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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Carta aos tubarões e piranhas da Igreja Invisível


Aos amados irmãos da Igreja Invisível,

Saúdo a todo o cardume com a santa Graça, a doce Paz e pulinhos de alegria.

Amada bispa, direciono inicialmente esta à sua amada pessoa, pedindo licença de incluir o amado irmão sacerdote do Altíssimo (acabei de inventar seu novo cargo ministerial) para discutirmos os últimos assuntos concernentes aos caminhos que andam cruzando nosso Caminho.

A opinião de vocês será essencial para o direcionamento de nossos próximos passos (ou braçadas) nesse momento turbulento da blogosfera.

Confesso a todos que eu tenho uma visão mais "punk" do nosso ministério virtual...

Ela está ligada à defesa da fé, a apologética (é assim né?). Ao abrir o blog, não sabia onde ia dar (vide a minha primeira postagem). Comecei seguindo o Pavablog por indicação do Ricardo Gondim em um texto dele. Gostei, cara descolado, não deixa o rabo preso na mão de ninguém, tipo o menino lá do Cristão Confuso (esqueci o nome dele).

Durante o caminho também encontrei gente como o atirador de elite, o famoso metralhadora giratória, com seus zilhões de seguidores loucos para ver qual seria a próxima vítima de seu sarcasmo.

Confesso que na genese de meu blog me empolguei, passando a dar porrada pra todo lado, inspirado por sua atitude altamente bélica. A única coisa de boa que surgiu desta relação foi o aquário que passei a nadar por indicação dele, onde o tratador do aquário é uma pessoa altamente qualificada para tal. Acontece que com o tempo percebi que ele batia por bater e não era coerente. Para manter a coerência com MINHA CONSCIÊNCIA optei em não segui-lo mais. Estrelinha demais pro meu gosto.

Quem se lascou pra mim foi o nosso irmão Dom Quixote, que entrou em uma briga com ele por esta postura faca na caveira e acabou passando a imagem de querer pegar fama ao "matar seu John Lennon". Sei que não era esta sua intenção, mas foi esta a imagem que ele passou.

Ao ter que redirecionar minha caminhada "blogosferal" passei a falar das coisas do meu coração, de minha relação com Deus, de minhas cagadas e vitórias. Foi aí que eu encontrei a Bispa mais amada do Brasil e a Sacerdotisa-mor, que me deram muito, mas MUITO apoio e incentivo para escrever cada vez mais.

Veio e passou muita gente, mas nossa amizade se construiu sobre bases sólidas. Não concordamos com tudo (tivemos alguns desentendimentos mas fazem parte dos ajustes de qualquer relacionamento) mas temos os pés na mesma Rocha. A relação virtual virou amizade e com o tempo virou amor (amo vocês). Do fruto de nosso amor (uuuuuuuiiiiiiiii, parece música de corno!) nasceu o blog "Breakfast" (mistério profundo que somente poderá ser elucidado com muitas campanhas pelo vale do sal grosso, além das ofertas, sempre bem recebidas).

Passou mais tempo, mais blogueiros passaram a nos seguir, outros se escandalizaram com nossa postura e o atual momento é algo que não encontro palavras para descrever. Foi quando dois incaltos cristãos, o Sacerdote do Altíssimo, hábil manuseador da Santa Palavra, um verdadeiro espadaxim (é com xís mesmo?) e o não menos tudo o que disse do espadaxim irmão Ervilha entraram de gaiato em nossa praia, formando um abençoado Cardume.

Eles inicialmente apenas assistiram algumas de nossas loucas reuniões, mas passaram a achar graça (em todos os sentidos, inclusive com Gê maiúsculo) e foram astutamente levados por nossas redes. Afinal de contas - assim como Pedrão - somos todos pescadores de vidas. O problema é que na rede sempre vem peixe bom e peixe ruim.

Fora os dois trutas que falei antes,vieram outros simpáticos, mas uma fornada que passou do ponto também entrou: A irmã Super Pop Gimenez em busca de Ibope, o pastor Silvio Santos, o pastor Pé-no-Saco e o famigerado Tranca-Ruas. Estes por diversas vezes conseguiram tirar não só a minha paz, mas a tua e de vários outros blogueiros comprometidos com o Senhor, a pregação da Palavra e com o testemunho de vida.

Como te falei outras vezes e citei no início desta humilde carta (profetizaram que vai virar epístola!), tenho para mim que este espaço virtual que certamente é monitorado em todos os sentidos por anjos, demônios e seres humanos (tenho altas teorias da conspiração, se eu te contar você vai pedir para me internar!) é INSTRUMENTO DE DEUS PARA FAZERMOS A DIFERENÇA NA VIDA DAQUELES QUE PASSAM POR NOSSOS BLOGS. Eu creio tão firmemente nisso que até na hora de escolher uma imagem para ilustrar um texto procuro mudar o nome do arquivo de forma que aquela ilustração traga à mente um nome que leve ao meu blog, visando ser "um folhetinho de evangelismo" dado a uma pessoa desesperada.

(Estão entrando na viagem?)

Por esta mesma razão (pessoal), creio firmemente que:

1) Temos que deixar espaço para comentários. Com eles, vamos incentivar o debate, por mais desagradável que vez ou outra possa vir a ser;

2) Temos que deixar os loucos, possessos & estrelinhas comentarem a vontade, sem censura. Mal sabem eles que nestas águas profundas nadam muitos tubarões e piranhas (vocês entenderam) doidos para destroçar as heresias, distorções e qualquer outra aberração contra a fé cristã, a sã doutrina e nossos amados amigos;

3) Não perder o foco, manter a cabeça no lugar mas não deixar ninguém sem resposta, caso venham a falar ofensas pessoais ou coisas do gênero. Já teve vezes que fiquei com dores no corpo inteiro por dias por ranca rabos com gente do tipo o tranca ruas, a super-pop-gimenez, o Pastor Silvio Santos e Pastor Pé no Saco. Batalha espiritual pura!

Bem, é assim que eu creio. É assim que eu encaro este sacerdócio chamado blogosfera. Converso com minha amadíssima mulézinha sobre vocês (Bispa, Sacerdotisa mor, Espadachim (desisti do xís) e o Ervilha) como se fossem pessoas que sentam para tomar um bom vinho comigo na presença do Pai. Converso também sobre aqueles que querem tirar nossa paz. E ela gosta, se emociona comigo, me incentiva, até "mente pra caramba" dizendo que eu escrevo muito (só se for na quantidade de caracteres) e que devo seguir neste MINISTÉRIO!

