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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Como pombas e serpentes...


“Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto, sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas”. – Mateus 10.16

Desde que me conheço por “crente” ouço dizer que cristão tem que ser bonzinho, no pior sentido da palavra. Viver uma vidinha pacata, só de oração, jejum e consagração, aceitar tudo pacifica e pacientemente, não se levantar para lutar por seus direitos, apenas assistindo as coisas acontecerem, "cordeiristicamente".

Crêem que em tudo Deus irá intervir a seu favor. Jogam a responsabilidade de decidir, agir e reagir para o Senhor, que se levantará a todo instante para defender os fracos e oprimidos de seus malvados perseguidores.

O que temos que fazer? Nada! Apenas ficar de joelhos enquanto Jeová envia seus Exércitos Celestiais sentar a espada no bucho de nossos inimigos. Lindo isso, nos preserva de agir, decidir, lutar e avançar em direção aos nossos objetivos – afinal de contas – somos filhinhos do Papai e Ele sempre estará abrindo caminho para andarmos em pastos verdejantes, certo?

ERRADO!

Como bem disse Jesus, somos enviados como ovelhas entre lobos, mas isso não significa que devemos ser comida de bicho papão. Há momentos que temos que orar e aguardar o agir de Deus, SÓ QUE também há momentos que temos que tomar as decisões, enfrentar os adversários, abrir espaços onde aparentemente não há caminho.

Só assim Deus poderá agir. De nada adianta ficar de joelho cheio de calos enquanto estão tentando invadir nossa praia. Temos que levantar e lutar. Não a luta no sentido literal, mas a luta por direitos, o caminhar firme, de bico duro, “contra” aqueles que se opõem aos nossos direitos. Na saída do povo de Israel do Egito vemos isso claramente:

“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver; o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis. Então disse o Senhor a Moisés: POR QUE CLAMAS A MIM? Dize aos filhos de Israel que marchem”.Êxodo 14.13-15

O próprio Deus disse a Moisés para parar de clamar e avançar, ao invés de ficar aguardando o sobrenatural de Deus! Este (o sobrenatural), só acontece a partir de nossa firme convicção de ir em frente. Isso é a fé colocada em prática. Abrimos caminho alicerçados Nele, não o contrário. Não devemos ficar esperando os anjos descerem dos céus para lutar por nós. Isso se dará APENAS se for necessário. Em palavras grosseiras, qual pai gosta de ter filho bunda mole?

Tem hora que é com a gente. Deus está conosco, mas não fará por nós aquilo que está ao nosso alcance ser feito. A logística divina estava toda armada mas dependia do agir do povo de Deus para que acontecesse.

Como já disse, temos que ter pulso forte, não apenas assistir a vida passar na arquibancada. Temos que descer para o campo de batalhas, encarar os inimigos, abrir caminho onde eles aparentemente não existem, sabendo que não estamos sozinhos entre os lobos. Se Ele nos enviou, devemos fazer nossa parte, sendo justos e amorosos, mas não deixando de lado a astúcia que nos preservará vivos entre os inimigos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A verdade está no fundo do poço


“A verdade está no fundo do poço”, li certa vez, não me lembro mais se num livro ou num artigo de jornal. Em todo caso, em letra de forma, e como duvidar de afirmação impressa? Eu, pelo menos, não costumo discutir, muito menos negar, literatura e jornalismo.

(...)

O meritíssimo Dr. Siqueira, juiz aposentado, respeitável e probo cidadão, de lustrosa e erudita careca, explicou-me tratar-se de um lugar comum, ou seja, coisa tão clara e sabida a ponto de transformar-se em um provérbio, num dito de todo mundo.

(...)

No entanto, por mais que ele me explique tratar-se de apenas um provérbio popular, muitas vezes encontro-me a pensar neste poço, certamente profundo e escuro, onde foi a verdade esconder sua nudez, deixando-nos na maior das confusões, a discutir o propósito de um tudo ou de um nada, causando-nos a ruína, o desespero e a guerra

Poço não é poço, fundo de um poço não é o fundo de um poço, na voz do provérbio isso significa que a verdade é difícil de revelar-se, sua nudez não se exibe na praça pública ao alcance de qualquer mortal. Mas é o nosso dever, de todos nós, procurar a verdade de cada fato, mergulhar na escuridão do poço até encontrar sua luz divina.


Trechos das páginas 71/72 de “Os Velhos Marinheiros”, livro de Jorge Amado, 27ª edição, lançado pela Livraria Martins Editora S/A, mil novecentos e bolinha...


Anteontem acabei de ler o livro “50 Anos a Mil” do Lobão, uma deliciosa e reveladora viagem pela vida e carreira deste polêmico e querido músico. Querido por mim que vivi intensamente o início da cena roqueira brasileira nos anos 80, polêmico para alguns por sua trajetória de vida conturbada, cercada de prisões, problemas familiares e outras coisinhas mais.

Ontem engatei na leitura do Jorge Amado, coisa que fiz muito na minha juventude e que havia interrompido após minha conversão pelo fato de considerar seus livros muito picantes, cheio de sensualidade, envolvimento constante de seus deliciosos personagens pelo candomblé, prostituição e – principalmente – com a vida de todos em relação ao mar.

Eu, muito crente, taquei fogo em tudo, claro! Quase vinte anos depois, senti saudades daquela frase constantemente repetida nas melodias dos marinheiros das tramas de Jorge Amado, contidas no livro Mar Morto: “É doce morrer no mar”. Virou até canção de Dorival Caymmi, como diz o blog MPB Cifrantiga:

“Segundo Dorival Caymmi, "É Doce Morrer no Mar" nasceu durante uma reunião de amigos, em casa do coronel João Amado de Faria, pai de Jorge Amado. No calor da festa, o compositor criou a canção sobre um tema de "Mar Morto", romance de Jorge sobre os mestres de saveiros: "É doce morrer no mar / nas ondas verdes do mar".

Imediatamente, o romancista compôs mais alguns versos, completando a canção ("Nas ondas verdes do mar, meu bem / ele foi se afogar / fez sua cama de noivo / no colo de Iemanjá...").

"Chegou a haver um concursinho entre os presentes (Érico Veríssimo, Clóvis Amorim e outros), mas acabaram prevalecendo os versos de Jorge", relembra o compositor. "É Doce Morrer no Mar" foi gravado por Caymmi no mesmo disco que lançou "A Jangada Voltou Só", outra de suas obras-primas".


Exatamente por este envolvimento com ao candomblé que eu me apartei deste tipo de literatura. Hoje, ao começar a reler estes livros “pagãos” de Jorge Amado, vejo que tudo vai muito da maneira como você se relaciona com o que está por aí.

