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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Super-Mãe


Minha mãe ontem fez 45 dias de UTI. Entubada, inconsciente e desenganada pelos médicos. Estávamos numa briga feroz com a ouvidoria do Hospital, lutando para que fizessem uma traqueostomia. 45 dias com um tubo na boca, isso estava acabando com ela. Não que isso por si só iria resolver o problema do AVC. Nossa intenção era apenas diminuir o desconforto dela e tirar totalmente a sedação. No nosso entendimento, só assim para avaliar se realmente ela teria alguma possibilidade de recuperação.

Semana passada apertei o nó. Por email e telefone, eles não estavam mais me agüentando, de tanto que eu cobrava a cirurgia. Finalmente marcaram para sexta feira. (Esta era a terceira vez que tinham marcado a cirurgia. As outras duas foram canceladas sem sabermos a razão)

Sábado minha sobrinha foi até o Hospital para ver minha mãe e, ao chegar lá, foi informada pelo médico responsável pelo setor de neuro-cirurgia que ele não iria autorizar a cirurgia numa paciente que ele ‘garantia’ que não sairia viva do hospital. Minha sobrinha saiu do hospital chorando, arrasada.

O problema foi que este médico pisou num ninho de cobra. Entrei matando, parti pro tudo ou nada. Envolvi a ouvidoria da Secretaria de Saúde do Estado de SP, pedi para falar com a diretoria do Hospital, azucrinei todos. Mandei email, liguei, briguei. Dei porrada pra tudo quanto era lado. Paciência você tem quando vê que as coisas estão sendo feitas. Estava todo mundo parado, esperando ela morrer.

Veja abaixo o último email que mandei para a Ouvidoria, com cópia para a Secretaria de Saúde, ontem pela manhã:

Prezados Senhores, bom dia.

Conforme emails abaixo, estamos pedindo desde o dia 13 de julho que a diretoria do Hospital (....) intervenha junto à equipe médica responsável pelo acompanhamento de minha mãe, Severina (...), que sofreu um AVC dia 13 de Junho e se encontra internada em vosso Hospital desde o dia 17 que seja feita a traqueostomia e a retirada do tubo de ventilação.

Por duas vezes a família foi informada que fariam a traqueostomia, mas outras cirurgias consideradas mais importantes foram feitas, palavras ditas a nós para justificar a não realização da cirurgia, fazendo com que minha mãe continuasse respirando por meio artificial.

Por morar e trabalhar no Rio de Janeiro, poucas vezes pude ir a São Paulo, e me utilizo do email e telefone para falar com os senhores. Através dos emails que enviei semana passada voltei a pedir aos senhores pela cirurgia, e creio que devido a isso, a médica de plantão na quinta feira informou à minha irmã que novamente marcaram a traqueostomia de minha mãe para sexta feira última, 24 de Julho.

Meu pai esteve no hospital em visita na sexta e o médico de plantão informou que estava tudo certo para a cirurgia, logo após o horário de visita.

Sábado, 25 de Julho, minha sobrinha foi visitar minha mãe e viu que a mesma não tinha sido operada.

Ao perguntar a razão de minha mãe não ter feito a cirurgia ao Dr. (...), médico responsável pelo departamento disse friamente:

ELA NÃO FEZ E NEM IRÁ FAZER. NÃO AUTORIZO ESTA CIRURGIA PARA PACIENTE QUE NÃO TEM CHANCES DE SE RECUPERAR. TODOS OS ORGÃOS DELA ESTÃO FALHANDO E ELA NÃO SAIRÁ DAQUI VIVA.


Não é isso o que todo o resto da equipe afirma no dia-a-dia. Ouvimos durante toda a semana passada que todos os órgãos vitais de minha mãe estavam funcionando e que era o momento oportuno para a execução da cirurgia. Na última vez que o Dr. (...) foi confrontado por nossa família, mencionando a opinião dos outros médicos (que estão sob autoridade dele), notamos que nas visitas seguintes TODOS OS MÉDICOS afinaram o discurso e passaram a repetir literalmente as palavras deste doutor.

Infelizmente estou sendo obrigado a entrar em um terreno perigoso ao falar sobre isso, mas TODAS AS FAMILIAS de pacientes internados no andar onde este médico é responsável evitam pegar informações sobre seus amados com ele, devido à frieza que este trata da dor alheia. Se quiserem tirar a dúvida façam uma pesquisa.

Começo a temer muito mais pelas chances de sobrevivência de minha mãe. Estão negando a ela uma possibilidade de ficar totalmente sem sedação e, desta maneira, verificar se realmente ela tem chance de se recuperar ou não.

Eu, como ser humano, filho e cristão peço – em Nome de Jesus – que seja feita uma avaliação exata do que está acontecendo. Não temos medo da morte nem da dor, simplesmente queremos esgotar as possibilidades antes de jogar a toalha.

Sabemos que toda ciência e sabedoria é dom de Deus, mas acima de tudo prevalece a vontade do Doador da Vida.

Precisamos de um retorno urgente. Algo consistente.


Responderam o seguinte:

Informamos que registramos e encaminhamos sua manifestação para a Diretoria responsável. Assim que obtivermos resposta entraremos em contato.

O problema (para eles) era que eu já estava no veneno. Respondi:

Prezado (...),

Preciso de uma resposta consistente. Esta vem sendo a resposta padrão às minhas solicitações. Trata-se da vida de minha mãe e uma ação imediata é necessária.

Passe-me algum telefone para eu falar com diretoria responsável urgentemente.

Grato por suas imediatas providências.


Após o email liguei novamente. Botei pressão. Era 8 ou 80, não tinha mais volta.

Na parte da tarde minha irmã foi à visita. Quando ela entrou foi informada que minha mãe tinha acabado de fazer a operação. Ela me disse que nossa mãe estava com uma carinha muito boa, sem aquele tubo na boca.

O médico de plantão (não aquele) disse pra minha irmã que a operação tinha ocorrido normalmente, mas o problema era que o cérebro de minha mãe estava danificado para sempre. Ela disse que entendia bem o que ele estava dizendo, mas que estávamos crendo que Deus poderia reconstruir tudo o que tinha sido destruído. Ele deu de ombros e entrou.

Mesmo que Deus não opere o milagre, já estamos confortados. Tiraram aquela droga da boca dela. Ela está parecendo gente de novo. Acima de tudo, ela se tornou um exemplo de força e amor à vida. Hoje já faz 46 dias que ela luta.

Super-Mãe, me tornei seu fã, mais ainda...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Vomitei, pronto, tô melhor...


Tem dia que é foda, e hoje está foda. Não estou a fim de escrever, mas preciso colocar para fora o que está me consumindo. Uma angústia, uma sensação de que tem algo faltando, a impressão de que há algo de errado dentro de mim, mas não consigo entender o que. Tô no veneno...

