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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eles não conseguiram me tocar...


Já escrevi algo sobre este assunto, mas não detalhei como hoje sinto vontade de fazer...

Em minha busca para encontrar um sentido à vida, bati em várias portas: Nasci católico, fui para o kardecismo, flertei com o Johrei, brinquei com magia negra, satanismo e religiões afro-brasileiras.

Queria algo que ‘funcionasse’ realmente, e nessa busca fui levado a uma cartomante que simplesmente destrinchou meu passado, dando detalhes de fatos que ocorreram no ‘oculto’. Fiquei impressionado e ela disse que me apresentaria ao líder espiritual dela, um pai-de-santo do Rio de Janeiro que uma vez por mês vinha para São Paulo.

No dia marcado fui até onde ele atendia; um senhor simpaticíssimo, sorriso de orelha a orelha, parecia com o Neguinho da Beija-Flor. Ele me olhou de cima abaixo, me chamou para entrar e sentar. Ao meu redor diversas imagens de orixás, velas, flores, oferendas e sacrifícios de animais. No ar um odor nauseabundo de bebida misturada com coisa estragada. À minha frente um tabuleiro com búzios. Ele jogou os búzios e começou a destrinchar vários fatos de minha vida, de minha personalidade.

Como disse antes, queria algo que funcionasse, e aquilo funcionava. Foi pedido que eu fizesse alguns trabalhos e eu os fiz. Com o decorrer do tempo, tornei-me freqüente no centro e ansiava que ele viesse a São Paulo. Assim foi indo, foi indo até eu decidir dar o próximo passo e freqüentar as sessões. Daí em diante veio o velho papo de que eu era médium e precisava desenvolver.

Comprei roupa branca e passei a ser o que se chama de filho-de-santo. Fiz ofertas e sacrifícios em encruzilhadas, matas e no terreiro. Participava ativamente de todas as atividades do centro.

MAS havia um detalhe: o pai-de-santo era homossexual e estava apaixonado por mim. Haviam outros rapazes no centro que também eram homossexuais e eram apaixonados pelo pai-de-santo, mas ele não queria nada com eles e sim comigo. Isso gerava um stress, uma ciumeira brava, era uma belêeeeza. Mas não ligava para isso, pois eu não era nem queria ser, muito menos ter algo com ele. Na verdade ser filho-de-santo gerava certo status e eu estava catando uma menina muito bonita que freqüentava o terreiro.

Um dia o pai-de-santo, por alguma razão que agora não lembro, disse que eu precisava tomar um banho de ervas, e quem daria o banho seria ele. Não estava nem ai. Fui, tirei a roupa e ele me banhou. Ele tremia e ficava falando baixinho: “Eu não posso, eu não posso tocar nele...” Eu me fiz de desentendido e amenizei a situação, dizendo a ele que, seu eu fosse ou tivesse inclinações homossexuais nós poderíamos sim ter um caso, mas aquela possibilidade era nula. Após me vestir, abracei-o, me despedi e fui pra casa.

Com o passar do tempo as coisas foram ficando mais sérias e meu envolvimento com os espíritos foram se intensificando, MAS (agora um “mas” bom) NUNCA, em nenhuma sessão, manifestei um espírito. Tava todo mundo lá, rodando e gritando, dançando com as mãos para trás e eu via tudo aquilo com muita inveja, sem entender o porquê d’eu não ‘entrar na dança’.

Certa feita, estávamos numa sessão que chamavam de ‘feijoada de preto-velho’, todos doidos para que começasse logo a comilança consagrada aos demônios, quando de repente o pai-de-santo, que estava em minha frente, foi arremessado no ar e caiu a uma distância de uns três metros de mim. Correram para levantá-lo mas não foi necessário: Ele saltou em pé do jeito que caiu, manifestado no que ele se auto-entitulou 'Lúcifer'. Logicamente não era o dito-cujo, pois esse tem mais o que fazer nas grandes questões mundiais, manipulando grandes líderes, envolvido em armar guerras e grandes conflitos, trazendo miséria e destruição em grande escala, não no 'varejo'. Ali era um demônio mentiroso querendo trazer terror aos presentes.

Ele dizia que haviam começado a sessão sem que lhe pedissem autorização nem que lhe oferecessem as oferendas necessárias para que ele autorizasse o trabalho. Imediatamente ‘todos se retrataram’, fizeram os sacrifícios ao ‘manda-chuva’ e a feijoada pode ter andamento.

Nesta época trabalhava no Itaú e também freqüentava o terreiro da avó de uma colega de trabalho. Resumindo um dos vários casos, quando me firmei com o outro pai-de-santo e deixei de freqüentar o terreiro dela, a avó de minha colega instruiu-la a fazer um despacho em frente a minha casa por vingança. Saí de manhã para o trabalho e vi lá toda aquela oferenda. Já tinha sido ensinado pelo pai-de-santo que numa situação daquelas eu deveria mijar em cima da oferenda e aquele feitiço seria anulado.

Cheguei no banco, abri meu caixa e ela chegou. Quando ela me viu se assustou por eu estar ali, firme e forte. Fui até ela e disse: ‘Lulão (esse era o apelido dela), você não sabe o que aconteceu: Fizeram um despacho para mim na frente de minha casa, mas já desfiz o feitiço. Estou com pena de quem fez isso”. Ela empalideceu, abriu o caixa dela e, logo em seguida, começou a tossir até não agüentar mais. Foi levada imediatamente ao médico e ficou afastada por uma semana, quando então voltou. Alguns dias depois o pai dela morreu misteriosamente de uma doença que ninguém soube explicar qual era. Terrível coincidência?

Um determinado dia, o pai-de-santo me disse que eu teria que dar um grande passo na minha 'evolução'. Ele começou a me explicar que eu teria que fazer minha cabeça. Queria me levar para o Rio de Janeiro e lá eu ficaria no centro dele um mês confinado no roncó, uma espécie de quartinho escuro onde não sairia por nada, me alimentando de coisas podres, tomando banho de abó e saindo de lá totalmente encapetado.

Disse-me também que eu deveria ter meu próprio (???). Isso eu não lembro o nome, mas sei explicar mais ou menos. Eu e o pai-de-santo deveríamos ir ao cemitério, desenterrar um cadáver recém enterrado, roubar o corpo, adorná-lo e cuidá-lo como se fosse meu ‘protetor’. Não sei explicar com a linguagem deles, pois isso já tem mais de vinte anos. Eu e o defunto teríamos uma ligação íntima, seríamos como se fossemos um só. Ele me protegeria e eu cuidaria dele, como se fosse vivo.

Assustei-me um pouco, mas sempre fui fundo em tudo o que fiz e aceitei o convite.

Quando disse sim, o pai-de-santo teve uma reação estranha. Empalideceu e começou novamente a dizer: "Eu não posso, eu não posso fazer isso com ele"...

Com o tempo nos afastamos. Fiquei ‘ateu’ por um bom tempo, apenas curtindo a vida, longe da feitiçaria. Me converti, mudei meu rumo e minha história e hoje estou aqui, firmão na presença de Jesus. O passado passou, digamos assim. Ficaram as tristes lembranças de tudo isso, que foram lavadas com o precioso Sangue de meu Senhor.