Por esta razão eu deixo meu espaço aberto. Por esta razão a foto do meu blog é da Pedra do Pontal em frente a uma bandeira dizendo "PERIGO CORRENTEZA". Por esta razão escrevo muito sobre profundezas do mar e coisas do gênero. Em outras palavras: Se entrou aqui pode gostar, me achar ridículo ou se estrepar todo com meus textos, seus comentários e minhas réplicas aos comentários.

Notei que o Tranca Ruas parou de me seguir estes dias. Fiz minha parte, combati o bom combate e mantive a fé. Este sangue não será cobrado de minhas mãos, certamente.

Despeço-me de todos certo de que o Senhor nos dará sabedoria para agir nestes tempos de densas trevas, sendo sal fora do saleiro e luz colocada no lugar mais alto.

Em tempo: Escrevi na correria, o tempo urge e estou morrendo de sono. Portanto, nenhuma revisão foi feita no texto, o que possivelmente gerou erros gramaticais ridículos!

Amplexos e gavinhas para os manos, ósculos para as minas!

P.S: Mais uma sacudida na peneira, vamos ver se cairá mais coisa...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A (pequena) porção diária


“Quando desapareceu a camada de orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda, semelhante a escamas, coisa miúda como a geada sobre a terra. E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? porque não sabiam o que era. Então lhes disse Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer. Isto é o que o Senhor ordenou: Colhei dele cada um conforme o que pode comer; um gômer para cada cabeça, segundo o número de pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda. Assim o fizeram os filhos de Israel; e colheram uns mais e outros menos. Quando, porém, o mediam com o gômer, nada sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; colhia cada um tanto quanto podia comer. Também disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã. Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns dentre eles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra eles. Colhiam-no, pois, pela manhã, cada um conforme o que podia comer; porque, vindo o calor do sol, se derretia. Mas ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gômeres para cada um; pelo que todos os principais da congregação vieram, e contaram-no a Moisés. E ele lhes disse: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, sábado santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós, guardando-o para amanhã. Guardaram-no, pois, até o dia seguinte, como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal, nem houve nele bicho algum. Então disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o achareis no campo. Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá. Mas aconteceu ao sétimo dia que saíram alguns do povo para o colher, e não o acharam. Então disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? Vede, visto que o Senhor vos deu o sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão para dois dias; fique cada um no seu lugar, não saia ninguém do seu lugar no sétimo dia. Assim repousou o povo no sétimo dia. A casa de Israel deu-lhe o nome de maná. Era como semente de coentro; era branco, e tinha o sabor de bolos de mel. E disse Moisés: Isto é o que o Senhor ordenou: Dele enchereis um gômer, o qual se guardará para as vossas gerações, para que elas vejam o pão que vos dei a comer no deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito. Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete nele um gômer cheio de maná e põe-no diante do Senhor, a fim de que seja guardado para as vossas gerações. Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Arão o pôs diante do testemunho, para ser guardado. Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos, até que chegaram a uma terra habitada; comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã”. – Êxodo 16:14-35

Todos nós cristãos já ouvimos dizer e até mesmo já repetimos diversas vezes que somos peregrinos em terras estranhas, vagando pelo deserto em direção à terra prometida e esta acaba sendo a razão de encontrarmos tão poucos locais de repouso. “Nossa morada não é aqui, somos cidadãos celestiais” muitos dizem. Lindo na teoria, mas creio que nesta travessia chamada vida não devemos apenas sobreviver. Temos que encontrar vida no deserto, principalmente se levarmos em conta que 40 anos – o que costuma-se considerar uma geração – é tempo pra caramba.

Isso posto, volto ao que me chamou a atenção nos últimos dias desta travessia escaldante: Como somos sustentados?

Todos nós gostamos de ter controle sobre a maioria das situações, ou pelo menos ter noção do que irá acontecer pelo caminho, mas infelizmente as coisas não se desenrolam desta forma. Constantemente somos surpreendidos pelas adversidades, pelas necessidades, pelo cansaço, pelo desânimo, pela incredulidade (inclusive a nossa, em certos momentos) e por inúmeras outras variáveis que fazem com que tenhamos vontade de sentar e chorar como crianças à espera de ajuda dos pais.

“Quem poderá nos ajudar?” diria o pessoal do Chapolin Colorado, ou – sendo mais bíblico – “Elevo meus olhos para os montes; de onde me virá o socorro?” (Salmo 121.1). Só tem um problema: A resposta não é muito "digerível"...

Quem nunca gritou isso a plenos “pulmões espirituais”? Eu já, diversas vezes, muito mais do que gostaria de ter feito. Quantas vezes olhamos para nossas despensas espirituais e não vemos nada mais do que algumas pequenas porções guardadas, mas em péssimo estado de conservação, mesmo com todo cuidado que costumamos ter? Por qual razão isso se dá?

Penei em aceitar, mas tenho visto que em relação ao suprimento diário não adianta entrar em desespero nem querer dar uma de espertinho: Recebemos nossa porção diária e com ela devemos viver. Não adianta querer guardar para o dia seguinte, vai ficar cheio de bicho.

Jesus mesmo deu a letra quando nos ensinou a orar:

“Portanto, orai vós deste modo:
Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores;
E e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal.
[Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]”

Mateus 6.9-13

Preste atenção: Ele diz “O PÃO NOSSO DE CADA DIA” e não a “compra do mês”, ou “um armário abarrotado”. Isso é muito difícil de lidar mas, como cristãos (falo por mim), vejo que não adianta eu me esforçar emocionalmente mais do que devo, não conseguirei receber dos céus além daquilo que preciso para aquele momento.

Por força das circunstâncias, vivo caminhando sobre as águas, procurando resistir bravamente à tentação de olhar para o vento forte ou para as águas agitadas. Se assim eu fizer, AFUNDO movido pelo desespero da situação, por mais insignificante que a mesma possa parecer para quem vê de fora.

Chega a ser engraçado falar disso, mas quem vê nossas pequenas necessidades não costuma entender a dimensão que elas tem para nós. Isso me faz lembrar daquela ilustração do patinho deslizando calmamente por sobre as águas: Por fora lá vai ele, aparentemente sem mover uma pena, se movendo graciosamente. Por baixo das águas porém, as patinhas (não as fêmeas e sim seus pés) batem freneticamente, impulsionando seu corpinho penoso para a frente.

