso!

Quantas vezes já orei, jejuei, fiz votos com toda a sinceridade de meu coração e simplesmente não consegui cumprir? Será que sou o único? Já meti a cara no pó, chorei e clamei a Deus para que ele ‘fizesse a obra’ mas, em resposta, apenas o silêncio divino. Será que Deus não está nem aí para mim ou Ele na verdade tem outra visão da situação?

É difícil admitir, mas também libertador. Pare para pensar comigo: Você crê em Jesus como seu Senhor e Salvador. Anda com Ele, reconhece Sua voz, sabe que é salvo, é batizado MAS (maldito masssssss) sente todas estas dúvidas em relação ao que você é versus o que você gostaria de ser. Não há algo aí que não encaixa? Será que o que você está pedindo para Deus realmente vai ser útil a Ele ou você o pede apenas para ser aceito por homens?

Será que se você parar hoje de beber não vai te transformar num religioso arrogante? Será que se você conseguir parar de fumar hoje não vai fazer com que você se torne um intolerante em relação aos ‘fracos’ e sem vontade própria? Será que se você conseguir viver de acordo com o ‘catecismo’ de sua igreja não vai fazer de você um legalista?

Abaixe suas armas. Jogue as pedras no chão. Pare e pense. Reconheça que Deus é soberano, viu e ouviu suas orações, reconheceu a sinceridade de suas intenções mas simplesmente não fez NADA pois, se o fizesse, você não seria mais útil em Sua soberana vontade!

É difícil de aceitar isso mas é muito bom. Queremos ser ‘perfeitos’. Não queremos ser mal vistos e mal entendidos. Precisamos ser aceitos pela irmandade. Não queremos viver nos escondendo dos irmãos na hora de tomar uma cervejinha. Morreremos de vergonha se o pastor nos encontrar na praia dentro daquele biquinizinho (falo isso pelas irmãs). Mas é isso o que Deus quer?

Como diz nosso brother Paulo em sua carta aos irmãos da Galácia, por que começamos tão bem no Espírito mas, depois de um certo tempo de caminhada, começamos a nos aperfeiçoar nas obras da carne? Pare mais uma vez para pensar! Lembre-se de quando você se converteu e mergulhe naquele primeiro amor maravilhoso, que simplesmente te aceitava como você era! É difícil crer que Deus te aceita como você é?

CLARO que mudanças haverão. Mas não no nosso tempo! A passagem das águas que brotam do trono de Deus em nossas vidas nos purificarão a cada dia, mas não de uma vez! Deus respeita nossas limitações. Ele não derruba a casa e constrói outra irreconhecível em seu lugar de uma hora para outra. Deus não seria digno de ser amado se assim agisse. Não havería opção de não amá-lo! Não teríamos que dia a dia nos negar, tomar nossas cruzes para seguí-lo. Seríamos coagidos. Um monte de gente no Céu, muito a contra-gosto, mas fazendo a única coisa que faria sentido para não sermos eliminados por Ele. MAS... GLÓRIA A DEUS que não é assim, e por isso eu sou loucamente apaixonado por Ele!

Ele faz um constante processo de reforma, que é incômodo, longo e irritante (mas necessário). Vemos algumas mudanças aqui, outras ali, mas todas lentas ao nosso entendimento limitado.

Lembra de quando Deus deu a terra prometida ao povo judeu mas disse que não iria eliminar todos os habitantes da terra de uma vez? Como está escrito em Êxodo 23:27-30: “Enviarei o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras entrares, e farei que todos os teus inimigos te voltem as costas. Também enviarei na tua frente vespas, que expulsarão de diante de ti os heveus, os cananeus e os heteus. NÃO OS EXPULSAREI NUM SÓ ANO, PARA QUE A TERRA NÃO SE TORNE EM DESERTO E AS FERAS DOS CAMPOS NÃO SE MULTIPLIQUEM CONTRA TI. POUCO A POUCO OS LANÇAREI DE DIANTE TE DE TI, ATÉ TE MULTIPLIQUES E POSSUAS A TERRA POR HERANÇA”.

