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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cada um com seu anel...


“Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara. Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto IDE, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”Mateus 28.16-20

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”Atos 1-8

Fiquei pensando qual versículo usaria como base para escrever este texto que há alguns dias veio à minha mente, mas ainda não tinha encontrado tempo e disposição para escrever. Hoje encontrei ambos...

Primeiramente veio o texto de Atos, acima. Em seguida, porém, veio o de Mateus, que se enquadra melhor na minha linha de raciocínio. Por dia das dúvidas, seguem os dois que – de certa forma – se completam.

O que gostaria de escrever é algo que vinha me entristecendo nas últimas semanas, mas que, com o passar do tempo, pude ver que era uma direção específica do Espírito Santo e não apenas força das circunstâncias pessoais de cada membro da “Liga da Justiça” ou, melhor dizendo, da “Sociedade do Anel”.

Para quem não teve o imenso prazer de ler a trilogia de “O Senhor dos Anéis” ou, ao menos, ter assistido aos filmes, segue um breve resumo do início de tudo:

Logo no início da saga temos Frodo Bolseiro, um pacato robbit, sobrinho de Bilbo Bolseiro e morador do Condado. Frodo foi comissionado pelo mago Gandalf, o Cinzento, a levar consigo o “Um Anel” (que por anos esteve em posse de seu tio) até as fornalhas da Montanha da Perdição para que este fosse destruído, por lá ter sido forjado.

Juntamente com Frodo, saiu em seu apoio Samwise Gamgee (Sam), seu jardineiro e melhor amigo. Durante a jornada, outros se uniram à missão, Meriadoc Brandebuque (Merry) e Peregrin Tûk (Pippin), Aragorn (um humano), Legolas (um elfo), Gimli (um anão), entre outros (caso queira saber mais sobre todos os personagens clique aqui).

Em meio a inúmeras aventuras e perigos pelo caminho pela Terra Média, por força das circunstâncias, eles se separam. Praticamente todos tinham em seus corações a mesma missão (Com exceção de Boromir, veja no link acima), mas tiveram que seguir cada um por seu caminho, encontrando-se futuramente para conclusão de várias etapas da missão.

É um resumo tosco (vai ler os livros ou ver os filmes!!!!!), mas o que quero dizer é que por um grande objetivo, vários se uniram para levá-lo a cabo. Com a caminhada e os obstáculos porém, cada um acabou tomando uma direção sem, contudo, perderem o foco desta “Uma Missão”.

Assim aconteceu comigo e com vários amigos blogueiros, todos cristãos, todos com praticamente a mesma visão do Reino de Deus, mas unidos pelo amor que só o Espírito de Deus coloca no coração de nós, tendo como objetivo maior testemunharmos as grandezas de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, longe do tacão da religião institucionalizada e denominada “evangélica”.

Creio firmemente que todos os que lêem o que estou escrevendo e são parte da “Sociedade do Anel” sabem do que estou falando. Dentro do peito de cada um bate um saudosismo, um vazio que incomoda, mas que - ao mesmo tempo - é consolado pelo fato de sabermos que todos estão basicamente bem, pois não se uniram por questão de fraquezas pessoais, por se utilizarem um ao outro como muletas espirituais: Nos unimos por amarmos nosso querido Jesus.

Sinto saudade de quando tinha mais tempo para fuçar no blog de cada um deles, quando eles tinham tempo para fazer o mesmo em meu blog, quando alinhavávamos estratégias para ganharmos pessoas para o Reino de Deus através do Amor, transbordante em nossas palavras escritas. Por outro lado sei que, assim como na Trilogia de O Senhor dos Anéis, temos uma missão muito maior.

Este conforto, este aconchego de estarmos juntos - mesmo que virtualmente – e “perdido” na da jornada através da Terra Média, será em breve recompensado. Estamos unidos na mesma missão, "cada um com seu anel"... rsrs

Amo todos vocês!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Que porcaria de "crente" é você?

Repostagem "revista e atualizada" - 11 de fevereiro de 2010

Em minha vida e na vida de inúmeros irmãos em Cristo tenho visto certo paradoxo ligado aos nossos estilos de vida, aos nossos usos e costumes particulares em relação ao que vemos e ouvimos como sendo o padrão para ser considerado um verdadeiro cristão.

Vemos testemunhos ‘maravilhosos’ de pessoas que dormiram verdadeiros 'bandidos safados sem vergonhas' e acordaram santos prontos a serem canonizados. Irmãos que não assistem televisão, não torcem por nenhum time, não bebem, não fumam, não olham pro lado, não se iram, dão a outra face para tudo, numa santidade irritante, humanamente impossível de ser alcançada por um reles comedor de feijão.

Estas 'quartas pessoas da Trindade’ dentro de nossas igrejas nos fazem sentir que há algo errado em nossa caminhada com Cristo. Qual a razão de não alcançarmos este ‘nirvana’ cristão? Será que somos os piores dos pecadores e estamos na igreja fazendo parte do joio que cresce no meio do trigo? Você já teve este tipo de questionamento em seu coração?

Quantas vezes você se prostrou com rosto em terra pedindo a Deus que, em Nome de Jesus, você não sentisse mais vontade de assistir novela e se pegou de plantão em frente à telinha para ver o próximo capítulo? Para mim este é fácil, não assisto mesmo porque não gosto, mas imagine como é frustrante você professar sua fé e não conseguir alcançar os elevados patamares dos ‘santos’ que sentam ao seu lado na igreja!

