“Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens" - Romanos 12:18
Quanto uma relação entre duas pessoas acaba, como podemos fazer para saber se fomos os responsáveis pela ruptura? Como seres humanos imperfeitos que somos, nunca estamos 100% corretos. Cometemos erros, pequenos ou não, provocamos crises, pequenas ou não, sendo que – mesmo que tenhamos 0,001% de responsabilidade na ruptura de uma relação qualquer – como cristãos, nos sentimos muitas vezes responsáveis pelo fracasso total da mesma.
Mas isso é justo? Será que podemos nos prostrar e deixar com que os outros usem-nos como capachos, limpando seus pés em nossas costas ao seu bel prazer? Você já passou por este tipo de situação? Eu já, mais vezes do que gostaria de ter passado.
Em meu primeiro casamento eu fui muito conivente com as falhas de minha ex-mulher. Deveria ter sido mais duro, deveria ter sido mais firme mas, infelizmente, procurei agir como “cristão” e usei erroneamente os ensinamentos de 1 Corintios 13:4-7, que nos ensina que “o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...”
Cria firmemente que deveria fazer vistas grossas aos defeitos de minha ex. Tolerei várias infidelidades, crendo que se eu continuasse apenas demonstrando amor incondicional reconquistaria seu amor. Só que isso teve efeito contrário. Como um câncer que vai minando suas resistências dia após dia, minha omissão fez com que as poucas chances de manter meu casamento se esvaíssem. Fui fraco, pensando que agia corretamente, “crentemente”, digamos assim.
Um confronto firme logo na primeira escapada (mas baseado em amor sincero) poderia ter salvo meu casamento. Deixei de impor os limites e os efeitos foram catastróficos. Como crianças, muitas vezes “o outro” não quer fazer tudo o que tem vontade. De fato, quer apenas testar os limites. Se não encontram os tais, perdem o respeito, que é a base de toda relação sadia.
Talvez você discorde disso, mas lembre-se que primeiramente já fomos filhos, alunos e alguns hoje são pais. As crianças precisam de limites para não se perderem, em todos os sentidos. Suponhamos que hoje você chegue em casa e encontre seu filho ou filha na sala, usando drogas tranquilamente com um bando de “amigos”. Você entraria em casa, falaria “Boa noite filho/a, tudo bem com você? E seus amiguinhos, estão bem? Querem que eu desça até a boca de fumo pra comprar mais drogas para vocês? Ah, se passarem mal me avisem, vou ficar acordado de plantão no quarto (não vou ficar na sala para vocês ficarem mais a vontade) para qualquer eventualidade”.
Isso é amor? Logicamente que não! E o pior é que existem pais bunda-moles o suficiente para agirem assim, em prol da “modernidade”!
NA HORA deveria ter o confronto. Colocar toda aquela catrevada (expressão muito usada no interior do Paraná para definir gente que não presta) para fora e repreender duramente o filho/a. Impor os limites e deixá-lo ciente que dentro de sua casa NUNCA MAIS comportamento parecido será aceito.
Na hora tal atitude poderá doer para ambas as partes, mas este ato de firmeza inicial salvará a vida de seu filho e sua família.
Temos que ser firmes. O AMOR TEM QUE SER FIRME! Numa relação extraconjugal de um parceiro a mesma coisa: Delimite os espaços com firmeza, não evite o confronto. Como se costuma dizer, “panela suja se lava ainda quente”. Não se aceita a infidelidade de um parceiro mansa e “cordeiristicamente”.
Marque território antes que seja tarde. Não tema “perder” um parceiro. Na verdade, perder neste caso já é algo que está a caminho. Mantenha a auto-estima, mostre que você tem valor e que não aceitará apenas uma “porcentagem” de seu parceiro infiel. Mesmo que seja 99% “seu”, este maldito 1% é o suficiente para afundar toda a relação. Lembrem-se dos votos de fidelidade até que a morte os separem.
Outra coisa: abra a porta da gaiola NA HORA, se necessário. Fale para ele ou ela pegar suas coisas e ir embora. O parceiro infiel precisa sentir que cometeu um grave erro. Na verdade ele está em crise. Não dê tempo à ele para racionalizar a situação e começar a perder mais ainda o senso de certo e errado. Deixe ele/a sem chão!
Digo por experiência própria. Ao aceitar a situação por um tempo, crendo que estava sendo “cristão”, diminuí-me como ser humano, passado a ter menos valor do que realmente tinha, tanto para ela como para mim...
Acham que não há base bíblica para abrir a porta da gaiola?
“E se alguma mulher tem marido incrédulo, e ele consente em habitar com ela, não se separe dele. Porque o marido incrédulo é santificado pela mulher, e a mulher incrédula é santificada pelo marido crente; de outro modo, os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos. Mas, se o incrédulo se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está sujeito à servidão; pois Deus nos chamou em paz”. – 1 Corintios 7:13-15
Nenhum tipo de relação deve ser mantido à força. Nem mesmo Deus nos obriga a amá-lo. Ele nos deixa a opção de não O amar. Nós sabemos valorizar esta relação e não o abandonamos por nada. Mas todos quanto apenas nos usam, quer sejam cônjuges, familiares, parentes, amigos, colegas de trabalho, que eles tenham claramente em suas mentes que não estamos à mercê de suas patifarias.
A base para isso continua sendo o AMOR e a PALAVRA. Veja o que disse Jesus ao ser questionado sobre qual era o grande mandamento na lei:
“ Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo COMO A TI MESMO. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. – Mateus 22:37-40
Se não nos amarmos, não podemos amar o próximo. E este amor envolve respeito a si próprio, manutenção da dignidade, auto-estima. Isso não está à venda. Hoje vivo plenamente com uma mulher de Deus que me ama e me respeita da mesma forma que eu a ela.
Nota: Tudo o que escrevi acima se baseia nas minhas experiências pessoais, na Palavra de Deus e do excelente livro do Dr. James Dobson, conselheiro matrimonial, chamado “O Amor Tem Que Ser Firme”, Editora Mundo Cristão. Já li este livro duas vezes, estou lendo pela terceira vez e "pena" que o fiz a primeira leitura tarde demais. Aconselho a todos que estiverem passando por momentos de crise em suas relações que leiam este livro, ou indiquem-no para alguma pessoa próxima que o cônjuge esteja sendo infiel. Como o próprio autor diz, DE MANEIRA NENHUMA dê este livro para aquele que estiver praticando infidelidade.
P.S: Acabei de descobrir que aparentemente tenho em mãos uma das últimas edições deste livro em português. Ao pesquisar no site da Mundo Cristão para colocar o link para o livro, vi que o mesmo está fora de circulação. Ao fuçar mais, vi alguns textos que mencionam este livro, mas não avalizando o ministério do Dr. Dobson. Well, como diz a Palavra em 1 Tessalonissenses 5:21, "Examinai tudo. Retende o bem". Pessoalmente creio que os conselhos dados neste livro são excelentes. É fácil para alguns religiosos dar palpite "no jogo dos outros". Estando de fora, têm-se outra visão do que significa passar por um adultério e um divórcio subsequente...