Assim vamos nós, relutantes em aceitar que o Senhor tem nossa porção diária. Não adianta querer guardar para o dia seguinte, vai estragar e vamos desagradar nosso querido provedor. Não adianta querer colher no dia de descanso: Ele, no dia anterior, virá com a porção dobrada, que deverá ser usada na hora certa. Vai aí também um longo aprendizado para discernir que aquele “a mais” que recebemos certamente não é para ser desperdiçado. Vai ser usado na hora certa, caso contrário, a benção se tornará em maldição, abrindo um rombo no dia seguinte e gerando desgastes desnecessários.

Vamos em frente então. Para sabermos se estamos na direção certa, olhemos para os céus para ver se durante o dia existe uma nuvem que nos protege do sol escaldante do deserto e durante a noite existe uma coluna de fogo que nos aquece e nos ilumina.

Parece que é fácil, mas tem que aprender a se jogar. Como faz isso? Não há fórmula, somente entrega...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Era gravidez psicológica...


“Muitos são os planos no coração do homem; mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá”. – Provérbios 19.21

Bem, não estou muito feliz com o que aconteceu comigo, mas o Senhor sabe de todas as coisas, estando Ele no controle de tudo.

Quando disse que estava grávido no post anterior, me referia ao fato de ter feito as provas do Enem 2010 despretensiosamente, apenas para testar meus conhecimentos. Não trisquei em um livro sequer, baseando-me apenas na bagagem de vida adquirida, assim como Jamal, o jovem indiano do excelente filme Quem Quer Ser um Milionário e que quebra a banca do popular programa de TV homônimo ao encontrar em fatos de sua vida as respostas das perguntas feitas.

Da mesma forma eu entrei naquela prova como um franco atirador. Sem nada a perder, fiz as provas do Enem e me surpreendi com a facilidade que encontrei para responder a grande maioria das questões. Apenas algumas eu chutei, pois quem merece se lembrar de Física e Química depois de mais de 20 anos sem triscar nestas matérias que para mim eram literalmente motivo de pesadelo?

Com o caderno de questões do primeiro dia de prova em mãos, busquei na internet a correção e me surpreendi com a quantidade de acertos: 74 questões entre 90! Pra quem não estudou nada fui muito bem, tanto no quesito intelectual como no futebolístico, pois os chutes foram muito bons! No segundo dia não tive paciência para esperar o tempo necessário para ficar com o caderno de questões e saí sem o dito-cujo.

Segunda feira agora fui ver o resultado do Enem e tive também boas notas no segundo dia de provas, a ponto de chegar a crer que seria possível concorrer a uma vaga numa Universidade Federal. Me inscrevi em Ciências Sociais na UFRJ e em Nutrição na Unirio (sei que um não tem nada a ver com outro, mas quero estudar algo que gosto, não necessariamente algo que me dê dinheiro). Até ontem estava entre os primeiros, com grande chance de conseguir o acesso a estas renomadas Universidades cariocas. Este era o filhote que não esperava que fosse vingar...

Hoje de manhã chequei a classificação e já estava fora. Na verdade esperava por isso. Por mais que tivesse sido feliz por dois dias, sabia que não seria fácil concorrer para tão poucas vagas (30 em Ciências Sociais e 24 em Nutrição) entre milhões de estudantes.

Valeu o sonho. Valeu saber que não sou estou tão fora assim (estou em lista de espera). Valeu saber que tudo o que vivi serviu de base para ter chegado tão longe assim (inclusive minhas experiências futebolísticas, risos...).

Tenho agora a opção do ProUni, que se abre ainda esta semana. Vai que eu consigo né?

Pensando bem, estou feliz sim.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Estou grávido


Sensação estranha e maravilhosa a de estar grávido, só que no meu caso estou grávido de vários filhotes ao mesmo tempo. Não são crianças, são situações novas em minha vida que estão tomando muito tempo e dedicação para que todos nasçam em perfeita saúde.

Espero que vocês entendam que, por esta razão, estou aparentemente sumido dos blogs que mais gosto de visitar. É que não gosto de entrar, olhar e dizer qualquer coisa só pra dizer que estive por ali. Como digo para a bispa, só consigo ler os sempre bons textos de vocês após cumprir com minhas obrigações, e estes filhotes que estão dentro do meu bucho estão roubando minhas energias.

Por esta razão, peço desculpas pela ausência, contando com a compreensão de meus queridos amigos por estar vivendo este momento tão “egoistinha” de minha vida.

Aproveito e faço coro com a “turma das 6 horas”:

“Ceis oram” por mim, pois um dos filhotes, o que eu menos esperava que fosse vingar, está pra nascer. Será uma das maiores realizações nesta vida cansada de tantos invernos e poucos verões. Já sinto as dores de parto...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ladrão de oportunidades


“A vida te dará muito poucas oportunidades: Aprenda a roubá-las”

Antonio Abujamra costumava falar esta frase no seu excelente programa Provocações, da Rede Cultura (digo costumava, pois faz tempo que não assisto e não sei se ele ainda fala isso) e este é o espírito da coisa: Quem aqui consegue algo fácil na vida? Nunca tive uma conquista em toda minha vida que não tenha sido na porrada. Os obstáculos sempre aparecem quando estamos avançando em direção aos nossos objetivos.

Nos últimos meses digo que fui obrigado a roubar muitas oportunidades. Mudança de apartamento, problemas financeiros, problemas de saúde, a mudança de emprego de minha esposa são apenas alguns poucos exemplos de como tivemos que nos esforçar além do aparentemente necessário para que as coisas dessem certo.

Alguns espiritualizam e colocam a culpa no coitado do diabo. E até creio que algumas vezes é o rabudo mesmo que se levanta quando ele vê que um filho de Deus está avançando. Pessoalmente creio (mas não posso provar) que para os que não tem esta relação pessoal com Jesus Cristo o cramunhão nem se importa que a pessoa esteja sendo bem sucedida no que ela faz. O que importa pra ele é que esta pessoa está sob controle d'ele...

Isso me faz lembrar do Salmo 73.1-5:

“Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens”

Quem não tem esta sensação de inveja ao ver que os maiores canalhas que conhecemos aparentemente se dão bem em praticamente tudo o que fazem, enquanto nós ficamos patinando no mesmo lugar com coisas simples? Vejam, minha intenção não é reclamar. Pelo contrário, é que vejo isso acontecendo com muita gente que não agüenta o pesado fardo que certas situações da vida impõe sobre seus ombros.