Um processo progressivo, lento, até que nossa natureza humana suporte toda a grandeza da natureza divina em nós. Será que estou errado? Creio que não.

Termino com Paulo:

“E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte”. – 2Co 12:7-10

Todo mundo especula sobre o que era o espinho na carne de Paulo, mas uma coisa eu tenho certeza: CADA UM TEM O SEU. E há um agravante. Esta porcaria de ‘defeito de fábrica’ é um MENSAGEIRO DE SATANÁS. Qual a razão disso? SE o espinho fosse algo ‘de Deus’, seria fácil aceitar. Mas ele é algo totalmente contra o que consideramos justo, certo ou aceitável. Ele nos machuca por isso! E por que Deus não o tira, deixando-nos ser torturados dia e noite com a dor, a vergonha, a consciência?

"Simples meu filho...", responderá o Senhor:

“...a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tem hora que é melhor não fazer nada!


"O beduíno quando está caminhando pelo deserto e é surpreendido por uma tempestade de areia não tenta voltar correndo para sua tenda para se abrigar. Se fizer isso ele certamente se perderá, pois as dunas mudam de lugar constantemente, e morrerá. Para se proteger, ele para exatamente onde está, se cobre com sua capa e deixa a areia cair. Quando a tempestade termina, ele se levanta, sacode sua capa, se localiza pelo sol, lua ou estrelas e volta a caminhar até sua tenda, em segurança".


Quem costumava falar isso era o pastor Ricardo Bitun. O conheci ainda na época que ele era o segundo pastor da Igreja Betesda em São Paulo.

Lembrei-me deste causo depois de uma breve conversa com uma colega de andar aqui onde trabalho. Ela me perguntou se iria viajar no carnaval. Disse que não, não estava a fim de viajar. Em uma fração de segundo, tentei imaginar o que estaria a fim de fazer. Não estava a fim de ficar no Rio, não estava a fim de ir a algum lugar, não estava a fim de dormir, não estava a fim de ficar acordado, não estava a fim de trabalhar, nem de descansar, nem de ir pra academia, muito menos de... Caramba! Estranhamente descobri que não estava a fim de fazer NADA!

Você também fica assim? Momentos em que nada te satisfaz?

Creio que seja a insatisfação de Eclesiastes com a futilidade que a vida se transforma de tempos em tempos. Momentos que a melhor atitude a se tomar é não tomar nenhuma atitude.

Isso é estranho pra mim, pois creio ser hiper ativo. Mas quando sinto esta bola de ferro presa em meus pés nada me satisfaz. Até fazer nada enche o saco. É aquela sensação de estar de pé em ônibus lotado, parado no “trânsito infernal desta megalópole” (como diria o motoboy “Jackson Five”, personagem do Marco Luque do CQC) em dia de chuva, com as janelas fechadas. Resta o quê a ser feito? Agüentar o desconforto, a irritação e a impotência quieto, resignado.

Fazer como Davi fez quando viu Saul dando um barro na caverna em que ele estava escondido: Ficar quieto, agüentar o cheiro e não poder fazer nada! (quem comentou esta passagem dessa maneira foi o pastor Silmar Coelho, risos...)

Se tentar fazer alguma coisa num momento de extrema sensação de ‘cozimento’ como essa vai fazer caquinha. Se for obrigado a fazer algo possivelmente vai comer cru e quente.

(Nota: Aff, to cheio de exemplos idiotas para falar sobre isso, um verdadeiro ‘parabólico’. É que estou escrevendo do jeito que estou pensando e minha mente hoje está muito adubada...)