Como diz Paulo em sua primeira carta aos cristãos da Tessalônica, capítulo 5, verso 21:

“mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom

Oras, será que eu não posso ler ou ver algo que fuja do cercadinho religioso sem me contaminar (lógico que não me refiro a pornografia ou coisas do gênero)? Se assim for, teria que sair do mundo, deste sistema, não do planeta (ou até mesmo do planeta, dependendo da minha fragilidade). Jesus mesmo falou sobre isso em sua oração sacerdotal:

“Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou”. – João 17.15-16

Com isso, retorno aos trechos que citei do livro de Jorge Amado: “A verdade está no fundo do poço”. Não me refiro à VERDADE, Jesus revelado. Esta é firmada na Rocha e não é negociável. Digo aos fatos cotidianos, àqueles acontecimentos que nos cercam em todas as áreas de nossas vidas e nem nos damos conta disso.

Parte-se do pressuposto que uma autobiografia do Lobão é verdadeira, o que não significa compactuar com tudo o que ele fez (e olha que ao ler o excelente livro você fica do lado dele em praticamente tudo que aconteceu!). Um livro de Jorge Amado é verdadeiro ao relatar o dia a dia do povo da Bahia, sua religiosidade e costumes, o que também não significa que vou fazer um tererê, uma tatuagem de rena, beijar a boca de um baiano (dizem que se você vai pra Porto Seguro e não faz estas três coisas você nunca foi...) virar macumbeiro e morrer no mar.

Afinal de contas, “Poço não é poço, fundo de um poço não é o fundo de um poço, na voz do provérbio isso significa que a verdade é difícil de revelar-se, sua nudez não se exibe na praça pública ao alcance de qualquer mortal. Mas é o nosso dever, de todos nós, procurar a verdade de cada fato, mergulhar na escuridão do poço até encontrar sua luz divina".


O que você acha?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Levou na cara e finge não saber a razão... ha-ha-ha!


“Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom. Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração”. – Lucas 6.43-45

Minha cabeça está a milhão. Acabei de ler algo na blogosfera que destampou minha Bíblia mental, fazendo com que diversos versículos pipoquem em minha mente. Todos, de uma forma ou de outra, estão ligados à maneira como vejo as pessoas se relacionando com seu próximo (pessoal ou virtualmente) e com Deus (“idem”).

Parece que algumas pessoas não se importam com os desdobramento de suas ações. Como bem diz o Ricardo Gondim: “Temos controle de nossos atos mas não temos controle das conseqüências”. Nada mais verdadeiro pois levianamente falam o que vem à mente, escrevem e denigrem os outros e esperam colher somente o melhor das pessoas.

São pessoas ardilosas, camufladas de piedade, até com títulos ministeriais mas – por dentro – possuem um espírito corrompido, exalando podridão e sectarismo. Visam denegrir pessoas, idéias, doutrinas, conceitos filosóficos, pontos de vista, denominações, agindo sem saber (será?) como embaixadores do diabo, trazendo discórdia e divisão.

Como pode uma pessoa despender boa parte do seu tempo e dos seus dons numa empreitada tão nefasta? Como um câncer, vive espalhando metástase por todo o corpo de Cristo, atingindo um órgão aqui, outro membro ali, outro tecido acolá, de forma a construir ao seu redor um cemitério de vidas destruídas por suas palavras, suas insinuações, seus ataques.

Agem desta forma testando a paciência e os limites de cristãos sinceros, procurando tirar o pior destes. Quando porém levam uma “invertida”, ficam todos melindrosos, estatelados no chão, sem saber a razão de ter levado uma voadora na fuça. Choram mostrando o dodói na ponta do nariz como fazíamos quando éramos crianças.

Os mais incautos talvez vejam aquela cena do “corpo estendido no chão” e não entendam que aquilo se deu por ela ter levado a paciência do irmão que apenas se defendeu ao extremo. Como diz Paulo aos Romanos:

“Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”. – Romanos 12.18

Quando não se faz possível manter esta paz, somos obrigados a agir como – “diii-nôoooovooo” – nosso querido e “estourado” Paulo:

“Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável. Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão. Os demais judeus também se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé se deixou levar.”
Gálatas 2.11-13

Afinal de contas, quem agüenta a hipocrisia reinante entre alguns crentes, todos melindrosos por terem sido repreendidos por suas pisadas na bola contra outros irmãos? Querem apenas o filé e não querem chupar os ossos? Chega uma hora – até para os filhos de Deus – que a paciência acaba! Já tinha escrito sobre a podridão que vez ou outra vemos na blogosfera e que, na verdade, empesteia não só no campo virtual, mas também no mundo real, até mesmo dentro das igrejas.

Só que uma hora a coisa vem à tona. Como disse o Senhor:

“Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz”
. – Lucas 8.17

Isso pode se dar no dia do julgamento mas também pode começar aqui, agora. E é o que vejo estar acontecendo.

Caso queiramos ser bem quistos pelos homens, devemos nos preocupar com a qualidade do relacionamento que temos com eles. Da mesma forma com o Senhor.

“Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna“
. Gálatas 6.7-8

E ainda:

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra".Eclesiastes 11.1-2

O que você espera encontrar em seu caminho quando vierem os dias difíceis?

Sei lá, não sei se tudo isso faz sentido para vocês. Para mim foi chocante o que vi hoje...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Evento Nike - um testemunho do cuidado de Deus e do amor entre os irmãos


“Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou: "Portanto eu lhes digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas. Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves! Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? Visto que vocês não podem sequer fazer uma coisa tão pequena, por que se preocupar com o restante? "Observem como crescem os lírios. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé! Não busquem ansiosamente o que comer ou beber; não se preocupem com isso. Pois o mundo pagão é que corre atrás dessas coisas; mas o Pai sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas.”Lucas 12.22-31

No começo deste ano a Cil foi chamada para entrevistas e testes em uma grande rede de maternidades no Rio de Janeiro. Ela estava “paquerando” este hospital há vários meses, tendo conseguido a oportunidade de participar do processo seletivo. Ao final de tudo, foi admitida, tendo que começar no novo trabalho em 01/02.

O hospital que ela estava trabalhando não fazia acordo, então aconselhei ela a pedir demissão. Caso não o fizesse, ficaria vários meses sem tirar férias. Não havia opções e decidimos sacrificar o salário de fevereiro em troca deste importante passo em sua carreira. Dia 13/01 ela pediu demissão.

Como consequência, nós iríamos ficar com um rombo no orçamento na hora de pagar as contas daquele mês. Conversamos muito, sem dourar a pílula. Disse que aquele era o preço para podermos avançar (nós dois estamos reconstruindo nossas histórias juntos...) e que encontraríamos uma saída.

No dia, 23/01, domingo, estávamos na CBRio e, antes de começar o culto, apresentei esta situação a Deus. Disse a Ele que a decisão que tomamos era a única opção para avançarmos (poderíamos ficar parados e acomodados), MAS estava com o problema das dívidas que venceriam no início de fevereiro. Sem nenhum tipo de manipulação, pedi a Deus que Ele tivesse misericórdia e apresentasse uma opção para podermos honrar os compromissos financeiros.