Terça-feira passada escrevi um texto que preferi tirar do meu blog. Era uma piada besta que contaram pra mim muitos anos atrás. Ela narra uma situação aparentemente verídica, e no momento de clímax se descobre que é um sonho. Contei o caso para minha menina quando cheguei em casa e ela estava acreditando. Ao final ela ficou aliviada. Demos risada, ela me bateu, mas depois me senti um fdp. Não quero perder minha credibilidade, caso goze de alguma. Não é o tipo de postagem que quero colocar em meu blog. Aqui eu quero expor meus sentimentos e dúvidas, minhas crenças e valores, fatos verídicos de minha vida. Ao colocar esta historinha me senti mal. Não que houvesse algo demais ou de menos nela, simplesmente pelo fato de desejar que quem venha me dar a honra de acessar meu blog leia o que tenho escrito e que saiba que aquilo é verdadeiro, por mais que pareça ser fruto de minha imaginação. Tenho testemunhas dos fatos que escrevo.

Vivi muitas coisas loucas em minha vida no passado. Minha vida pós-conversão foi e tem sido intensa. Coisas que não me falaram que eu iria viver por ter começado a andar ao lado de Jesus Cristo tornaram-se rotina em minha vida. Este é o mal de quem compra um aparelho complexo e não lê o manual de instruções. Não quero dizer que não estou feliz, pelo contrário, Jesus é a razão de meu viver. Ao ler a Bíblia vi e vejo quão natural são os confrontos no mundo espiritual, os momentos de deserto, as vitórias e os silêncios.

Isso é coisa para ser escrita. Postar textos de outros em meu blog só se for de gente que tem o que dizer. De Ricardo Gondim e Bono Vox ao Ap. Paulo e Rei Davi. Daí pra frente. Meu blog não é uma extensão da mídia eletrônica, escrita e televisiva. Não quero ficar famoso nem quero gozar com o pau dos outros. Não quero que o acesso ao meu blog seja automático como tomar Coca-Cola, por não parar para pensar se existe algo melhor para acompanhar o hot-dog.

Outro dia pedi para um cara ‘famoso’ aí me dar umas dicas sobre meu blog. Pedi na humildade. Perguntei se ele podia dar uma olhada para ver se ele achava que eu levava algum jeito para escrever. Nem respondeu meu email. Um abraço...

Não faço questão de que meu blog tenha milhões de acessos, nem muito menos quero divulgar/publicar este número nele. Instalei o contador de visitas mas vou tirar. Não quero cair no pecado de meu irmão Davi, que decidiu contar seu exército e com isso o orgulho entrou em seu coração. Pelo seu pecado mais de 70 mil pessoas morreram inocentemente. O orgulho precede a queda, e quero ser instrumento de bênção e não de maldição aos que me cercam. Se um texto meu puder ajudar alguém no momento de deserto e dor minha missão terá sido cumprida.

Sou e tenho autoridade espiritual, não sou um zero à esquerda. Sei bem quem sou e não serei nem mais nem menos do que isso. Querer ser mais me transformaria num idiota arrogante, querer ser menos me transformaria em algo mal, pois você ser menos do que você é te faz pior. Isso não tem nada a ver com humildade. Quem falou algo parecido com isso acho que foi Santo Agostinho. Ele está certo. Aprendi que o primeiro princípio da santidade é o de você ter a visão exata de quem você é.

Cara, ao falar sobre isso estou sentindo vontade de vomitar. Acho que pegou no breu. Estava engasgado desde o começo da semana mas não sabia com o quê. Agora estou conseguindo desabafar. Glória a Deus por isso.

É Deus, o Senhor é terrivelmente punk. Te amo por isso. Te amo por tudo. Te amo pelo prazer e pela dor.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Minha mãe leu a Bíblia


Minha mãe estudou somente o suficiente para aprender a ler e escrever. Sofreu muitos traumas e privações em sua infância. Sempre viveu com pouco, e após se casar, quando meu pai passou a ter uma situação financeira um pouco melhor, ela teve alguns anos de conforto. Com o passar dos anos eles perderam tudo e passaram a viver uma vida muito regrada. Foram muito mais invernos do que verões em sua história.

Nos dias das mães dávamos presentes básicos que filhos pobres costumam dar, aquela coisa de ‘lembrancinhas’ para não passar em branco. Uma vez que ela ganhou um presente legal foi quando a Leila deu uma Bíblia católica gigantesca, cheia de ilustrações, uma cruz de plástico colada na capa. Vinha numa caixa, acho eu, e a Leila parcelou a dita-cuja em várias vezes para poder pagar. A bichinha impressionava, mas não me lembro de ter visto minha mãe folheando-a alguma vez.

Devido a algumas circunstâncias que agora sabemos que culminou com o AVC que ela sofreu no mês passado, minha mãe começou a ter problemas de visão e audição. Aos poucos um olhinho dela começou a ficar opaco, e ela reclamava muito que não conseguia enxergar direito.

Nesta época, em mais um dia das mães, eu estava com pouco dinheiro para variar e tinha que comprar um presente para ela. Procurei várias coisas e acabei indo a loja de artigos evangélicos. Vi uma Bíblia Almeida Revista e Atualizada com letra gigante e decidi comprar. Quando dei o presente à minha mãe vi em seus olhos a cara de quem tinha ganhado uma caixinha de lenços ou um kit de balde e vassoura novo. E minha família é expert em demonstrar na tua cara quando não gosta de alguma coisa. Tudo bem, pensei. Fiz o que pude.

Em meu evangelismo disfarçado, soltava uma coisinha aqui e outra ali, e sem que ela percebesse, expliquei o plano de salvação para ela. Ela entendeu e concordou com aquilo. Não chegou a ir a alguma igreja evangélica, foi tudo em casa.

Passados alguns meses, minha irmã comentou comigo: ‘Cá, a mãe começou a ler a Bíblia!’ Fiquei muito feliz e comecei a interceder para que a cada linha que minha mãe lesse ela passasse a conhecer mais e mais a Deus e a ter uma relação pessoal com Ele.

Era tão bonitinho quando ligava pra ela ou ia em sua casa e ela comentava trechos da Bíblia comigo! Coisas do tipo: ‘foi assim mesmo que aconteceu?’ ou ‘nossa, este livro de Apocalipse é difícil de entender né?’ se tornaram freqüentes em nossas conversas. Ela estava interessadíssima.

Um dia ela falou para mim toda orgulhosa: ‘filho, acabei de ler a Bíblia.’ Fiquei super orgulhoso de minha mãezinha. Uma pessoa super simples, que não me lembro ter visto lendo nenhum outro livro, leu a Bíblia de capa a capa. Mesmo com toda dificuldade do mundo para ler com a perda gradativa da visão, ela se esforçou e foi até o fim.

Hoje ela está lá naquele hospital. Os médicos afinaram o discurso e todos dizem que ela não volta do coma. Estou indo para São Paulo nesta sexta-feira e vou lá para falar com ela um pouco mais. Sei que ela não vai poder responder (quem sabe????), mas tenho certeza de que ela vai me ouvir. Vou pedir perdão por tudo que fiz de errado a ela e deixar o Espírito Santo trabalhar.

Tenho certeza de que seu último suspiro aqui será dado caso Jesus não volte antes, mas que o próximo será na eternidade ao lado do Pai.

Afinal de contas, ‘assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.’ Is 55:11

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Os trens assombrados da linha Osasco x Jurubatuba, parte 2



Deus tem falado muito comigo e me cobrado! Segue a primeira resposta sobre algo que aconteceu comigo...