Quando eu estou atravessando um momento desses de transição já sei que o bicho vai pegar. Preparo o lombo pois sei que vai vir chibatadas. A sensação que dá é a de quê você pega “1”, soma com mais “1” e o resultado estranhamente dá... “3”! Quando isso acontece uma vez eu primeiro penso que algo que eu fiz foi mal planejado. Quando “refaço a conta” e o resultado insiste em ser qualquer um menos “2” já sei que vai começar tudo de novo. Multiplico minha atenção, coloco a faca entre os dentes e passo a ter outra visão da que aquela situação pediria.

Lembram-se da Matrix? Toda vez que Neo, Morpheus & Cia viam o repeteco de uma cena, o tal do “déjà-vu” (aquela parte do filme em que Neo vê o gato preto passando uma vez, e logo em seguida ele vê o mesmo gato passando no mesmo lugar e ele comenta com os demais que teve a sensação de déjà-vu), todos eles entram em estado de alerta máximo pois – segundo o filme – “deja-vú é uma falha na Matrix”, gerada pela presença de inimigos (falei com minhas palavras, antes que alguém me corrija).

Um exemplo bobo disso pode ser algo que aconteceu esta semana. Saí de casa para negociar algo e na hora “H” descobri que um documento que sempre fica dentro da carteira tinha sido deixado em casa. Pensei: "como e quando eu tirei esta droga deste documento de dentro da minha carteira?" Tive que parar toda a negociação pra buscar o bendito. Nestas horas, manter o equilíbrio emocional é muito importante. Se estressar é pior. Paro, volto, pego, volto onde estava e dou andamento ao que estava fazendo.

Caso ceda à vontade de chutar o balde, não resolvo o problema e arrumo outro mais, pois as próprias Escrituras dizem que “um abismo chama outro abismo” (Salmo 42.7). Estressado, vou guardar dentro de mim aquela sensação de derrota que vai minar minhas resistências emocionais para uma próxima situação de conflito, chegando ao ponto de passar a acreditar que nada do que faço dá certo, me entregando como muitas pessoas que amo já fizeram e ficaram pelo caminho, não sendo possível pegá-las pela mão para reerguê-las.

(Está fazendo sentido para vocês? É que isso é tão pessoal que não sei se estou conseguindo passar isso para a palavra escrita...)

Anyway, ao final de tudo, o esforço é recompensado. Vem a conquista daquilo que você planejou fazer. Logo em seguida vem outro grande plano à ser colocado em prática e no meio do processo se levantam os “Sambalates & Tobias” de plantão tentando nos desanimar. Nestas horas, temos que agir como Neemias, segurando a colher de pedreiro em uma mão e a espada na outra, naquele espírito de “nem vem que não tem!!!”.

Assim vamos avançando. Minha experiência de vida não é tão grande, ainda faço muita merda, mas sei que quando estas coisas acontecem é sinal de que estou subindo. Como diz o ditado, “ninguém chuta cachorro morto”. Tá difícil? Pode ter certeza que é para você se esforçar muito mais para alcançar. Outro ditado diz que "se fosse fácil todo mundo faria".

Well, vamos lá, tenho um monte de coisas para fazer e ninguém vai colocar a massa em meu lugar...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O irmão do filho pródigo: o pior tipo de crente que existe


“Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças; e chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu; era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado”. – Lucas 15.25-32

O irmão do filho pródigo é pior que o que pediu sua parte da herança e gastou tudo com as meretrizes. Ele é um cara frio, insensível, desprovido de amor e qualquer outro tipo de afeto. Prende-se ao cumprimento de obrigações, tem uma conduta irrepreensível aos olhos humanos, mora na casa de seu pai mas não tem nenhuma intimidade com aqueles que lá habitam; nem com seu velho, muito menos com seus irmãos.

Sobre seu pai, ele o considera um patrão bunda mole. Não o ama nem permite ser amado por ele. O mantém numa distância segura e certamente possui uma agendinha para poder anotar tudo o que acontece e que ele considera contra si para depois poder cobrá-lo na Justiça do Trabalho celestial. É um poço de amarguras e não consegue aceitar seu pai agir de forma diferente da que ele agiria. Antes seu pai agisse como ele, pois dessa forma seu irmão pagaria um alto preço por sua irresponsabilidade.

Ele prefere ficar o dia inteiro fora trabalhando do que “perder algum tempo” em comunhão com o pai e seu irmão. Quando está em casa, pode até sentar-se à mesa com eles, mas age como se estivesse em um restaurante qualquer na hora de pico, sentado ao lado de estranhos. Engole sua refeição, tira o prato e vai embora sem trocar uma palavra. Intrigados, pai e o outro irmão, o que sempre pisa na bola mas tem uma relação mais íntima que até permitiu o doidão da família pedir sua parte da grana de seu pai, trocam olhares confusos, tipo “por quê ele é assim tão carrancudo?”

Em tudo ele é invejoso. Não consegue lidar com o temperamento de seu pai, que para ele protege o irmão caçula. Sua amargura só cresce, dia após dia, ate o momento que seu irmão cai no mundo e ele silenciosamente se sente vitorioso por ver que aquele pirralho havia pisado na bola com seu pai. Em sua cabeça passou, mas certamente não falou para seu pai, que todas as suas percepções em relação ao seu irmão estavam certas. Desejou que ele morresse em terras estrangeiras, desejou que seu pai sofresse eternamente a perda de seu irmão, visando com isso manter sua posição de intocável, de perfeitinho, de fariseu dentro de casa.

No bendito dia que caiu a ficha de seu irmão, que estava pior que a mosca pousada no cocô do cavalo do bandido, e este resolveu voltar para casa de seu pai, mesmo que fosse para ser apenas um empregado a mais nas terras dele, seu irmão chegou em casa e viu a festa armada. Questionou um dos servos a respeito de toda aquela festança e recebeu a notícia do retorno do safado de seu irmão como uma punhalada nas costas.

Ele recusou-se a participar daquele momento de grande alegria, abriu sua agenda de anotações e cuspiu na cara de seu pai que ele nem deveria ter recebido aquele ingrato. Reclamou que todos os dias estava ao lado de seu pai, mas este nunca oferecera nem um ovo cozido para ele dividir com seus amigos, mas seu pai amavelmente o repreendeu dizendo que dentro de sua casa todos tinham o direito de abrir a geladeira, pegar de sua cerveja, sentar em sua poltrona, ler seu jornal, usar suas roupas, fazer churrasco com os amigos mas ele nunca usara deste direito.