De tudo o que escrevi acima, gostaria de comentar uma coisa: Notaram que todas as vezes que o pai-de-santo tentava ir além comigo ele dizia “não posso, não posso fazer isso com ele”? Notaram que, nesta minha busca pelo que eu julgava ser 'de Deus', nenhuma vez manifestei nenhum espírito imundo? Por mais que sinceramente quisesse dar os próximos passos em direção ao que na verdade eram trevas as coisas simplesmente não funcionavam?

Não creio em predestinação. Creio na onisciência de Deus e em sua intervenção poderosa. Quantas vezes ouvimos testemunhos de irmãos que, em situações parecidas, foram blindados pelo Senhor e o feiticeiro era obrigado a dizer, a muito contra gosto, que “naquele ele não poderia tocar pois ele pertencia ao homem lá em cima”?

Assim foi comigo, para honra e glória do Senhor.

Quero glorificar a Deus...

LOUVAREI ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. A minha alma se gloriará no Senhor; os mansos o ouvirão e se alegrarão. Engrandecei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome. Busquei ao Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores. Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos. Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o salvou de todas as suas angústias. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia”. – Salmo 34:1-8

P.S: Não foi fácil escrever sobre isso, tive uma noite de batalha espiritual intensa desde que decidi dar meu testemunho sobre estes fatos. Estou com os olhos cheios de lágrimas ao lembrar de tudo isso e de reler este trecho dos Salmos que fala muito fundo ao meu coração, pois nele vejo o quanto a mão de Deus esteve sobre minha vida por todos os caminhos que trilhei na ignorância, mas de coração sincero.

domingo, 30 de maio de 2010

Não estranheis o fogo ardente...


Ontem a noite estava conversando com minha amada a respeito da sensação de freqüente agonia que estávamos sentindo, chegando até a achar que ela era fruto da recente perda em nossa família, mas chegamos à conclusão de que não era aquilo, nem muito menos que somos os únicos que tem sentido esta pressão.

Não conheço ninguém que esteja vivendo uma vida plena. Pelo contrário, todo mundo empurrando com a barriga e se entupindo de remédios para agüentar o tranco, usando máscaras para ocultar as feridas da alma. O que está acontecendo neste mundo? Por que tanta dor, escândalos, tristezas, frustrações, catástrofes, incertezas? Por qual razão dormir tem sido melhor do que ficar acordado? Por qual razão a sensação do tempo se escoando como água pelas rachaduras das estruturas construídas sem que nada de útil esteja sendo feito?

Cristãos sinceros, servindo a Deus, comprometidos com a Verdade e mesmo assim esta pressão. Não estava fazendo sentido. Debatemos muito sobre a fonte desta agonia, choramos muito na presença de Deus, que estava muito forte. Notamos que Ele queria falar algo que não estávamos entendendo. Apuramos nossa audição espiritual e uma passagem das Escrituras veio à minha mente:

“Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, "se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?" - 1 Pedro 4:12-18

De repente, o bendito ‘ploc’ aconteceu. Nossos ouvidos se abriram e entendemos o que o Pai queria nos falar. Estamos sofrendo agonias e dores, como se estivéssemos sendo provados pelo fogo, exatamente pelo fato da plenitude dos tempos estar chegando. Nós, cristãos (apesar da imensidão de defeitos), estamos sendo purificados com fogo. Esta a razão das peças não se encaixarem. Não estamos cabendo mais neste mundo caído, estamos tomando posição contra a estrutura falida da religião e cada vez mais temos nojo de tudo o que vemos.

Sentimo-nos deslocados desta realidade, “tomamos a pílula vermelha” como fez Neo em Matrix. Agora não tem mais volta. Lutaremos até o fim pela Verdade, sofrendo angústias e perseguições. Temos denunciado a picaretagem feita em nome de Deus, não temos nos conformado com a mentira travestida de evangelho, os roubos, os escândalos, as extorsões feitas com uma Bíblia na mão.

Nós hoje estamos em agonia. Se cumprindo as Escrituras, temo e tremo pelo fim daqueles que criaram e tem obedecido um outro evangelho. Se estamos sofrendo tanto nos dias de hoje, qual será o fim dos ímpios?

quinta-feira, 27 de maio de 2010

É prostituição!


Procurei na internet uma definição sobre prostituição:

“Ato ou efeito de prostituir ou de prostituir-se. / Vida de devassidão, de impudicícia; vida das prostitutas. / O conjunto das prostitutas. / Profanação. / Dir Modo habitual de vida da mulher que se entrega à prática, retribuída, do trato sexual”. (Michaellis)

Não gostei dessa, achei meio machista e simplista. Tentei outra:

“Ação de prostituir. / Comércio profissional do sexo. / Fig. Uso degradante de uma coisa”. (Aurélio)

Achei meio fraquinha também, pois o que motivou minha busca não eram estes conceitos. Apelei para o sempre bom Wikipédia, mesmo não sendo considerada uma ferramenta de consulta 100% confiável. Só que lá encontrei o que queria:

“A prostituição pode ser definida como a troca consciente de favores sexuais por interesses não sentimentais, afetivos ou prazer. Apesar de comumente a prostituição consistir numa relação de troca entre sexo e dinheiro, esta não é uma regra. Pode-se trocar relações sexuais por favorecimento profissional, por bens materiais (incluindo-se o dinheiro), por informação, etc”
.

Agora explico: O que motivou minha pesquisa sobre este assunto foi uma conversa que tive esta manhã com a copeira aqui do escritório. Falávamos sobre relacionamento, solidão, vazio. Ela veio comentar que a família dela incentivava-a a arrumar outro homem (ela é divorciada, separada, sei lá) para ficar com ela, ajudar a criar a filha mais nova, cuidar dela; e ela perguntou o que eu achava disso.

Na hora me lembrei de uma mensagem do Ricardo Gondim, na qual ele disse que não conseguia sequer imaginar que uma pessoa fosse capaz de fazer um feitiço para trazer uma pessoa que não a ama para sua convivência íntima e sentir paz/prazer nisso. Como deitar a cabeça no travesseiro, olhar para o lado e ver que a pessoa que está ali não o faz por amor, mas movida por uma obra das trevas?

Que amor próprio esta pessoa (a que fez o feitiço) tem por si própria, convivendo com um pedaço de carne inanimado, desalmado (no sentido “sem alma”), apenas reagindo a impulsos e instintos, sem sentir nada por ela? Que diferença existe em uma pessoa que se relaciona com outra pelo que ela pode te dar? Não apenas financeiramente, mas em todas as áreas?

Veja alguns exemplos:

Vivo com fulano pois ele – apesar de ser um bruto – cuida muito bem dos nossos filhos...

Vivo com cicrana pois ela – apesar de ser uma velha chata – tem grana e me banca em tudo que quero fazer...

Vivo com beltrano pois ele – apesar dele ser horrível – paga minha faculdade...


Para mim, qualquer relacionamento “por conveniência” é prostituição. “Convivo com alguém que não gosto pois ela me favorece em alguma área de minha vida”.

Qual a diferença disso para o que mulheres (e homens) fazem com seus corpos “oficialmente”, enquanto milhões de pessoas fazem o mesmo ao redor do mundo, dentro de suas casas, com papel passado e tudo?

É prostituição pô!