Continuando. Tentar agir num momento de incerteza e imobilidade me fez lembrar daquele filme, “Mar em Fúria”, quando os pescadores mandam arrumar o sistema de refrigeração do barco, saem em alto mar para pescar, entopem os porões com uma quantidade absurda de peixes mas descobrem que o sistema de refrigeração ainda estava com o mesmo defeito de antes. Devendo horrores, próximos a perderem o barco e com a chance de pagarem todas as suas dívidas com a venda da preciosa carga à bordo, resolvem voltar, mesmo contra uma tempestade monstruosa que se formava em seus caminhos. O título do filme e a lógica dos fatos apresentados já podem fazer vocês imaginar o que aconteceu com eles...

É isso que dá. Tem hora que é pra ficar parado mesmo, sentindo o mal cheiro, apertado, impaciente, morrendo de calor, coberto pela tempestade de areia.

O importante é não se esquecer que uma hora ela vai passar. Aí você volta a ver as coisas como elas realmente são.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Aparta que é briga! Ou coisa pior! Só sei que não é de Deus...


“Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento. Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos profetizarem e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. Portanto, os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós. Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos”. (...) “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. - 1 Coríntios 14:20-33 - 40

Já disse isso antes, mas vamos lá novamente: Sou pentecostal, batizado no Espírito Santo, profetizo e creio em profecias, falo em línguas estranhas, blá blá blá... Coloco isso como pano de fundo para que não me tachem de tradicional ou incrédulo em relação ao que vou falar. Mas se quiserem fazê-lo que façam. O que quiserem comigo eu quero em dobro (já viu né? tô virado num jirai!)

Antes não levava o texto acima tão a sério, mas sem regras nem limites o que acontece no meio evangélico é uma mistura de meninice, bagunça, transe mediúnico com requintes de terreiro de macumba e desrespeito àqueles que ainda não se converteram e estão visitando as igrejas com aqueles que já tem um mínimo de bom senso e não compactuam com o balaco-baco que se tornou um ‘culto’.

Sei que o que vou falar é óbvio. O próprio texto grita isso. Interpretações não cabem aqui, apenas a Escritura, mas não vou deixar de dar meu pitaco. Sempre que leio este texto eu sinto um comichão, uma febre do rato, uma vontade de gritar: CHEGA de palhaçada dentro da Igreja do Senhor! CHEGA de meninice em Nome do Senhor! CHEGAAAAAAA de escandalizar os incrédulos com o ‘nosso’ péssimo testemunho!

NÃO SUPORTO MAIS
uma igreja na qual os pastores digam de púlpito: “Você que ora em línguas comece a orar agora! Profetiza varão, blá blá blá!” Este pai de santo sobre o púlpito não é o ‘intermediário’ entre o mover do Espírito e a vida dos irmãos presentes na Igreja. Apesar de ser em outro contexto, a própria Palavra diz em João 3:8 que “O vento sopra ONDE QUER, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.

NÃO SUPORTO MAIS meu vizinhos pentecostais, que fazem reunião de oração em casa e você ora acha que é um bando de cachorros uivando pra lua, ora acha que é briga, ora acha que virou suruba, sem se importar com o testemunho que estão dando aos outros vizinhos que ainda não conhecem o Senhor. E isso é feito não em “horário comercial”. Rola até altas horas da madrugada! Aquela miadeira de gato no cio não vem de Deus, definitivamente!

NÃO SUPORTO MAIS um tipo de adoração escandalosa, não no sentido da intensidade da mulher que quebrou um vaso de alabastro e derramou na cabeça do Senhor, mas numa infrutífera gritaria que é oca, como a feita pelos 400 profetas de Baal no Monte Carmelo e ironizada por Elias em 1Reis 18:26-28 -"E tomaram o bezerro que lhes dera, e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que tinham feito. E sucedeu que ao meio dia Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e despertará. E eles clamavam em altas vozes, e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme ao seu costume, até derramarem sangue sobre si". NOSSO DEUS não é surdo nem se agrada de vãs repetições.

