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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mantenha seus amigos por perto, e seus inimigos mais perto ainda...

Sméagol era um hobbit como outro qualquer. Baixinho, gordinho, pés peludos. Pouco ou nada se sabe sobre sua vida até o dia que foi pescar com seu primo Déagol e este caiu na água. Neste acaso ele encontrou o Um Anel que Isildur deixara cair ali, muitos anos antes, após tê-lo capturado ao cortar o dedo de Sauron, seu criador. Como era seu aniversário, Sméagol desejou tanto o Anel encontrado por Déagol a ponto de matá-lo. Expulso da família, ele fugiu para o norte e se refugiou nas Montanhas Sombrias.

Em contato com o Um Anel, Sméagol potencializou o mal que havia dentro dele, passando a ter dupla personalidade. Dentro dele, outro ser tomou forma, passando a duelar constantemente em sua mente e emoções entre o bem e o mal. O contato com o anel também prolongou sua vida por vários séculos.

Um dia Bilbo Bolseiro, um tranquilo hobbit do Condado que estava em uma missão juntamente com 13 anões, encontrou o Anel por acaso. Ao colocá-lo em seu dedo descobriu que ficava invisível. Fugiu com o Anel, cumpriu sua missão e voltou ao Condado com tesouros conquistados numa caverna distante, guardado por Smágol, um grande e terrível dragão que fora morto por uma flecha certeira disparada por um guerreiro no único ponto vulnerável de suas escamas.

Gollum passou então a procurar freneticamente o Um Anel, pois todo aquele que tivera contato com o mesmo ficava irresistivelmente ligado ao seu poder. Vários anos depois Gandalf, o mago, convence Bilbo a entregar o Anel ao seu sobrinho Frodo para que este fosse destruído no fogo da Montanha da Perdição, em Mordor, onde fora forjado.

Aqui paro de falar sobre toda a história, que possivelmente pode ter algum erro ou engano de minha parte, pois o que escrevi acima é o que me lembro das vezes que assisti a trilogia e li recentemente nos livros de Tolkien.

Quero focar o poder que o Anel exercia sobre Sméagol e Gollum, sua outra personalidade, bem como sobre Bilbo, que o carregou por várias décadas, sobre Frodo, com sua missão de destruí-lo e sobre todos os que se aproximavam ou sabiam de sua existência e poder. Como está escrito no livro, “Um Anel para todos dominar, Um Anel para os encontrar, Um Anel para a todos prender e nas trevas reter na Terra de Mordor onde moram as Sombras”.

Este poder que controla todos os poderes deformou todos aqueles que tiveram contato com ele. Gollum foi o que mais sofreu, pois se tornou um monstrengo horrendo, irreparavelmente dominado pelo poder do Um.

Frodo e seu fiel amigo Sam tiveram que conviver até o fim da missão com Gollum, mantendo-o sob controle através de um juramento, mesmo sabendo que este queria matá-los para se apossar novamente de seu “precioso”, pois assim chamava o Anel de poder.

Mantinham-no sempre à vista. Deixavam-no sair apenas por breves momentos, para que este procurasse comida. Ele não comia a comida dos Elfos que os dois traziam, as “lembas”, bolos que foram presenteados para comer durante a viagem e se conservavam por muito tempo e eram suficientes para uma leve refeição. Gollum não tocava em nada feito pelos Elfos. Sentia horror pelo Sol (ele o chamava de Cara Amarela) e pela Lua (Cara Branca). Tudo ligado a luz era rejeitado por Gollum.

Conviver com aquele que você notoriamente sabe que te deseja o mal é dificílimo, muitas vezes é insuportável. Mas muitas vezes temos que fazê-lo, em todas as áreas de nossa vida. É aí que a virtude se destaca e cria força sobre aqueles que nos toleram por não serem fortes o suficiente para nos destruir. Mas isso nos dá ânsia, náuseas.

Como diz o ditado: “Mantenha seus amigos por perto, e seus inimigos mais perto ainda...”

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Se eu falar que não aconteceu vou estar mentindo!


Alguns comentários valem a pena virar postagem. Aqui temos um "texto a três"...

Algumas vezes um texto gera uma polêmica tão desnecessária! PArece difícil para alguns crer que Deus não age da mesma maneira com cada um de seus filhos...

Alguns leitores, antes de pararem para ver a fonte de onde vem a informação tem credibilidade ou não, simplesmente começam sentar a ripa, mesmo sem saber se o que estão ‘julgando’ e verdadeiro ou falso. Tipo a multidão que nem sabia o que estava acontecendo a dois mil anos atrás e, movidos pela elite religiosa, começaram a gritar “crucifica-o! crucifica-o! crucifica-o!” contra um jovem Galileu, amigo meu de longa data.

Bom, aconteceu de novo. Escrevi como foram meus primeiros passos depois de minha conversão e choveram críticas. Caso queiram ler, clique aqui. Depois disso, fica fácil entender o que abaixo fora comentado.

Anônimo disse...

Estranho, vc diz ter ouvido Deus falar com vc na Renascer, Assembléia e Congregação. Lembre-se que o diabo também conhece nosso presente e pode se usar de outras pessoas para te confundir. Mas Deus é o único conhecedor do futuro. Tb desconfio desse Gessi. Nunca vi gente da Congregação quebrar discos, TVs etc, ou dar conselhos pra outra pessoa - visitante da igreja, como é o caso - sobre usos e costumes. Nem pra quem já frequenta a muito tempo isso não acontece, a pessoa muda sozinha, de acordo com o que se sente culpada. Muito menos perguntar se gostaria de se tornar membro após ter sido batizado. Ou dizer q ia te apresentar na igreja. Isso não existe. Acho q vc foi vítima de umas "profetadas", viu.

João Carlos disse...

Prezado "anônimo".

Primeiramente quero dizer que fica muito difícil discutir opiniões com alguém que não se identifica.

Testemunho aquilo que VI E VIVI. Se eu te falar todos os lugares onde Deus já falou e ainda fala comigo certamente você se escandalizaria. Ma ai que está o ponto: Onde você vai você leva Jesus com você? Ele pode usar até uma mula, lembra-se disso?

Quanto ao meu relato, ninguém me contou, não criei nenhuma fábula para ilustrar algum ponto de vista pessoal ou o que quer que seja.

Quanto a ser vítima de profetadas, saiba que ninguém é imune a isso mas, por outro lado, não sou tão neófito.

Volto a um ponto de seu comentário apenas para reforçar o que disse: Se você estivesse em Carapicuíba na da casa deles no dia que eu estava teria visto o que eu vi. Como não estava, peço respeitosamente que você limite-se a crer ou não crer.

JC


Adriana disse...


Anonimo,

Mostre a cara querido, aqui não é sinédrio, fique tranqüilo.

O Ednelson explicou direitinho como acontece, veja:
A Congregação Cristã, mais que uma instituição religiosa, constitui um "ethos", no qual seus integrantes se amalgamam (por prévia disposição) aos princípios e ditames norteadores de sua expressão COLETIVA... E, aliás, pelo que se pode depreender das "colocações" supra citadas, suas caracteristicas distintivas apresentam "traços" eminentemente individualizantes, em detrimento de uma concepção proeminentemente COLETIVA.

Em outras palavras, ninguém pede para vc fazer nada mas o poder do grupo é tão acachapante que em "minutos" vc começa acreditar que a graça é a CCB, orar só ajoelhado e etc.

Conheço a CCB e como a Regina reconheço gente boa de Deus que ali está e não poderia ser diferente, afinal Deus administra a Graça como ele quer, é prerrogativa Dele. A descrição do JC bate direitinho com muita coisa que eu vi e vivi em companhia de minha melhor amiga de infância. Contudo se alguém ainda duvida, quer colocar a prova, desacredita, recomendo uma leitura esclarecedora, o livro "Por trás do véu" Marcelo Ferreira ex-CCB.

No mais fico com o que Jesus disse e fez pois ele é a chave hermenêutica para interpretar a Escritura, se assim não for criaremos seitas onde o homem determina céu e inferno conforme sua deformidades.

abraços a todos


Adriana disse...

Puxa,

Esse "a pessoa se sente culpada" dá um texto e tanto, né moçada? Quando eu era religiosa eu sentia culpa por não ter um cabelo no pé, afinal com este tonhonhoin e sem as abençoadas progressivas, a irmãzinha aqui male-male tinha uma madeixa no ombro, eu me sentia no inferno.

A segunda coisa que de melhor me aconteceu: Sair da religião.
A primeira foi ser conhecida e conhecer Jesus.
Aquele que liberta!!! Oh Glória!!


Adriana disse...

Sr J. só anda com gente boa!!