Na segunda feira, 24/01, cheguei ao escritório pela manhã, abri os emails da empresa e, em seguida, meus emails pessoais. Quando começo a ler um email enviado pelo René intitulado “urgente!” (ou algo parecido), simplesmente não acredito no que ele diz! Iria acontecer um evento da Nike no Copacabana Palace, com toda montagem da estrutura (palco, etc) feita por uma empresa alemã. No Brasil, eles contataram uma empresa brasileira para fazer o descarregamento e montagem de toda parafernália, mas seria necessário um intérprete, alguém que falasse inglês entre eles e os meninos que colocariam a mão na massa.

Movido por caminhos misteriosos, meu grande irmão René acabou por me oferecer a vaga para este evento. O valor acertado para os 5 dias de trabalho (três na montagem e dois na desmontagem) era e-xa-ta-men-te o valor do salário da Cilene, com data de pagamento e-xa-ta-men-te no dia do que seria o pagamento dela no hospital anterior!

Inicialmente fiquei meio “pé atrás”: Apesar de trabalhar com comércio exterior, meu inglês acabou se afunilando e se tornando muito técnico, específico para minha área. Conversar em inglês com 7 alemães (o que já é meio complicado), falando sobre assuntos que eu não domino me deixou com um pouco de receio. Não gosto de pegar nada que não tenha 100% de domínio. Por outro lado, estava claro como cristal que aquilo era de Deus! Para se ter uma idéia, o horário do email do René era próximo ao horário que estava orando a Deus, apresentando minha necessidade.

Aceitei, liguei para a prima do René, fui pessoalmente ao escritório da empresa na hora do almoço e – para minha surpresa – todos (a grande maioria, tá...) eram cristãos, envolvidos em missões. Mais “de Deus” do que aquilo impossível.

Como tinha alguns dias de férias para tirar (já tinha recebido mas não tinha gozado), falei a real com minha diretora. Ela não gostou muito mas acabou me liberando nos dias do evento por saber que eu estava precisando do dinheiro (se eu tivesse mentido e falado que ia para SP ver meu pai teria sido mais fácil, mas deixaria brechas no mundo espiritual).

Confesso que nunca ganhei proporcionalmente tanto dinheiro por tão poucos dias de trabalho! Me diverti muito, trabalhei muito e também passei por momentos delicados, pois constantemente um alemão falava para fazer uma coisa e outro, vinha falando o contrário, fazendo com que eu fizesse eles repetirem várias vezes o que eles queriam que fosse feito para evitar misunderstoods.

Terminou o evento, desmontamos tudo, acabou acontecendo dois “pequenos” incidentes (uma estrutura de palco despencou por falha no equipamento dos alemães, machucando de raspão um dos meninos; e outro cortou a perna com uma madeira, tendo que ir correndo para o hospital tomar pontos) mas, ao final de tudo, entre mortos e feridos, todos se salvaram.

Não podia deixar de testemunhar estes fatos. Deus é maravilhoso e respondeu minha oração através deste amado irmão René. Que Deus o abençoe muito, sempre, em todas as áreas de sua vida meu amado!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Como Moisés e Elias apareceram no monte?


“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte; e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Os discípulos, ouvindo isso, cairam com o rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados. Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais. E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente”. – Mateus 17.1-8

Fui espírita por vários anos antes de me converter. Quando conheci Jesus, senti uma grande vontade de pregar o Evangelho para quem estava envolvido no espiritismo, até que um dia, em meio a um debate com um livreiro e os presentes, vieram com uma pergunta sobre a passagem da transfiguração: Como Elias e Moisés apareceram para Jesus e os três discípulos se você diz que os espíritos não vão de lá pra cá e vice versa?

Procurei argumentar que em Lucas 16.26 está escrito que: “...além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá”.

Recém convertido mas pleno de certeza de que estava trilhando no verdadeiro Caminho, orava pedindo a Deus para encontrar a resposta, até que fiquei de voltar no dia seguinte para continuar o debate. Cheguei em casa arrasado, pedindo a Deus que Ele me revelasse o que tinha acontecido naquele monte. Após muitas lágrimas e oração na presença do Senhor, acompanhadas de uma devassa nas páginas de minha Bíblia de estudo, algo começou a se encaixar.

O que Elias e Moisés tinham em comum no quesito “poder aparecer no mundo dos seres viventes” séculos depois de suas “mortes”?

Pesquisando especificamente sobre Elias, me deparei com um dos momentos mais importantes de sua história. Em 2 Reis 2.9-12 está escrito:

“Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja sobre mim dobrada porção de teu espírito. Respondeu Elias: Coisa difícil pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará. E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai! o carro de Israel, e seus cavaleiros! E não o viu mais. Pegou então nas suas vestes e as rasgou em duas partes”
.

Bem, se os mortos não podem passar de lá pra cá, talvez um vivo possa. Se Elias foi arrebatado, assim como Enoque, então ele foi lá pra riba em vida. Tá certo que carne e sangue não entram no Reino de Deus, mas alguma coisa aconteceu com Elias...

Até aqui, a "resposta" estava parcialmente encontrada, pelo menos ao meu ponto de vista. O problema agora era Moisés! Todos sabemos que Moisés morreu antes de entrar na terra prometida. Como está escrito em Deuteronônio 34.4-7:

“E disse-lhe o Senhor: Esta é a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: ë tua descendência a darei. Eu te fiz vê-la com os teus olhos, porém para lá não passarás. Assim Moisés, servo do Senhor, morreu ali na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor, que o sepultou no vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura. Tinha Moisés cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escurecera a vista, nem se lhe fugira o vigor”.

Teoria falha a minha. Moisés tinha morrido. Mas então como explicar que ele e Elias apareceram naquele monte para trocar algumas idéias com Jesus? Estava numa desgraçada sinuca de bico, sabendo que a Palavra de Deus não se contradiz. Se assim é, alguma coisa deve ter acontecido e eu ainda não tinha encontrado a chave do mistério.

Lá vai eu fuçar mais as Escrituras. Pesquisa aqui, pesquisa ali (e olha que naquela época não existia nem Google nem Bíblia on-line!) e nada de encontrar algo que aconteceu com Moisés no calibre do que aconteceu com Elias.

Volto a ler novamente sobre a morte de Moisés e encontro meio que perdido no texto um trecho aparentemente sem importância: “morreu ali na terra de Moabe, conforme o dito do Senhor, QUE O SEPULTOU NO VALE, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; E NINGUÉM SOUBE ATÉ HOJE O LUGAR DA SUA SEPULTURA(verso 6).

Ei! O próprio Senhor sepultou Moisés e ninguém sabe até hoje o lugar de sua sepultura! Como explicar isso? Tendo descoberto onde estava a ponta do durex, me reanimei e continuei minha pesquisa.