Me converti na Universal. Conheci Jesus e a Palavra, fui batizado na água e no Espírito, tudo muito rápido. Foi um pronto socorro espiritual, um desfibrilador, uma quimioterapia digamos assim... Inicialmente me fez um bem muito grande por ter me tirado da morte, mas não tinha como continuar por lá depois de um tempo. Neste comecinho já era fortemente direcionado pelo Espírito Santo.

Procurei a Renascer em Cristo. Outro clima, mais jovem, a presença de Deus muito forte também. A ‘Bispa’ Sonia pregava a minha vida. Dava a impressão que ela estava acompanhando cada passo que eu dava. Domingão e pá! O Espírito Santo revelava detalhes de meu dia-a-dia durante a ministração da Palavra. Mas o Espírito não me deixava confortável. Parecia me empurrar para frente.

Sentia que Deus queria cavar mais fundo, pois eu havia dado toda liberdade ao Espírito para me dirigir. Parecia carro velho, onde parava eu pregava.

Fui fazer uma visita à Assembléia de Deus, creio que o ministério do Belém, perto de casa. Deus falou muito comigo, mas foi apenas uma visita. Os usos e costumes foram a razão de minha não permanência por lá. Minha ‘ex’ teria que mudar o ‘look’ e achávamos que não era por ai. Ainda não era casado, apenas namorávamos e ela morava no Jaguaré, razão pela qual passava algumas vezes na semana pela estação de trem de lá.

Nesta estação trabalhava um irmão ‘fogo puro’ chamado Gessi. Quando começamos a conversar ele me disse que era da Congregação Cristã no Brasil e eu disse que era da Renascer em Cristo. Nossa amizade foi se tornando cada vez mais profunda. Este irmão era daqueles que só de olhar em seus olhos começa a profetizar. Deus falava muito comigo através dele, dava até aflição. Ele, no meio da conversa e do nada me olhava, parava e dizia: ‘É varão...’ ficava em silencio por uma fração de segundo e eu sabia que vinha bomba. Ele nem falava ‘assim diz o Senhor’. Falava em primeira pessoa: ‘Eu vou fazer tal coisa em tua vida amanhã’. A parada acontecia do jeito que ele falava, fora fatos e dúvidas que se passavam em meu íntimo e que Deus revelava a ele.

Em nossas conversas, um belo dia estávamos falando sobre nossas igrejas ele fez um convite para eu ir visitar a Congregação onde ele congregava (me perdoe pela aparente redundância). Aceitei o convite e fui com a minha ex no sábado. Ele nos recebeu na estação de trem de Carapicuíba (sim, é longe pra caramba, como diria o Jota Quest) e nos levou à casa dele. Apresentou-nos seus amigos, familiares, irmãos e fomos ao primeiro culto. Deus falou demais. Demais. Demaaaaaaaaiiiiiiiisssss. Foi maravilhoso, me batizei nas águas (já era batizado, mas Deus me quebrou as pernas lá), a ex também. Voltamos do culto e fomos para a festa de noivado da filha dele. Muito guaraná e salgadinho, bolo e docinhos. Conheci mais irmãos, me senti em casa. Orávamos, louvávamos. Rolou umas profecias dizendo que não era para eu me casar com a Rosi, rolou uns papos fortes sobre doutrina (ela estava de calça de moleton), um monte de coisa. A mesma irmã que falou da maneira de se vestir foi tomada por Deus e usada para ministrar sobre a vida dela. Ela foi batizada no Espírito Santo aquela noite. No fim da festa rolou até um ‘pega-pra-capá santo’: Os irmãos ‘cheios do espírito (com ‘e’ minúsculo mesmo), começaram a quebrar disco de musica secular, televisão, garrafa de bebida... Até eu entrei na ‘unção’ do ‘vâmo quebrá tuuuddoooo’ e joguei uns discos do Raul Seixas pela janela, aff...

No dia seguinte, depois de mais algumas visitas a outras ‘Congregações’ nas redondezas (foi uma ‘imersão’ o que fizeram conosco), nosso irmão nos levou até a estação de trem e nos perguntou se gostaríamos de nos tornar membros da Congregação. Decidimos que sim, pois havia sido diferente de tudo o que tinha acontecido até então, mesmo pagando o preço de termos que mudar drasticamente nosso estilo de vida, devido aos usos e costumes desta denominação.

Agora que o bicho pega: Tomamos o trem em Carapicuíba e vínhamos conversando sobre tudo o que tinha acontecido naquele fim de semana. É importante frisar que estávamos conversando baixo. O trem não tinha muita gente. Um rapaz que estava sentado no outro extremo do vagão se levantou, veio até nós e pediu licença para conversar. Ele aparentava ser um cara normal, não demonstrava ser algum bandido. Concordamos e ele sentou-se ao nosso lado. Apresentou-se (na verdade não lembro o nome) e perguntou: ‘vocês são crentes?’ Estávamos à paisana, nem Bíblia estava à mostra. Dissemos como o pessoal da Congregação dizia: ‘pela graça e misericórdia de Deus, SIM’. Ele perguntou: ‘de que igreja?’. Respondi, cheio de orgulho: ‘somos da Congregação Cristã no Brasil’. O rapaz arregalou o olho e disse: ‘Aahhhhh.... com vocês eu não posso não!’

Pausa na cena, ‘a lá Matrix’. Inspire, respire...

Eu olhei pra ele e já o chamei pelo nome: ‘diabo, você de novo...’ e já fui querendo expulsá-lo, pra variar. Ele disse para mim: ‘calma, não vou fazer mal nenhum a vocês. Na verdade eu MORRI EM 1967 e estou aqui apenas para conversar um pouco’. Era ele mesmo, o rabudo. Continuamos ‘conversando’ (entenda: ele falava e eu ficava ordenando que ele se fosse, em nome de Jesus) até que ele se levantou e desceu em uma estação.

Assim que ele desceu, me virei para a Rosi e disse: Você viu só como ele ficou quando dissemos que éramos da Congregação? Ele disse que conosco ele não tinha poder nenhum! Agora sim, estamos na igreja certa!

Levei-a em casa e nos sentamos na calçada por um momento para conversar a respeito de tudo o que iríamos fazer dali para a frente. Meu amor por Deus era (e é) tão grande que estava disposto a tomar a direção que Deus desse para minha vida, para meu ministério. Nisso, o vizinho começou a reclamar que estávamos sentados na frente do portão dele. Nos levantamos. Afinal de contas, éramos servos do Altíssimo e não deveríamos ficar sentados no chão. Meu coração estava cheio de orgulho pela ‘descoberta’ da igreja certa.

No dia seguinte pela manhã, estava indo para o banco (trabalhava na Nossa Caixa). Abri minha Bíblia ao acaso e comecei a ler. Não gosto de brincar com a Bíblia, como se fosse uma caixinha de promessas, mas não há como negar que de vez em quando Deus fala SIM desta maneira conosco. Ela se abriu em Gálatas, e comecei a tomar um tapão atrás do outro:

Gl 1:6-12 - Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens; porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado; mas o recebi por revelação de Jesus Cristo...

A cada linha que eu lia ficava mais e mais tenso. Será que ‘era Deus’? Será que era coincidência? Será que o diabo tava tentando me enganar? Continuei lendo. Caía em trechos falando assim:

Gl 2:3-7 – Mas nem mesmo Tito, que estava comigo, embora sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se; e isto por causa dos falsos irmãos intrusos, os quais furtivamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos escravizar; aos quais nem ainda por uma hora cedemos em sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. Ora, daqueles que pareciam ser alguma coisa (quais outrora tenham sido, nada me importa; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me acrescentaram; antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão...