Pessoalmente só conheço uma igreja pentecostal em São Paulo que segue o texto acima ao pé da letra. Isso faz com que os afoitos de plantão segurem a sua onda e passem a respeitar a ordem do culto. Como é lindo ver um irmão orando em línguas e tendo suas palavras sendo interpretadas! Como é edificante ver que o que foi falado passa pelo crivo da Igreja e após a aprovação dos irmãos é considerada uma palavra profética!

De resto, francamente... é palhaçada.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

I will see you again... but not yet. Not yet!


Sábado, 6 de Fevereiro de 2010. Vamos dormir até mais tarde, levantar, tomar nosso café e ir à academia. Após malharmos vamos tomar um banho rápido, colocar nossa roupa de banho e ir para a praia aproveitar o sol básico de 38º que se tornou de praxe aqui pelos lados do Rio de Janeiro nesta época do ano.

Este era o plano.

Toca o telefone. Abro os olhos e vejo que ainda está tudo escuro. Sinto um frio na espinha. A maldita sensação de dejà vu. Olho para o relógio enquanto me levanto e vejo que são seis da manhã. Dirijo-me ao telefone repetindo baixinho: “Ah não Deus, tem misericórdia. Ah não Deus, tem misericórdia...” Como disse uma vez o pastor Silmar Coelho, ninguém liga de madrugada ou vem até a porta de sua casa de manhã para te dar uma boa notícia ou te trazer um bolo feito na hora. Sempre é bomba.

Atendo o telefone...

Cá? (Cá sou eu, só minhas irmãs me chamam de Cá...)

Levo um soco no peito, minhas pernas amolecem. Respondo:

Lê? (minha irmã)

Não, é a Cidinha...
(minha outra irmã)

O que foi Ci?

O pai...
(Quase caio...) O pai passou mal e seu padrinho passou aqui de madrugada pra levar ele para o Servidor. Se eu fosse você vinha agora para São Paulo, ele ta mal. A Leila foi com eles, e estou indo agora de carro para lá...

Maldito dejà vu...

Conversamos mais uns minutos. Quem acompanha um pouco dos meus posts sabe que perdi minha mãezinha no começo de Novembro do ano passado. O chão se abriu debaixo de meus pés, me senti caindo novamente. Queda livre, à toda velocidade, em meio às trevas da dor e da impotência.

6 horas da manhã. Sem um puto no bolso, tendo que ir para São Paulo. Falo pra minha irmã que estou sem dinheiro para ir, e peço para ela me ligar de novo para dar mais notícias. Neste meio tempo tento bolar algum plano...

Falo com minha mulher o que aconteceu. Nos ajoelhamos ao lado da cama e começamos à orar. Eu na verdade não consegui orar direito. Não saía nenhuma palavra que fizesse sentido. Apenas um: “Deus... oh meu Deus... não.”

Saio para comprar pão, compro um café em copo descartável e me sento na calçada da padaria. Fico olhando pro nada, totalmente passado. Deste nada sou surpreendido por uma grande ave sobre um prédio. Tem muito urubu no Rio de Janeiro. Mas não era um urubu. Era uma águia. Grande, forte, imponente e olhando para todas as direções de sua posição estratégia. Ela rouba minha atenção e fico alguns minutos apreciando a beleza daquele animal.

Comento com um rapaz que estava de bobeira perto de mim. Ele olha e fala: “Ela deve ter algum ninho em cima daquele prédio...” Baixo os olhos e ele fala: “Ih, ela meteu o pé...” Meter o pé no Rio é ir embora.

Volto à real, pego os pães e volto pra casa. Sento no sofá, jogo o saco de pães de lado e falo pra ela:

“Amor, vi uma águia linda, forte, imponente. Estava sobre o prédio em frente à padaria...”

Ela me interrompe e diz do nada:

“Nossa, que lindo! Deus falou com você?”


Minha mulher é profeta. Dá até medo...

“Não,” respondo eu, mas imediatamente começo a chorar. Era Ele. Começou a falar muito. Dizia que estava assentado em seu alto e sublime trono, tinha a visão de tudo o que estava acontecendo e nada fugia de seu controle.