E, indo um passo além, isso acontece também dentro da igreja, na relação de homens e mulheres com um Deus que eles não amam, mas que crêem ter todo o poder para fazê-los ricos, bem sucedidos, saudáveis, felizes.

Será que com este meu raciocínio estou indo longe demais ou isso realmente faz sentido?

Não amam a Deus, toleram-no em troca de algum favorecimento pessoal, mesmo que este seja apenas seu medo de ir para o inferno.

É meio punk, eu sei.

Mas faz sentido...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Prefiro um pecador sincero a um religioso hipócrita


Sem saber ao certo a razão, escrevi esta frase num pedaço de papel na sexta feira à noite e fiquei remoendo-a, pensando no que poderia escrever a respeito disso sem soar muito subversivo.

Mas aí que está o problema: Cristianismo verdadeiro é subversivo. É um tapa na cara da religião e dos religiosos que fervorosamente a defendem. É o caminhar com um Homem que fez afirmações extremamente duras a respeito de si próprio e do sistema dominante. Vai contra o sistema imposto, o manual de regras e procedimentos considerado politicamente correto.

O Cristianismo é politicamente incorreto. Suas ordenanças são duras como ter que comer carne e beber sangue de um homem. Conduziu todos os discípulos próximos ao Senhor, judeus, a morrerem pelo testemunho deste Homem que se auto-denominou Filho de Deus, Um com Ele.

Este Jesus andou com gente considerada do pior escalão, comeu com eles, foi à festas com eles, disse que eles precederiam os mestres religiosos na época. Pediu a um jovem rico vender tudo o que tinha para segui-lo e se entristeceu ao ver como ele era apegado ao mundo material e suas riquezas.

Cuspiu no chão e fez lodo para curar um homem de sua cegueira. Derrubou as bancas dos vendedores do templo, expulsou a cambada a chicotadas. Perante tudo isso (e muito mais), só se tinham duas opções em relação a Ele: Crer que Ele era quem Ele dizia ser ou entrar para a turma dos que gritavam enfurecidos: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Imparcial a Ele é que não havia como ficar.

Mas não era (e nem hoje é) fácil sair do contexto religioso e seguir este Homem. Não era fácil pois é mais “cômodo” se amoldar a um desconfortável mas conveniente pacote de regras.

Isso me faz lembrar de um caso que li no livro “Humor Judaico” (não se trata de um livro de piadas de judeus e sim uma compilação de casos que se tornam engraçados pela maneira como os judeus lidam com os fatos cotidianos) , quando um rico empresário judeu decide fazer um terno com um super conceituado alfaiate.

Ao chegar em sua loja, o empresário tem todas as suas medidas tiradas e recebe um prazo para buscar seu terno. Ao chegar o dia de retirá-lo, o empresário chega na alfaiataria, paga uma soma considerável ao costureiro e prova o terno. Encontra grande dificuldade em vesti-lo, pois um ombro era mais alto que o outro, o peito estava torto, as costas não se ajustavam, as mangas eram diferentes uma da outra...

Como ele sabia da fama do alfaiate não questionou o caimento, mas teve que se entortar todo para vesti-lo. Saiu na rua com seu novo terno e logo foi parado por outro judeu que perguntou: “Quem fez este terno para você foi o alfaiate tal, certo?” O empresário ficou admirado ao ver que a peça fora reconhecida de primeira e respondeu que sim, mas não sem perguntar como o homem havia notado que ela tinha sido feita pelo famoso alfaiate.

“Simples”, respondeu o homem. “Somente ele seria capaz de fazer um terno tão perfeito para um homem tão torto como você”.

Assim é a religião. Entorta os homens que tentam se ajustar a ela; deforma seu ser, limita seus movimentos e traz essa falsa sensação de “conforto”, apenas para serem vistos como social e moralmente corretos.

Bem, desviei da frase inicial em meus devaneios. Mas voltando a ela, prefiro um pecador sincero, mais fácil de se trabalhar em suas necessidades, do que um religioso hipócrita, dentro deste terno que o transforma em uma aberração ambulante.

Pronto. Falei.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O homem brincando de Deus: Para filósofos, criação de bactéria sintética é momento histórico

Bactérias controladas por genoma sintético transplantado

da New Scientist

A criação de uma bactéria sintética pelo americano Craig Venter e sua equipe é considerada um divisor de águas na biologia, segundo especialistas.

"Este é um momento histórico na biologia e na biotecnologia", afirmou o filósofo Mark Bedau, do Reed College (Portland, EUA), em entrevista à revista "Science".

"O trabalho de Venter o coloca numa posição próxima a Deus: a criação de vida que nunca poderia ter existido naturalmente", disse Julian Savulescu, professor de ética da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A equipe de Venter inseriu um genoma artificial dentro de uma bactéria sem genoma e conseguiu fazer com que essa bactéria passasse a obedecer os comandos do novo genoma.

O experimento custou cerca de US$ 40 milhões, necessitou do trabalho de 20 cientistas e levou mais de 10 anos para ser concluído.

Segundo Venter, a possibilidade de inserir genomas artificiais em bactérias é o início de uma nova era. Venter cita a possibilidade de bactérias sob medida produzirem biocombustíveis, absorverem gás carbônico da atmosfera e até manufaturarem vacinas.

A equipe agora pretende usar organismos sintéticos para descobrir qual o número mínimo de genes necessários para sustentar vida. Isso permitiria criar novos organismos, simplesmente adicionando genes a esse genoma mínimo.

Críticos, incluindo grupos religiosos, condenaram o trabalho. Eles temem que organismos artificiais possam escapar dos laboratórios e causar danos imprevisíveis ao meio ambiente.

Venter já era figura polêmica nos anos 1990 quando entrou com pedidos de patente para 300 genes sequenciados.

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Creio não ser necessário dizer que o momento que estamos vivendo há muito fora predito nas Escrituras Sagradas. O homem agora requer os atributos que somente pertencem ao Deus Todo Poderoso.

"Quanto à tua terribilidade, enganou-te a arrogância do teu coração, tu que habitas nas cavernas das rochas, que ocupas as alturas dos outeiros; ainda que eleves o teu ninho como a águia, de lá te derrubarei, diz o Senhor". - Jeremias 49:16

"E NAQUELE tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.

E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.

E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará. Então eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um deste lado, à beira do rio, e o outro do outro lado, à beira do rio.

E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando será o fim destas maravilhas? E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.

Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.

Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão. E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.

Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias. Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias".
- Daniel 12

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Qual é teu referencial?


Me lembrei de um caso contado pelo pastor Ricardo Gondim, anos atrás.

Havia um homem que trabalhava em uma grande fábrica. Ao lado desta fábrica existia uma relojoaria, e todos os dias este homem parava na frete desta relojoaria e acertava seu relógio de pulso baseado nas horas de um grande relógio de parede que havia no interior da loja.

Dia após dia este homem fazia isso. Com o tempo o dono da relojoaria notou o comportamento deste homem e ficou curioso em saber a razão.

Um dia coincidiu de o relojoeiro estar na porta de sua loja na hora que o homem parou para acertar seu relógio.

Aproveitando da situação, o relojoeiro se aproximou e disse:

‘Bom dia senhor!’

‘Bom dia!’ respondeu o homem

O relojoeiro perguntou: ‘Meu amigo, noto que a muitos anos o senhor para aqui em frente à minha loja e acerta seu relógio de pulso pelo meu relógio de parede’.