Que fique bem claro: Não me refiro aqui a pecados morais como adultério, prostituição, roubo, homicídio ou outra coisa notoriamente errada, os considerados 'pecados morais'. Digo as pequenas coisas que você não consegue se privar apenas para se encaixar na moldura do que é considerado um 'ser evangélico' (e-ca), ou 'gospel way of life'.

Quem não vive isso em pelo menos uma área de sua vida? Quem não está vivendo isso exatamente agora, desde que se converteu, e não consegue ver nenhuma perspectiva de mudança em sua vida? Qual a razão deste abismo entre o que almejamos ser e o que somos realmente?

Falta de fé?
Carnalidade?
Fraqueza moral?
Falta de jejum e oração?

Não! Protesto! Não é isso!

Quantas vezes já orei, jejuei, fiz votos com toda a sinceridade de meu coração e simplesmente não consegui cumprir? Será que sou o único? Já meti a cara no pó, chorei e clamei a Deus para que ele ‘fizesse a obra’ mas, em resposta, apenas o silêncio divino. Será que Deus não está nem aí para mim ou Ele na verdade tem outra visão da situação?

É difícil admitir, mas também libertador. Pare para pensar comigo: Você crê em Jesus como seu Senhor e Salvador. Anda com Ele, reconhece Sua voz, sabe que é salvo, é batizado MAS (maldito masssssss) sente todas estas dúvidas em relação ao que você é versus o que você gostaria de ser. Não há algo aí que não encaixa? Será que o que você está pedindo para Deus realmente vai ser útil a Ele ou você o pede apenas para ser aceito por homens?

Será que se você parar hoje de beber não vai te transformar num religioso arrogante? Será que se você conseguir parar de fumar hoje não vai fazer com que você se torne um intolerante em relação aos ‘fracos’ e sem vontade própria? Será que se você conseguir viver de acordo com o ‘catecismo’ de sua igreja não vai fazer de você um legalista?

Abaixe suas armas. Jogue as pedras no chão. Pare e pense. Reconheça que Deus é soberano, viu e ouviu suas orações, reconheceu a sinceridade de suas intenções mas simplesmente não fez NADA pois, se o fizesse, você não seria mais útil em Sua soberana vontade!

É difícil de aceitar isso mas é muito bom. Queremos ser ‘perfeitos’. Não queremos ser mal vistos e mal entendidos. Precisamos ser aceitos pela irmandade. Não queremos viver nos escondendo dos irmãos na hora de tomar uma cervejinha. Morreremos de vergonha se o pastor nos encontrar na praia dentro daquele biquinizinho (falo isso pelas irmãs). Mas é isso o que Deus quer?

Como diz nosso brother Paulo em sua carta aos irmãos da Galácia, por que começamos tão bem no Espírito mas, depois de um certo tempo de caminhada, começamos a nos aperfeiçoar nas obras da carne? Pare mais uma vez para pensar! Lembre-se de quando você se converteu e mergulhe naquele primeiro amor maravilhoso, que simplesmente te aceitava como você era! É difícil crer que Deus te aceita como você é?

CLARO que mudanças haverão. Mas não no nosso tempo! A passagem das águas que brotam do trono de Deus em nossas vidas nos purificarão a cada dia, mas não de uma vez! Deus respeita nossas limitações. Ele não derruba a casa e constrói outra irreconhecível em seu lugar de uma hora para outra. Deus não seria digno de ser amado se assim agisse. Não havería opção de não amá-lo! Não teríamos que dia a dia nos negar, tomar nossas cruzes para seguí-lo. Seríamos coagidos. Um monte de gente no Céu, muito a contra-gosto, mas fazendo a única coisa que faria sentido para não sermos eliminados por Ele. MAS... GLÓRIA A DEUS que não é assim, e por isso eu sou loucamente apaixonado por Ele!

Ele faz um constante processo de reforma, que é incômodo, longo e irritante (mas necessário). Vemos algumas mudanças aqui, outras ali, mas todas lentas ao nosso entendimento limitado.

Lembra de quando Deus deu a terra prometida ao povo judeu mas disse que não iria eliminar todos os habitantes da terra de uma vez? Como está escrito em Êxodo 23:27-30: “Enviarei o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras entrares, e farei que todos os teus inimigos te voltem as costas. Também enviarei na tua frente vespas, que expulsarão de diante de ti os heveus, os cananeus e os heteus. NÃO OS EXPULSAREI NUM SÓ ANO, PARA QUE A TERRA NÃO SE TORNE EM DESERTO E AS FERAS DOS CAMPOS NÃO SE MULTIPLIQUEM CONTRA TI. POUCO A POUCO OS LANÇAREI DE DIANTE TE DE TI, ATÉ TE MULTIPLIQUES E POSSUAS A TERRA POR HERANÇA”.

Um processo progressivo, lento, até que nossa natureza humana suporte toda a grandeza da natureza divina em nós. Será que estou errado? Creio que não.

Termino com Paulo:

“E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte”. – 2Co 12:7-10

Todo mundo especula sobre o que era o espinho na carne de Paulo, mas uma coisa eu tenho certeza: CADA UM TEM O SEU. E há um agravante. Esta porcaria de ‘defeito de fábrica’ é um MENSAGEIRO DE SATANÁS. Qual a razão disso? SE o espinho fosse algo ‘de Deus’, seria fácil aceitar. Mas ele é algo totalmente contra o que consideramos justo, certo ou aceitável. Ele nos machuca por isso! E por que Deus não o tira, deixando-nos ser torturados dia e noite com a dor, a vergonha, a consciência?