Paulo Romeiro é um pastor ponta firme, gosto dele mesmo quando é radical. Fui duas vezes na igreja Cristã da Trindade e tenho todos os livros dele, autografados. Crusis quanto “orgulho religioso”! Ele te remendou simplesmente uma das igrejas mais sérias que eu conheço em SP,e vc sabe disso. Falem o que quiser, mas o RG é uma raridade no mundo. Paulo Romeiro foi um dos primeiros a defender, inclusive em programa de rádio, que a CCB é uma seita.


João Carlos disse...

Dri, bom te ver por aqui neste momento tão sublime...rsrs

Deixa eu reforçar meu 'sim sim, não não': Fora a pressão do grupo, que te induz a mudanças pelo 'way of life' que eles vivem, NÓS RECEBEMOS SIM, PRESSÃO EXPLÍCITA DE MUITOS DELES para que a Rosi colocasse uma saia da uma irmã, para sermos apresentados como membros, etc e tal.

O que escrevi acima foi feito com temor e tremor, na presença de Deus, Aquele que tudo sabe. Não acrescento nem retiro uma vírgula.

De resto, fico com as palavras de Paulo em Gálatas 6:17

"Daqui em diante ninguém me moleste; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus".

A assustadora face das águas




“No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”.
Genesis 1.1-2


Foto tirada sábado, 17 de Julho de 2010. Pedra da Macumba, Recreio dos Bandeirantes. Só para viajar um pouco e deixar Deus falar...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cirurgia sem anestesia


"E se a tua mão te fizer tropeçar, corta-a; melhor é entrares na vida aleijado, do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. [onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.] Ou, se o teu pé te fizer tropeçar, corta-o; melhor é entrares coxo na vida, do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno. [onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.] Ou, se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora; melhor é entrares no reino de Deus com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no inferno, onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga". - Marcos 9.43-48

Eu sou muito resistente à dor física. Costumo ser muito sangue frio quando o assunto é meu corpo, tanto que – das 4 cirurgias que já me submeti – na única que não tomei anestesia geral (oh delícia!!!), uma de hérnia inguinal, pedi ao médico que baixasse uma espécie de biombo que me impedia de vê-los me cortando e inclinasse o refletor para eu assistir, dormindo da cintura para baixo, eles reconstruindo a parede abdominal rompida devido a intensas séries de musculação feitas na época sem a devida cautela. Eu ria das piadas do médico, dizendo que ia cortar fora meu pipiu, enquanto todo mundo (enfermeiras, anestesistas e técnicos) brincavam e sacaneavam comigo.

Fora as tatuagens que são, em determinados momentos, verdadeiras sessões de tortura. Só vale a pena pelo prazer da obra concluída. Tem também minhas ‘experiências médicas autônomas’, pequenas ‘intervenções cirúrgicas’ feitas por mim mesmo quando estava sem condições financeiras de ir a um médico e que acredito ser melhor nem entrar em detalhes para não levar uma bronca dos profissionais de saúde de plantão. Resumidamente, era (sou) terrível!!!!

Lido tranquilamente com a dor física, meu limite é considerável, tenho o tal do ‘sangue no zóio’. Por outro lado, venho trabalhando em mim a resistência às dores da alma, que são o meu calcanhar de Aquiles. É nesta área que eu costumo desmoronar.

Não sei lidar direito com perdas emocionais. Odeio ser injustiçado. Sofro muito em ter que atravessar os limites do controlável e me sentir à deriva dentro de meu coração. Gosto de ter um aparente controle da situação, odeio ser levado pelas ondas sem leme, acaba comigo ser injustiçado. É um mea-culpa em forma de post sim, mas – mais uma vez – creio não ser o único, por esta razão não me importo em me expor.

Como postei antes, recentemente tive que passar por cima de meu orgulho ferido para reatar um relacionamento. Ao falar do assunto, não quis me passar por super herói. Na verdade expus minha fragilidade em lidar com o assunto. Me senti arrastado a uma reconciliação. Afinal de contas, ‘tinha razão’ em minha mágoa. Como Jonas e Elias, desejei a morte a ter que rever meus conceitos e valores e extender a mão, temendo mais uma vez a rejeição.

Ai a razão da minha rebeldia. Dói passar por cima de todas as ofensas e buscar a reconciliação. É horrível dar o braço a torcer. Entretanto, tudo isso faz parte do processo de amadurecimento e cura. Assim como várias vezes ‘me operei’ sem anestesia, nesta área também vejo ser necessário tomar nas mãos todo instrumental cirúrgico que envolve o perdão e começar a cirurgia o quanto antes.

Quando perdoamos, fazemos verdadeiras amputações a sangue frio, lançando fora o membro necrosado que vinha lançando na alma suas metástases, verdadeiras sementes de morte, comprometendo a integridade do que ainda respirava vida. Perdoar é uma poda racional e consciente, que visa o bem do que resta são dentro de nós. Mas dói! Dói por nosso orgulho ferido.

Ao tirarmos de dentro de nós a raiz de amargura, ficamos aleijados aos olhos dos homens. E ninguém gosta de ser visto aleijado em seus direitos, mas - como diz o texto bíblico citado acima - é melhor entrar cego ou coxo no Reino de Deus do que ir com o corpo inteiro pro INFERNO.

Estou na pista, tenho muito a aprender. Mas continuo avançando, mesmo capenga.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Perdão = uma grande perda...


Na maioria das vezes quem prega na CB Rio é o grande (literalmente...) Pedrão, mas ele está de férias e quem compartilhou a Palavra conosco ontem pela manhã foi o Pr. Ronald, a pouco tempo na Igreja (com “i” maiúsculo).

Foi uma mensagem maravilhosa... e mensagens maravilhosas para mim normalmente são aquelas que você se sente tomando uma surra do Espírito Santo do começo ao fim da ministração...

Ele discorreu sobre o momento da vida de Davi que estava sendo perseguido injustamente por Saul. Teve todos os motivos do mundo para amargar, mas preferiu amadurecer com o sofrimento. Em um determinado momento, ele disse que estava meditando com Deus sobre o perdão, pedindo respostas sobre o que realmente significava perdão bíblico, perdão de Deus. Depois de um tempo, ele recebeu em seu coração (ou ouviu, como queiram) por parte de Deus que perdão é isso mesmo, perdão, perdão, perdão... Uma GRANDE PERDA.

Cara, eu me arrepiei.

Perdão é exatamente isso! Perdão é uma grande perda. Perda do seu direito de estar certo em prol da felicidade, da paz, da harmonia, da conciliação, da comunhão. Perdão é se esvaziar do seu direito de estar 99% certo e se prostrar em submissão e humildade à vontade de Deus. Buscar reconciliação, tratar o orgulho próprio com a dureza necessária, fazendo com que o objeto do perdão fique boquiaberto com a sua renuncia ao direito de estar certo.

E como isso é difícil! Mesmo para nós, cristãos, abdicar do direito de estar certo é doloroso, uma grande perda. Mas é um exercício que vale a pena. Crescemos como seres humanos, tornamo-nos um pouquinho mais à imagem e semelhança de Deus quando perdoamos. Mas não é fácil, nada fácil...

Digo por mim mesmo. Recentemente passei por uma situação que estava no meu direito de continuar magoadinho, feridinho, todo dodói. Todos os fatos me colocavam na cadeira do juiz, podendo exercer o pleno direito de não querer reconciliação com uma pessoa que havia me magoado muito. SÓ QUE eu cometi a ‘besteira’ de apresentar aquela situação para Deus...

Não que Ele não soubesse. Lógico que Ele sabia, lógico que Ele sabe todas as coisas. Mas às vezes agimos como Adão e Eva no Paraíso, fazendo vestimentas de folhas para cobrir nossa nudez. E Ele é paciente, “conhece seu gado”, aguarda nosso momento de reflexão. Lá estava eu, coberto de razão, crucificando a pessoa que tanto me ferira semanas atrás, até que cai no ‘erro’ de mais uma vez refletir na situação, só que desta vez em um momento que a presença de Deus estava muito forte (vocês sabem como é...).

Ao falar com Deus sobre o meu ‘desafeto’, Papai falou pra mim: “Amanhã dê um abraço nele”.

Fiquei revoltado com Deus. Apresentei minhas razões, mas Ele estava no controle da situação (aaaaaaaahhhhh, que ódio!!). Sem insistir comigo, Ele aguardou minha atitude. No dia seguinte, uma pessoa que me conhece e sabe do que aconteceu veio a mim e falou para eu acabar com aquela situação, pois estava ficando muito desconfortável para todos que nos cercavam ver que estávamos sem nos falar.

Fiquei pê da vida com ele! Deus já tinha falado comigo no dia anterior. De pirraça, deixei de obedecer à Deus naquele dia, pois ‘o outro’ que veio me aconselhar iria ficar achando que tinha agido por ele ter intercedido. Como a gente se enche de justificativas numa situação dessas!