Lia e chorava... Cada linha escrita pulava em minha cara. Viva e pulsante... Não era possível! Tinha acabado de sair de um final de semana maravilhoso perante Deus e havia decidido mudar totalmente minha trajetória. Tinha aceitado servir ao Senhor, mesmo sob uma doutrina pesada, cheia de regras, por amor ao Senhor! Peguei meu filho Isaac – minha LIBERDADE – e coloquei no altar em sacrifício. A presença do Espírito Santo era muito forte. Li mais e mais em Gálatas e entendi que não era aquilo o que Deus queria de mim... Abri em outro trecho da Bíblia. Meu queixo caiu mais ainda:

Cl 2:4 – Digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas...
Cl 2:8 – Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo...
Cl 2:16 – Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados...
Cl 2:18 – Ninguém atue como árbitro contra vós, afetando humildade ou culto aos anjos, firmando-se em coisas que tenha visto, inchado vãmente pelo seu entendimento carnal...


Estava desesperado e ao mesmo tempo aliviado... O Espírito continuava derramando seu bálsamo:

Cl:2-20-23 – Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne.

Era Deus e era comigo. Sei que toda Palavra é Deus, mas ali era direto para aquele assunto. Bati o martelo: Não ficaria na Congregação.

Encontrei-me no final do dia com meu irmão Gessi e ele perguntou se poderia me levar para ser apresentado em ‘minha comuna’, que significava a igreja próxima à minha casa. Eu respondi: 'NÃO, pois não teria como servir a Deus sob a doutrina da Congregação.' Ele caiu pra trás. ‘Depois de tudo o que Deus falou com você lá em casa neste final de semana você NÃO QUER ser apresentado na minha igreja?’ Respondi: ‘Não meu irmão, e você não sabe da metade do que Deus falou comigo DEPOIS deste final de semana!’ E expus as passagens da Bíblia a ele. Como ele é de Deus, por mais que tivesse ficado contrariado, entendeu. Relutou um pouco mas entendeu. Eu disse a ele exatamente as coisas que escrevi entre uma passagem e outra. Meu ministério era um, o dele era outro.

Por outro lado, depois disso tudo, fiquei sem chão. Apresentava a Deus minha angústia por não ter ainda encontrado A IGREJA onde serviria a Deus. Visitava uma aqui, outra ali... Chorava muito a respeito disso. Sabia que tinha que estar sob a autoridade pastoral. E o Espírito sempre me lembrava de uma passagem das Escrituras: ‘O filho do homem não tem onde reclinar a cabeça’...

Nesta época freqüentava assiduamente o Instituto Cristão de Pesquisas, que na época era presidido pelo grande Pr. Paulo Romeiro, que até hoje tem minha grande admiração e respeito. Benção pura, como diria o Pr. Jabes Alencar...

Ia lá direto pois, como tinha sido muito usado pelo inimigo antes de minha conversão, vivia no campo de batalha espiritual, evangelizando pra tudo quanto era tipo de seita, e o ICP era o local onde conseguia muito material para evangelismo e estudo.

Um dia apresentei esta minha necessidade de encontrar uma igreja sadia, que não fosse nem ‘farra do boi’ nem legalista demais. Equilibrada e santa. O Pr. Paulo Romeiro então, após perguntar onde eu morava, indicou a Assembléia de Deus Betesda, de seu amigo pessoal, PR. Ricardo Gondim.

Daí pra frente foi só alegria...

Para finalizar, gostaria de comentar uma coisa: A Congregação é uma benção para quem sente que lá deve servir a Deus. O Corpo de Cristo tem vários membros, todos com sua importância. A astuta intenção diabo, ao usar aquele homem no trem e dizer através dele que não podia lutar contra mim pelo fato de agora (naquela época) eu ser um crente da Congregação Cristã no Brasil, era apenas de me engessar, me imobilizar e fazer com que eu não desse todos os frutos que Deus queria que eu desse. Lá eu teria que lidar com usos e costumes, e assim esfriaria da fé ao cuidar do ‘não fazer isso, não comer aquilo, não vestir isso, não olhar para aquilo’. O orgulho que entrou em meu coração após aquela investida do diabo já deveria ter sido o suficiente para eu notar que tinha algo errado. Satanás é um exímio estrategista, capaz de sacrificar umas peças para ganhar o jogo no final. Não podemos menosprezar suas estratégias sórdidas.

Agora véio, a parada é sinistra!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Os trens assombrados da linha Osasco x Jurubatuba, parte 1




Em minha busca por Deus, bati em várias portas. Cisquei o budismo, consultei cartomantes, búzios, cartas de tarot, brinquei com o satanismo, fiz mesa ouija, fui católico, kardecista, umbandista... cheguei a ser filho de santo, misericórdia. Quando tive meu encontro pessoal com Jesus Cristo em 1993 larguei tudo isso. Saí com várias cicatrizes, mas, como diria Paulão: ‘onde abundou o pecado, super-abundou a Graça’. Minha conversão merece um capítulo a parte. Qualquer dia conto como foi.

O que estava me lembrando agora na verdade foi que em cada caminho que eu entrei eu o fiz com muita sinceridade e, baseado nisso, sempre arrastei muita gente comigo. Quero falar de uma pessoa em especial, mas prefiro não mencionar o nome dela. ‘Chamá-lo-ei’ de ‘Tief’ (alguns vão matar a charada).

Sempre o encontrava na casa de seus primos. Falávamos de música, de mulheres, jogávamos truco a tarde inteira, saíamos de vez em quando, íamos jogar bola no Parque do Ibirapuera, tomar nossas cachaças... Às vezes as conversas ficavam sérias. Falávamos sobre assuntos espirituais também. Quando comecei a freqüentar a macumba uma das coisas que mais me impressionou foi que de fato o pessoal realmente conseguia ver o passado e prognosticar algumas coisas do futuro. Mas só viam a podreira, que fique bem claro. Quem fala que isso não funciona não sabe do que está falando. Lógico que há alguns charlatões no meio, mas a porcaria funciona de verdade. O problema é o preço que você paga. Aí que o bicho pega, literalmente.

Falei com o Tief a respeito do local que estava freqüentando e ele ficou super interessado em conhecer. Levei-o lá e a filha de santo que ‘tirava as cartas’ descascou a vida dele. Ele ficou impressionadíssimo e começou a freqüentar mesmo sem minha companhia. Ele também tinha a mesma sede por Deus que eu e estava tateando no escuro à procura da Luz. Se envolveu até o pescoço no batuque. A mãe dele pegou ódio mortal de mim naquela época.... não tiro a razão dela.

Uma vez fomos passar uns dias em uma colônia de férias no litoral paulista. Numa noite estávamos andando na praia quando vimos uma sessão espírita acontecendo. Aproximamos-nos para ver melhor e tinha um rapaz literalmente ‘virado num demônio’. Não lembro o nome da entidade que ele disse que estava incorporado. Nem importa. Ele estava com uma garrafa de pinga na mão e nos ofereceu. Tomamos metade da garrafa com ele enquanto ele dava a ‘consulta’ para nós e fomos embora. O impressionante é que não ficamos nem um pouco alcoolizados. Misericórdia.