"Simples meu filho...", responderá o Senhor:

“...a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.


Post Scriptum: Ao reler este texto hoje, 21 de Junho de 2011, vejo que TUDO o que está escrito nos Evangelhos possuem uma "essência" tão intensa (me faltam palavras...) que somente apontam para uma direção, como podemos ter um vislumbre no Sermão do Monte, por exemplo:

"Vocês ouviram o que foi dito: 'Não adulterarás' Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração." - Mateus 5:27-28

E que raio de essência é esta???????????

Quem olha para alguém que o atrai e não sente alguma "coisinha" diferente? E olha que estou sendo politicamente correto, pois iria dizer alguém do sexo oposto, o quê - infelizmente - não se enquadra na atual realidade "pós MP 122"...

O que quero dizer é que Jesus nos pede coisas aparentemente impossíveis, mas não para nós não conseguirmos cumprir e sermos então lançados no inferno, mas sim que - obviamente - não consigamos cumprir e nos voltemos à ELE e peçamos perdão por nossos pecados.

É ISSO O QUE ELE QUER
!!!! Esta é a essência das aparentemente impossíveis leis e cobranças que estamos a anos-luz de cumprirmos!

Se não fosse isso, por qual razão Jesus diria em resposta aos que o questionaram sobre...

"Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?" Respondeu Jesus: " 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento' Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo' Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas." - Mateus 22.36-40

Que o Espírito Santo de Deus lhes abra o entendimento quanto a isso tudo e - como diria o "Bilú" e Tiago 1.4, vocês busquem o "conhecimento"!!!!!!!!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Está acontecendo algo...



“Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte. Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.”Apocalipse 12.10-12

Tenho certeza absoluta que não sou só eu que está sentindo que neste momento específico da história da humanidade está havendo um alvoroço no mundo espiritual. A coisa está tomando um rumo tão "extra-ordinário" que por vezes me sinto personagem do filme Constantine.

Pequenos detalhes, que se forem analisados individualmente podem ser considerados como mera coincidência, estão acontecendo em grande escala não só ao meu redor, mas também na vida de diversas pessoas que eu conheço. Aquela sensação de “1 + 1 = 3” está demais. De fenômenos físicos a pequenas sutilezas espirituais, um monte de situações está tomando vulto.

Como costumo dizer, parece até que dá para sentir o cheirinho de enxofre no ar. Se você ficar atento, não só o cheiro irá impregnar suas narinas, mas também passará a ver e ouvir certas coisas estranhas acontecendo.

Estou falando sobre isso de maneira aparentemente superficial, mas quem tem o Espírito sabe o que quero dizer. Existe uma opressão no ar. Parece que às vezes você quase chega a ouvir risadinhas pelos cantos, correria de alguém tentando se esconder, a respiração nauseabunda de um ou outro bem próximo a você.

Já vivi algo parecido antes, logo que me converti. Só que agora está algo praticamente tangível, mensurável.

Sábado a noite por exemplo, estava em casa assistindo o Caio Fábio no Vem e Vê TV e estavam debatendo sobre este tipo de fenômeno paranormal. Na verdade foi aí que eu consegui juntar as pecinhas do quebra-cabeças que estavam faltando.

Quando acabou o programa (acho que era o Papo de Graça), chamei minha mulher e ambos nos ajoelhamos na sala. Começamos a orar e, neste momento, parece que uma venda caiu de meus olhos. O Espírito de Deus deu direções muito especificas sobre quais assuntos deveriam ser mencionados em nossa oração. Realmente estava acontecendo coisas estranhas.

Por falar em estranheza, o que tem diferenciado este momento de outros que já notei este tipo de coisa acontecer está sendo o fato de antes o inimigo de nossas almas ser um pouco mais discreto, só que agora não. Parece que o que o imundo e seus asseclas estão fazendo ou prestes a fazer é tão urgente que já não fazem questão de não serem notados.

Para ilustrar, imagine alguém entrando ou saindo de seu prédio com uma sacola nas mãos. Parece algo normal, algum morador que você não conhece ou algum entregador levando algo para um apartamento específico. No caso, a sensação que tenho é a de quê alguém está de mudança, carregando um monte de coisas ao mesmo tempo juntamente com vários ajudantes, sem fazerem questão de respeitar a lei do silêncio.

Esbarram em você e nem se dão conta do que fizeram, pois o que eles estão fazendo é algo tão importante e urgente que parece não importar se esbarrou ou não, se você os viu ou não, de tão entretidos que estão em suas atividades. Parece que eles tem um prazo a cumprir e estão atrasados.

Acho que isso define bem o que estou notando.Quanto a isso tudo, creio que o mais importante que estou fazendo e todos devam fazer baseia-se nas seguintes passagens bíblicas:

“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhuma. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.”
1 João 1.5-7

E também:

“Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós.”Tiago 4.7

Take care...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Tem gente que conta até dez. Eu prefiro escrever...


Se eu não escrever eu vou explodir...

Estava cheio de assuntos pulsando em minha mente e em meu coração para colocar por escrito, mas parece que quando estamos colocando as coisas nos eixos e nos alinhando com o Senhor o inferno se levanta através do primeiro idiota que ele cruza no caminho, tentando tirar sua paz.

Não sou santo e não espero perfeição das pessoas. Por outro lado odeio quando sinto que estão tentando infernizar minha vida. Gente pequena, simplista, tosca e que resolve se levantar e se posicionar contra você sem ao menos tomar o mínimo de cuidado ao cruzar seu caminho, te tratando como um – se fosse na linguagem religiosa – neófito. Não tem a mínima noção do risco que correm ao agir como agem.

