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quarta-feira, 28 de março de 2012

Tinha me esquecido que não sou o único...


Ora, Acabe contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como havia matado todos aqueles profetas à espada. Por isso Jezabel mandou um mensageiro a Elias para dizer-lhe: "Que os deuses me castiguem com todo o rigor, caso amanhã nesta hora eu não faça com a sua vida o que você fez com a deles".

Elias teve medo e fugiu para salvar a vida. Em Berseba de Judá ele deixou o seu servo e entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou, pedindo a morte. "Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados. "

Depois se deitou debaixo da árvore e dormiu. De repente um anjo tocou nele e disse: "Levante-se e coma". Elias olhou ao redor e ali, junto à sua cabeça, havia um pão assado sobre brasas quentes e um jarro de água. Ele comeu, bebeu e deitou-se de novo.

O anjo do Senhor voltou, tocou nele e disse: "Levante-se e coma, pois a sua viagem será muito longa". Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até que chegou a Horebe, o monte de Deus.

Ali entrou numa caverna e passou a noite. E a palavra do Senhor veio a ele: "O que você está fazendo aqui, Elias? " Ele respondeu: "Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me".

O Senhor lhe disse: "Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar". Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave.

Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: "O que você está fazendo aqui, Elias? " Ele respondeu: "Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos. Os israelitas rejeitaram a tua aliança, quebraram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Sou o único que sobrou, e agora também estão procurando matar-me".

O Senhor lhe disse: "Volte pelo caminho por onde veio, e vá para o deserto de Damasco. Chegando lá, unja Hazael como rei da Síria. Unja também Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel, e unja Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, para suceder a você como profeta. Jeú matará todo aquele que escapar da espada de Hazael, e Eliseu matará todo aquele que escapar da espada de Jeú.

No entanto, fiz sobrar sete mil em Israel, todos aqueles cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal e todos aqueles cujas bocas não o beijaram"
. - 1 Reis 19:1-18

Estou envergonhado comigo mesmo. Sem notar, mais uma vez entrei numa espiral descendente e – quando me dei conta – estava no fundo de uma caverna, lambendo minhas próprias feridas, acreditando piamente que eu era “o único” que estava sofrendo perante um conjunto de situações às quais julgava eu ser opressoras somente para mim.

Numa situação dessas, você de repente começa a contextualizar as situações quotidianas de forma que encontra desculpas para tudo o que você decidir fazer ou deixar de fazer. E se você é confrontado por alguém que quer te tirar deste limbo, abre uma gigantesca lista de tudo o que sofreu, está sofrendo e sofrerá, tentando despertar a compaixão daquele que percebeu que você estava afundando para que ele te deixe em "paz" com seus problemas. Pode até funcionar com um ou outro, mas, com isso, você sai de cena e passa a ser contado entre os coitados.

Quando estamos assim, acreditamos nas nossas próprias justificativas ao descrevermos o quadro que nos encontramos. Afinal de contas, "os leões são assustadores e estão lá fora à espreita, as dores são insuportáveis, as calúnias são dignas de processos por danos morais, as distâncias e alturas são realmente intransponíveis, os caminhos são deveras perigosos, as noites são mais frias e escuras" e por aí vai...

Só que tem um "porém": Gente como eu, quando cai nessa de ficar ficar se achando o coitadinho e se isola, tendo vivido o que já vivi com Deus, não tem para onde correr. Para onde for, encontra o Espírito de Deus incomodando, dando na cara, jogando baldes de água fria para ver se tira o indivíduo deste ridículo estado de apatia.

Assim, “descubro” que não sou o único que está tendo que enfrentar os leões, suportar as dores, levantar a cabeça perante as calúnias, percorrer distâncias desgastantes, escalar picos aparentemente inatingíveis, trilhar caminhos cheios de armadilhas no meio da aparente escuridão.

E isso não tem nada a ver com o que o “sinédrio” disse a mim no texto anterior. Refiro-me ao caminhar que cada um de nós tem pelo simples fato de existir nesta terra cada vez mais desolada, onde o amor cada vez mais se esfria, onde o hedonismo impera, onde as injustiças te cecam. E coitado daquele que não tem a coragem de assumir isso, preferindo usar a capa de super-crente...

Na verdade, não precisava nem ter escrito o que escrevi! Bastava apenas ter colocado o texto bíblico acima e ficaria subentendido tudo o que falei agora. Não sou melhor nem pior do que os outros, muito menos sou o único que está vivendo isso. O problema foi eu achar isso e usar como desculpas para a vontade louca que tive de jogar tudo para cima, esquecendo-me do que diz o Salmista:

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”Salmo 119-105

Lâmpada para os meus pés, não um holofote que ilumina toda a estrada, luz suficiente apenas para eu dar o próximo passo, desde que este seja para frente pois – se eu buscar a segurança total que um covarde precisa para continuar andando – morrerei frustrado, desiludido da fé, desiludido da vida, de Deus...