Passados um tempo, dois tempos e metade de um tempo (como diria Daniel, rerê...) eu já tinha tido meu encontro pessoal com Jesus Cristo e estava voltando de trem do Jaguaré para Santo Amaro. Passando os olhos pelo vagão encontrei o Tief sentando em um banco. Como eu o tinha levado para o ‘saravá’ eu me sentia culpado pelo estrago que havia feito. Sentei-me ao seu lado e começamos a conversar. Falei que tinha me convertido e, para minha surpresa, ele também tinha tido seu encontro pessoal com Jesus. Ficamos muito felizes um pelo outro e vínhamos conversando a respeito da obra de Deus em nossas vidas.

Em um determinado momento um rapaz que estava sentado em um banco próximo se levantou e colocou o dedo em minha cara dizendo: ‘Vocês pensam que vão sair do meu caminho assim de graça?’ Identificamos na hora que se tratava de um demônio utilizando a vida daquele rapaz. Eu nem lembro exatamente o que eu respondi. Só lembro que ele do nada me deu um tapa na cara, ao mesmo tempo em que fazia um monte de ameaças contra nós dois, pelo fato de termos abandonado a macumba.

Levantei-me e tentei mantê-lo afastado de mim. O Tief também se levantou. Ele me deu outro tapa. Desta vez eu me esquivei. Ele blasfemava contra Deus e tentava me acertar. Eu falava de Deus e me esquivava. Chegou num ponto que eu perdi a paciência. Peguei-o pelo colarinho e o derrubei no chão. Joguei-me sobre ele e, quando ia dar um murro em sua cara, olhei em seus olhos e brequei o golpe. Levantei-me e gritei: 'Você é louco cara? você é louco? Desce deste trem agora!’ Ele não respondeu nada. Apenas levantou-se e desceu. Olhei ao redor e vi que todo mundo que estava no vagão estava colado em seus bancos olhando a cena toda, apavorados.

Ele se foi.

Aquele trajeto Jaguaré/Santo Amaro era freqüente para mim. Depois do ocorrido, sempre que ia pegar aquele trem eu olhava para ver se aquele rapaz estava dentro do vagão que eu ia pegar. Podia ser que, se ele me encontrasse novamente, tentasse se vingar.

Um dia eu o encontrei. Quando o vi, estranhamente não senti medo nenhum. Eu o olhei de cima a baixo. Ele se vestia com roupas bem velhas e carregava uma bolsa dessas de carregar roupas de bebê. Tive muita pena dele. Ele me viu e não me reconheceu. Chegando à Estação Largo 13, eu me levantei para descer e ele também. Passei bem perto dele e perguntei: 'você lembra de mim?' Ele respondeu que não. Fiquei com ódio do diabo. Então falei: ‘Jesus te ama’. Ele me olhou, deu de ombros e desceu.

Impressionante como o diabo é sujo. Usou a vida daquele rapaz, que estava lá como um fantoche no dia que estava falando das maravilhas de Jesus com meu amigo Tief. Tentou nos amedrontar, nos ameaçou para que desistíssemos de continuar no Caminho. O tiro saiu pela culatra. Após minha conversão, varias outras vezes encontrei o inimigo pelo caminho, mas nada seria capaz de me fazer desistir de Jesus Cristo.

Atualmente meu brother Tief é pastor de uma Igreja das quais já freqüentei. Glória a Deus por isso. Eu sigo neste ministério itinerante, como agente secreto de Deus (sei que tem gente que não concorda com isso), catando um aqui, outro ali, levando a Verdade da maneira que o Espírito Santo me dirige a fazer. Como diria Raul Seixas: Pastor João, e a Igreja invisível...

Ainda tenho muito a falar sobre isso...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Porcos na sala


Estávamos visitando o Silvio e a saudosa Vilma, meus ex-cunhados, no interior do Paraná. A cidade se chamava Vila Alta. Nem sei se era mesmo uma cidade. Acho que era um distrito de Xambrê, próximo de Icaraíma , ou vice versa, sei lá. Agora sim vocês se localizaram melhor, certo? Resumindo, longe pra cacete. Era um local muito gostoso, cidade pequena, ‘de primeira’ como costumam dizer. Se engatasse a ‘segunda’ já estava fora da cidade...

Sempre que íamos ao interior do Paraná o pessoal tinha que fazer uma correria para arrumar colchões emprestados para dormirmos. A mulherada tinha ido à casa de uma vizinha ‘negociar’ os colchões enquanto eu e o Silvio ficamos em casa tomando cerveja e colocando a fofoca em dia.

No início da noite fomos até a vizinha para pegar o colchão. Chegando lá, nos apresentaram a dona da casa e sua filhinha, que devia ter no máximo uns sete anos de idade. Sentamos à mesa, ela nos ofereceu algo para beber (café, suco, não me lembro) e ficamos batendo papo.

Eu não estava muito à vontade. Ninguém acredita, mas sou muito tímido. Sorte que o pessoal do Paraná é super simpático e te recebe muito bem. Enquanto conversávamos, comecei a notar que a dona da casa falava toda hora sobre o pavor que ela tinha da filha dela ficar doente. Toda hora falava algo como ‘porque se minha filhinha ficar doente eu não sei o que faço’, ou ‘ah, se ela ficar gripada eu isso’, ‘se ela pegar um sei lá o quê eu fico aquilo’...

Naquela época eu tinha acabado de ler um livro chamado Porcos na Sala, que fala sobre possessão demoníaca. Este livro falava sobre alguns processos de identificação de casos de possessão e libertação meio fora do padrão, digamos assim. Muitos criticaram este livro. Eu sou da turma do ‘provai de tudo e retém o que é bom’. A medida que aquela mulher falava eu comecei a discernir em meu espírito que aquele medo era muito além do que preocupação. Olhei nos olhos da mulher e vi que tinha algo de errado naqueles olhos. ‘Olhos insanos’, como diria o Nenhum de Nós em ‘Camila Camila’.

Ela também me olhou nos olhos e daí pra frente foi mais forte do que eu. Tudo foi em uma fração de segundo: olhando fixamente nos olhos dela, no meio da conversa (e aparentemente do nada) eu ordenei: Demônio maldito, você tem trazido pânico nesta mulher, ameaçando trazer doença sobre a vida da filha dela. Saia agora, em nome de Jesus!

Ninguém acreditou no que aconteceu: Ela deu um grito, teve algo parecido com uma ânsia de vômito, cuspiu algo nojento, como um fio de saliva muito longo, mas de uma cor estranha. Jorrou longe. Ela começou a chorar convulsivamente. Abraçamos ela e ela aos poucos se acalmou. Clamei pelo Sangue de Jesus em sua vida e na vida de sua família, apresentei Jesus como Senhor e Salvador, ela orou junto a nós todos.

Ali ela foi liberta. Isso já faz mais de 10 anos. Pouco tempo atrás tive notícias dela, dizendo que hoje ela estava firme na presença de Jesus e que a filhinha dela estava muito bem.

Nosso inimigo é muito sujo. Que o Espírito de Deus nos dê discernimento para estarmos atentos às astutas ciladas do diabo.

Loucura loucura loucura....