Em lágrimas, conto para ela o que Deus estava falando comigo. Ele estava no controle, eu não era um pedaço de papel amassado sendo jogado pelo vento de lá pra cá. Estava exatamente onde Deus queria que eu estivesse e Ele estava operando.

Not yet...

Not yet...

Not yet...


Em minha mente, começo a repetir esta frase... Quando vejo, estou falando em voz alta.

Not yet...

Not yet...


A Cilene me pergunta o que estou falando. Digo a ela que ‘not yet’ significa ‘ainda não’ em inglês. Explico que é a fala de Juba, um negro muito forte que também fora vendido como escravo e era um dos gladiadores amigos de Maximus, no filme Gladiador. Quando Maximus está manuseando os ídolos de família, representando sua mulher e seu filho que foram mortos covardemente a mando de Commodus, o filho do rei que matou seu próprio pai por este não querer dar o reino a ele e, por vingança, mandou matar a mulher e o filho de Maximus, que era fiel ao rei e sabia de seu desejo de tornar o Império Romano em uma República, Juba pergunta a ele:

Juba: Can they hear you? (Eles podem te ouvir?)
Maximus: Who? (Quem?)
Juba: Your family. In the afterlife. (Sua família, do outro lado da vida.)
Maximus: Oh yes. (Ah sim)
Juba: What do you say to them? (O que você fala para eles?)
Maximus: To my son - I tell him I will see him again soon. To keep his heels down while riding his horse. To my wife... that is not your business... (Para o meu filho – eu digo que vou vê-lo novamente em breve. Para manter seus calcanhares baixos enquanto estiver andando em seu cavalo. Para minha mulher... isso não te interessa...)

Falava sobre o filme e chorava, cheio do Espírito Santo e sem entender nada...

Juba então diz que eles em breve iriam se encontrar, mas... NOT YET...

À medida que ia contando esta cena do filme, Deus ia confortando meu coração e passei a entender o que Ele tinha a me dizer em relação ao meu pai internado. Era como se ele quisesse logo reencontrar minha mãe, mas... não era a hora.

Lembrei-me também das últimas palavras de Juba para seu amigo Maximus, que acabara de ser morto covardemente por Commodus em uma batalha final entre ambos. Enquanto enterrava os ídolos de Maximus, Juba falou:

Juba: Now we are free. I will see you again... but not yet. Not yet! (Agora somos livres. Ainda verei você novamente, mas não agora. Não agora!)

Veja os três minutos do filme. Está em inglês, mas dá para entender... vale a pena:



Era isso o que Deus tinha a falar pra mim. Meu pai em breve estará com minha mãe, mas ainda não era daquela vez. Em breve todos estaremos juntos, mas meu pai não esta partindo antes da hora. Aquela “águia” estava vendo tudo, controlando tudo, não deixando nenhum detalhe fora de controle.

Tocou o telefone. Ainda glorificando à Deus, atendo. Ela minha Irmã. Ela estava em paz e me disse que nosso pai teve um pico de diabetes, gerando água no pulmão e fazendo com que o coração dele inchasse um pouco. Estava na emergência, mas sob controle. Ela me diz que após os exames ele acordou, querendo voltar para casa. Deve ter alta por estes dias...

Ainda não pai. Vai reencontrar a mãe só depois de se converter. Foi isso que Deus falou comigo. Ele está vendo tudo. Está no controle.

Ainda não pai...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CARNE + AVAL = Carnaval


Regina, acabei postando, não teve jeito! O texto abaixo é o comentário que deixei no blog da querida amiga Regina, sobre seu texto A nossa vida é um carnaval...:

Reginaaaaa, demorei mais cheguei, igual a quem - idiotamente - espera o atual carnaval! (rimou, vou fazer uma marchinha!)

Carnaval pra mim se define hoje como 'CARNE + AVAL', ou seja: Liberação total para os desejos da carne.