E ele não fez isso por não ter tido oportunidade de ter comunhão. Pior ainda: Ele não o fez para poder jogar na cara de seu pai. Estranhamente dentro mas com o coração fora. Coração amargo, duro como uma pedra, cheio de malícia mas hermeticamente protegido debaixo de sua armadura de hipocrisia e falsa santidade.

O irmão do filho pródigo pode ser comparado ao fariseu no templo que se gabava na presença de Deus de sua conduta irrepreensível. Já seu irmão se chegou a seu pai como o publicano que tinha a visão correta de seu ser, um mísero pecador.

Agora vamos reconhecer quem são os irmãos dos filhos pródigos...

O irmão do filho pródigo se senta ao seu lado no banco da igreja. Possivelmente ele freqüenta a mesma igreja que você desde que estava na barriga de sua mãe, ou talvez até antes, entre os milhões de espermatozóides de seu pai. Ou então se converteu e se tornou orgulhoso de sua recém conquistada santidade farisaica. Mas uma coisa é certa: Não importando o tempo de igreja, ele nunca se converteu e se incomoda profundamente quando um escória da sociedade vai à frente aos prantos receber a oração do pastor, confessa e se arrepende de seus pecados e passa a ser contado entre os filhos de Deus. Por isso que - na hora do apelo para se arrepender e ir a frente - ele pega sua bíblia gigantesca e sai da igreja, na contramão daqueles que vão à frente, passando uma imagem péssima do "amor" que aqueles recém adotados irmãos receberão na igreja...

Não querem e não são capazes de aceitar que seu Pai aceita gente que em seu conceito são piores que (aos seus próprios olhos) eles. Na verdade querem em seus corações que desça fogo dos céus para consumir estes pecadores antes que se convertam, assim como Tiago e João desejaram orar ao Pai para que assim fosse feito. Sentem um prazer mórbido ao saber que aconteceu um tsunami num país que confessa uma fé diferente da sua, um desabamento num terreiro de macumba ou numa igreja que professe uma fé ligeiramente diferente da que ele professa, tem orgasmos múltiplos quando um avião bate na serra e ceifa a vida de jovens músicos que fazem piadinhas com quase tudo em suas letras, dizendo que aquilo foi DEUS. Sim, para eles foi Deus que pôs a mão e acabou com a vida daqueles safados!

"Mais pior que o pior": Ele pode ser você, que se garante no pacotinho de regras fielmente cumprido, na aparência externa irrepreensível, na amizade com o pastor, no tempo de casa ou em qualquer outro trapo de imundícia.

Não sabemos o final da parábola contada por Jesus, não sabemos se ele morreu sem arrependimento ou as doces palavras de seu pai o convenceram e o desarmaram. Isso deve servir de alerta para todos os que se consideram perfeitos. Estes são os piores pois são os super santos que se garantem em suas obras da carne, desprovidas de graça, misericórdia, perdão, amor.

Estes certamente baterão na trave...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Minha Letra Escarlate



Senti que deveria postar novamente - texto de meados de 2009...


Esta é a sinopse do filme A Letra Escarlate:

A trama se passa em Boston no ano de 1666 envolvendo uma mulher chamada Hester Prynne. Ela é totalmente submetida à vergonha por haver cometido adultério contra seu marido que está no mar. Hester é presa e logo após é retirada da cadeia e levada à outra cidade. Lá ela é obrigada a usar uma letra 'A' vermelha que a identificava como adúltera. Ela permanece aguardando a chegada do marido, entretanto seu marido nunca chega à cidade. É tomado por hipótese que o marido morrera em sua jornada ao mar. Hester então é forçada a ganhar a vida como costureira para sustentar a si e à filha chamada Pearl. Hester conhece Arthur Dimmesdale, um clérigo, que convence a comunidade a parar de evitar Hester e a filha. Pearl é constantemente atormentada pelos pecados da mãe e por isto sofre muitas perseguições.

A estória não acaba aqui, mas retirei o restante para não ficar enfadonho demais. O ponto que queira frisar era o da marca feita no corpo da adúltera, a letra escarlate.

Este é o resumo de um dia de um João qualquer:

Ele acorda, toma um banho, escova os dentinhos, coloca uma roupa e vai para a rua. Pega um ônibus e diz bom dia ao motorista e ao cobrador. O motorista não responde por estar concentrado. O cobrador dá um sorriso amarelo e faz aquela cara de ‘passa logo por esta roleta pois ela está no meio das minhas pernas’. Normal. Chegando seu ponto ele desce e anda até o prédio onde fica seu escritório. A menina da portaria quando está de bom humor responde ao seu ‘bom dia’ com um ‘e ai, tudo bem?’ sem nem ao menos olhar para ele. Na verdade ela não quer saber se ele está bem ou não. Ele engole a tristeza e responde ‘tudo bem’, apenas para dar prosseguimento ao protocolo.

Nos locais onde ele costuma freqüentar, como seu trabalho, igreja ou academia, uns o cumprimentam desejando bom dia, outros o abraçam ou lhe dão um beijinho, alguns desejam 'A Paz do Senhor'. Aqueles que sabem do momento que ele está atravessando perguntam: 'E ai, como você está?' Mas ele aprendeu que destes que perguntam, nem todos querem saber realmente. Poucos são sinceros, sabem da sua dor e querem dividir o fardo. A grande maioria perguntam querendo apenas ouvir dele a resposta politicamente correta de que está tudo bem. O problema é aquela letra. Todos vêem que em seu peito existe uma letra 'A' marcada a ferro, e procuram evitá-lo. Ele se tornou para estas pessoas um poço de areia movediça, e elas procuram evitá-lo, pois a dor dele o transformou em alguém emocionalmente contagioso. O tratam como os leprosos eram tratados no Antigo Testamento. A sociedade, por não saber lidar com aquela doença, os excluíam do convívio com os considerados sadios. Tinham que viver em locais específicos, onde só tinham os doentes sem esperança. Se eles ousassem entrar na cidade, as pessoas começavam a gritar 'Imundo! Imundo' e os expulsavam a pedradas.

E é assim que as coisas acontecem em um dia normal de um João qualquer. O que dói em seu coração é ver estampado na cara de algumas pessoas a expressão de quem cochichou ao que está ao lado: 'xiiii, lá vem ele’. No começo ele até sentia vergonha e dor por estar com a letra escarlate no peito, mas com o tempo ele se acostumou. Na verdade o que ele mais quer é que quem não quer saber como ele está não pergunte nada, pois ele está cansado de ter que contar a mentira que eles querem ouvir.