No dia seguinte pela manhã, aproveitei que não tinha ‘nenhuma testemunha’, entrei no escritório e fui direto à mesa dele. Cutuquei-o no ombro e soltei um palavrão: “seu $#%@!!!, vem cá e me dá um abraço!”

Os dois ficaram com os olhos cheio de lágrimas. Nos abraçamos, falamos algumas palavras de reconciliação e eu voltei para minha mesa. Logo em seguida, ele deixou um scrap no meu Orkut, tipo aquelas palavras que encontramos em sites de frases bonininhas. ‘Re-adicionei-o’ no Orkut (tinha excluído ele...), respondi o scrap e fiquei o dia inteiro mais leve, mas com aquela sensação de ressaca.

Como diz uma frase que li ou ouvi em algum lugar por aí, “é melhor ser feliz do que estar certo”.

Perdi. Perdi meu direito de continuar magoado, perdi meu direito de estar certo. Perdi meu direito de aguardar ele se arrepender. Por isso disse que me sentia no lugar do juiz, distribuindo sentenças. Consciente ou inconscientemente me coloquei no lugar do Soberano. E fui derrubado pelo amor constrangedor de Deus, que me aceita cheio de defeitos como sou.

Mas, afinal, o que é perdão, senão esta grande perda?

Não falo isso com orgulho nem com vergonha, pois sei que VOCÊ também tem os mesmo problemas e dilemas...

Convido você a perder também. Afinal de contas, ser feliz é muito melhor do que estar certo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Avatar e o novo nascimento. E agora?


“Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo”. – João 3.1-7

Meses atrás escrevi um texto falando sobre minha opinião pessoal sobre o filme Avatar e também sobre a percepção negativa que muitos no meio evangélico tem em relação ao cinema, achando que 'tudo' é obra do capeta, que insere suas arapucas e ratoeiras espirituais na grande telinha. Fui entendido por alguns, massacrado por outros. Como costumo fazer, provo de tudo e retenho o que é bom.

Na época da primeira postagem, foquei apenas o lado ecológico da trama, onde comparei a sacanagem que os alienígenas (no caso, humanos) que invadiram o Planeta Pandora em busca de Unobtainium, mineral preciosíssimo que solucionaria o problema energético do falido planeta Terra (altamente profético, convenhamos...) com o que é feito efetivamente aqui em nosso mundo.

Agora, quero ir mais fundo e cutucar a (s) onça (s) com vara curta.

Pessoalmente não faço a mínima idéia das convicções religiosas de James Cameron, diretor do filme. Só sei que ele, mesmo que seja o pior ateu da face da Terra, “sem querer” tocou de maneira positiva em nosso conceito cristão da necessidade de vivermos em comunhão com uns com os outros e com o ambiente que nos rodeia, bem como está embutida a mensagem que pode ser interpretada como a necessidade imperativa de morrer e nascer de novo.

Falo basicamente de dois personagens: A Dra. Grace, a cientista responsável em decifrar os mistérios do planeta Pandora e de seus habitantes, os Na'Vis e é atingida por um tiro em um determinado momento do filme e Jake, o ex-fuzileiro naval paraplégico que acabou sendo o substituto de seu irmão que havia morrido pouco tempo antes de embarcar para Pandora, devido às suas semelhanças genéticas, o que permitiria a ele assumir seu avatar. Jake também esteve próximo da morte por ter ficado muito tempo sem respirar, devido à destruição da base onde seu corpo se encontrava, enquanto estava conectado ao seu avatar (Para quem não assistiu ainda, veja a sinopse do filme tirada da Wikipédia para entender melhor o que eu digo).

Meus olhos são bons mas não estou sendo inocente demais, bobinho. Assim como muitos vêem mensagens subliminares da Nova Era em todo o filme, com meus olhos de Polyana consegui tirar uma mensagem muito bonita, envolvendo a Dra. Grace e Jake.

A doutora Grace era muito sincera em suas convicções, mas não acreditava em nada sobrenatural. Como ‘boa cientista', tudo para ela eram ‘ligações bioquímicas’ e não cria no lado espiritual da coisa. Quando precisou da cura, infelizmente ela foi totalmente incrédula sobre os poderes envolvidos e faleceu. A única realidade que ela conhecia e vivia era horizontal.

Por outro lado, Jake ‘habitava’ em um corpo deficiente, mas vivia plenamente em seu corpo de avatar. Teve sua percepção modificada, seus olhos curados, passando a se desligar do ‘plano horizontal’ e se conectando com a divindade, descobrindo que a realidade não se resumia ao que já havia vivido até sua chegada a Pandora.

Às vésperas da morte, seu espírito saiu de seu corpo ferido e debilitado, passando ao seu avatar. Seu corpo humano morre e ele renasce como Na’vi.

Em suma: Jake morreu em seu corpo mortal e renasceu com sua natureza transformada. Logicamente é minha interpretação do fato, não estou criando doutrina, não estou fazendo apologia a nada. Mas creio que devemos parar de ver um diabo escondido atrás de cada coisa. Na verdade, mesmo que ele realmente esteja lá, fico com as palavras de João em sua primeira epístola, capítulo 4.4-6:

“Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo, por isso falam como quem é do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; quem conhece a Deus nos ouve; quem não é de Deus não nos ouve. assim é que conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”.

Quanto à minha visão da coisa toda, fico com o que dizem as Escrituras:

“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!” - Mateus 6:22-23

Pronto, falei! (risos...)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Minha 'sombra de luz'



Não sei explicar a razão, mas olho para a vida e vejo tudo pelo lado positivo. Não consigo agir de outra forma. Mesmo no meio do caos instalado, consigo ver “o copo meio cheio”. Mesmo quando estou malzão, deprimido e tal, percebo ao meu redor uma luzinha que insiste em brilhar. Não sei de onde ela vem, mas ela faz com que meus olhos vejam através das densas trevas e me guia por caminhos seguros.

Por ‘mais que tente’, não consigo sair fora de seu alcance. Ando pelo vale da sombra da morte, vejo mil caírem ao meu lado e dez mil à minha direita mas continuo avançando firme. É muito louco. Não é de mim entende? Não vem de mim. Não fiz nada de especial para que isso acontecesse comigo. Apenas vivo isso.

Fui alcançado por esta realidade praticamente tangível mas totalmente inexplicável. Algo pulsante, vibrante e ao mesmo tempo etérea, fluídica. Ela me cerca, me preenche, me protege, me acompanha. Não faço nada para ela estar ao meu lado. Mas ela está. Parece uma ‘sombra de luz’, que me acompanha em meus passos e não depende de mim, mesmo que ela me dê total liberdade para trilhar por onde desejo.

Sensação estranha esta. Estranha e confortante, pois rompe com os paradigmas da religiosidade, rompe com aquilo que fomos acostumados a crer que seria a vontade de um ser poderoso mas manipulador. Não, não é assim que ela age. Ela se move por caminhos misteriosos, como diria a música do U2, mas vinculada à minha vontade.

E esta então! Ela é minha por estar em mim, mas não age mais movida por meus pequenos desejos. Estranha e miraculosamente, passo a desejar algo excelente demais para partir de meu coração. Algo grandioso, mas revelado em pequenos detalhes do cotidiano. O ato de preparar um jantar, limpar o chão e ter o prazer de vê-lo brilhante e perfumado, ler, escrever, conversar, abraçar, abrir um email, dar um telefonema. Lá está ela, impregnando minha existência.

Viver isso é loucura para muitos. Tentar definir e postar para outros lerem então, soa como atestado de insanidade. Mas sou louco por ela. Neste momento ela está aqui comigo. Quente e confortável, como um mergulho no mar em águas mornas, um dia quente de verão. Sou levado por seus movimentos que embalam meu corpo. Envolve-me em suas carícias e me seduz com sua graça e leveza.

Qual é seu nome mesmo?

Graça?
Paz?
Sabedoria?
Espírito?
Sarayu*?

Não importa... Ela está aqui, e agora!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Liberdade de Deus agir ou "eficiência" da teologia da prosperidade? Meu breve testemunho...


Eu sou meio dialético. Por mais que eu saiba que a famigerada teologia da prosperidade (t.p.) é uma armadilha infernal para tirar o foco de nossa fé em Deus, também já fui abençoado por Deus, mesmo estando no meio desta coisa.

Pode parecer coincidência, mas houveram situações claras em que um pastor pediu oferta, eu dei 'tudo' o que tinha e, NO DIA SEGUINTE, meus superiores me chamaram para conversar, elogiaram meu trabalho, disseram que gostariam de fazer muito mais por mim mas no momento poderiam apenas me oferecer um reajuste salarial que, na prática, era o valor exato de minha oferta dada no dia anterior!