Fuço mais em minha velha Thompson e passo a buscar tudo a respeito de Moisés. Quase desistindo, chego a um dos últimos textos da Bíblia, localizado no livro de Judas. Ao ler o versículo 9, me arrepiei todo:

"Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e DISPUTAVA A RESPEITO DO CORPO DE MOISÉS, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda".

Deus sepultou Moisés e o próprio arcanjo Miguel disputou seu CORPO no palitinho com o chifrudo!

Agora as coisas, de uma certa forma, começavam a se encaixar!

A resposta que encontrei para que ambos pudessem aparecer a Jesus, perante os três discípulos era a que ambos – de uma forma ou de outra – estavam com seu corpo não mais na terra!

Sei que pode ser muito estranho. Posso também estar errado em minha interpretação. Minha intenção ao escrever sobre isso não é dizer que estou decretando o veredicto em relação ao assunto. Pessoas muito melhor preparadas que eu podem e DEVEM complementar ou discordar de meu ponto de vista. Não sou dono da verdade e estou aprendendo, graças a Deus.

O que sei é que – baseado neste argumento – pude retornar no dia seguinte e me “vingar” da surra de Bíblia que tinha tomado no dia anterior.

P.S:
Resolvi escrever sobre este acontecimento ontem, após ler e comentar o excelente texto do Vanderlei em seu blog Príncipe da Paz. Estava pesquisando onde se encontrava um determinado texto bíblico no Google e caiu no blog dele, que passei a seguir. Em breve ele irá escrever um post sobre este assunto que eu levantei. Vale a pena dar uma passada por lá.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

E aqueles que "não ouviram"?



Domingo a noite estava assistindo um debate na Rede Boas Novas sobre o tema: “Haverá Criancinhas no Inferno?”. Dois senhores (teólogos, pastores? Não lembro...) e o apresentador tentavam chegar a um consenso sobre o assunto. Eu ficava agoniado com o raciocínio quadradinho apresentado, pois eles – de alguma forma – concordavam com a predestinação de maneira fria, isentando-se de raciocinar e colocando tudo na conta de Deus, o monstro da história.

Falando o que assisti com minhas palavras, eles diziam que Deus tinha o direito de fazer o que bem entendesse e o homem não tinha o direito de questionar. Algumas boas perguntas foram feitas, creio que por telespectadores. Uma delas era sobre as diversas vezes que Deus orderara seu exército a invadir uma nação e matar todos, de velhos a animais, passando por mulheres e crianças, sem piedade. Neste caso, Deus estava automaticamente condenando aquelas crianças que – teoricamente – não haviam tido tempo para pecar ao inferno?

A linha de resposta seguia este argumento da predestinação, ou seja, não havia uma resposta conclusiva, ficando ao “Deus dará”... Temas como “e aqueles que morreram antes de Jesus e não tiveram contato com a Graça também estão no inferno?” (baseados na premissa que Deus tinha deixado uma “brecha” em seu plano de salvação, omitindo os “before Christ” da lista) eram respondidos de maneira árida, longe da Graça que me foi apresentada neste tempo de caminhada cristã.

Baseados no princípio da predestinação, chegaram a expor o argumento/levantar a questão que “se Deus já criou uns que vão para o céu e outros para o inferno, não há necessidade de arrependimento e conversão. No final de tudo, cada um irá trilhar para o destino que lhe fora reservado desde a eternidade”. Eles discordavam entre si sem, entretanto, apresentar uma resposta que saísse desta equação simplista de forma satisfatória.

Como eu disse antes, estava agoniado, na ponta da cadeira, gritando à tela da TV as respostas que tenho para mim sobre o (s) tema (s) apresentado (s). O que se ouvia deles era somente este argumento de disco riscado, “Deus escolhe quem Ele quer e o homem não tem o direito de questionar”.

Sei que existem algumas passagens bíblicas que podem dar a entender que Deus, literalmente, escolhe alguns para o céu e outros para o inferno:

"Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: 'O que você está fazendo?' Será que a obra que você faz pode dizer: 'Você não tem mãos’?”Isaías 45.9

“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.”Romanos 8.29-30

"Eu sempre os amei", diz o Senhor. "Mas vocês perguntam: 'De que maneira nos amaste?' "Não era Esaú irmão de Jacó?", declara o Senhor. "Todavia eu amei Jacó, mas rejeitei Esaú. Transformei suas montanhas em terra devastada e as terras de sua herança em morada de chacais do deserto."Malaquias 1.2-3

Existem mais passagens, mas agora não lembro onde estão. Entretanto, estas três já são mais do que suficientes para apresentar Deus como o grande manipulador dos seres humanos, escolhendo de antemão alguns e rejeitando outros.

Todavia, meu ponto de vista perante este assunto delicado tem como base alguns atributos inerentes à pessoa de Deus:

1) Deus é eterno;
2) Deus é onisciente;
3) Deus é Amor.


Isso posto, vamos amarrar as coisas:

1) ETERNIDADE:
Deus não está preso ao tempo humano. Para Ele não existe ontem, hoje ou amanhã. Tudo está diante Dele.

2) ONISCIÊNCIA: Por não estar preso ao tempo, Ele “já sabe” tudo o que vai acontecer, INCLUSIVE, quem vai amá-lo e quem vai rejeitá-lo.

3) AMOR: Mesmo assim, Ele criou todos com as mesmas chances de tê-lo como seu Deus e aceitar seu Filho como Senhor e Salvador.

Desta forma, defendo a tese de que “A PREDESTINAÇÃO EXISTE NA ONISCIÊNCIA DE DEUS (ele simplesmente sabe quem vai e quem não vai aceitar!!!) E NÃO FRUTO DE SEU CORAÇÃO INSENSÍVEL”. Se assim fosse, Deus não seria digno de ser amado e respeitado. Estaríamos em um jogo de cartas marcadas, numa roleta viciada, fazendo o papel de bobos, perdendo tempo em amá-lo. Sairíamos de fábrica com todos os opcionais para ser “crentes”, não havendo necessidade de arrependimento e conversão.

Certo. E quanto àqueles que morreram antes de Jesus vir ao mundo? E quanto àqueles que vivem em tribos isoladas nos cafundós do Judas e nunca tiveram a oportunidade de ouvir uma sílaba das Boas Novas? Deus pisou na bola com estes?

NÃO!
Não creio desta forma. Creio em algumas variáveis que apontam para o amor e a justiça divina nestes casos.

No coração do homem, mesmo o mais perverso dos perversos, perdido no canto mais remoto do planeta, existe o discernimento do que é bom ou ruim, pois somos todos criados à imagem de Deus, sendo que esta imagem obviamente não é física (Gênesis 1.26a).