‘É verdade...’ respondeu o homem, meio sem graça.

O relojoeiro perguntou: ‘Qual a razão do senhor acertar seu relógio aqui por todos estes anos??’

Disse o homem: ‘É que eu sou responsável pelo apito de ponto da fábrica, tenho que tocá-lo pontualmente às 8, 12 e 18 horas. Como meu relógio de pulso não é bom, eu venho aqui acertar todos os dias para evitar algum atraso’.

O dono da relojoaria respondeu assustado: ‘Meu bom amigo, não faça isso não! Meu relógio de parede é muito bonito, mas vive dando defeito! Eu acerto ele pelo apito de sua fábrica!'

Assim somos nós. Usamos parâmetros muitas vezes errados, e servimos de parâmetro para outros, que se baseiam em nós. O desvio para quem desta forma age pode começar lento, mas ao final de muitos anos pode ser fatal.

Que nosso referencial seja a Palavra de Deus. Sempre...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

As vezes Ele é muito louco...


Quantos de vocês já acharam que Deus é muito louco?

Eu já achei isso. Várias vezes.

Isso se deveu ao fato de por muitas vezes eu interpretar os acontecimentos do dia a dia com minha inteligência humana e limitada. Desta forma, os fatos ficaram distorcidos, pois a lógica divina muitas vezes me surpreende.

Imagina o pobre Moisés. Um dia Deus vira pra ele e fala que ele vai ser o libertador de Israel. Moisés ‘fanhamente’ fala com Deus ‘que-que e-e-ele não se-se-seria ouvido porrr-porrrr Fa-fa-faraó’. Deus então começa a falar pra Moisés jogar o cajado no chão e este se transforma em uma serpente. Ao pegá-lo de volta a cobrinha volta a ser um pedaço de pau.

Já prevendo que Faraó não creria neste sinal, disse o Senhor a Moisés:

“Disse-lhe mais o Senhor: Mete agora a mão no seio. E meteu a mão no seio. E quando a tirou, eis que a mão estava leprosa, branca como a neve. Disse-lhe ainda: Torna a meter a mão no seio. (E tornou a meter a mão no seio; depois tirou-a do seio, e eis que se tornara como o restante da sua carne). E sucederá que, se eles não te crerem, nem atentarem para o primeiro sinal, crerão ao segundo sinal”
. Êxodo 4:6-8

Poxa, ai o caboclo pira!

Põe a mão no peito e fica leproso, põe de novo e fica bom. Tudo isso era um avanço, pois Deus estava exercitando a confiança de Moisés nEle, mas enquanto ele estava passando por aquilo deve ter se questionado: ‘Ca-ca-ramba, e-e-e agora’?

Sei lá, eu viajo muito. Mas se deve ter sido difícil para Moisés aceitar a vontade de Deus em sua vida, imagina para nós? Nem sempre o Todo-Poderoso vem pessoalmente falar conosco. Muitas das mudanças drásticas que o Senhor por vezes quer que tenhamos em nossas vidas simplesmente acontecem!

Ficamos lá sem entender, desfalecidos em nossas dúvidas e angústias, achando que aquilo é o fim ou que pelo menos não faz nenhum sentido estar vivendo determinadas situações.

Tipo minha vinda para o Rio. Simplesmente fui dormir em São Paulo e no dia seguinte minha empresa estava me mandando para cá, dando como segunda opção ficar em casa assistindo Sessão da Tarde.

Não tive Deus falando comigo em sonho ou através de um profeta como Ele fez com Abraão:

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã”. - Gênesis 12:1-4 Poxa, quem é que não gostaria de receber uma ordem explícita assim, vinda direto de Deus?

Só que não foi assim. Larguei tudo e recomecei do zero aqui no Rio de Janeiro. Foi punk. E o pior era quando acontecia um novo fato que fazia com que eu cresse que tinha tomado a direção errada. Quando minha mãe adoeceu e veio a falecer por muitos dias fiquei questionando se eu não deveria ter largado tudo e voltado pra São Paulo. Carreguei uma culpa por muito tempo.

Por isso digo que Deus muitas vezes é muito louco. Ajustar a nossa visão com a visão do Pai não é tão simples quando Ele apenas age sem explicar a razão.

Somente depois passamos a entender que a vontade dEle se fez em nossa vida, e que era nosso foco que estava desajustado por estarmos vendo nossas vidas de muito perto, impossibilitando a visão do quatro geral. Como está escrito:

"Ninguém se engane a si mesmo; se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus..."
- 1Co 3:19

O sistema de castas evangélico


Ao ler o livro de Amós, pude ver a preocupação do profeta com as desigualdades sociais entre o povo de Israel. Isso me deu um insight: Lembrei-me do perverso sistema de castas indiano, e pelo pouco que já tinha lido a respeito pude ver que o meio evangélico atual tem vivido algo muito parecido.

Conheço superficialmente o sistema de castas, mas para expor de maneira mais precisa, fiz uma breve pesquisa na internet e copiei parte do texto postado no blog Departamento de Evangelismo e Visões de Entre Rios (DEMER), que foi baseado em texto retirado do site da Revista Povos. Veja abaixo:

“O perverso sistema de castas é proveniente do hinduísmo. Se trata de uma organização estrutural introduzida na Índia por volta de 2000 a.C., por causa de uma acirrada disputa entre os arianos e os dravidianos. O sistema tem influenciado muitos indianos, comprometendo, até o hoje, o relacionamento social entre as pessoas.

Vejamos como funciona esse sistema:

Em sua forma clássica, as castas se dividem em quatro partes, simbolizadas pelos membros do corpo de Purusha: boca (cabeça), ombros, coxas e pés.

Boca (cabeça): BRÂMANES
Na verdade, foram os brâmanes (brahmins) que criaram este sistema, com o objetivo de manter certa hierarquia e domínio sobre as classes mais baixas.
Brahma é um deus. Deus do supremo. E, segundo a tradição, Brahma teve quatro filhos, dos quais geraram as seguintes castas: Brahmins, Kshatryas, Vaishyas e Sudras. Pertencem a essa casta os sacerdotes, religiosos que comandam e dirigem a religião. É a maior e a mais elevada casta.

Os esquecidos, ou PÁRIAS
Com o decorrer dos tempos, foram surgindo outras castas, como, por exemplo, os párias, ou seja, os excluídos da sociedade. São todos os recusados de suas castas originais por causa de algum tipo de rebelião (desobediência), ou por decisão própria. Há, também, a casta dos dálits. Os membros desse grupo não têm acesso à educação, não têm direito à água limpa, não trabalham. São “eternos” inquilinos em sua própria terra e severamente discriminados.

A explicação para todo esse sistema é a seguinte: se alguém nasceu em uma casta, seja superior ou inferior, foi devido à sua conduta na vida anterior. Por isso, o carma também é um princípio dentro do hinduísmo. Apesar de o sistema de castas ter sido “banido” da sociedade indiana pela Constituição de 1950, ainda está intrinsecamente ligado à mentalidade e ao espírito indiano. Quando uma criança nasce, sua casta já está determinada, porque, desde que a Índia existe, toda a população está sujeita a esse sistema de divisão de classes. Ou seja, a possibilidade de uma pessoa mudar de vida é remota, porque, segundo acreditam, ela já é amaldiçoada ou abençoada, desde o nascimento.