Como já devo ter falado em algum texto meu, uma vez, na Igreja Betesda do pastor Ricardo Gondim (que é totalmente contra a t.p.), estava tendo uma conferência missionária e havia um pastor de Moçambique (creio eu) chamado Mario Bata. O Ric ao final do culto explicou a situação da igreja de lá e fez um segundo pedido de oferta para abençoá-los.

Eu estava desempregado, com 10 reais no bolso. O Espírito Santo tocou em meu coração falando "dê tudo".

Relutei, pois era o dinheiro para passar até o fim da outra semana (a coisa tava feia naquele tempo). Deus falava "DÊ", eu negociava; Ele falava "DÊ" e eu morrendo de medo expus minhas razões, dizendo que estava desempregado e precisava daquele dinheiro, ao que o Espírito falou de uma maneira tão clara que tive a impressão que toda a igreja ouviu:

"DÊ TODO O SEU DINHEIRO POR QUE NESTA SEMANA QUE COMEÇA EU ABRIREI UMA PORTA DE EMPREGO PARA VOCÊ!!!"

Foi nítido e claro. Gelei, olhei para minha mulher, peguei um envelope e coloquei o dinheiro dentro. Ela perguntou "o quê você vai fazer? Só temos estes 10 reais!"

Dentro de mim eu sabia daquilo e queria se convencido por ela, mas ao falar o que havia acabado de ouvir do Espírito Santo, ela disse: "Se Deus falou, então dê, eu creio". Me surpreendi com a reação dela. Para mim foi mais um ‘amém’. Então dei a ‘grande’ oferta (pois, afinal de contas, era tudo o que eu tinha no bolso) e voltamos para casa.

Segunda feira de manhã. O telefone começou a tocar. Neste dia, 5 EMPRESAS me chamaram para fazer entrevista! Dentre as empresas, pude escolher onde quis trabalhar e desde então, cada vez que decidi sair de um emprego o fiz já com outro engatilhado. Até minha vinda para o Rio de Janeiro foi coberta por Deus, estando trabalhando em uma empresa e já recebendo salário da que me contratou no Rio.

Como está escrito em Filipenses 4.10-13: "Ora, muito me regozijo no Senhor por terdes finalmente renovado o vosso cuidado para comigo; do qual na verdade andáveis lembrados, mas vos faltava oportunidade. Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece".

Por mais paradoxal que possa parecer, quero que fique bem claro que de minha parte sou totalmente contra a teologia da prosperidade. Abomino o tosquiar de ovelhas feitas pelos pastores mal intencionados. Faço coro ao amado pastor Paulo Romeiro que diz em relação à teologia da prosperidade: "Não tenho nada contra a prosperidade, e sim contra a teologia". O que muitos aparentemente não sabem é que a motivação do coração é que é vista por Deus. E minha motivação sempre foi amar e adorar a este Deus maravilhoso.

O que eu creio firmemente é que há momentos sim, ENTRE VOCÊ E DEUS, que Ele fala claramente ao seu coração, pedindo que você dê um (odeio esta expressão) 'um passo de fé' e se jogue confiantemente nos braços do Pai, entregando tudo a Ele. O problema, o ‘xis’ da questão é que estes pastores banalizaram a coisa, e isso tudo não obedece a uma regra. Acontece quando Deus quer, e no tempo dEle. Não adianta tentar seguir “os dez passos para a benção financeira”. Não vai funcionar. Acontece em nossas vidas apenas pela vontade dEle.

Não posso deixar de testemunhar isso, pois aconteceu comigo. Sirvo a Deus por quem Ele é. Amo a Deus por quem Ele é. Encontro constantemente adversidades em meu caminho, mas continuo firme com Ele, por quem Ele é. Pode acontecer de eu ficar desempregado amanhã, mas continuo firme, pois sei que Ele está no controle de tudo. Tudo posso naquele que me fortalece.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

amar ao próximo COMO A TI MESMO.


“Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. – Mateus 22.36-40

Amar uma pessoa que te possui, domina, escraviza, manipula... Como se fala sobre isso? Normalmente não se fala, somente se vive, se sente, se sofre, se anula, se martiriza e se morre sobre isso... Se morre disso sem ser salvador para ninguém. Se oferece num altar pagão qualquer como sacrifício a um deus corrompido e sanguinário, indiferente ao sofrimento de sua vítima.

Correr de um lado para outro, feito barata tonta, feito cachorrinho, lambendo os pés de seu dono e sendo chutado por isso, engolindo a dor e se alegrando com uma mísera migalha jogada em sua cara, coisa interpretada como um gesto de amor e que, na prática, não passa de uma artimanha pré-concebida para aumentar o poder de destruição emocional sobre o refém.

Refém de um seqüestrador de almas. Um buraco negro que suga a luz das pobres estrelas que circulam ao seu redor. Sombrio, rugindo ameaças entrecortadas de atos interpretados por seus reféns como de afeição para manipular seu fantoche (pois se não for assim, a vítima pode acordar do pesadelo).

Isso é amor? Prender uma pessoa por mero capricho ou medo de ficar sozinho com as amarras abomináveis do poder é amor? E aquele que crê que amar um ser assim realmente o ama? Eu penso que não; isso não é amor.

Tirar a alma de alguém e preencher o corpo de palha para que esta carcaça repouse numa estante qualquer, empoeirada, como um troféu de caça não é amor. É a relação entre um demônio e o possesso. É a relação entre aquele que paga para um feiticeiro trazer “o ser desejado” e o possesso, sabendo que aquele que ali está na verdade não está. Soa até como necrofilia, e não deixa de ser. Se relacionar com um cadáver. É isso mesmo.

Amar alguém envolve amor próprio. Amar alguém que te humilha publicamente, que pisa em você, acaba com você definitivamente não é amor.

Há como se libertar deste tipo de possessão? Sim, há. Entretanto é preciso coragem para romper com os grilhões. Enfrentar seu algoz, enfrentar os coniventes, que assistem o processo e acreditam que ‘é assim mesmo’. Romper com a religiosidade. Romper com velhos conceitos humanos e se aproximar daquele que é digno de ser amado incondicionalmente, e que não nos pede para vivermos ao seu lado como um zumbi.

Tudo começa no primeiro e maior de todos os mandamentos: Amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento é a chave da libertação. Não existe maior prova de amor próprio do que amar a Deus. Amando a Deus verdadeiramente, você faz o maior ato de amor por você próprio.

Dessa forma, estamos prontos para avaliar qualquer situação que apareça pela frente e tomar as decisões corretas. Qualquer pessoa, demônio ou principado que se levante em nosso caminho perde seu poder de nos escravizar. Somos livres para amar. Amar ao próximo como a mim mesmo, que ama a Deus sobre todas as coisas. Lógica pura.

Quanto ao resto... chuta que é macumba, pois não se paga qualquer preço para ter alguém perto de nós, na boa...

Nota: O que escrevi são na verdade fragmentos de uma conversa com uma pessoa que está se anulando e sendo manipulada por outra. Não bati o último prego no caixão...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cálice


“Jesus, porém, replicou: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai”. – Mateus 20.22-23

Para quem encara a vida de frente, cada caminho que optamos seguir trará suas vantagens e desvantagens. Se escolho me manter solteiro, terei liberdade em relação a horários, ao quê quiser fazer ou deixar de fazer, onde morar e assim vai. Por outro lado, nas noites frias eu não terei ao meu lado aquela pessoa que me aqueça, não terei um porto seguro para poder atracar meu pequenino barco, cansado de ser açoitado pelas ondas do mar da vida. É um preço considerável.

Se fizer o oposto, terei tudo isso e muito mais. Minha fonte de alegria e prazer será meu parceiro, a quem devotarei minha vida e meu amor. Por outro lado, terei que conviver também com todos os seus defeitos pois, de todas as relações humanas, o casamento é a relação que mais facilmente expõe os extremos de nosso caráter.

Uso o relacionamento conjugal apenas para ilustrar uma idéia, pois o que quero dizer é que nossas escolhas abrem novas perspectivas de vida e, por outro lado, fecham todas as outras opções. Não temos como retroceder, avançar sempre será a opção correta. Assim é a vida. Ou ao menos deveria ser. Abandonar o barco no meio da viagem é irresponsabilidade e inconseqüência e, em alguns casos, é impossível de fazê-lo.

Quando agimos, colocamos engrenagens em movimento e não podemos deter seu avanço. Como a pequena pedra lançada dentro de um lago tranqüilo gera ondas que irão se expandir até as margens, assim são nossas decisões. Controlamos nossos atos, não suas conseqüências.