Por esta razão, dentro do coração do homem, algo diz a ele que determinada atitude tomada é certa ou errada, mesmo que ele nunca tenha triscado em uma palha da mensagem de salvação. Julgado por sua consciência (faça uma análise de Romanos 14 para entrar na viagem, principalmente os versículos 12, 22 e 23), ele sabe que errou e de certa forma pode se arrepender ou não. Ao morrer, aguarda o julgamento final tendo como álibi não ter tido contato direto com a Graça que nos foi dispensada, mas com esta “imagem de Deus” dentro de si (tenham paciência, a viagem ainda vai fazer algum sentido...).

Estes que morreram antes de conhecer Jesus, seja por não ter sido apresentado o Evangelho, seja por ter sido antes de sua vinda em carne, de alguma forma têm acesso a Graça em algum momento de sua história. Creio nisso firmemente, principalmente pelo que leio em 1Pedro 3.18-22:

“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo mas vivificado pelo Espírito no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água, e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês - não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus - por meio da ressurreição de Jesus Cristo, que subiu aos céus e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes.”


O quê significa “Ele foi morto no corpo mas vivificado pelo Espírito no qual também FOI E PREGOU AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO que há muito tempo desobedeceram”?????

Só consigo entender uma coisa: Deus é AMOR. Não iria deixar aqueles que não tiveram este contato com seu Filho na mão. Todos, indiscriminadamente, tiveram contato com Jesus. Quer em vida, quer após a morte.

Vão me bater, vão me excomungar, vão vir com milhões de argumentos teológicos que não saberei responder. Tenho apenas para mim a resposta do cego de nascença aos seus inquisidores em relação a quem era Jesus, contida em João 9.24-25:

“Pela segunda vez, chamaram o homem que fora cego e lhe disseram: "Para a glória de Deus, diga a verdade. Sabemos que esse homem é pecador". Ele respondeu: "Não sei se ele é pecador ou não. Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!"


Com isso quero dizer que Deus, em sua infinita bondade e justiça, não se “contradiz”, dando chance a todos a alcançarem sua salvação. A porta sempre esteve aberta e o ser humano tem a opção de entrar ou não, mesmo sendo uma criança. Como isso funciona são outros 500, mas não deve ser muito diferente do que eu creio. Se for, no problem, Deus é Deus e sei que Ele sabe como fazer as coisas...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Podridão na blogosfera


“Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina: olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente; coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal; testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.”Provérbios 6.16-19

“Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.”Romanos 12:18

“Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.”
Gálatas 1.9-10

Trilhar na blogosfera, mesmo tendo um blog considerado cristão (talvez até mesmo por isso!), está ficando cada vez mais difícil.

Cruzamos com pessoas que escrevem todo tipo de texto e tecem todos os tipos de comentários por aí. Alguns se magoam facilmente por má interpretação de um texto, outros gostam de esculhambar a tudo e a todos, outros sofrem de “síndrome de Nero” (Dri, existe esta síndrome?) e tacam fogo só para ver o circo em chamas, outros são mais neutros e conseguem ser sempre politicamente corretos e alguns (confesso que são poucos) no afã de fazerem a coisa certa, mantendo sua consciência em paz com Deus e os homens, agem com amor, implicando com isso em ser amistoso e compreensivo, mas também endurecendo na medida que se faz necessário.

Ao falar sobre isso, confesso que meu temperamento não é dos mais passivos. Quanto não concordo com algo deixo isso transparecer de maneira muito clara. Não consigo nem viso ser politicamente correto, não me importando muito com o que vão pensar de mim. Tanto é que meus melhores amigos blogueiros não são aqueles dos “um milhão de seguidores”. Muitas vezes sou duro e perco alguns que seguem meus textos exatamente por não querer viver uma farsa, postando “música suave” aos ouvidos daqueles que me seguem, somente para aumentar meu IBOPE (e como tem gente assim na blogosfera!!!!!!!!!).

Houve um determinado momento que escrevia e ficava pensando algo como: “com este texto vou perder no mínimo uns três seguidores...” ou “vão tentar me matar se eu falar sobre isso!”. Este texto é um deles...

Procuro postar e comentar dentro do limite da boa convivência, mas não evito choques quando SEI que o que estou falando é baseado nas Escrituras, na sã doutrina e em fatos concretos. Já chegou a acontecer d’eu escrever sobre situações que aconteceram em minha vida e aqueles que leram textos deste naipe falar pra mim que eu estava inventando! Como se eu tivesse a obrigação de provar o que aconteceu comigo...

Com isso, infelizmente parece que algumas panelinhas começam a surgir. Não me refiro à afinidade natural que passa a existir entre queridos irmãos que se aproximam pela semelhança de valores, idéias e ideais. Eu falo panelinha no pior sentido, tipo "crime organizado virtual"! Pessoas que descobrem seu nível de influência sobre alguns seguidores e passam a tentar manipulá-los para alcançar seus objetivos.

Estes objetivos vão desde o divulgar seus valores corrompidos em relação à Deus, interpretação das Escrituras & Cia até valores morais depravados e diametralmente opostos à vontade de Deus.

Tentam justificar o injustificável, manipulando vidas, tramando nos bastidores como atacar blog de fulano ou cicrano (SEI QUE ISSO ACONTECE!), visando desmoralizá-los.

Gente, é tanta podridão que tem hora que desanima. Só não o farei por saber que esta ferramenta que temos em mãos pode vir a ser instrumento de benção e cura na vida de alguém.

Para concluir explico que não vou tentar “amarrar” os três trechos da Palavra que citei acima. Eles vieram em minha mente à medida que eu escrevia e fazem muito sentido para mim para definir o que está passando em meu coração neste momento (e isso basta).

Desculpem pelo desabafo...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A ordem dos fatores ALTERAM SIM o produto


Volta e meia lá está ele, espreitando a todos os que passam à sua frente. A área em que ele se encontra não a pertence, mas ele está lá a tanto tempo que age como se fosse dono do pedaço. Ele na verdade não tem nada seu, a não ser seu destino, escolhido desde a fundação do mundo. Para não ser injusto, ele é pai. Seu filho vive na boca de todos, um instrumento de engano, vergonha e dor.

Quando ele está na área (e ultimamente ele anda ativo demais pro meu gosto) normalmente sentimos o desconforto de sua presença em situações que não se encaixam, tipo aquela sensação que 1 + 1 deu 3. Para alguns passa batido, achando que foi defeito na calculadora, mas para outros isso é sinal de que tem boi na linha, enrosco dos grandes.

Acontece que ele na área não pode fazer nada contra nós, a não ser que deixemos brechas por onde ele possa entrar. Numa escala de poder, ele na verdade depende de no mínimo duas variáveis para conseguir alcançar seus objetivos.

O único (e gigantesco) problema, na verdade, são as duas variáveis que citei mas ainda não falei a respeito delas. Cá estou eu, tentando ver por onde começar, por serem duas variáveis de uma equação complexa e que só fazem sentido na área do pensamento.