Ficam te cutucando para tirar o seu pior. Ficam como aquelas constantes gotinhas pingando insistentemente em sua testa dentro de um quarto escuro, tentando levar você aos extremos de seu domínio próprio, apenas para ver se você fala o que parece que as pessoas querem que você fale. Vontade não falta, mas não bateria em ninguém de óculos, com algum tipo de necessidade especial ou mulheres, “somente em macho, pra ver o sangue correr”...

Não se assustem, trata-se de um desabafo de um cristão que não é hipócrita. Não sei fingir que não sinto o que estou sentindo. Dei a outra face mas por dentro estou me remoendo. A Palavra diz em Efésios 4.26-27:

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo.”

(São 16:20h. Desta forma, ainda tenho algumas horas para desabafar...)

Se eu abro a boca e argumento no nível que sinto que devo argumentar, simplesmente passo por cima da pessoa de uma forma que ela dificilmente terá condições de andar sem ajuda de muletas ou cadeira de rodas, isso se voltar a andar. Não é fácil controlar mas me controlei. Agora, a ressaca vem brava, doendo todos os ossos e deixando a boca com o gosto amargo da reduzida de marcha que fui obrigado a dar.

Sim, tenho que amar os que me perseguem. Estes, normalmente, são pessoas de meu convívio diário e que não encontram meu nome no seu rol de puxa sacos. Caramba, eu não puxo saco nem de patrão, imagina de... Ah, se eu continuar eu me complico ainda mais.

E não é por falta de vontade. Veio até a ponta da língua mas eu engoli. Ao falar sobre isso me lembro de duas outras passagens:

“Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã.” - Tiago 1.26

“Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo. Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo. Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, então conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também os navios que, embora tão grandes e levados por impetuosos ventos, com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do timoneiro. Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniqüidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada http://www.blogger.com/img/blank.gifpelo gênero humano; mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procede bênção e maldição. Não convém, meus irmãos, que se faça assim.”Tiago 3.1-10

Não me considero religioso no sentido que costumamos dar à palavra mas, por outro lado, consegui controlar o que me veio à boca na situação que acabei de passar.

Isso me faz lembrar de um filme que adoro chamado Alguém Para Dividir os Sonhos (em inglês, "The Saint of Fort Washington"). Em um determinado momento do filme, um dos moradores de rua estava em um cruzamento limpando o para-brisas de um carro parado no farol quando o motorista (um riquinho qualquer, acompanhado de uma perua que deveria ser sua esposa) abre o vidro do carro e grita para ele:

“Seu vagabundo, por quê você não arruma um trabalho?”

O quê ele não sabia era que a mulher daquele pobre homem estava grávida e tinha acabado de cair de uma escada, perdendo o filho. Este casal estava prestes a retornar para sua cidade natal e seus sonhos foram por água abaixo. A cabeça dele estava, literalmente, fervendo...

Este homem olhou para o motorista do carro e disse...

“VOCÊ DISSE QUE EU SOU UM VA-GA-BUN-DO?”

...e simplesmente começou a destruir o carro do idiota do motorista, gritando para ele que não era vagabundo p%!*&@ nenhuma. Se não fossem os outros colegas deste pobre rapaz ele teria sido preso pela polícia, que tinha visto o ocorrido e corriam em sua direção.

O que quero dizer com isso? Quero dizer que tem momentos que você ouve certas palavras que atingem o nervo mais sensível de sua alma. Aquele rapaz não era um vagabundo. Ele era mais um desgraçado pela sociedade que o consumia dia após dia e estava fazendo seu melhor para não se entregar àqueles que o utilizavam como lenha para a fornalha do sistema.

A palavra “vagabundo” simplesmente não cabia para ele. Morar na rua não era uma das opções que este homem tinha. Era a única opção honesta que ele tinha. Seu espírito não era o de um mendigo, ele “estava mendigo”, algo circunstancial. Ele tinha uma boa esposa, ele tinha sonhos e ele lutava bravamente com o quê ele tinha em mãos para poder conquistar uma situação um pouco melhor em sua vida, na tentativa de resgatar a dignidade.

Numa seqüência de eventos fora de seu controle, sua vida deu uma guinada e ele se encontrava naquela situação. Não desistiu e estava atravessando um momento pior do que o pior que ele já costumava lidar. Para coroar a desgraça vem este miserável deste riquinho, totalmente alheio à dureza da vida, e fala a merda que falou para aquele homem. A bomba explodiu e quem é que atira a primeira pedra numa situação dessa?

Parece que eu mudei de assunto mas não mudei. Coloque este tipo de situação no contexto inicial para que fique claro o que tento falar. Uma pessoa cruza seu caminho, totalmente mergulhada em seu mundinho ridículo, fora da realidade e fala – entre todas as outras coisas que ela poderia falar – que você é isso ou aquilo, ou que tal coisa deveria ser assim ou assado e você não estava se enquadrando.

O problema é que se enquadrar significa que você deva ser uma pessoa fútil, uma pessoa que faz o jogo que os outros fúteis fazem para ficar levar uma vidazinha medíocre mas aparentemente de sucesso. E isso eu nunca fiz, não faço e nunca farei.

Dependo do Senhor, não dos homens. Não trato ninguém mal mas também não trago maçã todos os dias para a professora visando que ela me dê uma notinha melhor na avaliação. Se é é, se não é não é. Sem muita idéia, pois estas são utilizadas para princípios muito mais elevados.

