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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tem hora que é melhor não fazer nada!


"O beduíno quando está caminhando pelo deserto e é surpreendido por uma tempestade de areia não tenta voltar correndo para sua tenda para se abrigar. Se fizer isso ele certamente se perderá, pois as dunas mudam de lugar constantemente, e morrerá. Para se proteger, ele para exatamente onde está, se cobre com sua capa e deixa a areia cair. Quando a tempestade termina, ele se levanta, sacode sua capa, se localiza pelo sol, lua ou estrelas e volta a caminhar até sua tenda, em segurança".


Quem costumava falar isso era o pastor Ricardo Bitun. O conheci ainda na época que ele era o segundo pastor da Igreja Betesda em São Paulo.

Lembrei-me deste causo depois de uma breve conversa com uma colega de andar aqui onde trabalho. Ela me perguntou se iria viajar no carnaval. Disse que não, não estava a fim de viajar. Em uma fração de segundo, tentei imaginar o que estaria a fim de fazer. Não estava a fim de ficar no Rio, não estava a fim de ir a algum lugar, não estava a fim de dormir, não estava a fim de ficar acordado, não estava a fim de trabalhar, nem de descansar, nem de ir pra academia, muito menos de... Caramba! Estranhamente descobri que não estava a fim de fazer NADA!

Você também fica assim? Momentos em que nada te satisfaz?

Creio que seja a insatisfação de Eclesiastes com a futilidade que a vida se transforma de tempos em tempos. Momentos que a melhor atitude a se tomar é não tomar nenhuma atitude.

Isso é estranho pra mim, pois creio ser hiper ativo. Mas quando sinto esta bola de ferro presa em meus pés nada me satisfaz. Até fazer nada enche o saco. É aquela sensação de estar de pé em ônibus lotado, parado no “trânsito infernal desta megalópole” (como diria o motoboy “Jackson Five”, personagem do Marco Luque do CQC) em dia de chuva, com as janelas fechadas. Resta o quê a ser feito? Agüentar o desconforto, a irritação e a impotência quieto, resignado.

Fazer como Davi fez quando viu Saul dando um barro na caverna em que ele estava escondido: Ficar quieto, agüentar o cheiro e não poder fazer nada! (quem comentou esta passagem dessa maneira foi o pastor Silmar Coelho, risos...)

Se tentar fazer alguma coisa num momento de extrema sensação de ‘cozimento’ como essa vai fazer caquinha. Se for obrigado a fazer algo possivelmente vai comer cru e quente.

(Nota: Aff, to cheio de exemplos idiotas para falar sobre isso, um verdadeiro ‘parabólico’. É que estou escrevendo do jeito que estou pensando e minha mente hoje está muito adubada...)

Continuando. Tentar agir num momento de incerteza e imobilidade me fez lembrar daquele filme, “Mar em Fúria”, quando os pescadores mandam arrumar o sistema de refrigeração do barco, saem em alto mar para pescar, entopem os porões com uma quantidade absurda de peixes mas descobrem que o sistema de refrigeração ainda estava com o mesmo defeito de antes. Devendo horrores, próximos a perderem o barco e com a chance de pagarem todas as suas dívidas com a venda da preciosa carga à bordo, resolvem voltar, mesmo contra uma tempestade monstruosa que se formava em seus caminhos. O título do filme e a lógica dos fatos apresentados já podem fazer vocês imaginar o que aconteceu com eles...

É isso que dá. Tem hora que é pra ficar parado mesmo, sentindo o mal cheiro, apertado, impaciente, morrendo de calor, coberto pela tempestade de areia.

O importante é não se esquecer que uma hora ela vai passar. Aí você volta a ver as coisas como elas realmente são.

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