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sonhei, parte 1


Há alguns anos atrás, sonhei que estava levando minha ex-esposa no ponto de ônibus pela manhã (sonho de pobre é uma merda). No meu sonho, assim que ela pegou o ônibus, veio logo atrás outro ônibus indo para Itapecerica da Serra. Por alguma razão, eu dei sinal. Subi no ônibus e fui até o final da linha. Ao chegar lá comecei a andar pela cidade, mas não era Itapecerica, e sim São Vicente, litoral paulista. Fui andando em direção à Ilha Porchat. Gostava muito de São Vicente naquela época..

Andando pelas pedras vi um homem de joelhos. Parei ao seu lado e vi que ele estava chorando. Coloquei minhas mãos sobre sua cabeça e comecei a ministrar sobre a vida dele. Quando fiz isso eu acordei com o despertador. Sonho louco, pra variar.

Levantamos, tomamos café e fui levá-la ao ponto. Ela pegou o ônibus e adivinha: logo atrás vinha um Itapecerica da Serra. Por impulso dei sinal e subi. Estava encanado com o sonho, queria ver o que ia acontecer.

Cheguei ao ponto final e comecei a andar. Andei, andei e nada acontecia. Fiquei por lá meia hora batendo perna. Decidi voltar para casa.

Peguei um ônibus de volta e desci no Vila Remo. Ao passar em frente a uma padaria tive a impressão de ter ouvido alguém fazendo ‘psiu’, mas não deveria ser pra mim. Continuei andando e ouvi novamente o ‘psiu’, desta vez mais perto. Parei e olhei para trás. Era um homem de uns 40, 45 anos, roupas simples. Ele chegou perto de mim e disse: ‘Você não me ouviu te chamando não?’ Aquilo me irritou. Respondi ‘quem me conhece me chama pelo nome, não olho pra ‘psiu’. O que você quer?’

Ele me disse: ‘Não te conheço mas te vi passando pela porta. Quando você passou uma voz falou ao meu ouvido “chame ele e peça para ele orar por você”. Por isso te chamei.’

Me arrepiei todo. Perguntei: ‘Você é cristão?’ Ele respondeu ‘não, mas ore por mim’.

Me lembrei do sonho, do homem de joelhos e não pensei duas vezes. Coloquei a mão sobre a cabeça dele e comecei a orar. Dizia ‘Deus, em nome de Jesus, toma a vida deste homem em suas mãos...’ Nisso ele começou a tremer e caiu de joelhos. Ele, chorando, me perguntou: ‘moço, que poder é este que você tem?’ Respondi: ‘Eu não tenho poder nenhum, mas Deus, em nome de Jesus, tem todo o poder sobre os Céus e a Terra.’ Um monte de gente passava por nós, mas não estava nem aí. Obedecer é melhor do que sacrificar, como diz a Palavra...

Enquanto eu orava ele chorava e tremia. As pessoas que passavam não entendiam nada. Clamei pela vida dele, pela sua salvação, pela família. Quando acabei de orar ele me disse, com os olhos cheios de lágrimas: ‘Moço, eu estava na padaria tomando pinga com um amigo meu (eram 8 horas da manhã!) e de lá nós iríamos para os cinemas da Av. São João. Iríamos passar o dia assistindo filmes pornográficos. Agora não vou mais. Vem aqui, quero que você ore pelo meu amigo, ele precisa disso que você me fez.’

Entramos na padaria. O outro homem, visivelmente perturbado, ao me ver se encostou no balcão e gritou: ‘Eu não quero nada com você não, vai embora!!!’ O amigo dele replicou: ‘Fulano (não lembro dos nomes deles, para variar), ele orou por mim, quero que ele ore por você!’, mas ele fugia de mim. Fui até a direção dele e peguei em sua mão, mas senti que o que tinha que acontecer já tinha acontecido. Sem fazer julgamentos, mas era para orar só pelo primeiro rapaz. Disse apenas ‘Fica com Deus’ e me voltei para o outro.

Ele me pediu, olhos cheios de lágrimas: ‘Meu amigo, quero que você vá até minha casa e ore por todos que estão lá. Eles estão precisando de Deus’. Falei: ‘Então vamos agora!’ Ele replicou: ‘Não, é melhor que você vá no sábado.’ Ele então me passou o endereço e me mostrou ao longe onde era mais ou menos.

Fui para casa e, à medida que se aproximava o sábado, confesso que fui ficando cada vez menos à vontade para ir à casa dele. É aquela história do ‘panela suja se lava quente’.

Chegou o sábado. Peguei o papel com o endereço, minha Bíblia e fui procurar o endereço. Perguntei pra um onde era a rua, não sabia. Perguntei para outro. Não sabia. Andei uns 10 minutos e confesso que fui ficando aliviado por não encontrar o endereço que ele me passou. Existem situações que tem que ser resolvidas na hora. Voltei para casa com um peso enorme na consciencia.

Na época me condenei muito por não ter insistido em ir no mesmo dia nem de não ter ficado mais tempo procurando a casa dele. Hoje eu entendo que a parada era com ele. O sonho, o ônibus, o andar pelas pedras, o encontro, a oração...

Acredito que não devo ter sido o primeiro a ministrar sobre a vida dele, nem muito menos o último.

Não acho que pisei na bola...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O mar estava lindo



Quarta-feira passada fui à praia a noite. Apesar de estar a apenas dois quarteirões da praia, faziam três semanas que eu via o mar apenas pela janela do ônibus no trajeto casa-trabalho-casa / casa-igreja-casa ou pela sacada da academia.

Estava ficando agoniado. Aquela belezura toda estava lá e sentia que Deus queria ter um particular comigo, como vínhamos tendo desde que mudei para o Recreio dos Bandeirantes. Aquela praia vem sendo meu monte de oração, um dos lugares onde tenho tido mais comunhão com Deus.

Após acabar minha série na academia voltei para casa, tomei banho, peguei uma garrafa de vinho e fui com a Cilene até lá, meio que no piloto automático.

Sentamos nos banquinhos que fazem divisão entre a calçada e as pedras da praia, próximo ao moinho de vento do Posto 12. A Lua estava linda. A água refletia a luz da Lua como nunca tinha visto antes. Parecia até que a água estava suja de óleo, pois o reflexo da luz fazia com que as ondas ficassem prateadas. Só vendo.

Abrimos o vinho e entre um gole e outro comecei a falar com Deus de uma maneira muito direta. Meu coração doía muito, estava quebradinho. Senti-me como o rei Davi nos Salmos. Escancarei minha alma, me derramei na presença dEle.

Expus minha dor, pedi que Ele agisse. Com ousadia falei a Deus que acima de tudo o que mais queria era que seu filho Jesus voltasse logo, pois queria muito que todo o cansaço e dor acabassem. Apresentei outra opção: A cura de minha mãe. Quase trinta dias em coma, toda entubada. Eu como filho não achava que ela merecia passar por tudo aquilo. Pedi para que Ele fizesse com que minha mãe acordasse bem, tirasse o tubo e se levantasse. Eu chorava muito, mas estava confortável na presença de Deus. Senti que Ele queria que eu fizesse o que eu estava fazendo.

Pedi também a Ele que, caso nenhuma das alternativas acima fossem as melhores, que Ele desse à minha mãe um descanso para todo aquele sofrimento.