Perdoem-me pelo desabafo, se é que alguém vai ler este texto...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Reconstrução...


Engraçado...

Sei que muitos podem achar que eu basicamente gosto de escrever sempre sobre os mesmos assuntos. Isso me faz lembrar de um” causo” que o Ricardo Gondim contou certa vez em um culto. Existia um pastor muito antigo em uma congregação e que, por alguns meses, somente pregava sobre o assunto AMOR. Intrigados com isso, os líderes da igreja se reuniram com o pastor e perguntaram a ele a razão dele estar pregando sobre o amor a tantos meses. Acreditavam que ele estava sem assunto e que, talvez, seria melhor ele se aposentar. A resposta que ele deu foi que ele insistiria em pregar sobre o amor até que ele visse que todos os membros daquela igreja estivessem vivendo aquela verdade. Ai sim, ele poderia pregar sobre outros assuntos...

Isso posto, digo que por estes dias eu vinha me sentido alheio a tantas coisas! Parecia que a vida tinha se resumido a uma grande bobagem, tipo quando seu time não tem mais condições de disputar o título e também não corre o risco de ser rebaixado. Faltando poucas partidas para o fim do campeonato, ele apenas cumpre tabela, jogando por jogar, para não ser desclassificado por não entrar em campo mas também sem nenhuma motivação em dar seu melhor.

Comer ou não comer, estudar ou não estudar, trabalhar ou não trabalhar, congregar ou não congregar, ir para casa, ficar na rua ou me jogar no mar. Nada estava me dando prazer e eu sabia que o problema não estava nestas atividades e sim em mim mesmo. Onde será que eu tinha perdido o fio da meada? O que eu estava fazendo ou deixando de fazer que fizesse com que tudo estivesse tão sem sal e sem sabor?

O problema estava dentro de mim, algo lá dentro parecia que estava desconectado. Acho que estava tentando cuidar para que tudo estivesse perfeitinho e com esta postura, parecia que eu havia me desfragmentado. Pedaços de mim estavam jogados em todos os cantos. Pior ainda, parecia que eu tinha sido consumido por um fogo e minhas cinzas tinham sido espalhadas pelo vento, tornando impossível me reencontrar.

Quem teria a habilidade e a paciência de recolher cada caquinho, cada grãozinho, cada partícula do pó que eu havia me tornado? Onde estava eu? Havia enfim sido consumido e absorvido como combustível para que todo este sistema perverso continuasse em movimento? Este maldito sistema movido pelo consumo de vidas e almas humanas teria enfim me anulado, jogando meu nome no esquecimento?

Como me reintegrar novamente? Onde estava o fôlego de vida que me sustentava?

Sentia-me como parte dos ossos secos que se encontravam no vale:

“A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos. Ele me levou de um lado para outro, e pude ver que era enorme o número de ossos no vale, e que os ossos estavam muito secos. Ele me perguntou: "Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?" Eu respondi: "Ó Soberano Senhor, só tu o sabes..."
(Ez 37.1-4)

Jogados ali, meus restos faziam parte do nada, o triste fim de algo que não havia sido plenamente vivido. Vivia por viver, uma vida morna, agonizante, cansativa e enfadonha. Não passava de um punhado de matéria orgânica inanimada, como todos os que estavam ao meu redor.

O incômodo silencioso de alguém que não se dava mais conta da própria existência parece que moveu os olhos Daquele que tudo vê em minha direção e, em seu imensurável Amor, criou do nada um conjunto de circunstâncias, agindo da mesma forma que agiu o profeta Ezequiel, movido pelo Espírito Santo de Deus.

Mesmo "espalhado", dentro de mim passei a sentir que algo queria que eu me reorganizasse. Parecia que eu estava ouvindo ao longe alguém dando ordem a meu respeito:

“Então ele me disse: "Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor! Assim diz o Soberano, o Senhor, a estes ossos: Farei um espírito entrar em vocês, e vocês terão vida. Porei tendões em vocês e farei aparecer carne sobre vocês e os cobrirei com pele; porei um espírito em vocês, e vocês terão vida. Então vocês saberão que eu sou o Senhor". E eu profetizei conforme a ordem recebida. Enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho, e os ossos se juntaram, osso com osso. Olhei, e os ossos foram cobertos de tendões e de carne, e depois de pele; mas não havia espírito neles”. (Ez. 37.4-8)

O que tinha sido decomposto e absorvido pela terra, pelos sofrimentos e pela roda viva que nos consome diuturnamente passou a se reagrupar. Tive novamente a sensação de haver esperança para mim. Via-me de fora da cena, lembrei-me de quem eu era, mas sentia que faltava algo. Não bastava tudo estar em seu lugar sem que houvesse dentro de mim o fôlego, o elam que tinha nos primeiros dias.

Novamente, ouvi alguém falando a este respeito:

“A seguir ele me disse: "Profetize ao espírito; profetize, filho do homem, e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o Senhor: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e sopre dentro desses mortos, para que vivam". Profetizei conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram em pé...”
(Ez 37.9-10a)

Era comigo... O Vento sobrou o fôlego em minhas narinas e passei a não apenas me sentir recomposto fisicamente, mas também voltando a me dar conta de que eu era muito mais do quê pedaços de tecido humano reagrupados. Eu não era um acidente cósmico, fruto de uma hipotética evolução das espécies. Eu era um templo no qual havia um espírito e Um Espírito!