Antigamente, as castas não se misturavam de maneira nenhuma, mas, hoje, a relação de uma para com a outra já é menos radical. Todavia, há, ainda, disparidade ideológica e racial entre elas. Em alguns Estados da Índia, a divisão das castas é respeitada e levada a sério. Já em outras localidades, nem tanto. Tal fato ocorre devido à baixa escolaridade e pouca educação, pois, quanto menos educação, mais arredios os indianos se tornam à liberdade cultural e social.

Como não poderia deixar de ser, o sistema de castas na Índia é totalmente torturante, pois escraviza o ser humano a um ciclo inexorável de injustiça e impunidade social.”

Meu foco principal será nos extremos do sistema de castas: Os Brâmanes e os Párias, pois os demais (Xátrias e Vaixás) estão no meio do pelotão, e são coniventes com as extorsões feitas.

No texto que coloquei acima não consta, mas uma das maneiras que os párias dispõem para poderem ter uma melhor sorte é dando o quase nada que possuem aos membros das castas superiores, os Brâmanes. De suas poucas posses ao seu trabalho escravo, eles se esforçam em serem aceitos por um deus impiedoso e manipulável através destas ofertas, igual ocorre no meio evangélico. Morrem assim na esperança de reencarnarem numa situação um pouco mais favorável, talvez como uma barata, sapo ou – tendo um pouco de sorte e se esforçando muito – talvez um rato, daqueles que já vimos várias vezes em fotos, freqüentando os templos hindus e sendo tratados com mais respeito do que os seres humanos. Como vaca é um longo percurso, não adianta nem sonhar...


A direção tomada pelos atuais tele-evangelistas neopentecostais me fez ligá-los aos Brâmanes, pois estes lobos em pele de cordeiro vociferam perante as câmeras de TV que são os intermediários das bênçãos entre os ‘párias’ e um deus obscuro e corrupto. Criaram um sistema os quais eles se tornam intocáveis, consideram-se a boca de Deus e sua palavra é inquestionável. Guiam suas ovelhas de maneira a levá-las ao abatedouro, tirando delas toda lã, leite, carne e o que mais for possível, prometendo bênçãos aos que os abençoarem e maldição aos que os abençoarem.

Assim como ao Brâmanes, estes pastores comandam, dirigem e manipulam a religião, extorquindo o povo e os deixando na ilusão de que agindo assim, eles alcançarão o paraíso aqui na terra. Manipulam e torcem a Palavra de Deus, e muitos os buscam na sede de ascenderem na sociedade, seja através de uma benção material, seja através de uma cura, um cargo ministerial ou qualquer migalha que possa cair da mesa deles.

Desta forma, os líderes cada vez mais enriquecem, e seu rebanho cadê vez mais empobrece. O sistema funciona perfeitamente, mas não podemos nos calar.

Nossos dízimos e ofertas fazem parte de nossa adoração a Deus. Não devem ser usados visando troca. Pode-se argumentar que em Malaquias 3:10 Deus nos estimula a trazer os dízimos e ofertas à Casa de Deus, para que façamos prova de Deus e assim ele derramará bênçãos sem medida em nossas vidas. Mas não podemos esquecer também que o povo de Deus em sua perigrinação no deserto colocou Deus à prova e foram dizimados (sem trocadilho) no deserto (Hebreus 3:7-17).

Vamos denunciar isso constantemente. Se ao menos uma vida puder ser transformada através destas linhas toscas terei cumprido minha missão.

A Deus seja toda honra, glória e poder, para todo o sempre.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A escuridão e o reencontro com a esperança...


Existem dias que são tremendamente sombrios. Dias os quais gememos de dor e frustração mediante a impotência em fazer com que os fatos que são despejados em nossas vidas tomem uma direção que traga um mínimo de esperança, momentos que a angústia e dor nos consomem lentamente, como que estivéssemos imersos nas profundezas dos piores pesadelos.

Nada específico, apenas uma má notícia aqui, um cliente perdido lá, outro revés acolá. Pequenos algozes que sozinhos não teriam poder de debilitar ninguém, mas que por pura malícia agrupam-se e atacam todos ao mesmo tempo, minando suas resistências.

A cada golpe tentamos esboçar uma reação, golpeando cegamente o inimigo, mas este é ao mesmo tempo ágil e pegajoso, imparcial às suas tentativas de revide. Ele parece gozar de nossa cara a cada gemido de dor e frustração. Começa a agarra-se ao nosso corpo como sanguessugas. Sentimos que não teremos força de continuar lutando.

O ar torna-se pestilento e sulfuroso, a respiração fere nosso interior com toda podridão destes algozes, descem como gatos (amo gatos, todos sabem, apenas ilustro o que me vem à mente) com unhas armadas, escorregando e rasgando, deixando feridas interiores. Sentimos vontade de acabar com tudo. A hora sombria não passa, o sol é subjugado pelas sombras de nuvens carregadas de lamentos e ais.

Será que nesta hora sombria não temos refúgio em lugar algum? Quem virá ao nosso socorro?

Primeiramente aconselho que num momento desses nunca se perca a esperança. Continue crendo em Deus, continue crendo na vida, como diria Raul Seixas. Não ceda um milímetro à pressão dos acontecimentos. Se nossos inimigos querem nosso sangue, terão nosso sangue só no fim. Se quiserem nossos corpos, só se estivermos mortos, só assim; também muito bem dito pelo Titãs.

Em segundo lugar, nunca desista. Quem o fará pensar em jogar a toalha é o próprio sinistro. Tentará expor sua pequenez e limitação, mentirá dizendo que você não é digno de misericórdia e por isso nenhum anjo será enviado a seu favor pelo Todo Poderoso. Falará que você é pequeno, inútil e desprezível. Fará de tudo para te vencer pelo cansaço.

Lembre-se das palavras de Jesus em João 16:33b, que parafraseada por mim alerta que “no mundo teremos tribulações; mas que devemos ter bom ânimo, pois ELE venceu o mundo’.

Lembre-se também do Salmo 121, que diz “elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre”.

Paulão também falou aos Romanos no cap.8:18-28 que "tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque na esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do Espírito: que ele, segundo a vontade de Deus, intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito".

Pronto. Estou melhor. Estava atravessando profundas agonias, e ao escrever a respeito recebi novo ânimo. Creio que Deus quer falar com mais pessoas a respeito dessa hora sombria...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Vinho novo, remendo novo...



"Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça, mas a justiça que vem da fé. Mas Israel, buscando a lei da justiça, não atingiu esta lei. Por que? Porque não a buscavam pela fé, mas como que pelas obras; e tropeçaram na pedra de tropeço; como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço; e uma rocha de escândalo; e quem nela crer não será confundido". - Romanos 9:30-33

Você tem uma noção exata de quem você é, onde você está, o que faz e o que deixa de fazer. Você não se sente melhor, muito menos pior. Exatamente o que você é.

Conhece e vive as leis que foram gravadas nas tábuas de seu coração. Vive de acordo com ela, somente ela. Isso assusta quem está de fora, pois se acostumaram a seguir manuais de regras e procedimentos. Mas teu espírito obedece somente Um. Ele (o Um) normalmente escandaliza, se torna pedra de tropeço para multidões de cegos, mas Rocha de Esquina para aqueles que o conhecem.