Eu quando criança gostava de usar máscaras e brincar com aquelas coisas de plástico que enchíamos de água (eu jogava limpo, mas tinha amigos que misturavam com xixi) e ficávamos espirrando em todo mundo que passava na rua. Dava briga e correria, mas nos divertíamos muito.

Cresci e comecei a sentir impulsos sexuais que eram possíveis de 'extravasar' vendo os desfiles das escolas de samba.

Samba mesmo eu odeio (samba SAMBA eu até que gosto dos antigos, mas não o de escolas de samba), sou roqueiro. Gostava de ver a mulherada seminua com as carnes balançando pra lá e pra cá (tô confessando meus pecados de infância, rsrs).

Acho que o único samba de carnaval que eu 'gostei' foi aquele "bum bum pra ti cum bum prugurunduuuummm, o nosso samba minha gente é isso ai! bum bum pra ti cum bum prugurunduuuummm, contagiando a Marquês de Sapucaí!"

Nem me lembro qual escola era, mas grudou em minha mente como chiclete. (só de ter lembrado vai ser uma tortura pra esquecer, afff).

Em suma: Não vivi a fase da inocência em relação ao carnaval, mas vejo filmagens antigas e noto que realmente deveria ser mais legal. Diversão pela diversão, não para aproveitar a oportunidade para colocar pra fora as frustrações do ano inteiro e se estrepar depois com as conseqüências.

Isso me faz lembrar de uma teoria pessoal: Já notou que o mês das noivas é Maio, exatamente três meses depois do carnaval? Na minha cachola eu penso que é devido ao grande número de mulheres que engravidam devido à promiscuidade e são obrigadas a casar às pressas para remendar a m... feita. Três meses é tempo suficiente para notar que a menstruação atrasou e... top top!

Well. Quanto a curtir o lado secular da vida faço isso numa boa. Adoro ir a bares e shows de rock. Não 'me contamino' por estar num ambiente secular e - para escandalizar de vez - algumas vezes até sinto a presença de Deus em ambientes assim!

Isso porquê Jesus disse em Mateus 18:20 - "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu Nome, aí estou Eu no meio deles", e normalmente vou a estes 'eventos' com meus amigos íntimos e minha mulher – todos cristãos. É um paradoxo isso né? Mas acho da hora, pois alguns xiitas infelizmente vêem demônios até em garrafa de coca-cola!

Well, falei demais. Até dá pra eu postar isso em meu blog, pra ferrar de vez.

Ahhh, se o povo de Deus soubesse o quanto Ele é 'louco' (não pra mim) me entenderiam. Foi Paulo que disse! 1Co 1:25 diz "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens"!!!

O "homem sábio" aos seus próprios olhos encara a sabedoria de Deus como loucura, capisce?

Viiiixxxiii, sou como você, deixa eu parar, isso realmente vai gerar outro post...

Um beijo querida, e bom carnaval, de preferência socada dentro de casa para fugir da loucura... rrss

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O amor nunca falha... (ufaa!)


O AMOR NUNCA FALHA; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”. - 1Coríntios 13:8-13

Na minha releitura da Bíblia cheguei a este trecho do livro de 1 Coríntios e parei para meditar. Sou pentecostal, batizado no Espírito Santo, já tive o prazer (?) de ver manifestações demoníacas e expulsá-los em Nome de Jesus, orei por pessoas e elas foram batizadas no Espírito Santo, profetizei e recebi profecias cujas palavras entregues se cumpriram por terem vindo de Deus, recebi clara direção do Espírito para ofertar em determinadas obras e fui abençoado grandemente logo em seguida, entre outras coisas maravilhosas que somente pela graça e misericórdia de Deus elas aconteceram.

Só que o fato de ter visto e vivido todas estas coisas não fez de mim algo maior ou melhor do que sou. Pelo contrário! Entendi que quando Deus operou alguma obra através de minha vida eu na verdade me tornei cada vez menor. Entendi o conceito de “vaso”. Vaso inútil e imperfeito, sendo moldado dia a dia nas mãos do Oleiro. As maravilhas de Deus me reduziram a nada, sem falsa modéstia.