Mais do que isso. Olhei ao meu redor e pude ver que vários outros se encontravam na mesma situação e também clamaram silenciosamente para que aquele caos entrasse em ordem. “...Era um exército enorme!” (Ez 37.10b)

Então eu entendi. Todos nós, os filhos de Deus, estávamos passando pelo mesmo momento. Todos nós estávamos caminhando sem direção, mesmo dentro do sistema, sistema esse que nos tirou a alma, destruiu nossas vidas e espalhou os restos no mais profundo vale.

Num outro nível pude entender que, na verdade, aquela voz que eu ouvia era o Espírito Santo de Deus que agia em todos os campos de minha vida para efetuar aquela obra maravilhosa demais para meu entendimento. Passei a discernir que meus clamores silenciosos eram apresentados ao Senhor como uma oração feita de dentro de mim pelo Espírito Santo. Por todos os lados, Ele estava cuidando de mim, reconstruindo minha vida e a vida de todos aqueles que se encontravam na mesma situação.

Pude entender, através de Seu Espírito Santo, que realmente todos nós estávamos como a nação de Israel nos dias do profeta Ezequiel:

“Então ele me disse: "Filho do homem, estes ossos são toda a nação de Israel. Eles dizem: 'Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se; fomos exterminados'. Por isso profetize e diga-lhes: Assim diz o Soberano, o Senhor: Ó meu povo, vou abrir os seus túmulos e fazê-los sair; trarei vocês de volta à terra de Israel. E quando eu abrir os seus túmulos e os fizer sair, vocês, meu povo, saberão que eu sou o Senhor. Porei o meu Espírito em vocês e vocês viverão, e eu os estabelecerei em sua própria terra. Então vocês saberão que eu, o Senhor, falei, e fiz. Palavra do Senhor." (Ez 37.11-14)

Gente boa de Deus. Acabei de viver isso em minha vida. Lembrei-me de como todo este caos se instalou em minha vida e agradeço a Deus pelo seu Amor incondicional, amor este que me deu Seu Espírito e está reconstruindo tudo o que foi destruído em minha vida e na vida de meus amados.

Não sei como terminar este texto, desculpem...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Hoje eu o conheço...


Eu o conhecia de ouvir falar, através das missas, da primeira comunhão forçada por meus pais (como todos os bons pais “católicos-apostólicos-romanos-fervorosamente-católicos-mas-não-praticantes”) para cumprimento dos deveres religiosos, através das rezas decoradas nos catecismos, o que me faziam crer que este tal de “deus/jesus” deveria ser muito chato e exigente, perigoso por costumar ficar escondido atrás das moitas localizadas nos caminhos dos pobres seres humanos pecadores, somente para poder dizer “ahá!!!! Pecou de novo! Vai para o inferno se não confessar para o padre e rezar 25789 aff-marys + 42532 pai-nossos!!!"

Não conseguia sequer imaginar que este deus/jesus era alguém que um dia eu iria ter algum tipo de relação sadia. Pelo contrário, tinha medo dele, verdadeiro pavor. Sonhava com coisas absurdas no mundo espiritual, um deus castrador, manipulador dos resultados, inimigo dos pecadores e amigo dos que eram amigos dos padres, das freiras e das beatas.

Imaginava que ele não gostava de nós. Por este foco, imaginava que ele achava que nós éramos tão úteis como pulgas, baratas e percevejos. Nesta minha relação, me sentia totalmente inconveniente, tipo um parasita no meio dos bonzinhos que conseguiam fazer tudo de acordo com o que ele decretava através dos 10 mandamentos, também decorados na marra para satisfazer as necessidades de nossos pais de não terem filhos “pagãos” (sei que assim era considerado os que não eram batizados quando nascessem, mas também era meio pagão os que não fizessem primeira comunhão e crisma, algo que até hoje não sei o que significa).

No decorrer de minha vida desandei, passei a me comportar em rebeldia com os padrões impostos pela religião. Até por isso, passei a considerar este deus bisbilhoteiro como um inimigo perigosíssimo pelo fato dele viver querendo me ferrar, enquanto eu estava cagando e andando para ele. Ao mesmo tempo acontecia algo insólito: Ele me atraía e eu me deixava ser atraído por ele! Como isso poderia se dar? Ser amigo desse deus sádico era algo contraditório! Não sabia explicar. Não era querer ser amigo, nem também ter medo de ir para o inferno.

Aliás, passei a flertar com o inimigo numa boa, por achá-lo mais democrático (literalmente demo-crático, entendeu a anedota?), mais gente boa e gostar de tirar foto para sair em quadrinhos e filmes de terror que eu tanto gostava. Por esta razão, até nos arraiais satânicos procurei preencher meus vazios existenciais, crendo que o vermelhão não era tão mal assim, deveria ter alguma coisa de bom por ser tão “fun to be with”.

À medida que o tempo foi passando porém, um dia descobri que estava totalmente enroscado nas redes do inimigo e precisava me libertar. Pedi arrego e fui para a igreja. “Convertido”, comprei (ou ganhei) meu primeiro “LPA” (livro preto anacrônico, maneira “carinhosa” que uns revoltadinhos com o Senhor chamam a Bíblia) e comecei a ler.

Lia, lia, lia e ia gostando de quase tudo pois, na boa, alguns trechos eram demasiadamente enfadonhos, como as longas genealogias e as descrições de como cada canto do templo deveria ser construído. Nesta, coloquei o capeta para escanteio literalmente e comecei a me relacionar com aquele Deus que antes eu temia (e quê, daqui em diante, será escrito com letra maiúscula).