Esta tem sido a razão do João qualquer preferir ficar sozinho. Ele gosta é de ficar quietinho no colo de Jesus, pois Ele não tem vergonha da letra escarlate queimada à fogo no peito do João qualquer. Para Jesus, João não é um qualquer. Ele tem paciência de ouvir João chorar, Ele não interrompe quando ele está desabafando, nem fica magoado quando João qualquer deixa escapar um pouco de sua dor e sem querer fala algo que O magoe.

Ele sabe o que é dor. Ele viveu a solidão no Getsêmani e na Cruz do Calvário. Ele carregou a maior de todas as letras escarlates, quando levou nossos pecados naquela Cruz. A minha e a sua Cruz.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pregando qualidade de vida


“Porque tenho para mim, que Deus a “nós, apóstolos”, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens”. – 1Coríntios 4.9 (Aspas por minha conta)

Primeiramente quero esclarecer que não escrevo sobre este assunto achando que algum de nós pode se auto-intitular apóstolo, por mais que alguns assim o façam (apesar de ter alguns nobres amigos “bloggers” que estão no processo de beatificação/quase canonização para tal cargo, risos irônicos enquanto ainda não me batem...).

Vamos então ao que tenho a dizer: Em verdade, em verdade vos digo que a idéia desta postagem surgiu devido a um conjunto de situações do cotidiano que passei a notar que começaram a me despertar uma percepção diferente, levando-me a lembrar do trecho que se encontra na passagem acima, quando Paulinho diz: “somos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens”. O “resto” da passagem está ligado aos apóstolos, mas creio pessoalmente que cabe na vida de qualquer cristão envolvido com/no Caminho.

Estas situações que venho pensando são aparentemente bobas, mas pode notar que todo mundo parece que fica de olho na gente, vendo o que fazemos e como fazemos, não só nos assuntos considerados espirituais, mas em praticamente tudo, sem sabermos explicar a razão de atrair tantos holofotes sobre nossas humildes existências.

Prestam atenção na maneira que nos vestimos, não necessariamente (mas também, em certos casos) naquele velho costume de controlar o que os “crentes” podem vestir ou não, de acordo com os costumes desgastados de certas denominações. Prestam atenção no que estamos vendo na Internet, nos lugares que freqüentamos, na nossa maneira de falar, de se portar, de tratar o próximo e por aí vai. Só que quero salientar um ponto que me chamou a atenção de maneira singular: Notei que muitos acompanham minha vida em relação a maneira que eu lido com minha saúde e alimentação, é mole?

As pessoas próximas a mim quase sempre estão se entupindo de junk food e eu acabo dando meus conselhos. É um tal de batatinha frita, biscoito recheado, pão com manteiga, doces, doces e mais doces o dia inteiro, alimentos altamente calóricos, entupidores de artérias e potencialmente destruidores (aliados às grandes quantidades ingeridas) que me faz acabar metendo meu bedelho.

Falo mesmo, até porquê o pessoal vê eu trazer minha comida de casa ou vão na minha casa para comer e notam que eu basicamente tenho a “mão leve”. Vez ou outra faço uns pratos de jagunço mesmo, tipo mocotó, feijoada ou outras coisas pesadas, mas – como costumo dizer – isso não é “regra” e sim exceção. Na maioria das vezes é saladinha, carne branca grelhada, comida de passarinho como linhaça, aveia, soja, grão de bico, trigo integral, estas coisas. O pessoal fica intrigado. Já ouvi várias vezes de certas pessoas coisas como “credo, não sei como você consegue comer isso!” ou “nossa, não sei como você consegue comer SÓ isso! Isso aí eu dou pro meu passarinho comer!”.

Confesso que adoro ouvir este tipo de comentário. Na verdade é por isso que me meto na “comida alheia”. Me dão precedentes, então eu detono geral. Falo: “Vocês vivem para comer, eu como para viver”. Isso é um cala-boca geral. O pessoal enfia o rabinho no meio das pernas e se espalha. Ai eu falo para apaziguar: “Gente, não tem muito problema comer o que vocês comem. O problema é que vocês SÓ COMEM ISSO! Vocês têm que inverter a pirâmide. O salgadinho, a coxinha, a batatinha é para ser comido de vez em quando, não todo dia. É como se fosse um prêmio. No dia-a-dia a alimentação tem que ser sadia e equilibrada para que, nos momentos de descontração, você possa abusar um pouquinho".

No começo sei que é difícil erradicar um hábito adquirido durante toda uma história de vida, mas com objetivos bem traçados e perseverança, aquele que se propõe a passar por uma reeducação alimentar, aliada à prática de atividade física bem monitorada por profissionais competentes, certamente irá ver os frutos de seus esforços sendo recompensados.

Aqui no escritório tenho um exemplo vivo. Já falei que o pessoal diz que eu como comida de passarinho, enquanto eles detonam muito, de tudo e o dia inteiro. Duas pessoas em especial me chamavam a atenção neste quesito. Jovens e obesas, não tinham pena do que colocavam na frente delas e mandavam ver. Eu com minha comida de passarinho via ambas comendo e ficava dando conselho, até que uma delas foi fazer o exame médico periódico e foi parar na UTI devido ao fato de sua pressão arterial estar na casa dos 22 por 16, uma verdadeira bomba ambulante. Saiu 15 dias depois, assustando meio mundo.

Apavorada, sua amiga e fiel companheira de garfo veio a mim e disse que iria seguir meus conselhos. Passou no médico, refez sua dieta e comprou um “transport” para se exercitar em casa, segundo a instrui fazer. Em menos de um mês ela perdeu quase quinze quilos! Toda orgulhosa, ela vinha me mostrar as roupas que antes mal cabiam em seu corpo e agora mal paravam no seu corpo.

Paralelo a isso, a empresa que trabalho – de tanto eu falar que pratico musculação – fez um convênio com a Curves e com a Body Tech para quem quiser malhar. Infelizmente ouve alvoroço no arraial quando veio a novidade mas, com o passar da empolgação, o pessoal preferiu voltar ao “Garfield way of life”...