Isso posto, (aprendi com a RF...) pergunto: Estamos preparados para colher os frutos decorrentes de anos de semeadura? Queremos realmente seguir na direção escolhida ou ela foi tomada por acaso? Avançamos rumo a um objetivo pré-determinado ou optamos em seguir em frente por falta de coragem de reavaliar nossa rota?

“Disse, pois, Jesus a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não hei de beber o cálice que o Pai me deu”?João 18.11

De uma maneira ou de outra, nunca sairemos ilesos. A medida que nossas escolhas nos direcionam para o desconhecido, podemos sentir medo daquilo que está por vir. Mesmo que queiramos pular fora da frigideira, corremos o risco de sermos consumidos pelo fogo. Por isso devemos nos manter no centro da vontade de Deus. Por mais que temamos o mal que se aproxima, saberemos que o melhor de Deus é o que nos espera. Poderemos falar confiantemente, assim como nossos Senhor:

“E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres”. – Marcos 14.36

A vida é assim. Numa comparação boba, é igual a uma tatuagem. Quem já sentou na cadeira do tatuador sabe que depois de começar não tem como voltar atrás, pois o desenho não pode ficar imcompleto. Como uma vez ouvi de um pastor, a vida nos é servida em uma taça. Devemos tomá-la em nossas mãos e beber tudo o que está dentro, independentemente de ser doce ou amargo. Concluo com uma frase que acabei de ler:

“Duas estradas se bifurcavam no meio da minha vida, ouvi um sábio dizer. Peguei a estrada menos usada. E isso fez toda a diferença cada noite e cada dia” – Larry Norman



Cálice - Chico Buarque


Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...(2x)

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado

Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

De muito gorda a porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra presa na garganta

Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Talvez o mundo não seja pequeno
(Cálice!)
Nem seja a vida um fato consumado
(Cálice!)
Quero inventar o meu próprio pecado
(Cálice!)
Quero morrer do meu próprio veneno
(Pai! Cálice!)

Quero perder de vez tua cabeça
(Cálice!)
Minha cabeça perder teu juízo
(Cálice!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
(Cálice!)
Me embriagar até que alguém me esqueça
(Cálice!)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Mente de Cristo: demolição e recontrução


“Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? MAS NÓS TEMOS A MENTE DE CRISTO. – 1Co2.9-16

À medida que avançamos pelo Caminho, re-contextualizamos velhas práticas, reformulamos velhas equações, passamos a ter uma visão mais afinada da vida e nos tornamos cada vez mais minimalistas quanto ao que é necessário para esta bendita travessia que são nossas breves existências humanas.

Descobrimos que no Caminho, carregar bagagem serve apenas para demonstrar nossa incapacidade em crer que Aquele que nos acompanha é suficiente provedor de nossas necessidades. Por esta razão, devemos colocar em prática o conselho dado por Jesus aos discípulos em Lucas 9.3: “Nada leveis para o caminho, nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas túnicas”. Ele está no controle, Ele conhece o Caminho melhor que qualquer um.

Andamos com responsabilidade e confiança. Não abusamos de nossos direitos de seres livres. Nossa liberdade na verdade se transforma em uma carta na manga para momentos de necessidade. Não vivemos nos limites, guiando pelas áreas de escape das pistas, mas temos pleno direito de avançar sobre elas sempre que necessário.

Na prática Cristã, quero dizer com isso que nos despojamos de toda bagagem farisaica, toda religiosidade, todo empecilho que atravanca nosso progresso como cidadão do Reino de Deus aqui na Terra. Assumimos o controle de nossas vidas exatamente pelo fato de não mais pensarmos horizontalmente. Não somos mais seres humanos “normais”. Temos agora a mente de Cristo.

Parece paradoxal, mas não é. Eu penso, mas não mais como pensava antes dEle. Não é lavagem cerebral, como alguns pressupõem. É a absorção dos valores do Reino de Deus. Somos “abduzidos” deste mundo rasteiro e de valores imediatistas, nos libertamos da ‘lei de Gerson’, onde o importante é levar vantagem em tudo e passamos a pensar grande e bu-ni-to.

Tomamos as rédeas e as entregamos ao Piloto. Tipo a primeira fatia do bolo de aniversário, que teoricamente é cortada pelo aniversariante e é dada à pessoa mais importante. “Meu volante será dado à... Jesus!” Um monte de gente fica enciumada, pois pensavam que eles eram mais importantes que Ele. Ledo engano. Não nos conhecem, muito menos a Ele, rerê...

Ele com o volante na mão invade o Templo de nossas idolatrias e religiosidades, derrubando tudo. Logo após, a limpeza dos entulhos e a reconstrução. Novo alicerce, mais profundo, na Rocha. Novas paredes para o templo do Espírito Santo habitar. Um novo Altar para oferecermos sacrifícios de louvor. Uma nova relação de íntima adoração, fruto da nova mente, a mente de Cristo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um trator pra cada membro!!!


Homem invade prédio da Igreja Universal com escavadeira em Portugal (Ah se a moda pega!!!)

14/07/2010 - 12h07
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DE SÃO PAULO

Um homem de 42 anos invadiu nesta segunda-feira um prédio da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, em Faro (Portugal), com uma retroescavadeira. O incidente não deixou feridos, mas causou prejuízo de 100 mil euros [R$ 224 mil].

Segundo o jornal português "Público", o templo, localizado no largo de São Sebastião, foi invadido no final da tarde. O homem acusa a igreja de ter se "aproveitado de sua fragilidade" e de ter se apoderado de "todos os seus bens", segundo a publicação, que cita a polícia. (novidade...)

O invasor foi detido e deve se apresentar ao Tribunal de Faro nesta quarta-feira. Sua identidade não foi divulgada de imediato.

De acordo com o jornal, policiais irão vigiar o templo por "tempo indeterminado". Ainda segundo a publicação, informativos que foram colados na igreja indicam que os cultos "serão realizados nos horários habituais" e que a porta de emergência será usada como entrada.

Segundo o "Público", que cita o dono de um estabelecimento vizinho ao templo, o homem tentava há seis anos fazer com que a Universal pagasse pelas obras que realizou na igreja.

No blog que mantém na internet, Edir Macedo comentou o caso. "Hoje dia 13/06, por volta das 17h45, avistamos pela câmera de segurança uma máquina retroescavadora conduzida por um homem desconhecido, que invadiu a Sede da IURD em Faro, no Largo de São nº 10", diz.

"Movido por uma fúria incontrolável, começou a destruir completamente as portas da frente, de acesso ao hall de entrada. Imediatamente, nós corremos na direção ao homem e tentamos impedi-lo, sem sucesso", acrescenta o bispo no blog.

No post, Macedo diz ainda que o homem "estourou a porta automática do principal acesso à igreja e a câmera de segurança", além de destruir praticamente todas as poltronas do templo.

Fonte: UOL

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ah não, esse cara não pode se converter!



“E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.”
Marcos 2.17

Constantemente ouço incrédulos zombando da Graça de Deus, manifestada no supremo sacrifício de Jesus no Calvário. Pessoas que cospem na Cruz, ridicularizam o arrependimento, menosprezam os “fracos” que entregam os pontos, cedem às evidências, pedem arrego e caem aos pés do Único capaz de expurgar a multidão de pecados cometidos pela humanidade: Jesus Cristo.

Digo isso porque sempre que acontece um caso bizarro como este do goleiro Bruno que, ao se entregar pra polícia, pediu uma Bíblia e foi visto ‘rezando’ ajoelhado antes de passar sua primeira noite na cadeia, começam as piadinhas dos incrédulos que se gabam em despejar sua verborragia desprovida de conhecimento e discernimento do que significa GRAÇA. Dizem eles: “ó lá, o safado pediu uma Bíblia e agora tá rezando! Agora deu! Vai dizer que é crente!”

Meu estômago embrulha. Tenho vontade de rebater as frases de efeito dos pseudos porta-vozes desse estranho deus na Terra, mas opto por me calar. Dentro de mim uma voz me diz: “Calma João, não lance pérola aos porcos. Guarde as balas para usar na hora certa. Já não te ouviram por diversas vezes. Na verdade, pediram para você não se manifestar mais, pois eles já tinham ‘religião’. Ajude quem quiser ser ajudado..."

Com isso, não quero dizer que acredito que todo mundo que aparentemente se mostra arrependido ou, ao menos, inclinado para isso, realmente se arrependeu. MAS... será eu quem fará o julgamento? Prefiro crer que em algum momento da vida de um pecador alguém lançou uma sementinha que precisou morrer para em um determinado momento começasse a germinar, botar "a carinha" de fora...

Por enquanto estou assistindo tristemente todos os fatos. Neste caso, temos um ato hediondo, premeditado, abominável. Todos estão em estado de choque, inclusive eu. MAS, sempre o bendito MAS, quem sabe o que se passa no coração do homem, a não ser Deus? Será que agora que a casa caiu feio, uma palavra ouvida em algum momento da vida do jovem e promissor goleiro não esteja ardendo em seu peito?