Várias igrejas, várias doutrinas, vários pacotinhos de regras a seguir, várias proibições e eu lá, já tendo uma relação com o Jesus que até pouco tempo antes eu não conhecia pessoalmente, mas resistindo bravamente aos pacotes de usos e costumes impostos.

O problema foi que este Jesus até então desconhecido não era o mesmo jesus que me fora apresentado na religião e isso me deixava em crise. O que fazer perante este Homem/Deus chamado Cristo? Condicionado ao pensamento de quê este Jesus que eu me apaixonava cada dia mais tinha sido inicialmente apresentado a mim na religião, passei a viver com este incômodo paradoxo de procurá-lo nos templos mas não ter mais do quê breves vislumbres de sua glória nestes lugares.

Como isso podia acontecer? Tentando me enquadrar, me sentia o pior dos homens, mas não no sentido em que Paulo se disse “...dos pecadores, dos quais eu me considero o pior” (1 Tm 1:15) mas no sentido de não me sentir parte de tudo aquilo que eu via meus irmãos fazerem e viverem. Por dentro, não me enquadrava mas queria fazer parte de tudo aquilo, e o fiz sinceramente diversas vezes mas, na grande maioria do tempo, me considerava um hipócrita usando máscaras religiosas para ser aceito pelo grupo.

Tinha medo de ser rejeitado. Tinha medo de descobrirem que ainda ouvia música secular, tomava vinho e gostava de sair a noite para me divertir com os amigos. Quanto a isso era ainda pior: Não conseguia me divertir com os conhecidos das igrejas que freqüentei. Meus amigos eram de fora e com eles a coisa funcionava. Destes amigos, alguns eram cristãos que também usavam máscaras em suas igrejas mas chegavam em minha casa e juntos gozávamos de momentos de comunhão impagáveis.

“E agora João? Continua, insiste, persiste, engole, se enquadra! Se Jesus é o Caminho (e a Universal é o pedágio, rerê) e Ele mora aqui (na igreja), isso que você vive fora é fruto de algum surto psicótico. Na verdade você é um grande hipócrita mesmo por ter vida dupla!”

Era torturado por este tipo de pensamento!

Por outro lado, como negar que eu sentia a presença de Deus nas situações mais absurdas possíveis (avaliando pelo parâmetro religioso)? Como dizer que tudo o que eu vivia e vivo era uma heresia sem tamanho?

Jesus falou:

Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem”, e também “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem” (João 10.14, 27)

Como dizer que não o conheço? Como negar minha relação pessoal com Ele só pelo fato desta relação não se enquadrar no “gospel way of life”? Pelo meu estilo de vida, canso de ver irmãos tentando me evangelizar (evangelizar para estes significa me levar para a igreja deles). Tenho eu o direito de falar para eles algo que eles deverão descobrir pessoalmente, buscando esta relação fora dos arraiais da religião?

São algumas perguntas que não espero que vocês respondam para mim e sim para vocês próprios.

Hoje eu me vejo como Ele me vê. Descobri que nada do que faço me fará ser mais amado por Deus. Pelo contrário! Este amor é de graça, a tal da GRAÇA em seu sentido mais pleno, o favor imerecido de Deus que me amou primeiro.

Hoje “somos assim” um com o outro. Tomo decisões com a mente de Cristo, vivo a vida Dele em mim e isso, sinceramente, passa a anos-luz da religião estabelecida...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Técnicas de garimpo gospel em contraste com o Pai Nosso...



Pai Nosso, versão "Mateus 6:7-13" revisto e comentado...

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos” – Deveriam invejar os gentios com suas vãs repetições, pois esta igreja não ora: DECRETA. A religiosidade dos gentios é um tapa na cara da igreja, que parte esfriou, parte se intelectualizou, outra se imbecilizou...

“Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes” – Sabem que Ele sabe o que nos é necessário. O grande problema é que não se satisfazem com isso. Necessário não é mais do que a obrigação de Deus! Querem o que não precisam. Como diz Tiago 4:3, “Pedem e não recebem porque pedem mal, para o gastarem em seus deleites”. Querem luxo, conforto, glória, honra e poder. Querem dominar a mídia comprando redes de TV, querem comprar jatinhos para enviarem a lã tosqueada de suas ovelhas para o exterior. Garimpam o céu, dão gravata em Jesus, torcem o braço de Deus e jogam em sua cara a sua Palavra, ameaçando, determinando, exigindo...

“Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” – Muito conveniente. No início falam as palavras mágicas, a senha de acesso ao cofre, visando impressionar o Deus onisciente com suas bonitas palavras e, tentando enganar o ‘trouxa’, tomar posse da benção...

“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” - Querem ser reis neste reino, não querem ser reinados por Ele. “Tua vontade” é sinal de fraqueza. Para eles, ninguém que ora assim consegue alguma coisa de Deus! Tem que sair na voadora e no rabo de arraia, pois eles tem direitos...

“O pão nosso de cada dia nos dá hoje” - Pão é para os pobres, querem participar de banquetes, fazer orgias com os líderes deste século e entupirem-se de tudo o que este mundo pode lhes oferecer... Ah, pena que não era a igreja de hoje que foi tentada no deserto pelo Diabo, teriam aceitado tudo o que o inimigo ofereceu...

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores” – Esquece isso. Faça um voto com o ‘deus’ destas igrejas e não cumpra para ver! Será levado aos verdugos, e só sairá de lá quando tiver pago até o último centavo, com juros e correção...

“E não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal” – Aqui é o fim da linha. Já caíram em tentação. Servem à deusa fortuna e à deusa riqueza. Foram seduzidos pelo deus deste século, e suas almas estão a caminho do abismo. Não querem ser libertos deste mal, pois eles SÃO deste mundo e ESTÃO neste mundo...