Anyway, me senti feliz, muito feliz. A amiga que estava na UTI e que deveria se preocupar mais não foi tão radical e está mudando aos poucos. Vez ou outra ela vem me falar: “João, olha o que eu comprei!”, mostrando um lanche no pão integral. Cara, cada um em sua velocidade, mas todos avançando. Pra mim isso faz parte da pregação das Boas Novas do Evangelho. Pregar qualidade de vida, ser exemplo, por mais defeitos que tenhamos, pode fazer toda a diferença nas vidas que estão tendo suas histórias escritas ao nosso redor.

Tô variando ou faz sentido crer que isso também faz parte da anunciação de Boas Novas?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O burro e a cenoura


“Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios”.Salmo 90.12

Vivemos querendo adiantar o tempo, ansiando que segundos se transformem em minutos, minutos em horas, horas em dias, dias em semanas, semanas em meses, meses em anos, sempre achando que agora as coisas não vão bem, mas que no futuro tudo será muito melhor.

Esperamos os segundos que faltam para acabar a prorrogação da partida de futebol quando nosso time está ganhando. E os segundos se transformam em minutos, e a partida acaba. Que felicidade, oh!

Os minutos tardam em passar, e queremos que chegue logo a hora do almoço ou de ir embora do trabalho. Minutos eternos, contados no relógio. Mas os minutos se transformam em horas e estas horas passam. Chega a hora de ir embora do trabalho e ficamos felizes com isso.

As horas se arrastam no relógio, e os dias são longos. Não vemos a hora de chegar o fim de semana para descansarmos um pouco. Segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Até que enfim. Sobrou-nos dois dias para recarregarmos a bateria, fazemos festas e churrascos ou apenas limpamos a casa, vamos à igreja, lavamos roupa e descansamos um pouco assistindo Fantástico domingo à noite. Que maravilha.

Puxamos o saldo de nossa conta e vemos quanto de dinheiro temos e nunca é o suficiente. Os dias que faltam até o próximo pagamento se arrastam lentamente, fazendo com que a ansiedade que ficamos em quitar nossas dívidas nos deixe com dores nas costas, dor de cabeça e insônia. Fazemos de tudo para esticar o salário, mas este escorre por entre os dedos como água. Resistimos heroicamente até que chegamos no dia do pagamento. Mais um mês que se foi, graças a Deus.

Mas temos o conforto de que daqui mais alguns meses tiraremos um mês inteiro de férias. E torcemos para que o ano passe rápido. Apesar de toda luta diária, o ano passa e chegamos ao bendito mês. Descansamos alguns dias, mas o dinheiro acaba. Ficamos ansiosos esperando que as férias terminem logo, pois fazer nada sem dinheiro não dá.

Mesmo assim não perdemos a esperança de dias melhores. Lembramos que temos trabalhado anos a fio, e o tempo que falta para nos aposentar está chegando. Assim não dependeremos mais de um mísero mês de férias para descansar os ossos. Chegará o dia que daremos entrada em nosso pedido de aposentadoria. E este glorioso dia chega. Papelada e burocracia cumprida, pronto. O troféu por anos de trabalho a fio chega. Ficamos em casa, inventamos uma coisinha aqui e outra ali para fazer, até que não vemos mais nada pela frente.

Perdemos a disposição, ficamos cada vez mais doentes, passamos a freqüentar os estaleiros com uma freqüência cada vez maior. A virilidade dos primórdios se foi. O prazer pela vida também. O que conseguimos juntar? Valeu a pena o esforço? Agimos como o capitão do barco a vapor que participava de uma competição. Forçamos os motores ao máximo para chegarmos à frente de todos, lançando carvão nas fornalhas. O objetivo vai sendo alcançado até que acaba o carvão. Mas o importante é vencer a corrida e começamos a jogar toda peça de madeira do barco nas fornalhas para alimentar o fogo que nos impulsiona para frente. Cadeiras, mastros, lemes, remos, botes, tudo vai pro fogo.

Chegamos ao fim da corrida na frente de todos. Qual foi o prêmio? Chegar ao fim. O que sobrou do barco? Nada! De que adiantou queimar tudo de bom que tínhamos em mãos, nosso presente precioso, em troca de um oásis que na verdade não passava de uma miragem?

Ouvimos muitos louvores e pregadores da prosperidade dizer que o melhor de Deus está por vir. Com isso jogamos nossas vidas fora. Correndo atrás da cenoura presa em uma vara em nossa frente, mas nunca a alcançamos, apesar do esforço.

Que Deus nos dê sabedoria para valorizar cada segundo vivido, ouvindo, respirando, falando, comendo, trabalhando, rindo, chorando, brincando. Isso é o que vamos levar da vida.

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles; antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas, e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas; como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna, e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade".
Eclesiastes 12.1-8

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aprendendo com a inconstância de Saul


Tenham um pouco de paciência e viagem comigo...

“Então Samuel tomou um vaso de azeite, e o derramou sobre a cabeça de Saul, e o beijou, e disse: Porventura não te ungiu o Senhor para ser príncipe sobre a sua herança?” – 1Samuel 10.1

“Ao virar Saul as costas para se apartar de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro; e todos esses sinais aconteceram naquele mesmo dia. Quando eles iam chegando ao outeiro, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou de Saul, e ele profetizou no meio deles. Todos os que o tinham conhecido antes, ao verem que ele profetizava com os profetas, diziam uns aos outros: Que é que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?” – 1Samuel 10.9-11

“E eis que Saul vinha do campo, atrás dos bois; e disse Saul: Que tem o povo, que chega? E contaram-lhe as palavras dos homens de Jabes. Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ao ouvir ele estas palavras; e acendeu-se sobremaneira a sua ira. Tomou ele uma junta de bois, cortou-os em pedaços, e os enviou por todo o território de Israel por mãos de mensageiros, dizendo: Qualquer que não sair após Saul e após Samuel, assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do Senhor sobre o povo, e acudiram como um só homem.” – 1Samuel 11.5-7

“Esperou, pois, sete dias, até o tempo que Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo, deixando a Saul, se dispersava. Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. Mal tinha ele acabado de oferecer e holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. Então perguntou Samuel: Que fizeste? Respondeu Saul: Porquanto via que o povo, deixando-me, se dispersava, e que tu nao vinhas no tempo determinado, e que os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, eu disse: Agora descerão os filisteus sobre mim a Gilgal, e ainda não aplaquei o Senhor. Assim me constrangi e ofereci o holocausto. Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente; não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou. O Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; agora, porém, não subsistirá o teu reino; já tem o Senhor buscado para si um homem segundo o seu coração, e já o tem destinado para ser príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.” – 1Samuel 13.8-14

“Então consultou Saul a Deus, dizendo: Descerei atrás dos filisteus? entregá-los-ás na mão de Israel? Deus, porém, não lhe respondeu naquele dia.” – 1Samuel 14.37

“Disse Samuel a Saul: Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora as palavras do Senhor. Assim diz o Senhor dos exércitos: Castigarei a Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho, ae subir ele do Egito. Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.

