Sem saber ao certo a razão, escrevi esta frase num pedaço de papel na sexta feira à noite e fiquei remoendo-a, pensando no que poderia escrever a respeito disso sem soar muito subversivo.
Mas aí que está o problema: Cristianismo verdadeiro é subversivo. É um tapa na cara da religião e dos religiosos que fervorosamente a defendem. É o caminhar com um Homem que fez afirmações extremamente duras a respeito de si próprio e do sistema dominante. Vai contra o sistema imposto, o manual de regras e procedimentos considerado politicamente correto.
O Cristianismo é politicamente incorreto. Suas ordenanças são duras como ter que comer carne e beber sangue de um homem. Conduziu todos os discípulos próximos ao Senhor, judeus, a morrerem pelo testemunho deste Homem que se auto-denominou Filho de Deus, Um com Ele.
Este Jesus andou com gente considerada do pior escalão, comeu com eles, foi à festas com eles, disse que eles precederiam os mestres religiosos na época. Pediu a um jovem rico vender tudo o que tinha para segui-lo e se entristeceu ao ver como ele era apegado ao mundo material e suas riquezas.
Cuspiu no chão e fez lodo para curar um homem de sua cegueira. Derrubou as bancas dos vendedores do templo, expulsou a cambada a chicotadas. Perante tudo isso (e muito mais), só se tinham duas opções em relação a Ele: Crer que Ele era quem Ele dizia ser ou entrar para a turma dos que gritavam enfurecidos: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Imparcial a Ele é que não havia como ficar.
Mas não era (e nem hoje é) fácil sair do contexto religioso e seguir este Homem. Não era fácil pois é mais “cômodo” se amoldar a um desconfortável mas conveniente pacote de regras.
Isso me faz lembrar de um caso que li no livro “Humor Judaico” (não se trata de um livro de piadas de judeus e sim uma compilação de casos que se tornam engraçados pela maneira como os judeus lidam com os fatos cotidianos) , quando um rico empresário judeu decide fazer um terno com um super conceituado alfaiate.
Ao chegar em sua loja, o empresário tem todas as suas medidas tiradas e recebe um prazo para buscar seu terno. Ao chegar o dia de retirá-lo, o empresário chega na alfaiataria, paga uma soma considerável ao costureiro e prova o terno. Encontra grande dificuldade em vesti-lo, pois um ombro era mais alto que o outro, o peito estava torto, as costas não se ajustavam, as mangas eram diferentes uma da outra...
Como ele sabia da fama do alfaiate não questionou o caimento, mas teve que se entortar todo para vesti-lo. Saiu na rua com seu novo terno e logo foi parado por outro judeu que perguntou: “Quem fez este terno para você foi o alfaiate tal, certo?” O empresário ficou admirado ao ver que a peça fora reconhecida de primeira e respondeu que sim, mas não sem perguntar como o homem havia notado que ela tinha sido feita pelo famoso alfaiate.
“Simples”, respondeu o homem. “Somente ele seria capaz de fazer um terno tão perfeito para um homem tão torto como você”.
Assim é a religião. Entorta os homens que tentam se ajustar a ela; deforma seu ser, limita seus movimentos e traz essa falsa sensação de “conforto”, apenas para serem vistos como social e moralmente corretos.
Bem, desviei da frase inicial em meus devaneios. Mas voltando a ela, prefiro um pecador sincero, mais fácil de se trabalhar em suas necessidades, do que um religioso hipócrita, dentro deste terno que o transforma em uma aberração ambulante.
Pronto. Falei.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Prefiro um pecador sincero a um religioso hipócrita
9 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Bom dia, amigo.
ResponderExcluireu postei uma pergunta que minha filhota me fez.
rerê, não estava entendendo...
ResponderExcluirPronto, falou... E disse!
ResponderExcluirTerno torto por dentro e por fora.
Em gente esteticamente torta por fora e eticamente torta por dentro.
Assim é o religioso!
Muito bom, muito bom! Não o terno, blergh!! O texto! :)
Abs...
R.
"Pastor" João, fio, cê leu esse último texto do Pastor Ricardo Gondim?
ResponderExcluirÉ o que entendi meizz?
Se for, ele é dos meus :)
Pode me chamar de controversa tb rss
abs...
R.
Sempre que leio afirmações assim me recordo do que Jesus disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus". Esse "tipo" de pecador costuma a se arrepender de coração e dedicar realmente sua vida a Deus, mas como é dificil um crente se converter.
ResponderExcluirÓtimo texto. Abraço.
Controverso, eu? Vou ler agora! E de antemão ele é sim (dos seus, dos meus...)
ResponderExcluirBjs
JC
Eder,
ResponderExcluirCostumo dizer que a pior m%¨$6! é "pregar pra crente", mostrar os desvios de sua fé, o engano gerado na "fé na fé"...
Vamos chegar ao céu e encontrar cada figurinha que "ninguém" imaginava que estaria por lá, ao lado do Pai...
Um abração!
Sim Regina, também sou totalmente controverso. Não engulo o que está sendo pregado por ai como sendo Cristianismo!
ResponderExcluirJesus não morreu na Cruz para me fazer mais rico, mais saudável, mais bem sucedido. Morreu para pagar os meus pecados e me dar a vida eterna.
Isso é o verdadeiro Evangelho!
Pronto, falei!
O problema é que o tal do crente não consegue perceber as m#%$@! que faz, ou melhor, ignora completamente seus erros apoiado na graça sem saber que graça nada tem haver com ignorar a obediência... bando de hipócritas!
ResponderExcluir