Sei que, até no meio considerado cristão, tem gente que consciente ou inconscientemente TORCE CONTRA gente assim se converter. Imagina só você ver sentado ao seu lado no seu confortável banco de igreja devidamente polido com sua bundinha que mamãe passou talquinho desde bebê, um ex-bandido miserável e repugnante, daqueles que a opinião pública prefeririam que tivesse reagido no ato da prisão para agora se encontrar morto, cheio de bala no meio dos chifres?

Falo isso por já ter testemunhado esse tipo de situação várias vezes. E nem precisa ser o bandido, basta um maltrapilho sentar ao lado de certas pessoas na igreja para notar a repugnância do ‘irmão’.

Caso sério esse. Deus não faz, mas muitos de nós fazemos acepção de pessoas.

Podem ter certeza: Tem gente pedindo a um deus qualquer aí que gente como este jovem de 25 anos não se converta.

Eu pessoalmente aguardo os fatos, orando para que haja arrependimento e perdão.

Quanto aos que pensam diferente de mim, não se esqueçam que um dia precisarão ardentemente da GRAÇA.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Será que somos Cristãos ?


Os evangélicos crêem que foram salvos pela graça, por meio da fé (Efésios 2.8-9), mas então acrescentam uma renúncia, feita por homens, de que você tem de trabalhar o mais duro que puder para corresponder a padrões de comportamento de classe média. Isso parece oposto ao que o Evangelho diz, onde, entre os muitos ensinos de Jesus sobre o serviço, os últimos se tornam os primeiros. É um Reino às avessas, que contraria o que parece ser a ordem natural dos primeiros e dos melhores vencendo. A igreja, portanto, deveria se opor radicalmente a essa síndrome do sucesso.

Isso parece ter afetado Bono. Outra estranha sutileza sobre a igreja é a de que ela possui qualidades especificas que indicam se você é ou não um “acrobata”. Estas qualidades, normalmente, tem a ver com não falar palavrão, não fumar e não beber. Por alguma razão, há alguns ensinos bíblicos que não são – mas talvez devessem ser – muito valorizados. Por exemplo: avareza materialista, discriminação preconceituosa, a opressão às mulheres ou a negligência, quanto à justiça social. Talvez você possa ignorar muitos dos discursos à ação de Cristo e dos profetas, e porque você seja abstêmio, menos eloqüente em sua linguagem e freqüente a igreja duas vezes por semana, seja declarado espiritualmente saudável.

Bono fala da graça como sendo o grande atrativo do Cristianismo. Ele então diz que gostaria de ser um cristão, mas não poderia jamais estar à altura, ou que é um mau exemplo para o Cristianismo. Ou ele está tentando evitar que a imprensa o rotule ou está enganado sobre o que seja um cristão. Assim como seus críticos, ele deixa de seguir a Jesus de modo comprometido e radical quando faz coisas como dar uma enorme quantidade de seu tempo ao Jubileu 2000. Ele adiou compromissos e o lançamento de seu novo disco mais de um ano para tentar livrar o Terceiro Mundo de dívidas que comprometem seu crescimento, para dar novo ânimo aos pobres e a restaurar a igualdade e a justiça no mundo.

E ele diz que não é um bom exemplo de cristão.

Jesus não disse que os bodes fumavam, bebiam ou falavam muitos palavrões. Ele disse que eles não se envolveram em prol das mudanças nas condições de vida de marginalizados ao alimentá-los quando estavam com fome, ou visitá-los na prisão. Estas eram as questões do Reino de Deus.

Quando se trata do dilema dos complexos de culpa de católicos e protestantes, é necessário lembrar que Bono tem ambas as heranças e, ao mesmo tempo, nenhuma delas. Ele tem falado de modo consistente sobre como despreza a religião, mas é um grande discípulo de Cristo. Para Bono, The Edge e Larry, o Deus que encontraram e com o qual têm caminhado em sua maravilhosa estrada é um Deus maior de que a igreja ou que as fronteiras religiosas. Eles O descobriram fora das camisas-de-força da religião tradicional e têm continuado a enxergá-lo como um Deus cada vez maior.

Trecho de Walk On – A Jornada Espiritual do U2 – págs. 68-70 – Esteve Stockman – W4 Editora

domingo, 11 de julho de 2010

Final da Copa do Mundo: Um jogo de cartas marcadas...


Um jogo de cartas marcadas...

Foi o que eu vi nesta final de Copa do Mundo da Fifa. Após a eliminação do Uruguai, passei a torcer pela Espanha, mesmo sabendo que realmente ela seria campeã, quer jogando futebol, quer não.

O problema foi que passaram a mão na Holanda de maneira descarada. Ambas as seleções jogaram bem, mas o árbitro, mais uma vez, influenciou diretamente no resultado.

A jogada de gol da Espanha surgiu logo após uma cobrança de falta da Holanda. A bola resvalou no jogador da Espanha que estava na barreira e a bola saiu para escanteio. SÓ que o juiz deu tiro de meta.

Logo em seguida, o gol da Espanha.

Francamente, fiquei com vergonha de ver o que aconteceu, a tal da vergonha alheia. Não sou o polvo profeta Paul, mas esta estava na cara. Cantei esta bola em minha postagem meio louca "E Tome Patada", quando escrevi:

"Hoje título de futebol é moeda de troca nas altas esferas! Meu palpite: O título de 2010 ficará com a Espanha, que investe fortunas astronômicas em atletas, está afundada em um crise social e econômica que há muito não se via e que precisa dar um “agradinho” para a população".

Jogo de cartas marcadas, visando interesses políticos, sociais, econômicos. Agora, os espanhóis estão felizes, e os governantes ganham um fôlego extra para poder impetrar medidas desagradáveis, enquanto a população comemora o título inédito.

Gosto muito de futebol, mas cada vez mais vejo que devo levá-lo menos a sério. Hoje assisto futebol como se estivesse assistindo uma novela qualquer. Os atores já sabem o roteiro pré-definido pelos autores da trama, nós é que ficamos gastando energia emocional desnecessária.

Bem...

2014 está aí. Existem outras teorias da conspiração em andamento. Dizem que a Argentina será campeã em pleno Maracanã. Este foi o preço pago pela CBF para que conseguíssemos sediar esta Copa.

Pessoalmente gostaria que fosse diferente. Vamos ver...

sábado, 10 de julho de 2010

Para o quê deve servir um livro


Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos angustiem profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, como ser banidos para florestas distantes de todos, como um suicídio. Um livro tem que ser o machado para o mar congelado dentro de nós. - Franz Kafka

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Acabei de ler "A Metamorfose" de Franz Kafka...


“Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus".Lucas 12:16-21

Estou em estado de choque. Acabei de ler A Metamorfose de Franz Kafka...

Imagine você, ser humano em domínio pleno de suas faculdades mentais, boa saúde e aparência, cidadão respeitável, familiar, próspero ir dormir tranquilamente e acordar transformado em um inseto horrendo?

Sua surpresa ao descobrir que você não é mais você, tendo se transformado em uma aberração aos seus olhos e aos olhos de seus amados? Imagine sua vida dando uma guinada de 180 graus, fazendo com que tudo aquilo que você antes tinha total liberdade e habilidade para fazer agora se torna praticamente impossível?

Seu corpo mudou, suas percepções também. Levanta-se diante de você uma imensidão de impossibilidades para atividades corriqueiras. Fora a aversão que, com o passar do tempo, torna-se em piedade. Você vira um peso para todos os que te cercam. No início os mais amorosos lutarão contra a repulsa e tentarão de ajudar. Sem saber exatamente como cuidar de você, farão de tudo para suprir suas necessidades básicas.

Outros acharão que você se bestializou não somente por fora, mas também por dentro. Só que você continua mantendo a mesma essência, só que não consegue exteriorizá-la devido a sua situação. Tratarão-te com ódio e rancor, pois inconscientemente te cobrarão por você não ser mais o mesmo de antes. Quem te autorizou a ser outro? Como você se permitiu chegar ao estado que se encontra no momento? Quanto tempo isso tudo vai durar?

Só que eles não sabem que você está lá, sua alma é a mesma, seu cérebro continua funcionando, você continua entendendo tudo o que se passa ao redor. Tudo o que estão falando com você ou de você está entrando dentro de você e te machucando. Como seria bom que aquilo que você se transformou fosse apenas passageiro! Mas com o tempo você é obrigado a se adaptar à sua nova situação.

Não adianta tentar falar, ninguém vai te entender. Não adianta lutar contra os fatos, você não tem forças para mudar a situação. A triste alternativa é se render, permitir se transformar por dentro naquilo que você agora é por fora. Assim, você vai de encontro à necessidade inconsciente daqueles que não querem olhar mais para o seu exterior, tendo a obrigação de tentar ver quem você realmente sempre foi.