Uma das variáveis está ligada ao meio onde estamos inseridos. Quanto mais somos apegados ao que nos cerca, mais difícil se torna sermos levados da zona de risco para os campos de nossos sonhos, sonhos estes que nem sequer nos damos conta de ter. Apenas buscamos preencher nossos vazios existenciais nos cercando de pequenos passatempos de luxo e conforto. Se alguém aparecer nos convidando para visitar outros campos, não nos daremos conta que temos dentro de nós o sonho de habitar em um lugar melhor do que este que conquistamos muitas vezes a duras custas.

A outra variável está diretamente ligada à nossa essência. Neste ponto, agimos como etiquetadores de nós mesmos, por termos o poder de decidir o valor estimado que desejaremos ser adquiridos. Difícil falar sobre isso, é mais fácil pensar e divagar, mas expressar esta situação sem exemplificar se torna complicado. Pode até ser pelo fato de estar entrando em um assunto que a algumas semanas quero escrever mas fui barrado, não por algo concreto, mas por ele (aquele lá em cima, mas em cima no texto, não em sua posição), com receio de ter seus métodos de negociação revelados.

Na presença de Deus então me coloco, pedindo sabedoria, coragem e direção para colocar por escrito o que passa em meu espírito e denunciar esta falácia.

Esta nossa essência, assim como qualquer outro bem que possuamos, pode ser bem conservado ou destruído com o tempo pelo mal trato. Para exemplificar, me diga se você prefere pagar um alto preço por uma roupa usada em um brechó ao invés de fazê-lo numa loja de produtos novinhos em folha. Certamente que não, por já ter sido usada por muitos anos por alguém que você não sabe com o quê lavou, onde sentou, o que caiu, como conservou. Certamente o valor de algo de procedência duvidosa é bem menor do que algo que tem um certificado de garantia.

Quando usamos e abusamos ou – pior ainda – deixamos que usem e abusem de nossa essência, obviamente entramos em processo de depreciação. Como conseqüência, nosso valor despenca.

Juntando nossa essência e o meio onde estamos confortavelmente inseridos, criamos uma delicada equação onde definimos nosso valor para aquele personagem inicial tentar tomar posse de nós. Parafraseando as Escrituras, vamos caminhando como ovelhas mudas em direção ao matadouro sem nos dar conta, mas caminhando sem sair no lugar. Na verdade, todo este abismo vem em nossa direção, enquanto outro também procura nos encontrar através de pequenas sutilezas do cotidiano.

(Pode parecer meio sem pé nem cabeça tudo o que estou escrevendo, mas NÃO QUERO falar abertamente sobre este assunto. Esta é a razão de estar dando pequenos insights do que realmente quero dizer)

Agora temos então um pequeno ser, desvalorizado por ele próprio em sua essência e firmemente estabelecido em seu meio. De fora existem dois hábeis negociadores, com estratégias diametralmente opostas, tentando se apossar desta vida.

Um esbraveja, clamando seus direitos, como um bom abutre querendo se deliciar com o corpo exposto em seu território. O outro, de maneira oposta, apenas se insinua ao pobre e perdido ser, vez ou outra batendo à porta para ver se é convidado para entrar e compartilhar de uma relação saudável. O primeiro apenas quer saciar sua sede e fome imediata, o outro quer apenas colocar aquele farrapinho em pé para poder assoprar em suas narinas um novo fôlego de vida.

Sabe qual é o problema então nisso tudo? Quem vai decidir qual será o novo dono é o próprio objeto de negociação, desvirtuado de sua plena vontade e capacidade de raciocinar e sem ter uma visão externa do que realmente está acontecendo. Nos ares uma batalha sangrenta está ocorrendo no momento da negociação. Um tem uma equipe de marketing excepcional, o outro apenas confia na simplicidade de sua proposta.

Tenha em mente que, neste monte de besteiras que escrevi acima, tentei apenas falar de uma maneira diferente que nossos inimigos são, na seqüência, O MUNDO, A CARNE E O DIABO. Ele (o diabo) nada pode fazer se não estivermos corrompidos em nossa carne nem presos a este mundo. Ele não tem "bala na agulha" pra sair comprando nada assim, sem avaliar o custo. Por isso, ele procura fazer com que esculhambemos com nossas vidas para nos tornarmos mais "baratos".

Já o Senhor, pacientemente aguarda o momento que tomemos uma atitude proativa em sua direção, nos desvencilhando de todo o peso que carregamos e nos purificando no precioso Sangue do Cordeiro de Deus. Sim, aquele Sangue que tira o pecado do mundo. Ele tem o poder de comprar quem Ele quiser com este Sangue, só que com uma condição: A de que nos desvencilhemos de todo peso e o deixemos tomar posse de nossas vidas.

É chegada a hora. Mais um martelo foi batido e a negociação foi concretizada. De livre e espontânea vontade, o negociado, de agora em diante, por toda a eternidade pertence a....

E você, já tomou sua decisão?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A dor de uma galinha


“"Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta.”Mateus 23:37.38

“Jesus lhes disse: "Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra". E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. ”.Marcos 6:4.5

A sensação de impotência invade nosso ser ao vermos que nossos amados estão se perdendo pelo caminho. Mil perguntas vêem à cabeça, questionando a razão de tantos terem começado bem a caminhada mas tão poucos conseguirem chegar ao seu final. Como numa corrida de longo curso, vamos passando por corpos caídos no chão, alguns ainda vivos, agonizantes, outros já em estado adiantado de putrefação.

O pior de tudo é que estas vidas não se dão conta do estado em que se encontram. Então lá vamos nós, anunciando o Caminho, tentando reerguê-los mas – infelizmente – todo este esforço se mostra vão. Quem está lá prostrado não se incomoda em estar se tornando alimento para os animais selvagens, para os abutres e para os cães. Sentem prazer em ver seus próprios membros serem devorados impiedosamente.

Num misto de terror e lágrimas tentamos anunciar que eles estão à beira do precipício mas – infelizmente novamente – não querem se colocar em pé e seguir adiante.

Paralisados por teias infernais, estão lá, vítimas de suas frustrações com a vida, com o mundo e com Deus. Procuram prazer a todo custo, tentando preencher os buracos existenciais em suas almas. Nosso inimigo, com seu aspirador ligado, suga todas as formas de defesa destas preciosas vidas, que se tornaram peças de carne expostas no açougue, aguardando mais um cliente que as compre para serem devoradas.

Procuramos de todas as formas anunciar a estas preciosas vidas que o estilo de vida em que estão vivendo é pecado, anunciando que a Justiça divina não é uma variável baseada no bom ou mau humor de um “deus-juiz” que poderá estar naqueles dias de TPM e sim em seu caráter e em sua Santidade imutável, bem como no dia em que todos compareceremos diante DELE para prestarmos conta de nossos atos, no terrível dia do Juízo.