Senti que Deus estava sentindo minha dor.

O mar estava lindo. Voltei em paz para casa.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Deus É AMOR!


Costumo ouvir muitas pessoas dizerem que as coisas que acontecem estão escritas. Muitos dizem perante uma tragédia que Deus quis que aquilo fosse daquela maneira. Morre uma pessoa e falam ‘a meu filho, não fique triste, Deus quis assim’...

Sinceramente este não é o Deus que eu creio. Não é o Deus da Bíblia. O Deus que eu creio não criou a morte nem a dor. Ele criou o mundo perfeito e nós humanos é que bagunçamos tudo. Temos controle de nossos atos mas não temos controle das consequências. Colocamos engrenagens em movimento que levam as coisas para direções que não esperamos.

Alguns podem dizer então: ‘Como se explica que uma criança nasça sem cérebro e viva apenas 23 segundos após o parto? Ela teve tempo de pecar?’ ou ‘Por qual razão um Airbus A310 com 153 pessoas cai no Oceano Índico e apenas uma criança de 14 anos sobrevive, um A320 cai no Rio Hudson e todos sobrevivem graças à perícia do piloto e um A330 cai no Atlântico e todos os 228 passageiros e tripulantes morrem?’ Será isso alguma praga lançada por algum concorrente da Airbus? Será que o diabo deixou de vestir Prada e agora está vestindo a prata de uma fuselagem? Aquela criança de 14 anos não era mais santa do que as outras 152 pessoas que morreram. No avião do Rio Hudson não havia 151 eleitos de Deus, com uma missão que somente eles poderiam cumprir na Terra. Muito menos o A330 caiu pelo fato de ter um argentino entre os passageiros (foi mal... desculpe).

Deus está cochilando enquanto isso acontece? Tem gente que diz que Deus criou o mundo e deu corda, agora assiste ele andar sozinho, até que tudo acabe. Não é isso. Com certeza não. Alguns dizem que Ele pode tudo mas não ama a humanidade o suficiente para intervir. Outros dizem que até que Ele ama, mas é impotente para agir. Tudo isso é besteira. Ele pode tudo, mas não chantageia seus filhos, vinculando bom comportamento ou vilania humana ao seu ato de intervir ou não.

Nosso Deus é eterno, onipotente, onipresente, onisciente e – acima de tudo, ele é AMOR.

Por ser Eterno, ele não está preso à nossa medida de tempo ‘kronos’. Ele vive no tempo ‘kairos’, o tempo pleno, de onde Ele vive a eternidade. Não há ontem, hoje nem amanhã para Deus.

Nosso Pai é onipotente. Tudo se criou através de sua Palavra. Ele disse 'haja' e ouve. Não há nada que Ele não possa fazer.

Ele é onipresente e acompanha todos os fatos. Da formiga andando em uma pedra no interior da floresta amazônica às últimas noticias da CNN. Acompanha e não se mete. Onisciência é quase que um atributo natural pelo fato de ser eterno e estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo.

Mas o mais impressionante na Pessoa de Deus é o AMOR. Deus é amor. Amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera. Este amor fez com que Deus criasse o homem para se relacionar com Ele, mas não criou apenas os bonzinhos, deixando os malzinhos na forma por não terem correspondido às Suas expectativas. Colocou no mundo o bebê acéfalo que viveu 23 segundos da mesma maneira que colocou Hitler. Todos com as mesmas chances. Todos amados desde a formação. O ponto é que Deus, em sua onisciência, já sabia que um não sobreviveria e o outro seria responsável pelo massacre de 6 milhões de judeus.

Eu vejo em tudo isso o tamanho da grandeza de Deus. Grandeza de caráter, grandeza de amor. Eu não serviria a um Deus que me chantageasse com o bem. Eu não respeitaria um Deus que coloca somente os bons em campo. Isso seria coerção. Servir a Deus seria a única escolha sábia a ser feita, afinal de contas, seria o melhor investimento.

Sirvo a Deus pois Ele me dá a opção de não servi-lo. É esta a razão de sermos espetáculo para os anjos e demônios. Sirvo a Deus, independentemente do que ele faça ou deixe de fazer por mim. Deus se fragilizou e se expôs ao limite quando nos criou. Tornamos-nos a maior aposta de Deus. Somos a prova que Deus precisava para mostrar ao diabo que é possível sim amar a Deus, independente de circunstâncias. Até a não destruição do diabo é um fato que prova o tamanho do caráter de Deus. Se Ele tivesse esmagado a serpente já no Jardim do Éden, hoje seríamos meros fantoches, amedrontados com a fúria de um Deus que não sabe conviver com ninguém que pense ou aja fora de seus padrões.

Crianças sem cérebro continuarão a nascer, monstros continuarão a dizimar povos e nações, aviões continuarão a cair. Mas haverá o dia em que Deus limpará de nossos olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas serão passadas (Ap 21-4) Chegará o dia em que a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados (1Co 15-52). A morte e o inferno serão lançados no lago de fogo (AP 20-14) Chegará o dia que se cumprirá a Palavra que está escrita: ‘TRAGADA FOI A MORTE NA VITÓRIA. ONDE ESTÁ, Ó MORTE, O TEU AGUILHÃO? ONDE ESTÁ INFERNO, A TUA VITÓRIA? (1Co15:54-55)

Maranata! Ora vem Senhor Jesus!!!!!!!!!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dedos



Há momentos em nossas vidas que temos que seguir nossos próprios conselhos. No momento estou me lembrando de uma ilustração que eu mesmo criei.

Costumava fazer isso para os outros. Agora estou fazendo comigo. É bobeira, mas funciona mais ou menos assim:

Incline a palma de sua mão para cima. Olhe no centro. A palma de sua mão é você.

Olhe seus dedos. A não ser que você seja geneticamente ligado ao presidente ou tenha sofrido algum acidente, você tem 5 dedos em cada mão. O polegar, o indicador, o médio, o anelar e o mínimo estão ai, ao redor de sua mão. A palma da mão em si não tem muita utilidade sem eles. Os dedos sem a palma não tem como fazer nada. Eles são como as diversas áreas de nossa vida, os fatos que nos cercam no dia-a-dia.

Na verdade deveríamos ter muito mais dedos nas mãos para ilustrar o que costumo dizer. Você pode nomear seus dedos da forma como você quiser. Nossa relação com Deus, nosso cônjuge, nossos filhos, nossos pais, nossos parentes, nossos amigos, nosso trabalho, nosso lazer, nossas finanças...

Quando uma área de nossa vida sofre algum ataque, quando algo ameaça ruir, quando um parente está doente, quando perdemos a pessoa amada ou nosso emprego, quando nosso time perde a final, quando sentimos que vamos submergir em uma determinada área, não podemos fazer com que ‘esse dedo’ que está ‘caindo’ derrube os demais. Um serve de apoio ao outro. Você no centro tem que coordenar as forças e tentar manter todos os demais em pé. Não podemos fazer com que o sistema todo de nossa vida entre em colapso pelo fato de uma área estar sofrendo.