Entendi que tudo isso só acontecia quando Deus queria que acontecesse. Não dependia de minha vontade chegar a uma pessoa e obter êxito ao começar a falar, orar a Deus pedindo por uma cura e vê-la acontecer, orar por um endemoniado e vê-lo liberto, profetizar a alguém movido por emoção e ver as palavras que falei acontecerem.

No começo isso me frustrou muito. Achei que tinha perdido “poder”, acreditei que minha comunhão com Deus não era mais a mesma, pensei que estava “em pecado” e me tornara um sal insípido, pronto para ser jogado fora e que serviria apenas para ser pisado pelos homens. Entrei em crise várias vezes e – do nada, as vezes meses, anos depois – Deus me usava novamente.

Isso fez eu me tornar um cristão mais “pé no chão”. Estes pés no chão me fizeram entender que o chão era meu lugar. Pequeno e frágil, totalmente dependente da bondade do Pai, comecei a olhar para o próximo e entender suas fraquezas, por eu também ser fraco. Parei de querer ser um super herói na fé. Aprendi no “deserto” que meu papel era estar no centro da vontade de Deus, mesmo não conseguindo ver um palmo à frente.

Tateando, tropeçando, caindo e me levantando, me tornei mais forte, exatamente por reconhecer minhas fraquezas e limitações. Os milagres, as manifestações espirituais, as profecias, o falar em línguas se tornaram pequenos perto do que Deus conseguiu tirar de mim. Aprendi a amar. Amar a Deus desesperadamente, a ponto de ficar revoltado com as várias vezes que fiquei buscando os dons, buscando as bênçãos, tentando impressionar com as revelações e ações recebidas no passado.

Passei então a entender que o Espírito de Deus habitava em mim de uma maneira muito mais “sutil e útil” do que quando “arregaçava” no mundo espiritual. Olhando para trás, passei a ver que Ele havia tomado as rédeas de minha vida. Poderia querer tirar o trem do trilho, e várias vezes acreditei que isso tinha acontecido mas, para minha surpresa, estava no centro da vontade de Deus.

Não encontrei mais ao Senhor no grande e forte vento que fende os montes e quebra as penhas, nem no terremoto nem muito menos no fogo (1Reis 19:11, parafraseado), mas na simplicidade do cotidiano. O amor Dele dentro de mim passou a queimar intensamente na voz mansa e delicada. Os grandes eventos espirituais em minha caminhada serviram de sinal, para eu saber a grandeza e o poder de quem eu estava começando uma relação de amor eterno.

Deixei então de buscar as coisas de minha infância espiritual e passei a viver a vida maravilhosa que Ele me deu, comendo feijão, tomando água, escrevendo em meu blog, conversando com o vizinho, cuidando das pequenas coisas do dia a dia, ou seja: estando no centro da vondade do Pai, vivendo a vida que Ele me deu para viver.

E vi então que isso era muito bom!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Livre, leve e solto... e muito feliz por isso!

“Irmãos, cada um deve permanecer diante de Deus na condição em que foi chamado. Quanto às pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou meu parecer como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança. Por causa dos problemas atuais, penso que é melhor o homem permanecer como está. Você está casado? Não procure separar-se. Está solteiro? Não procure esposa. Mas, se vier a casar-se, não comete pecado; e, se uma virgem se casar, também não comete pecado. Mas aqueles que se casarem enfrentarão muitas dificuldades na vida e eu gostaria de poupá-los disso. O que quero dizer é que o tempo é curto. De agora em diante, aqueles que têm esposa, vivam como se não tivessem; aqueles que choram, como se não chorassem; os que estão felizes, como se não estivessem; os que compram algo, como se nada possuíssem; os que usam as coisas do mundo, como se não as usassem; porque a forma presente deste mundo está passando. Gostaria de vê-los livres de preocupações”. - 1Corintios 7:24-32ª

Reli este texto hoje de manhã e fiquei pensando no que Paulo falou. Não em relação a casamento, mas sim em relação às preocupações que temos no dia a dia com a administração de tudo aquilo que nos cerca.