Você anda no contra fluxo da história que está sendo escrita, pois não se trata de massa de manobra. Em seu caminho esbarra em várias pessoas, por mais que tente desviar. Alguns realmente tentam ir de encontro a você, não para entender, mas para te derrubar. Mas você mudou. Como diz a frasezinha que andou rolando nos emails de vários nas últimas semanas: “misturou Activia com Johnnie Walker e agora está cagando e andando”...

Soa ofensivo, eu sei. Mas muitos se ofendem gravemente apenas para chamar a atenção, para tentar te desmoralizar. Da mesma forma que fizeram com Cristo nos relatos de Mateus 26:63-65: “Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote disse- lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus. Repondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: BLASFEMOU; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia. Que vos parece? Responderam eles: É RÉU DE MORTE!

Não adianta tentar agradar quem premeditadamente está contra você. Nadando contra a corrente, só pra exercitar, como alguns podem pensar. Mas não é isso. O espaço que tenta te limitar é claustrofóbico. Não entra luz, não entra ar, não há vida. Você até que aceitaria aquilo de bom grado se em seu espírito houvesse a confirmação de que aquela é a Vontade. A Vontade com “V” maiúsculo, dAquele que você ouve e segue sem questionar, pois Sua vontade é a tua vontade.

Mesmo que tente ficar lá dentro, algo começa a se mover. Você começa a expandir. Começa a incomodar quem está ao redor, não por ser um intruso, mas por não aceitarem algumas diferenças. Aí o inevitável acontece. O odre velho se rompe e você vaza. Normalmente este processo é mais doloroso do que libertador. Muitos se perdem ao se sentirem livres. Outros se recompõem, se preservam. Poucas perdas. Muitas marcas. Serve pro crescimento, amadurecimento.

O pior é olhar para todos os outros, amá-los e ter que aparentemente se portar como um “de fora”, simplesmente para não escandalizar. Aceitar julgamentos e se calar, para não aumentar o rombo. Nem todo mundo sabe se portar em liberdade, e não posso julgar quem prefere ficar na caixinha. Eu mesmo estou em uma, mas com alto teor subversivo, como diria um blogueiro foragido nos Estados Unidos...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Continuo procurando...


Ontem deixei um comentário no blog Outside the Church de meu amigo e irmão Tiago Scala. Ao reler o comentário me deu vontade de escrever algo mais a respeito. Ainda mais agora, que coincidentemente vi no blog do Hermes Fernandes que ele colocou o vídeo de I Still Haven’t Found What I’m Looking For do U2, onde Bono fala que (apenas traduzindo) continua não encontrando o que ele procura.

Continuar não encontrando o que procura, mesmo sendo cristão, para muitos é uma auto-acusação de que nossa vida com Cristo não está completa, que não vivemos uma vida plena, que estamos deixando algo importante de lado, sei lá. Como não penso assim, fica até difícil explicar o que possa passar na mente daqueles que, travestidos de uma piedade e religiosidade vã, poderiam pensar.

Parafraseando um pouco a letra da música, o vazio dentro do peito do cristão para mim é apenas um sinal de que o Espírito Santo age intensamente em nossos corações, convencendo-nos de que cada passo adiante expõe nossa pequenez, expõe nossa dependência da Graça, nossa necessidade de cada vez mais humilhar-nos sob a poderosa mão de Deus.

Vivemos momentos de indecisão e dúvidas com freqüência, mas só os mais honestos assumem isso. O resto finge que está vivendo de glória em glória para não manchar seu testemunho, pois vivem de aparência.

Ter dúvidas, parar, refletir, orar, chorar, sofrer, se desesperar... Tudo isso faz parte. Afinal de contas, cremos apenas na verdade, não aceitamos pílulas douradas de placebo para amenizar nossas dores. Conhecemos a verdade e não nos contentamos com pouco.

Como disse Paulo em Filipenses 3:12-14, "Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus"

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O que você vê até que é bom, mas nem sempre é o que foi escrito...


"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos". - Oséias 4:6

Vou falar mais uma vez sobre o Senhor dos Anéis...

Antes de ler os livros assisti a Trilogia várias vezes. Algumas no cinema, várias outras nos DVD’s. A cada reprise, recheado de muitas emoções, via-me mais e mais encantando com cada detalhe, cada personagem, cada mensagem de heroísmo, amizade profunda e sinceridade.

Recentemente aproveitei uma promoção do Submarino e comprei os 5 livros por um preço irrisório. Li O Silmarillion, O Hobbit e entrei na Trilogia de O Senhor dos Anéis. Devorei A Sociedade do Anel e As Duas Torres em poucos dias. Entrei no último livro, O Retorno do Rei, e já estou me sentindo triste por estar acabando.

Decidi fazer uma “maratona O Senhor dos Anéis” com minha mulher. Na semana anterior coloquei A Sociedade do Anel. Ao assistir o filme porém, comecei a ver como a adaptação do livro para o filme fez com que muito do encanto encontrado nas linhas de Tolkien se perdera para o filme ficar num formato comercial.

Cenas que no livro duram vários capítulos se abreviavam em poucos minutos de gravação, outras situações essenciais simplesmente cortadas do filme, como o encontro dos hobbits com Tom Bombardil, outras cenas simplesmente foram inventadas para criar um “climinha”, como a cena que Aragorn e Arwen, uma Elfa interpretada por Liv Tyler estão “in love” em Valfenda, antes da comitiva partir...

Mesmo assim o filme é lindo. Lindo mas incompleto, diferente do livro. Perfeito para quem dispõe de várias horas para assistir tudo, mas para aqueles que conhecem a verdadeira trama fica aquela sensação de “peraí, mudaram aqui, omitiram ali, acrescentaram acolá...”

Sábado passado, ao assistir As Duas Torres, não consegui me conter e fiquei falando comigo mesmo, mas em tom audível: “não é assim! Não é assim! Está faltando um monte de coisa! Este filme é ma-ra-vi-lho-so, mas não é fiel ao livro!” Minha mulher ficava me olhando e eu via que tinha que parar de falar, para não estragar nossa sessão de cinema. Parei de falar mas meu corpo reagia. Várias vezes balancei a cabeça negativamente, tipo falando “não, não é assim que está escrito!”

Posso dizer que o livro serviu apenas de inspiração para uma trama maravilhosa, ganhadora de vários Oscars. Para um filme isso é aceitável, mas tracei um paralelo com o Cristianismo que temos na Palavra de Deus e a versão televisiva, pregada pelos arautos da prosperidade...

Ver os tele-evangelistas pregarem citando uma coisa ou outra da Bíblia pode ser muitas vezes emocionante para alguns mas, quando colocamos verdadeiramente o que está sendo falado versus o que está escrito vemos que o que estão vociferando dos púlpitos por aí é uma versão Hollywoodiana do verdadeiro Evangelho.

Pregar que Jesus morreu na Cruz para nos resgatar de nossos pecados e nos dar a vida eterna não dá mais Ibope. Na verdade nunca deu. Nunca Jesus falou que a mensagem confiada aos primeiros discípulos seria agradável de ouvir, muito menos de viver. Alertou que muitos seriam perseguidos, mortos, falou que certos locais não nos aceitariam e que deveríamos limpar a poeira de nossos pés ao sair destes lugares.