Nesse momento estou vivendo alguns ataques pessoais. Minha mãe está em coma por um AVC a mais de vinte dias, internada em um hospital em São Paulo. Moro e trabalho no Rio de Janeiro a quase um ano. Pedi licença aos meus diretores, fui para lá e fiquei o tempo necessário para conseguir a transferência de hospital e dar apoio à minha família. Não me deram mole, tinha que entrar em meus emails a todo o momento para ver o que estava acontecendo. Não posso jogar meu trabalho fora nem deixar de pagar minhas contas. Fiquei o período que julguei ser necessário. Fui muito criticado por alguns. É difícil, você fica rasgado por dentro, mas tem que confiar em Deus para que venha a cura.

Estava com muita dor nas costas (agora dói muito menos). Fui ao médico, fiz uma ressonância magnética e descobri que estou com uma hérnia de disco. Não vou parar de trabalhar. Não vou deixar de fazer musculação. Adaptei tudo o que vinha fazendo para conviver com a dor enquanto começo minhas sessões de RPG.

Muitos podem ser os exemplos de situações que acorrem no nosso dia-a-dia. Mas nada pode te fazer parar. Principalmente pelo fato de estar na presença de Deus e saber que Ele está no controle de tudo. Conforta-me saber que a Palavra diz que não cai um só fio de cabelo de nossas cabeças sem o consentimento de Deus. É maravilhoso saber que na vida de Jó, satanás só pode tocar com autorização de Deus.

Fico triste em ver pessoas jogando tudo em sua vida fora pelo fato de uma área ter caído ou ter sofrido ataque.

Não desista nunca de sua vida, não abandone seus objetivos, não deixe de sonhar, não seja fraco, não seja frouxo. Segure o touro pelo chifre, pois senão ele te derruba.

Cheguei até aqui hoje baseado neste conceito. Glória a Deus por Ele não ter permitido que eu desistisse.

Continue crendo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Salvo da Perfeição, Glória a Deus por isso!


Pessoalmente demorei mais de 15 anos para assumir minha natureza caída e entender que tem sido neste terreno cheio de podridão que tem brotado os melhores frutos do Espírito em minha vida. Quis ser santarrão, enfiei a Bíblia na goela de muita gente (inclusive na minha), expulsei demônios no tapa, fiz campanhas e vigílias, votos que não fui capaz de cumprir, outros que me custaram o emprego e alguns bens pessoais, cantei hinos que me deixavam com a consciência pesada por não viver o que saía de minha boca. Quase tudo em vão...

Tive todos os motivos do mundo para não querer continuar minha caminhada no meio dos evangélicos. Caminhei muito no deserto, inúmeras orações não respondidas, momentos de agonia, solidão, fome e sede espiritual. Vi meus castelos desmoronarem, fiquei sem chão, fui ridicularizado pela minha persistência em crer, mesmo contra as evidências.

Por outro lado recebi muitas bênçãos. Curas, portas de emprego, aumentos de salário, unção, salvação. Só me faltava discernimento, equilíbrio. Jesus falou ‘minhas ovelhas conhecem a minha voz, elas me ouvem e me seguem’... ‘ter um contato com o Criador do Universo’, como diria o Brother Simion. Não tinha jeito, conhecia a Voz e não conseguia nem queria fugir dEle. Quando Ele fala eu obedeço, se for profetada de homem, tomo muito cuidado.

Hoje não gosto de ser rotulado como evangélico. Aprendi a conviver harmoniosamente com os católicos, homossexuais, macumbeiros, chefes de milícia, prostitutas... Antes eles se afastavam de mim e eu muito mais deles. Só chegava para dar ‘surra de Bíblia’ e falar da condenação eterna. Hoje eu os ouço e eles me ouvem. Hoje eles ficam mais a vontade em abrir seus corações, expor suas dúvidas em relação à Deus... Tomam cerveja comigo, choram ao ouvir algo sobre o que Jesus tem feito em minha vida... Sinceramente não acho que estou no caminho errado.

Sentar à mesa dos escarnecedores a meu ver é muito mais do que fazer isso literalmente. É ter comunhão profunda com seu estilo de vida e isso eu não faço. O que tenho feito hoje é ‘não perder minha audiência’, como disse uma vez o Gondim.

Se faz necessário agir como judeu para ganhar os judeus, como sem lei para ganhar os sem lei, como fraco para ganhar os fracos, de todas as formas para por todos os meios chegar a salvar alguns. Isso não é coisa da minha cabeça, foi Paulo, o apóstolo dos gentios quem falou.

Jesus também chutou o balde em Mateus 11:1 - 16-19. Este merece ser colocado aqui:

'E ACONTECEU que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles...
...Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros, e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.
PORQUANTO VEIO JOÃO, NÃO COMENDO E NEM BEBENDO, E DIZEM: TEM DEMONIO.

VEIO O FILHO DO HOMEM, COMENDO E BEBENDO, E DIZEM: EIS AÍ UM HOMEM COMILÃO E BEBERRÃO, AMIGO DOS PUBLICANOS E PECADORES. MAS A SABEDORIA É JUSTIFICADA POR SUAS OBRAS.'

Em outras palavras: SEMPRE vão questionar você e sua fé. Se você não faz ‘nada de errado’ é esquisito, se você come e bebe é pecador... Parei de me importar com o que pensam de mim, na boa.

Alguns livros me ajudaram muito... ‘Como Conviver Com Sua Consciência Sem Enlouquecer’ foi um deles. Pude ver que eu não era o único que não conseguia alcançar os padrões considerados ideais para um cristão. Ele apresentou o drama de consciência de caras como Moisés, Pedro, Jó, Jonas... Caras normais com uma missão, cheios de Deus e transbordantes de defeitos...

Outro muito bom foi ‘É Proibido: O que a Bíblia Permite e a Igreja Proíbe’ do Pr. Ricardo Gondim. Show de bola. O título do livro já diz tudo.

Outro que atualmente estou relendo ‘Walk On – A Jornada Espiritual do U2’... Que livraço! Quer me entender leia este livro. Mostra como Bono, The Edge e Larry Muller Jr, 3/4 do U2, convivem harmoniosamente com Adam Clayton, baixista não convertido da banda, tirando o melhor proveito do atrito em lidar com o não cristão do grupo, mas, acima de tudo, fala sobre como a igreja local onde freqüentavam tentou podar as asas da banda, fazendo com que eles deixassem de circular no meio secular e se dedicassem exclusivamente no meio gospel. Eles confiaram em sua relação com Jesus Cristo e decidiram fazer exatamente o oposto disso tudo, usando sua música e sua influência para atuar não só no meio musical mas também na política e nos direitos humanos. Cabras porretas eles. Alcançam mais pessoas para o Reino de Deus do que se estivessem escondidos no gueto da musica gospel. Isso explica como eu consigo entrar na presença de Deus mesmo ouvindo musica secular (critiquem à vontade, mas é eu e Deus e não tenho como explicar).

Agora acabou de sair o livro do Pr. Elienai Cabral Jr, ‘betesdense’ da gema: ‘Salvos da Perfeição’.Pelo título do livro vai gerar polêmica, do jeito que eu gosto... Yes! Abaixo o link:

http://www.ultimato.com.br/?pg=show_livros&util=1&registro=531

Na verdade, tudo o que eu escrevi acima foi por ter recebido o email de divulgação deste livro. Vou comprar assim que possível, mas de antemão já gostei só pelo burburinho gerado no arraial...