Como naqueles terríveis pesadelos de infância nos quais tentamos correr sem, entretanto, sair do lugar, enquanto os monstros de nosso imaginário avançam em nossa direção, alertamos nossos amados que eles precisam se voltar para o Autor e Consumador da vida, nosso amado Deus, através de Seu Filho Jesus Cristo sem, contudo, encontrar sucesso em nossa missão.

Questionamos a Deus a razão de tantas pessoas praticamente estranhas a nós darem mais crédito às nossas palavras do que aqueles que nos são mais próximos. Estes parecem que nos ignoram sumariamente, desdenhando de nossa aflição, ridicularizando nossa preocupação por eles, acreditando que estamos fazendo tempestade em copo d’água.

Como cegos, vagueiam sem direção, sem esperança de alcançar algum lugar melhor, exatamente pelo fato de estarem confortáveis em seus estilos de vida deteriorados. Gritamos, choramos, pulamos na frente na tentativa de impedi-los de continuar nesta rota de colisão com a destruição eterna mas somos atropelados por sua indiferença.

Não acredito que seja somente eu que esteja atravessando este momento de aflição. Familiares e amigos queridos estão praticando as maiores abominações possíveis enquanto estamos como a galinha que tenta juntar seus filhotes sob suas asas para protegê-los das aves de rapina. Todos zombam de nós, como fizeram com os profetas da antiguidade, chamando-nos de loucos, fanáticos ou simplesmente nos ignorando.

Nos procuram somente na hora da aflição extrema, para que possamos pedir para “o cara lá em cima” dar um refresco, sob juras de amor eterno e incondicional caso suas necessidades sejam atendidas. Quando alcançam sua “benção”, voltam a praticar as mesmas coisas que são abominações aos olhos do Pai, para nosso desespero. Se não atendêssemos seus clamores por ajuda, iriam procurar qualquer outra porta, acendendo vela para Deus e o diabo.

O que nos resta? Clamar a Deus que seu Espírito Santo os toque através da forma que Ele quiser fazer, convencendo-os antes que seja tarde que estão seguindo caminhos de morte...

Enquanto isso, tudo dói...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tapa na cara


“E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte.” 2Coríntios 12.7-10

Ser esbofeteado por alguém é algo humilhante. Já aconteceu comigo uma vez em um ponto de ônibus quanto eu tinha uns 15 anos. Estava eu, o Gil o Mário e a Alessandra esperando o ônibus para voltar para nossas casas no ponto final ao lado do Jorge Brueder, um clube próximo ao hoje Terminal Santo Amaro. Fazíamos a segunda fila quando encostou o ônibus que sairia antes do nosso e todos invadiram a primeira fila. Como éramos moleques, entramos no bolo (na verdade, "entraram a gente...") e conseguimos embarcar neste primeiro ônibus.

Ao sentarmos, ouvimos uma jovem (que, por sinal, estudava na mesma escola que a gente) no fundo do ônibus gritar para nossa amiga Alessandra: “Amanhã você vai ver o que vai te acontecer sua F*%¨@ da #@!”

Inocentemente começamos a rir da Alessandra, dizendo a ela: “Xiiiii Sandrinha, amanhã você vai apanhar!”

Fomos para casa e esquecemos o incidente. No dia seguinte, no mesmo horário, chegamos ao ponto final e fomos fazer a segunda fila novamente, pois o ônibus que estava encostado já estava cheio e não gostávamos de ir de pé. Num determinado momento notamos que no fundo do ônibus estava aquela garota apontando o dedo para... mim! Ela estava cheia de amigos, muito mais velhos e todos com cara de marginais. Um ficou na porta segurando um revólver e dois desceram em minha direção.

Ao chegar até mim perguntaram: “E ai maluco, como é que você chama a mina de filha da p$#@ depois de furar a fila?”

Tentei dizer que não tinha feito isso mas só vi o tapa estalar na minha cara. Bateram muito. Pensei em reagir de alguma forma mas o rapaz com a arma na mão conseguiu me convencer a apanhar calado. Cansados de encher minha cara de bolachas, subiram rindo no ônibus e foram embora. Meus três amigos choravam e lá estava eu, com a cara inchada de tanto tapa, tendo que consolá-los por EU ter apanhado! Um rapaz forte se aproximou de mim e disse: “Cara, eu até queria te ajudar, luto isso e aquilo outro, mas achei melhor não me meter”. Eu olhei na cara dele e disse: “Meu, vai se f$*@!”...

Anyway, volto a dizer que apanhar na cara é humilhante para qualquer um, especialmente para um homem. Se isso tivesse ocorrido anos mais tarde talvez eu não estaria vivo para falar sobre o assunto. Naquela época eu era um moleque bundão, o que salvou minha vida.

Pela experiência que tive, imagino que apanhar na cara dia e noite por Satanás não deve ser algo muito agradável. Não consigo fazer a ponte que alguns teólogos fazem, afirmando que o espinho na carne de Paulo era um suposto problema de visão, nem muito menos as perseguições sofridas durante seu ministério. Eu tenho a minha teoria e gostaria de falar um pouco sobre ela.

Por ser algo que afeta não só diretamente o físico (espinhos e tapas), mas principalmente o moral e emocional de alguém, o espinho na carne pode muito bem ser um problema daqueles que gostaríamos muito de nos livrar facilmente, mas que insiste em nos atormentar. São aquelas situações incômodas e que nos deixam com “o rabo preso”, fazendo com que não possamos nos orgulhar de nós mesmos. São alguns vícios, alguns costumes, alguns problemas que não conseguimos resolver.

Assim como Paulo, oramos a Deus, pedimos misericórdia, clamamos a Ele que – num passe de “mágica” – durmamos pecadores e acordemos santinhos mas, infelizmente, nada feito. Lá está seu defeito novamente, te esbofeteando, te humilhando, apenas para te lembrar que você é fraco, falho e miserável.

Isso é muito bom, apesar de incômodo. Por não sermos totalmente libertos de problemas deste tipo, nos mantemos humildes e corremos constantemente aos pés da Cruz de Cristo, implorando misericórdia e perdão, dizendo como Davi no Salmo 51.4: “Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares...”

O Senhor nos conhece e sabe que se formos certinhos demais nos tornaremos orgulhosos e arrogantes. Passaremos a viver por nossa justiça própria e não saberemos lidar com aqueles que não conseguem lidar com suas fraquezas. Seremos como aqueles que tem um olho bom numa terra de cegos, nos auto-proclamando “reis”. Por esta razão, Ele não "completa a obra" de imediato.

Por falar em rei, Salomão bem disse no livro de Eclesiastes, cap. 7.16:

"Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?"


Por tudo o que nos foi ensinado durante todos nossos anos de igreja, fica difícil aceitar isso não é verdade? Quem falou que devemos ser perfeitos demais?