Mas...

Isso não enche mega-templos nem estádios, não trazem multidões para assistirem as “cruzadas evangelísticas” e muito menos inspira os fiéis a darem seus dízimos, trízimos e ofertas.

Pois é. Para um filme a adaptação feita do livro fica muito legal para quem não os leu. Para quem os leu entretanto fica no máximo aceitável, por ser algo não comprometedor com as conseqüências, afinal de contas é apenas um filme.

Já para os destinos das vidas que assistem a versão cinematográfica do Evangelho não podemos brincar, nem muito menos aceitar.

Como está escrito: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro".
- Apocalipse 22:18-19

domingo, 9 de maio de 2010

O gato sabia...


Estou entorpecido...

Dia das mães, meu primeiro dia das mães sem ela...

Faleceu em Novembro do ano passado, nem quero lembrar o dia exato, pois não é data para se lembrar...

Hoje tá foda. Sim, FODA! Me perdoem quem segue meu blog pois, mesmo sendo cristão, não tem outra palavra para descrever o que sinto neste momento.

Estou no Rio de Janeiro já faz um ano e meio. Sou PAULISTANO, capital, periferia, Jd. Angela... Politicamente correto no Rio é "comunidade". Favelado no Rio muda de nome, povo orgulhoso, orgulho de algo que não vive mais...

However...

Tô mal, chorei pra cacete hoje...

Não quis ir na igreja hoje pois não queria ver as "festividades" daqueles que tem a mãe viva. Pelo menos EU não estou preparado. EU não estou.

SIM, sou CRISTÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Só que hoje estou MAL!

Estou sozinho. Chorei muito. Minha mulher trabalha em hospital e hoje está de plantão. Ela também perdeu sua mãe anos atrás. Queria estar com ela, mas a vida continua...

Pago NET mas estou sem computador em casa. Tenho que vir à uma lan house. Vim antes do almoço para ler o que tinha de atualizado, antes de ir ao mercado comprar muzzarela (tô fazendo um rango lá...).

Ao sair, um gato malhado em tons de bege claro e escuro apareceu. Já o conhecia. Roçou em minhas pernas. Adoro gatos.

Fiz cafuné em sua cabeça e ele ficou em pé sobre as patas traseiras. Olhava-me nos olhos. Passei a mão em seu peito, puxei suas orelhas com carinho. Sei do que gato gosta; afinal, sou muito parecido com o Garfield, tirando a preguiça das segundas feiras...

Ele me olhava insistentemente, roçava minhas pernas. Ajoelhei, ele subiu em meu colo, sempre me olhando nos olhos.

Só quem conhece realmente um gato sabem que os gatos são um dos maiores "para-raios" que existem no mundo animal.

Ele sabia que eu estava triste.

Ele deixou eu chorar, enquanto eu acariciava suas costas.

Garoava forte, tinha que ir para casa. Ao "me despedir". ele me segui por vários metros, roçando em minhas pernas. Aí não teve jeito: Chorei mais ainda, ao entender "a mensagem"...

Ele entendeu.

Ele viu que eu estava triste e me seguiu.

Não me venham com passagens bíblicas como a de Colossenses (não vou procurar agora capítulo e versículo) que fala para nos consolarmos. Conheço-as mais que muitos que me lêem agora.

A morte é uma merda. A ausência da pessoa que você ama é uma merda.

SEI que a encontrarei na eternidade, ao lado do PAI. Mas AGORA ela não está aqui...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não dá pra levar tudo a sério a todo momento...


“Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém. Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?

Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre. O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce. O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos.

Todos os ribeiros vão para o mar e, contudo, o mar não se enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a correr. Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol.

Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? ela já existiu nos séculos que foram antes de nós. Já não há lembrança das gerações passadas; nem das gerações futuras haverá lembrança entre os que virão depois delas.

Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem.

Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão. O que é torto não se pode endireitar; o que falta não se pode enumerar. Falei comigo mesmo, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; na verdade, tenho tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento. E apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso era desejo vão. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o conhecimento aumenta a tristeza”
. - Eclesiastes 1

Não creio ser o texto correto para meditar após o almoço. Tudo se torna mais lento e enfadonho. O sono abate a presa e a vontade é de deitar em uma nuvem, ouvindo anjos cantarem enquanto você descansa, sem repassar os longos dias que impiedosamente roubaram seu sono nos últimos dias, meses, anos.

Mesmo assim ouso fazê-lo. Não uma meditação propriamente dita; apenas deixo minha mente vagar por entre as fortes impressões trazidas pelas palavras do rei Salomão, considerado o homem mais sábio de todos os tempos. Sabedoria essa que cobra um alto preço.

Impiedosa, ela faz com que tudo passe por um crivo, o qual consome minhas energias num momento como este. O problema é que estes momentos deixaram de ser momentos e se tornaram praxe. Por isso quero a nuvem que mencionei acima. Nela deixarei de lado as preocupações e angústias que me consomem neste processo de pensar.

Pensa por acaso que ao escrever o que estou escrevendo estou fazendo algum esforço intelectual? Não! Tudo está fluindo pelos meus dedos, que correm pelo teclado por osmose, obedecendo a uma seqüência quase lógica de raciocínio, mas não um raciocínio intelectualizado, se é que isso é possível. É aquele raciocínio que temos minutos antes de dormir, quando viramos pro nosso parceiro ao lado e começamos a falar abobrinhas, daquelas bem sem sentido.

Coisa deliciosa esta! Como é bom se esvaziar de vez em quando e falar de fatos não presenciados, vidas não vividas, emoções não sentidas. Apenas falar. Falar ou escrever. Por isso que coloquei em meu perfil uma frase do "Apóstolo Bono Vox", como o nobre pastor cover do Silvio Santos (também conhecido como Edward mãos de tesoura e dedos de urtiga brava) “gentilmente” o ordenou: “Sou um exibicionista que adora pintar quadros daquilo que não vê. Um marido, um pai, amigo dos pobres, às vezes dos ricos. Um ativista vendedor ambulante de ideias. Jogador de xadrez, estrela de rock em part-time, cantor de ópera no grupo pop mais barulhento do mundo. Que tal?”

Só que isso não é para todos (o que não significa ser grande coisa...). Pintar quadros do que não se vê, ser um ativista ambulante vendedor de idéias... Isso me fascina. Voar sem ter asas, viajar sentado em casa, se deliciar com manjares nunca provados. Só num momento como este, que cada vez rareia em meus longos e cansativos dias de labuta e cansaço debaixo do Sol. Então tenho que aproveitar, desconectar, deixar o disjuntor cair e não absorver a descarga acumulada que cismou cair em meu sistema, já debilitado com meus próprios problemas e questões.

Viajar pelos devaneios, explorar cantos remotos imaginários, mergulhar no profundo do profundo e lá descobrir um novo ar a ser respirado, diferente do que seus sentidos estão tão preguiçosamente acostumados.

Vamos lá. Vamos em frente. Um universo imenso Me espera! Sinto meus olhos querendo fechar e são apenas 15:09h da tarde desta sexta-feira. Coisa boa, se eu pudesse encostava agora e dormia...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Relações simbióticas (ou a intimidade é uma merda)?


The grass is always greener on the other side;

A grama do vizinho sempre é mais verde que a nossa;

Ou...

