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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Você está triste...



"Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta. Pois eu lhes digo que vocês não me verão desde agora, até que digam: ‘Bendito é o que vem em nome do Senhor’” - Mateus 23:37-39


Você está triste. Ouvi isso hoje e nem tinha notado que minha tristeza, para quem me conhece, estava latente. Você também está triste, confesse. Não é pelo dinheiro curto, não é pelos problemas enfrentados no cotidiano (que você já tira de letra, assim como eu...), não é por algo tangível: É algo dentro de meu e do seu peito, algo que queima lentamente, te joga pra cima e você sente o frio na espinha e o vazio, o vácuo, te faz ficar com um olhar vidrado, olhando para tudo e não vendo nada.

De onde vem esta tristeza, enquanto praticamente todos estão fazendo festa, combinando viagens maravilhosas, namorando, casando e se dando em casamento, planejando o fim de semana, as férias, comprando e vendendo, acumulando enquanto deixa os outros sem aquilo que excedeu em sua despensa, gerando lixo e mandando pra frente sem saber onde ele vai ter seu longo final feliz?

A lista de questões são íntimas e infindáveis. Não tem a ver com a final do campeonato nem com a desclassificação prematura, não tem ligação com a dor nas costas ou com a eterna batalha do longo mês versus o curto salário, não é ligada à promoção ou não que você esperava, nem com a busca do seu Santo Graal pessoal.

É algo que não vem da horizontal, por mais que fique mais fácil discernir por alguns sinais vistos na CNN ou GloboNews, no jornal virtual que você lê em sua internet, no mendigo que você finge não existir e que te pede ajuda, nos escândalos no meio político e religioso, nos estupros, nas fomes, terremotos, atentados e pestes ao redor do mundo.

Cada item desses tem um papel detonador na vida de pessoas como eu e você, que estão tristes. Estamos sentindo a tristeza que vem de cima, a tristeza que vem do coração de Deus, a tristeza de quem acha que não tem muito mais o que fazer pela vida daqueles que estão mergulhados em seus mundinhos, em sua pequenezas, em sua busca desenfreada pelo pão nosso de cada dia, ao invés de deixar o campo arado e pronto para recebê-lo diariamente como benção de Deus...

Estamos sentindo que nada está se encaixando, inclusive nós. Nós não estamos mais nos encaixando nesta moldura pequena que se tornou nossa sociedade, por mais que ela aparente ser multi-mega-hiper facetada, descolada, repleta de infinitas possibilidades. Estamos nos sentindo caretas, mesmo que na moda, comprar ou vender algo não traz alívio, pois discernimos o preço que vem sendo pago nestes milhares de anos da história da humanidade.

Muito sangue foi, é e tem sido derramado. Se você "tem dois", saiba que alguém está sem nada, o mundo não está se sustentando mais, a água potável será motivo de guerra em breve (na verdade já o é em alguns locais) o mundo vai entrar em colapso e não nos vemos mais nem aqui nem lá, somos forçados a nos sentir alienígenas para não nos tornarmos alienados mas, infelizmente, não estamos sabendo agir.

Parece que a luz está se apagando, o sal está perdendo o sabor, estamos nos apequenando diante de tudo e de todos, por mais que estejamos ou sejamos evidentes no contexto social. A omissão é pessoal, nós e somente nós sabemos que estamos “pecando por omissão”. Parece que estamos sendo cúmplices de uma trama diabólica, apenas por não falarmos ou fazermos o que deve ser feito.

Creio que esta seja a razão da tristeza. Correr atrás do pão de cada dia é inútil e cansa, lutar por um novo negócio implica em saber que alguém perdeu enquanto você “ganhou”. Estou triste, não estou conseguindo juntar os pintinhos debaixo de minhas asas, até pelo fato de sentir que perdi as minhas, assim como Miguel no final do filme Constantine.

Ao menos esta tristeza vem da Fonte Eterna, vem do coração de Deus. Se estamos assim, o pulso ainda pulsa, o Espírito ainda nos convence do pecado, da justiça e do juízo. Devemos voltar ao nosso papel profético, mas entendo que de maneira diferente, mais eficaz, cirúrgica, sem desperdiçar bala.

Senhor, mostre a cada um o que fazer, em Nome de Jesus...