Demandamos muito tempo com coisas que em sua essência são inúteis. Isso faz com que vivamos presos a fardos que decidimos carregar sem necessidade. Por qual razão devemos querer acumular cada vez mais bens e serviços que nos roubam de uma vida livre de preocupações?

Vou dar um exemplo do que quero dizer. Tenho TV a cabo, internet e telefone. Pago este pacote mas estou sem computador em casa. Tudo o que escrevo eu o faço ou no trabalho ou na lan house. São 40 reais só pela internet não usada. Tento fazer sobrar uma grana para comprar um computador, que para mim é super importante, mas ao mesmo tempo, disponho destas ferramentas na forma que mencionei acima. Desde que assinei o pacote já joguei fora uns 500 reais e fico angustiado por estar fazendo isso. Pensei em cancelar somente o serviço da internet, mas teria que arcar com uma multa que não se pagaria com o tempo que falta para eu comprar o computador. O que faço eu então? Continuo jogando 40 reais fora por mês.

Entende meu ponto de vista?

Isso me fez lembrar de uma irmã abençoadíssima que conheci logo que me converti e foi instrumento de Deus para falar comigo sobre certos valores espirituais. Ela me deu um conselho muito bom e que posso resumir da seguinte forma: "Não tenha dez pares de sapatos, tenha quatro realmente bons, que você usa. Não tenha oito calças compradas em uma liquidação qualquer no guarda roupa, gaste um pouco mais e compre duas ou três daquelas que você não tira do corpo por nada".

É por ai mesmo. Viva livre, leve e solto. Esteja pronto para “fugir” a qualquer momento, e que isso seja possível enfiando tudo o que você tem numa "mochila"!!! É libertador saber que se você precisar se mudar ou se, por alguma razão, perder tudo o que você tem, este "tudo" não seja NADA que te abale, que te prenda e imobilize, igual esteve prestes à acontecer com o jovem rico que era um exemplo de fidelidade à Lei, mas não pôde seguir a Jesus por ser dono de muitas riquezas.

Tenho mais dois exemplos na área sentimental e relacional que creio que ilustram este ponto de vista.

Meu casamento é uma benção, fonte de minhas maiores alegrias e prazeres. Tenho uma mulher maravilhosa, que me ama, me compreende e me aceita como sou. Meu amor por ela é na mesma proporção e intensidade, mas sempre conversamos muito sobre o fato de que estamos unidos por nos amarmos, e não por precisarmos um do outro ou por algum tipo de necessidade física, emocional ou material. Isso nos leva a um patamar muito mais elevado em nossa relação. Ela não é minha muleta, eu não sou sua cadeira de rodas. Somos dois seres humanos plenos e realizados, compartilhando nosso melhor um com o outro.

Na área relacional sempre falo com minha mulher que vivemos cercados de pessoas, mas não temos como nos envolver de maneira doentia com elas, absorvendo as demandas pessoais, emocionais e espirituais. Existem verdadeiros vampiros soltos por aí, tentando te arrastar a qualquer custo às profundezas de suas frustrações. Devemos fazer o possível para ajudá-los, mas a uma distância segura. Caso contrário, você despenca no abismo e fica nas mãos das forças opressoras (drástico né?).

Em suma: só temos como nos envolver neste tipo de relacionamento caso realmente estejamos habilitados para ajudar e – principalmente – se estas pessoas quiserem realmente ser ajudadas.

Não estou certo de ter conseguido fazer a ponte entre o texto de Paulo e meus devaneios, mas temos que viver no mundo sem sermos do mundo, possuirmos bens sem que eles nos possuam, nos relacionar sem sermos tiranos dominadores, escravos ou dependentes dos outros. Livres de preocupações, prontinhos para sermos arrebatados.