A intimidade é uma merda.

Fiquei pensando sobre isso nos últimos dias. Das três frases acima, uma é de minha autoria, adivinhe qual (risos). Isso porque ando conversando com muita gente e tenho visto quantas pessoas são insatisfeitas com seus relacionamentos.

Um vive preso ao passado, pois foram épocas de vacas gordas. Prosperidade financeira, ministério abençoado, uma família unida, uma rede de relacionamentos gigantesca com pessoas do mais alto nível. Perdeu tudo por um adultério. Uma simples puladinha de cerca (não que eu ache “simples”) e pronto: Ruiu tudo o que fora construído ao longo de vários anos.

Perdeu ministério, mulher, bens materiais, prestígio. Recomeçou praticamente do zero com a amante. Anos depois o conheci e tenho conversado muito com ele sobre o fato dele viver dividido entre o que ele era e o que hoje ele é, entre o que ele tinha e o que hoje ele tem, como era a ex-mulher e como é a atual.

Disse a ele que se não virasse a página definitivamente (para um lado ou para outro, mas consciente e definitivamente) sua vida nunca iria progredir. Seria escravizado e torturado por suas questões, como “se eu não tivesse...”, “se eu voltasse atrás...”, “se ela quisesse voltar...”, ou “será que ela ainda me ama?”, será que ela ainda me quer?”, será que devo tentar me reaproximar?” fazem com que ele não seja plenamente feliz hoje (se é que isso é possível, pois como diz Raul, “ninguém é feliz neste mundo tendo amado uma vez...”). Vive olhando para a grama do vizinho, pois hoje outro está pastando nos campos verdejantes que outrora foram seus.

Ao olhar para sua grama atual vê que ela não é tão apetitosa assim. Inicialmente tinha aquela aura de mistério, o fruto proibido, a aventura. Com o passar dos dias porém, descobre-se que a pessoa também ronca, peida, fica mal humorada, tem TPM (misericórdia Senhorrrr!). A doce ilusão do príncipe encantado (no caso, a princesa) se desfez com o convívio diário.

Outros preferem viver na ilusão do que não foi ou poderia ter sido. Algo como “o melhor presidente do Brasil foi o Tancredo Neves”, isso por ele ter sido o primeiro presidente eleito (mesmo que indiretamente) após anos de ditadura militar e ter morrido antes da posse. Criou-se uma imagem do super-homem, o libertador, o “redentor”. Em outras palavras: Não teve tempo pra fazer merda na presidência.

Outro exemplo disso é o da viúva que passa a ter uma nova relação com um outro homem. Coitado do próximo (seqüencialmente falando) se a mulher passar a compará-lo com o santo finado. E eu conheço casais passando por isso. Dá pena de ver. Tudo que o próximo da fila faz é implacavelmente comparado com a maneira como o canonizado fazia. Cruel.

Mas isso só acontece para aqueles que projetam sua felicidade no outro. Felicidade é algo interior, independente de circunstâncias. SOU FELIZ, mesmo que momentaneamente esteja triste com isso ou aquilo. Não preciso “do outro” para eu me completar. Convivo plenamente comigo mesmo, se é possível entender o que eu digo.

Quem estiver ao meu redor não será consumido por minhas debilidades emocionais. Não que eu não tenha nenhuma, mas sou consciente de que não é no próximo que me completo. Não é uma relação de parasitismo, onde o hospede usa o hospedeiro até consumir toda sua seiva e vai embora procurando outra fonte de alimento, deixando o rastro de vidas secas para trás.

Também não se trata de comensalismo, quando um ser vive das migalhas que sobram da alimentação do hospedeiro que o abriga. Pouco ou nenhum dano é causado numa relação dessas, a não ser a desigualdade emocional envolvida. Funciona entre tubarões e rêmoras, não para seres humanos.

Entre nós, humanos, devemos viver em mutualismo, onde ambas as partes se beneficiam. O mutualismo ocorre naturalmente quando dois seres vivem e crescem juntos, ambos tirando proveito dessa estreita associação.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Não me sigam pois acho que estou perdido...



Convivo com um turbilhão de emoções, que me levam das mais altas montanhas às profundezas do abismo. São sensações desconexas, que ora me entorpecem como o vinho, hora me deprimem com angústia e dor. Poucas delas me fazem feliz por mais que alguns momentos. Por qual razão tudo isso que vivo é tão fugaz? Por qual razão tenho dentro de mim esta sensação de que estou correndo atrás do vento e não vou chegar a lugar nenhum?

Quando faço algo produtivo me vem a impressão de que o que fiz foi por acaso. Por que sinto esta sensação dentro de mim? Caminho por entre estas densas trevas, mal conseguindo ver o próximo passo a ser dado.

Neste caminho muitas vezes tenho esta sensação de que as pequenas coisas que faço são muito poucas perante tudo que sonho fazer. Não consigo acreditar que um ser tão pequeno como eu tenha algo a acrescentar à humanidade. Lembro-me das palavras que estão escritas num mural em frente ao Teatro Paulo Eiró, lá em São Paulo: ‘O homem sonha monumentos, mas só ruínas semeia para a pousada dos ventos’.

Prossigo sonhando com grandes obras, mas minha semeadura parece ser insuficiente. Vejo a necessidade daqueles que estão ao meu redor, e mal consigo dar o mínimo que precisam. Sinto-me insuficiente para oferecer o que necessitam. Por que será que as pessoas olham para mim e esperam que eu saiba o que fazer?

As vezes tenho vontade de dizer para que não me sigam, simplesmente pelo fato de não saber onde vai dar o caminho que estou trilhando. Minhas palavras são insuficientes para descrever o que se passa em minha mente. Meu vocabulário é muito pobre e não consigo trazer à luz o que está sendo gerado dentro de mim.

Quero gritar, mas não tenho voz. Quero correr, mas temo tropeçar e cair. Quero voar e alcançar altos cumes, mas minhas asas são muito pequenas. Preciso encontrar o que estou procurando, mas o problema é que não sei exatamente o que quero. Por qual razão Deus acredita mais em mim do que eu mesmo? Como Ele consegue ver algo bom dentro de mim?

Como posso ter certeza de que estou andando pelo caminho certo? Creio que vem da Palavra de Deus, quando ela diz que ilumina meus passos. Ela tem sido lâmpada, e o fato de não enxergar além apenas exercita minha fé. Tomo caminhos misteriosos, aleatórios, tateando com uma mão, segurando a lâmpada com a outra, sentindo esta sede do desconhecido dentro de mim, que não me deixa ficar parado onde estou.

Desculpem-me pelo excesso de perguntas. Não sei se vocês têm tantas questões dentro de suas mentes como eu tenho. Minha alma é inquieta e meus alvos são muito maiores do que creio ser capaz de alcançar. Creio dentro de mim que isso é bom. Não quero ser como eu sou. Quero crescer, ser melhor. Quero que meus galhos façam sombra para aqueles que eu amo. Quero que meus frutos alimentem aqueles que precisam de mim.

Quero que minhas palavras tragam alívio aos que me ouvem. Mas o que vejo é que estou como o Chacrinha, que dizia: ‘Eu vim para confundir, e não para explicar’... é gente, para variar, hoje está punk!

Inicialmente postado em 9 de setembro de 2009, mas hoje sinto-me assim...