Ele não promete isso. Ele disse:

“...eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”Mateus 28:20-b

Foi um lindo “sacode” o que levei ontem, e glorifico a Deus por ele (o sacode) ter sido dado exatamente onde eu nem imaginava que levaria, provando que eu não era o único que estava tendo que lidar com toda esta demanda, dentro daquele contexto. E não foi através de algo devastador como um vento fortíssimo, um terremoto ou fogo: Foi como numa brisa suave que ouvi, ao final de tudo:

“...pois João, NÓS, PORÉM, NÃO SOMOS DOS QUE RETROCEDEM E SÃO DESTRUÍDOS, MAS DOS QUE CRÊEM E SÃO SALVOS
(parafraseando Hebreus 10:39)

sábado, 24 de março de 2012

Até que enfim estão me chamando de filho do Belzebú...


“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?” – Mateus 10:16-25

Ultimamente tenho sido bombardeado em meu blog. Tudo isso pelo fato de um jovem de Garanhuns - poucos dias atrás - ter lido um texto meu bem antigo, o “Ninguém me moleste, pois eu trago em mim as marcas de Cristo”, ter gostado do conteúdo e ter dito:

“Cara, parabéns, em cima desde texto, hoje Deus realizará prodígios na vida de vários Jovens em Garanhuns”

Quando li este comentário, confesso que chorei muito de alegria e glorifiquei à Deus pelo fato d’Ele pegar este monte de lixo em processo de reciclagem chamado João Carlos e fazer dele – assim como um relógio parado – “certo ao menos duas vezes ao dia”. Pensei comigo que valia a pena ser uma pessoa transparente, humana (ainda que falha), mas sinceramente motivado em fazer a coisa certa, pelos caminhos certos, ainda que eu seja um pecador de merda, um dos piores.

Minha motivação é fazer o melhor sempre, o que não signifique que eu o consiga. Nunca tive a intenção de prejudicar “A” ou “B”, nunca maquinei o mal conscientemente desde que conheci o Senhor de minha vida. Todas as vezes que errei, errei por ser humano e pecador. Nunca quis que fulano ou beltrano se estrepasse, quebrasse a cara, se desse mal.

Entretanto, as sarrafadas que estou levando apenas me fizeram lembrar do texto acima, no Evangelho de Mateus. Os comentários são todos aparentemente da mesma pessoa, ou de um grupo muito próximo e ligado ao que aconteceu em Garanhuns.

Claramente, a intenção de quem está por trás disso é desacreditar o jovem que utilizou o texto acima citado e provar por “A + B” que o “pastor João” é um herege, um lixo de vida que se acha cristão.

Invocaram com minhas tatuagens, encanaram com uma analogia que fiz entre os tele-evangelistas que hoje estão saindo no tapa na disputa pelo couro das ovelhas e o perverso sistema de castas hindu (nem leram o texto, se arrepiaram só de ver que ilustrei o texto com os falsos deuses hindus...), falaram que eu sou escuridão e que o capeta está me usando, etc, e tal. Melhor colar aqui (fazendo a correção em pontuação) do que tentar parafrasear:

Entendi o invisível. Quando Deus olha para o mundo vê muitas luzes brilhando e você João, está invisível para Deus porque não tem brilho, você é escuridão, é descrença, planta desilusão e colhe derrota. Está nas trevas e por isso é invisível, mas satanás te vê e te usa para brincar com a palavra de Deus e você pagará por isso e vai colher o maldição para sua vida e para sua família. Mas Deus ainda assim quer ver você (uffaaa!!!), quer ser seu Pai, quer te chamar de filho. Amar a Deus é somente para aqueles que foram tocados por seu olhar. Jesus pode te salvar de você mesmo, quando sentir perdido e nada mais lhe restar grite por Jesus e será visível para Deus. Que a paz, a graça e a misericórdia de Deus o encontre.”

O problema é que esta é uma situação paradoxal. Ninguém gosta de ser esculachado, por outro lado, não tem como servir a Cristo em espírito e verdade E NÃO SER! Nossa carne quer "aplauso", nosso espírito quer tomar sua cruz dia após dia e seguir a Jesus. Caramba, jogaram “praga gospel” até sobre minha família e depois disfarçaram, profetizando que eu vou me sentir perdido e neste dia eu poderei gritar por Jesus para me tornar “visível para Deus”!