O processo de bestialização avança, você se entregou à sua nova natureza. Pronto, todos aqueles que, em respeito a quem você foi, aceitaram sua mudança, agora podem ficar livres da responsabilidade de te amar. Agora você é um intruso, motivo de vergonha, um peso morto que ninguém mais quer carregar. Começam a te agredir, você perde as forças e se entrega aos fatos: Você agora é uma aberração.

Pensa em fugir, mas se encontra ferido e debilitado. Ferido por aqueles que antes de amavam. Os outros não importam. Somente seus amados tem o poder de te ferir como você se encontra atualmente. Entrega os pontos. Se recusa a viver, deixa de lado as necessidades básicas de higiene, saúde, alimentação. Se eu sou o que os meus amados dizem que sou, não vale a pena mais viver.

As feridas abertas agora te apodrecem. Você cambaleia, agoniza e morre. Todos agora estão livres para dar andamento à vida. Você se torna uma vaga lembrança, um sonho ruim. Mas acabou. Todos estão aliviados.

Deve ser isso o que sentem todos aqueles nossos amados que, por um acaso do destino, hoje se encontram em uma UTI, vivendo em coma vegetativa, ou tetraplégico em uma cama, amputado, cego, louco ou - apenas - desempregado, sentindo que se tornou um peso para a família...

Que nós, os que estamos “perfeitos”, sejamos alvo da graça e misericórdia do Pai. Que recebamos dEle amor, sabedoria e discernimento para lidar com todos aqueles que se transformaram naquilo que nenhum de nós gostaríamos de nos transformar. Que guardemos em nossos corações as palavras de alerta do Senhor a João à Igreja de Laodicéia:

“Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas”. – Apocalipse 3:17-18

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra...


“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito”. – Genesis 6:5-7

Baseando-me nas conversas que tenho ouvido em todos os cantos, aparentemente hoje os brasileiros acordaram se sentindo menos criados à imagem e semelhança de Deus. Eu pessoalmente estou com uma sensação horrível, sentindo o peso que se encontra sobre a cidade do Rio de Janeiro e, talvez, sobre o Brasil inteiro. Sendo mais franco, creio que todos estão se sentindo assim, menos humanos do que normalmente.

Se for verdade todos os fatos que cercam o sumiço de Eliza Samudio, estamos vivendo hoje um dos piores momentos da história da humanidade. Não é exagero, é sério. Não interessa ser um fato isolado, não estou comparando isso aos genocídios cometidos pelos nazistas, nem às guerras, as grandes destruições em massa impetradas por loucos regimes. Refiro-me à intensidade da perversão.

Está difícil verbalizar o que estou sentindo e estou relutando em escrever os detalhes que formam passados pela imprensa que, na verdade, é de conhecimento de todos. Estrangular um ser humano, desossar o corpo, jogar os pedaços de carne humana para quatro rottweilers comer e aparentemente sumir com os ossos numa concretagem. Não consigo imaginar tudo isso sem associar aos piores filmes de terror de que já ouvi falar

A vítima na verdade não tinha nada de santa. Aparentemente ela era mais uma maria-chuteira e atriz de filmes pronográficos. Em entrevista à revista Veja desta semana, Bruno (pode-se dizer), ex-goleiro do Flamengo, revelou detalhes de como começou a se relacionar com Eliza Samudio, desaparecida desde o início do mês de junho. O ex-goleiro rubro-negro disse que teve a primeira relação sexual com a estudante em uma festa que "era uma orgia só", na casa de Paulo Victor, também goleiro do Flamengo. Daí veio a gravidez, prática muitas vezes utilizada para segurar um homem rico e famoso pelo “meio das pernas”, a tentativa do goleiro de fazer com que a garota abortasse, as ameaças de morte, a queixa dela na Delegacia da Mulher, o nascimento da criança, a aproximação para possivelmente exigir que ele assumisse a criança ou talvez algo mais e, a partir desse momento, um vácuo que possivelmente quase ninguém confessará os detalhes.

Por outro lado, as evidências apontam somente para uma direção. Podridão, ausência de valores morais e espirituais, absoluta falta de valores familiares (mais dois pequenos detalhes desta família totalmente desestruturada: 1) o pai da vítima, que estava com a guarda provisória da filha do “casal”, é acusado de ter violentado uma menor de idade. Na época, a menina - 2) filha dele com a ex-cunhada (sim, traiu a esposa com a irmã dela) -, tinha apenas 10 anos. Condenado em primeira instância a oito anos de prisão, Luís Carlos Samudio recorreu da sentença e aguarda novo julgamento em liberdade).

Está tudo muito podre. Está tudo muito fora do eixo. O pior é que tem gente que eu conheço aqui na cidade maravilhosa que está defendendo o goleiro. Na cidade onde ele tem seu sítio, a grande maioria da população está do lado dele, por questões financeiras. Cada vez mais as estruturas da sociedade pós-moderna se despedaçam. Cada vez menos se respeita o ser humano, sua dignidade, sua imagem e semelhança de Deus. Cada vez menos se considera o Criador, que um dia julgará todos, vivos e mortos.

“Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se". – Apocalipse 22:11

Dizer mais o quê?

Maranata!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Auto Estima, Activia e Johnnie Walker não fazem mal a ninguém!

Eu sou pequeno, frágil, pecador, limitado, inconstante, chato, rabugento, sistemático, facilmente levado aos extremos das emoções... Mas gosto de mim. Gosto por saber de minhas limitações. Apesar da "foto" ao lado, não tenho uma visão pessoal distorcida. Isso faz com que eu também saiba de meu valor.

Jogo limpo. Minhas intenções são boas. Nunca ferrei ninguém, pelo contrário, houve diversas ocasiões que coloquei o meu na reta para salvar pessoas que eram mais fracas que eu e não saberiam suportar a pressão de suas falhas.

Se aconteceu de alguma vez alguém ter sido prejudicado por alguma posição tomada por mim, certamente não foi por eu ter agido assim com a intenção de gerar o mal. Isso me faz bem. Procurar ser íntegro perante Deus e perante os homens tem sido minha bússola, meu estilo de vida.

Quantas vezes pelo caminho deixei pessoas tristes comigo? Foram várias, mas sempre pelo fato de decepcioná-las em relação ao que elas esperassem que eu fosse, e não por eu ser quem eu sou. Quem se aproxima de mim e passa a me conhecer não tem grandes surpresas. As que acontecem normalmente são boas. Agora, não esperem de mim um sorriso falso, palavras doces para encobrir minha posição real perante os fatos.

Inúmeras situações eu vivi às quais vieram me perguntar o que eu achava sobre um assunto qualquer ou de determinada atitude que eles tinham tomado. Aprendi a responder “quer saber mesmo ou você só está perguntando”?

Com isso queria dizer que poderia ser “genérico” em minha resposta ou então ir fundo e discutir o assunto com seriedade. Mas nem todos estão preparados para uma discussão neste nível. E eu odeio ser simplista, assim como odeio simplismos. Não tolero aqueles papos vagos do tipo “e ai meu brother, está tudo bem”?, esperando uma resposta positiva. Se estiver tudo bem está tudo bem, mas se não estiver não estará. Aí cabe minha resposta: “Quer saber mesmo”?

Por isso vejo que muita gente se afasta de mim. Chamo isso de seleção natural. Não quero ser super pop. Não quero ser aceito por aqueles que nada de proveitoso (no bom sentido) tem a me dar. Parece indelicado mas não é. Quero dizer com isso que não pago qualquer preço para manter uma relação alicerçada na areia. Gosto de cavar fundo. Gosto de saber onde vou pisar. Cansei de relacionamentos “areia movediça”. Quando você dá conta, está atolado até o fim, sem conseguir se safar.

Não, basta! Quero paz. Quero poder contar meus amigos nos dedos das mãos. Não preciso ter um milhão de amigos no Orkut por exemplo. Pessoas que me adicionam pelo fato de ter uma foto minha de costas com uma tatuagem animal. Pessoas que querem passar por populares. Não participarei de rodas de pessoas que se alimentam de pessoas. Nunca andarei na direção das multidões. Sou doce e amargo, macio e áspero, delicioso e intragável. Não há como me comer com ketchup e mostarda. Sou um prato sofisticado.

Por que estou escrevendo tudo isso? É que ontem a noite estava falando sobre auto-estima com um conhecido meu. E isso eu tenho de sobra. Eu me amo, por isso posso amar os outros. E meu amor é firme, duro e penetrante. Sou como uma espada de dois gumes. Vou no fundo, cortando, tirando fora o que não vale a pena ser mantido.