Que Deus, em nome de Jesus, possa abrir os olhos e os ouvidos de todos os que estão entrando neste caminho por desconhecimento da Palavra e pela falta de sabedoria. Parafraseando Tiago 1, “peçam-na a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada e agitada pelo vento”.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Escrito por alguém que acha que perdeu o trem...

Eu gostei muito do texto, por mais simples que sejam os conceitos, as pessoas de um modo geral estão sendo dominadas por conceitos e interesses absolutamente desumanos....

Quando digo isso, não digo que sou melhor, pois tenho plena consciência que por mais que eu tenha aprendido sobre cristianismo, por todos os valores adquiridos, pelo meu caráter muito bem formado, ainda assim é quase impossível não ser contaminado pela busca a nós imposta, não existe espaço para aqueles que não buscam por conhecimento, que não estão bem colocados profissionalmente, que não estão atualizados tecnologicamente falando, que não fazem parte das redes sociais. Estamos sendo consumidos, vivemos em busca constante por ser mais e ter mais para comprar mais, como conseqüência vivemos menos, doamos menos, amamos menos...

Sinto que perdi o último trem, não consigo mais acreditar que as coisas vão melhorar, deixei de ser “Poliana”, não acredito em amor genuíno sem interesses por parte das pessoas.

Não sei se congregar novamente me faria resgatar o otimismo, não sei se existe um recomeço, sinto saudade de quando nada conhecia e buscava desesperadamente conhecer os conceitos divinos, tudo era tão perfeito, conheci o amor incondicional de Deus dando seu Filho em resgate por uma geração perversa, conheci a força do perdão, da doação, conheci valores riquíssimos que me fizeram acreditar na transformação das pessoas e do mundo, mas eu mesma não fui capaz de colocar em prática as verdades transformadoras que conheci.

Vejo minha família vivendo no caos, álcool, drogas, doenças e não tenho mais aquela força, otimismo, fé que me eram tão peculiar para resgatá-los.


Perdi o trem.....

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sonhei de novo...


"Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre." - Salmo 121
Sonhei de novo...

Desta vez foi um sonho muito louco, como todo bom sonho.

Estava eu fazendo compras em um lugar, pegando todos os produtos que estava precisando. Não lembro quais eram, só lembro que – ao passar no caixa – em vez de ensacolar os produtos eu os coloquei em 4 caixas grandes.

Na hora de transportar as caixas, eu tinha que descer as caixas uma a uma por escada que estava apoiada como se fosse em uma parede (estas - tanto a escada quanto a "parede" surgiram do nada). Logo que tomei a primeira caixa em um braço e me preparei para descer os degraus, notei que a escada estava presa por dois ganchos metálicos e não mais na parede. Estes ganchos eram presos em uma espécie de cabo de metal e estavam começando a escapar.

Em um movimento típico de sonho, quando nos tornamos quase super-heróis, eu agi como se tivesse um “braço a mais” (no mínimo um a mais, mas deveria estar com vários), segurando a caixa, apoiando a escada (que a esta altura estava abaixo do cabo de metal e permanecia em pé pela misericórdia de Deus...), pegando os ganchos que estavam se desfazendo e os entortando novamente para ficarem novamente na forma de anzóis.

Consegui deixá-los na forma desejada, enrolei as pontas dos mesmos no cabo (isso enquanto a escada balançava muito!!!!) que não mais apoiava diretamente a escada e comecei a descer com a primeira caixa.

No sonho, eu via a cena pelo meu ponto de vista (o de quem estava na escada tentando prendê-la em seu apoio) e via também de fora (como um espectador), o que me deixava tão agoniado quanto. Sei que consegui armar a tralha toda e iniciei a descida...

Nisso eu acordei e tive que levantar rapidamente pelo fato do despertador não ter tocado e com isso a Cilene estava atrasada para o trabalho.

Levantei com aquela sensação de “pqp! Queria saber o final do sonho!

Pelo que entendi e pelo que escrevi no meu texto anterior, fiquei com a nítida impressão que estava de pé pelo fato do Senhor estar me dando tantos braços quanto necessários para me sustentar, ao mesmo tempo que estava recebendo a provisão diretamente dos Céus, mas tendo que controlar todas minhas angústias e temores.

Digo isso pois já caí de escada, dessas de abrir em duas. O cabo que limita a abertura das duas “pernas” da escada se rompeu e literalmente fiquei sem chão, aquela sensação de queda livre que temos no Turbo Drop do Playcenter, indo parar no chão, mais assustado do que machucado.

A sensação da possível queda livre com as compras me gelou a espinha. Ao mesmo tempo, com os meus braços eu consegui apoiar a primeira caixa, segurar a escada (que apareceu do nada) que não estava mais apoiada em nada, arrumar o gancho e o prender neste cabo (que também apareceu do nada), assim como meus braços e mãos. Parecia que Deus estava falando comigo sobre a forma Dele me sustentar sobrenaturalmente...

Ainda estou assustado. Olhar para baixo (o quê denota “olhar para as circunstâncias”) assusta mesmo. O que me manteve intacto no sonho foi não olhar para as minhas limitações na situação e sim acreditar de uma forma inexplicável que não cairia nem deixaria minhas caixas para trás. Parecia que as coisas aconteciam pelo fato de'u pensar que elas tinham que acontecer!

Algum psicólogo ou profeta me ajude a desvendar o mistério...