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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Areia movediça...




“Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.”
Mateus 24:12-13

Muito tempo se passou desde a última vez que parei para escrever algo neste blog. Entre a multidão de desculpas, acabei me deixando levar pelo comodismo do Facebook, onde insights que poderiam ser transformados em textos se tornaram poucas linhas, apenas para me ajustar ao “formato comercial” e receber alguns “likes”, como se isso fosse algo que presta...

Coincidentemente (ou não), parei de dar vazão ao que vinha do Espírito ao meu espírito, num círculo vicioso difícil de romper. Fui me permitindo engessar, por dentro fui me impermeabilizando, me tornei um espelho que refletia a todos, mas não mostrava quem era eu nem o que do Alto recebia. Por me blindar, conseqüentemente fui me amornando, procurando ficar dentro de minha carapaça e não me dedicar ao dom que recebi do Senhor.

Quais as desculpas para isso? Diante de todos os inúmeros problemas que enfrentei no último ano, parei de viver pela fé e passei a procurar sobreviver pelos meus próprios esforços. Sem fé, fui me tornando pior, e - sendo pior – me tornei pequeno, mesquinho, egoísta, vingativo, repulsivo. Precisava sobreviver, mas passei a usar as armas erradas para isso.

Alguns que me conhecem melhor sentiram a mudança, mas optaram em falar o mínimo possível sobre este assunto para não serem “agredidas” de alguma forma pelo que eu estava me transformando. Por dentro da carapaça, eu sentia que estava mal, mas meu orgulho impedia que eu procurasse uma saída para esta espiral descendente.

Como que sugado por um redemoinho, queria apenas sobreviver, desesperadamente lutando contra meus demônios pessoais, que vieram à tona com toda força. Não me reconhecia mais, nada mais fazia sentido, queria apenas saber de mim, por mais que ainda surgia – esporadicamente – um traço de bondade aqui, outro ali...

Mas isso não era o suficiente. Como alguém – como eu – que já tinha sido usado tantas vezes pelo Senhor, se permitiu endurecer? Como um sapo na chaleira, estava sendo cozido lentamente pelas águas que antes me serviam de campo para pesquisas e descobertas deliciosas no Reino de Deus e sua Graça.

O ambiente que eu inicialmente havia discernido como hostil, mas que – pelo Espírito de Deus – descobri que era este maravilhoso campo a ser desbravado, voltou à estaca zero, pois optei em me deixar levar pelas circunstâncias ao meu redor. Como Pedro, estava andando por sobre as águas, mas temi... e afundei.

Por uma ou outra conversa com pessoas do meu cotidiano, lembrei que estava em débito comigo, com meus amados e com Cristo. Débito este fruto de minha indiferença ao que realmente importava nestas relações: O amor, o verdadeiro Amor, aquele que recebi de Graça e passei a reter por algum desvio de rota, daqueles imperceptíveis no começo, apenas uma fração de grau, mas que me deixaram hoje anos luz de distância do centro da vontade do Pai.

Para voltar, estou me esforçando para escrever estas linhas, como “mea culpa”. É um pequeno passo, mas oro ao Senhor que Ele tenha misericórdia de mim, segure firme em minha mão e me arranque desta areia movediça...