Para alguns, Levídico 11:44a pode ser utilizado como argumento contra meu ponto de vista:

“Porque Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque Eu sou Santo”.

Esquece-se porém que neste caso O SENHOR É SANTO e passamos a viver em santidade a partir do momento que Ele passa a habitar em nós. Não é nossa santidade, é a Santidade DELE em nós que nos santifica.

Concluindo: Somos pecadores, habitamos num mundo cheio de pecado e somos miseráveis por isso. Nem todos nossos defeitos serão corrigidos nesta vida. Somos santificados dia a pós dia na presença do Pai, através do Espírito Santo. Ele nos convence do pecado, da justiça e do juízo de Deus. Podemos clamar para sermos melhores, nos esforçaremos, tentaremos seguir doutrinas habilmente criadas por homens com um verniz de religiosidade mas isso NÃO NOS APROXIMARÁ mais do Senhor.

Pelo contrário. Como diz o texto com o qual iniciei este raciocínio:

“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza...”

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mais vale dois sonhos voando do que uma incômoda realidade nas mãos


“Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou”. – Mateus 13.45-46

Certa vez o pastor Ricardo Gondim disse que ele, como pastor de uma igreja relativamente grande, sempre está recebendo presentes dos irmãos da igreja. Uma hora uma camisa, em outro momento uma gravata, vez ou outra um terno novo e por aí vai. Via de regra, todas as vezes que ele ganha um item novo ele doa um velho. Desta forma – disse ele – sempre há espaço para novas coisas em sua vida. Concordo com ele.

Nossas maiores conquistas freqüentemente, se não sempre, envolvem renúncias de pequenas vitórias alcançadas ao longo do caminho. Como diria Isaac Newton, “dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço”.

Como muitos de nós temos que batalhar muito para conquistar algo, passamos a juntar tralhas, aquelas tralhas que julgamos serem indispensáveis em nossa vida como, por exemplo, aquela calça surrada que você comprou 4 anos atrás e não te serve mais por você estar acima do seu peso (você jura que um dia vai malhar e fazer dieta para voltar a usá-la), aquele chinelo que quebrou a correia e você crê piamente que vai comprar uma nova assim que encontrar, chaveiros e canetas que ganhamos em alguma feira, rolhas dos vinhos tomados, cabos de força de algum equipamento fora de uso, cartões de aniversário de 20 anos atrás, cadernos velhos mas com algumas páginas em branco, etc e tal.

O problema é que este acúmulo de coisas (in)úteis "trava" nossas vidas. Não sei nem dizer se isso chega a ser espiritual, mas não duvido. O problema é que isso não é algo que conseguimos perceber claramente. Apenas sentimos o cansaço por estarmos carregando bagagem acima do permitido. Caminhamos lentamente preocupados em não perder nada do que foi conquistado pelo caminho, como aqueles moradores de rua com seus carrinhos de supermercado (sempre me pergunto como eles conseguem os carrinhos) cheios de tralhas.

Quando é com o mendigo achamos no mínimo estranha aquela atitude, mas com nossas coisas temos um apego irracional. Não cheguei a ler a matéria, mas por estes dias vi uma revista na banca de jornais que dizia na matéria de capa para nos desfazermos de 50 itens que possuímos para termos uma vida melhor. Faz sentido. Deduzo que eles devem pregar o mesmo conceito que tenho falado acima.

(Pausa: neste meio tempo tentei lembrar o nome da revista e consegui pelo sempre bendito Google. É a Vida Simples que – por acaso – cita a matéria que mencionei. Dá uma clicada para ler a respeito AQUI.

Da mesma forma, há momentos em nossas vidas que temos que sair da zona de conforto em busca de situações melhores, como a troca de um imóvel, um novo emprego, um carro mais novo ou qualquer outra coisa mas, ao iniciarmos esta nova fase em nossas vidas, temos que deixar para trás a já citada zona de conforto que – nem sempre – é tão confortável assim.

Agimos desta forma pois abandonar o “status quo” é extremamente desgastante. Não gostamos de começar tudo do zero. Posso citar como exemplo a troca de emprego. Tem situação mais constrangedora do que o primeiro dia de emprego? Não sabemos nem onde podemos colocar as mãos!

Mesmo assim, não podemos nos acomodar no incômodo. Temos que nos desvencilhar de todos os fardos inúteis (por mais que tenhamos aprendido a conviver com eles), para podermos alcançar nossos objetivos.

Assim como o óvulo pronto para ser fecundado, também temos nosso “período fértil”. Não podemos deixar de estar atentos para esta “janela” que se abre por um curto período. Quando ela começa se a abrir, devemos estar prontos para segurarmos com todas as forças a nossa porção.

Ao dizer isso vejo o Céu conspirando a nosso favor. Sem triunfalismo nem doutrinas estranhas, apenas uma forte impressão em meu coração. Por esta razão, vamos jogar todo excesso de peso fora, mesmo que este peso seja algo que você considere ativo fixo na contabilidade de sua vida.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Castelos de areia


Sempre irrequieto, na busca constante por significado existencial, assim é meu espírito. Clamo por momentos sem questionamentos e dúvidas, mas caminho por desertos de serpentes abrasadoras, sol escaldante e noites geladas.

Meu espírito vagueia em busca de locais de descanso, mas este oásis está sempre além da próxima duna de areia, que insiste em se desfazer, deixando-me desorientado e confuso. Não busco mais o paraíso humano divulgado pela mídia. Abdico de meus sonhos faraônicos. Não vou agir como os príncipes megalomaníacos de Dubai, que investem fortunas incalculáveis para construir suas ilhas artificiais nos mares, enquanto multidões mendigam um prato de comida.

Uma onda basta para colocar tudo por terra. Um sopro basta para acabar com toda a arrogância. E algo me diz que isso irá acontecer. Não tentarei mais construir um palácio. Não ambicionarei um trono. Não sonharei com o impossível. Contentar-me-ei com o que tenho. Quero mais do Reino de Deus e sua Justiça. Esta é minha sede. Isso é a minha busca.

Este mundo não mais me satisfaz, sua riqueza não mais me seduz, seu apelo não mais me emociona. Vejo que não faz sentido gastar minhas energias atrás daquilo que é corruptível. Preciso de muito pouco para ser feliz. Leio e releio as Escrituras e vejo que realmente este mundo é de aflições. Entendo que este vazio não é gerado pela ausência de Deus, e sim o fato de estar cheio dEle, o que me faz sentir um estranho no ninho.

Não ambiciono perpetuar meu nome nos anais da história humana. Para mim basta saber que meu nome está escrito no Livro da Vida. Estou no mundo, mas não sou do mundo. Em concordância com a oração sacerdotal de Jesus, peço a Deus que não me tire do mundo, mas que me livre do mal.