Gostaria de entender este deus (“dê” minúsculo, pois não é o das Escrituras) que não consegue ver um pecador. Só pode ser o deus da religião, o deus impotente da religião que salva apenas os certinhos e não os sinceramente arrependidos por seus pecados. Tem a “ousadia de tirar a chave dos Céus das mãos de Pedrão” e ficar dizendo quem é salvo e quem não é.

Não entendem analogias simples, comparações do quotidiano e das realidades individuais com o Espírito das Escrituras, assim como fez Paulo no Areópago, para trazê-los à verdade pura e simples do caminhar com Cristo.

Quanto a mim, continuo no Caminho, sendo chamado de Belzebu, pois Aquele que deu sua vida por mim no Calvário e ressuscitou em carne no terceiro dia disse que desta forma seria...

quarta-feira, 14 de março de 2012

MINHA é a vingança, diz o Senhor

Andando pela orla da praia do Recreio segunda feira à noite, inesperadamente vieram à minha mente duas pessoas consideradas ameaças contra a sociedade ocidental: Osama Bin Laden e Saddam Russein. Só que não lembrei deles como inimigos dos estadunidenses, mas, sim, as (supostas, no caso de Osama) fotos de ambos presos e mortos.

Aquilo me deixou inquieto pois, pra variar, sabia que tinha que falar sobre o assunto, mas não sabia como começar.

Estes dois homens eram considerados “inimigos públicos número um” pela sociedade ocidental. Saddam, um genocida, Osama, um terrorista, ceifaram milhares de vidas, cada um em seu contexto.

Não quero me ater aos detalhes históricos, mas, sim, a uma visão geral da cena. Os estadunidenses, em sua necessidade vital de guerras, vingança, caça aos “public enemies” e controle do mundo para movimentar sua indústria bélica, empreenderam a tal da “guerra ao terror”, ao custo de bilhões de dólares e milhares de vidas humanas, tanto civis como militares, de ambos os lados.

Entretanto, os pontos culminantes sempre foram quando capturaram as lideranças terroristas ou os chefes de Estado envolvidos na “grande conspiração contra o mundo ocidental e seus valores”.


Quando prenderam o Saddam, fato que praticamente todos nós desejávamos que acontecesse, olhei aquele homem que parecia ter saído do filme “A Guerra do Fogo”, barbudo, cheio de piolhos, bestializado, escondido em um buraco qualquer, longe de ser aquele ditador. Confesso que não consegui olhar para ele e ver o “satã” Russein... só via um homem derrotado e cercado por seus inimigos. Enfim, a “justiça” foi feita e Saddam foi enforcado, para delírio da galera.


Da mesma forma, Osama Bin Laden, considerado um herói e mártir para os seus, mas odiado pela sociedade ocidental, também foi morto em seu esconderijo, mesmo com a possibilidade te o terem preso para ser julgado em um tribunal internacional.

Outros fatos recentes abalaram o mundo árabe. Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seria o pontapé inicial do que viria a ser chamado mais tarde de Primavera Árabe.

Inspirados pelo sucesso dos protestos na Tunísia, que culminaram com a queda do então presidente Zine el-Abdine Ben Ali, vimos outros ditadores à décadas no poder caírem ou renunciarem, como Hosni Mubarak do Egito e Ali Abdullah Saleh, do Iêmen.


Entretanto, na Líbia, vimos o coronel Muamar Kadafi, ditador que estava havia mais tempo no poder na região (42 anos, desde 1969) sendo capturado vivo em um buraco de esgoto e sendo morto por seus inimigos na cidade de Sirte, sua terra natal, de maneira covarde e brutal.

Agora me digam: Eles não poderiam ter sido levados presos e julgados por seus crimes? Por qual razão sentimos prazer em ver a “boa e velha” lei do Talião sendo colocada em prática nos dias de hoje?

O ser “humano” gosta mesmo é da bagaceira, sente prazer em ver a “justiça” sendo feita na base do “olho por olho, dente por dente”. “Good news are not news, BAD NEWS are news”, como aprendi no curso de inglês.

O que concluo de tudo isso é que existem situações em nossas vidas que nos oprimem, existem pessoas que geram tudo isso, “enviados de satã”, protótipos de anticristos, enviados para “matar, roubar e destruir”. O "único problema" é que nossa luta não é contra a carne e o sangue e, sim, contra os principados e potestades geradoras deste estado de coisas.

Que Deus nos livre de gozar diante de cenas transmitidas para o mundo inteiro destes ditadores (ou quem quer que seja) sendo mortos “justamente”, porque...

“...bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”. Hebreus 10:30-31