Na sociedade de hoje não considero fácil gostar de gente assim.

Na boa? Tomei Activia com Johnnie Walker para eles...

Base bíblica? Basta uma: "Daqui em diante ninguém me moleste; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus". - Gálatas 6:17

segunda-feira, 5 de julho de 2010

E tome patada!


Você já viu um gato brincando com um rato ou um inseto, tipo uma barata, um grilo ou outro qualquer?

O gato dá uma patada, o bicho rola pro lado, ele pula sobre o bicho e dá outra patada, o bicho voa longe pra outro lado, o gato salta, mata no peito e chuta de novo até que cansa da brincadeira e come o coitado.

Falando assim, parece que o gato é um bicho malvado, mas faz parte de seu instinto de caçador. Eu pessoalmente adoro gatos e me divirto muito com suas manhas e artimanhas. Tenho um temperamento muito parecido com o dos gatos. Mas não para esta tortura que ele faz com os insetos. Quanto a isso, estou mais para rato...

Muitas vezes a vida funciona dessa maneira. Somos os pequenos animaizinhos que levam patadas atrás de patadas. Rolamos, corremos, tentamos fugir, mas que nada! Lá vem outro golpe que nos deixa desnorteado. Tentamos ficar de pé e correr, mas o peso dos acontecimentos nos derruba a toda hora.

Na área financeira por exemplo, corremos para pagar uma conta, fazemos um empréstimo no banco para pagar o outro empréstimo, pagamos o mínimo do cartão de crédito para respirar por mais 30 dias (adiando o sofrimento), chegando ao ponto de escrever as contas em pedaços de papel e fazer o “sorteio” do que será pago naquele mês. E haja fôlego para ficar no azul!

Nas relações interpessoais também. Vivemos apagando incêndios que muitas vezes não foram ateados por nós, lidando com melindres e meninices de pessoas incapacitadas de lidar com as pressões da vida moderna, aquelas que ficam “dodóis” com qualquer coisa. E lá vamos nós pedirmos desculpas por coisas que na verdade não fomos culpados. Algo como aquela música do Paralamas, “Romance Ideal”

“Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
Que eu nem sei se eu cometi...”


Ai junta tudo. A gente feito A “barata tonta” de tanto levar patada, totalmente desnorteado, cansado, desanimado, ado, ado, ado...

Numa hora dessas precisamos dar um pause. Congelar a cena, reposicionar os atores, reescrever o roteiro e voltar à ação. Mas é necessário muita firmeza. Passar por frio, calculista, insensível. Cortar os gastos desnecessários. Não financeiramente apenas, gastos emocionais, gastos de tempo, gastos de energia com pessoas que não valem a pena.

Mas por que será que dói tanto? Por qual razão investimos tanta energia em coisas que estão fadadas ao fracasso? Tipo torcer pela Seleção do Dunga! Exemplo perfeito esse! Todos nós sabíamos que não daria certo. O melhor foi deixado de lado e, na maioria dos atletas convocados, tinham apenas os que o técnico-marinheiro-de-primeira-viagem era capaz de controlar.

Quantas lágrimas desnecessárias! Não bastava ser brasileiro. Tinha que ser bom! Os melhores foram deixados de lado. Sabíamos que não daria certo, mesmo porque o futebol a muito tempo deixou de ser um esporte inocentemente decidido dentro de campo, passando a ser decidido nas zonas obscuras do poder econômico dos patrocinadores, na esfera política e nos interesses regionais. E tome os trouxas (me incluo na conta, por isso falo sem receio de ser mal interpretado) comprando camiseta, corneta, chapéu, cueca, mortadela, cachorro, celular e o que mais tivesse as cores verde-amarela!

Hoje título de futebol é moeda de troca nas altas esferas! Meu palpite: O título de 2010 ficará com a Espanha, que investe fortunas astronômicas em atletas, está afundada em um crise social e econômica que há muito não se via e que precisa dar um “agradinho” para a população.

Afff... fui longe, isso parece papo de botequim. Garçom, mais uma por favor!!! E ai, o que você acha? Tem cura?

Aprendendo com a obediência de Ezequiel

"A mão do Senhor esteve ali sobre mim, e ele me disse: "Levante-se e vá para a planície, e lá falarei com você". Então me levantei e fui para a planície. E lá estava a glória do Senhor, glória como a que eu tinha visto junto ao rio Quebar. Prostrei-me, rosto em terra, mas o Espírito entrou em mim e me pôs em pé. Ele me disse: "Vá para casa e tranque-se. Pois você, filho do homem, será amarrado com cordas; você ficará preso, e não conseguirá sair para o meio do povo. Farei sua língua apegar-se ao céu da boca para que você fique calado e não possa repreendê-los, embora sejam uma nação rebelde. Mas, quando eu falar com você, abrirei sua boca e você lhes dirá: Assim diz o Soberano, o Senhor. Quem quiser ouvir ouça, e quem não quiser não ouça; pois são uma nação rebelde". - Ezequiel 3:22-27

Nos versículos 1 a 14 do mesmo capítulo 3, trecho que postei alguns meses atrás, Deus havia dado o rolo com a palavra para que Ezequiel comesse. Além de ter enchido a pança com a palavra de Deus, seu espírito também ficou cheio de ira e amargura por ver a situação caótica que se encontrava a nação. Logo após, Deus o colocou como atalaia sobre a casa de Israel. Disse que o sangue dos pecadores seria cobrado de suas mãos caso Deus mandasse ele falar e ele não o fizesse.

A reação natural de Ezequiel seria a de querer sair pregando até pra manequim de loja que estivesse pelado, com medo dele morrer em pecado e ir pro inferno por ele não ter alertado. Mas não foi isso o que aconteceu. Logo após o comissionar, Deus ordenou que Ezequiel fosse ao deserto, para que lá Deus voltasse a falar novamente com ele.

Teoricamente Ezequiel já estava pronto para exercer seu ministério por estar cheio da palavra, mas havia mais uma lição importantíssima que Deus queria que ele aprendesse: Ele não poderia agir por impulso de forma nenhuma. O profeta tinha que ser totalmente obediente à voz e à vontade de Deus. Ele tinha que aprender que ora Deus manda agir, ora manda apenas assistir o circo pegar fogo, ora Deus manda você falar, ora simplesmente faz você calar a boca. O que funciona numa determinada situação pode ser totalmente catastrófico em outra aparentemente igual.

Pode observar: Quando você prega sem que Deus mande você abrir a boca você normalmente faz merda. Parece até aqueles seriados policiais que o FBI está investigando uma grande quadrilha por meses, sendo pacientes e cozinhando os bandidos em banho-maria, até que um policial de outra esfera da justiça pega o bonde andando e sai dando ordem de prisão por impulso ou desconhecimento do que realmente está acontecendo. Um grande plano atrapalhado por um profissional cheio de boas intenções, mas desatento ao plano maior.

Tenho vivido isso em minha vida. Existem pessoas ao meu redor que estão em pecado e que Deus simplesmente não mandou eu abrir a boca para falar. Parece estranho mas não é. Tenho vários colegas que são homossexuais ou envolvidos com feitiçaria, prostituição ou outro tipo de desvio e que Deus simplesmente não deu sinal verde e direção do que fazer ou falar. Não é que eu não saiba o que devo fazer. Simplesmente há casos que ainda não chegou o momento de determinadas pessoas ouvirem.

Nunca me esqueço de um sermão do Gondim anos atrás, quando a Betesda ainda estava próxima do Shopping Morumbi. Ele havia iniciado a série de mensagens sobre o livro de Gênesis. Em um determinado momento da mensagem ele disse que assim como a terra era sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas, assim também era a vida de muitas pessoas. Deus estava vendo tudo o que estava acontecendo, mas ainda não tinha chegado a hora de dizer “Haja Luz”.

Elas poderiam até aceitar um apelo de conversão, mas se isso acontecesse por impulso ou emoção talvez fosse até perigoso, pois elas não ficariam na fé. Deus apenas as cercava com amor, incubando como uma ave faz com seus ovos, até que chegasse o momento certo dos filhotes nascerem. Assim devemos fazer. Estar próximo dos pecadores e amá-los. Não abrir a boca fora de hora e sim fazer com que eles cada vez mais se sintam atraídos por algo que existe em você, mas que ainda não chegou a hora de você expor. Nem que Deus tenha que te amarrar ou colar sua língua ao seu paladar.

Por outro lado, na hora que Deus mandar você falar sai debaixo. Vai ser tiro de atirador de elite. Veremos conversões, transformações, curas. Tudo no momento certo. Deixe os passarinhos se aproximarem da arapuca com paciência. Depois manda pau.

Com certeza muitos não concordarão com o que escrevi agora. Para estes eu deixo um conselho: Vai reclamar com Deus ou orem por mim...