(...)

Mas Saul e o povo pouparam a Agague, como também ao melhor das ovelhas, dos bois, e dos animais engordados, e aos cordeiros, e a tudo o que era bom, e não os quiseram destruir totalmente; porém a tudo o que era vil e desprezível destruíram totalmente. Então veio a palavra do Senhor a Samuel, dizendo: Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e clamou ao Senhor a noite toda.

(...)

Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor? Então respondeu Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor, e caminhei no caminho pelo qual o Senhor me enviou, e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e aos amalequitas destruí totalmente; mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do anátema, para o sacrificar ao Senhor teu Deus em Gilgal. Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.” – 1Samuel 15.1-3, 9-11, 19-23

“Disse mais Samuel a Jessé: São estes todos os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda trazê-lo, porquanto não nos sentaremos até que ele venha aqui. Jessé mandou buscá-lo e o fez entrar. Ora, ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto. Então disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo. Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e foi para Rama. Ora, o Espírito do Senhor retirou-se de Saul, e o atormentava um espírito maligno da parte do Senhor” – 1Samuel 16.11-14

“E quando o espírito maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.” – 1Samuel 16.23

“No dia seguinte o espírito maligno da parte de Deus se apoderou de Saul, que começou a profetizar no meio da casa; e Davi tocava a harpa, como nos outros dias. Saul tinha na mão uma lança. E Saul arremessou a lança, dizendo consigo: Encravarei a Davi na parede. Davi, porém, desviou-se dele por duas vezes." – 1Samuel 18.10-11

“Então o espírito maligno da parte do Senhor veio sobre Saul, estando ele sentado em sua casa, e tendo na mão a sua lança; e Davi estava tocando a harpa. E Saul procurou encravar a Davi na parede, porém ele se desviou de diante de Saul, que fincou a lança na parede. Então Davi fugiu, e escapou naquela mesma noite.” – 1Samuel 19.9-10

“Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. Avisado disso, Saul enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram. Ainda terceira vez enviou Saul mensageiros, os quais também profetizaram. E despindo as suas vestes, ele também profetizou diante de Samuel; e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite. Pelo que se diz: Está também Saul entre os profetas?” – 1Samuel 19.20-21, 24

“Pelo que consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma médium, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Eis que em En-Dor há uma mulher que é médium. Então Saul se disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: Peço-te que me adivinhes pela mediunidade, e me faças subir aquele que eu te disser.” – 1Samuel 28.6-8

“Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar, e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé. – 1Crônicas 10.13-14

Não consigo escrever nada que não seja menos que um livro para comentar as cagadas e a inconstância de Saul...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Primeiro post de 2011


Confesso que estou escrevendo por impulso. Parafraseando alguém por aí, “escrever é preciso, viver não é preciso”. Quando estou assim sou um perigo!

Pessoalmente creio que este ano de 2011 será bem melhor que o velho 2010 que acabou dias atrás. Nada de triunfalismo ou confissões proféticas para que os poderes celestiais conspirem a meu favor. Apenas sinto isso dentro de mim.

Parece que 2010 foi um ano meio inútil, tipo os Gols lançados pela Volkswagem em anos pares. Dizem que eles são só para encher lingüiça entre uma versão e outra, atualizadas nos anos ímpares. Apenas agüentei este ano passar, como se fosse uma obrigação para me manter vivo, no mercado (sei lá se isso faz sentido para alguns) e chegar ao ano dos novos lançamentos. Foi um ano que deixou uma ressaca danada, típica de vinho vagabundo.

O que o velho teve de bom foi mais o aumento da resistência perante situações adversas. Creio que isso se deu pelo fato de ter tido que efetuar inúmeras mudanças e ajustes em minha vida neste período. Ao falar disso me lembre do bom e velho Salomão, dizendo:

“Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”
Eclesiastes 3.1-8

Pode crer. Esta passagem tem tudo a ver com o que sinto em relação ao velho. Parece que foi um ano os quais os tempos foram de morrer, plantar, matar, derrubar, chorar, prantear, espalhar pedras, abster-se de abraçar, perder, deitar fora, rasgar, calar, odiar, de guerrear...

Talvez alguém pergunte a razão de estar me sentindo assim tão “copo meio vazio” em relação ao velho. Na verdade a culpa não é do velho, mas sim do novo que promete ser o melhor ano de minha vida até aqui. Isso porque estou me sentindo melhor hoje do que me senti em 2010.

Morreu muita coisa que tinha que morrer em minha vida, semeei muita coisa (até literalmente: fiz um canteirozinho de rúcula na varanda e elas estão com 2 centímetros! Que tchuqui tchuqui!!!) que começarei a colher a partir deste ano, chorei e pranteei muitas dores que fui obrigado a aceitar sem muita opção, espalhei muita pedra que se encontrava em meu caminho, rasguei com velhos padrões, derrubei antigos alicerces que me davam falsa segurança, me calei quando achei que não valia a pena continuar o debate, odiei cada vez mais o pecado e guerreei ferrenhamente pelos valores do Reino.

Agora meu velho, sai da reta! Tenho em minha frente uma nova etapa em minha vida. 2011 está pedindo cheio de desejos que eu o segure pelo chifre e o coloque no chão, subjugado. Vai ser o ano de renascer, colher, curar, edificar, rir, dançar, juntar pedras, abraçar, buscar, guardar, coser, falar, amar, viver a paz.

Renascer meus sonhos, colher a rúcula e tudo o mais que plantei, curar minhas feridas e ser instrumento de cura para quem cruzar em meus caminhos, edificar o que foi derrubado até então, rir e dançar alegremente na companhia de gente do bem, juntar as pedras que foram espalhadas no local correto, abraçar meus amados, buscar o bem, guardar os tesouros que encontrarei em meu peito, costurar novos padrões, falar a Verdade para todos que quiserem ou não ouvir, amar cada vez mais meu próximo como irei me amar mais e mais e colher os frutos da Paz.

Papo bobo, começou do nada. Entretanto, ao reler vejo que é profético!!! Eu ein, Deus é figuraça!