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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vamos ser diferentes em 2010?


Tenho um desejo em meu coração. Mil coisas passam em minha mente em relação ao meu desejo mas vejo que tenho dificuldade em colocar tudo o que se passa aqui dentro para o ‘papel’ virtual.

Quero muito meus irmãos, quero muito que nós possamos fazer a diferença nesta sociedade que vivemos. Diferença de verdade, sem legalismos ou religiosidades desnecessárias. Quero muito que sejamos - citando Caio Fábio - sal fora do saleiro, sal longe da igreja, sal onde exista carne apodrecendo, sal onde possamos dar gosto, sal onde podermos ser úteis. Vamos quebrar paradigmas. Vamos viver como Jesus viveu e sentar com as prostitutas, os traficantes, os bêbados, os perdidos e fazer a diferença na vida deles, sem surra de Bíblia, mas transbordando amor.

Vamos mostrar este amor de Deus em nossas vidas, sem fazer julgamentos, sem por mais empecilhos aos que estão perdidos. Vamos fazer com que eles tenham sede deste negócio diferente que temos em nossas vidas, e eles não sabem exatamente o que é. Vamos ouví-los sem julgá-los, vamos nos tornar irresistíveis, absolutamente necessários na vida deles. Vamos seduzi-los com o Amor que habita em nós.

Que sejamos agradáveis, amáveis, tolerantes e cegos para os defeitos dos outros. Vamos apenas amar nosso próximo. Vamos trazê-los para a Luz entrando nas trevas que eles se encontram. Vamos deixar o conforto do nosso saleiro, onde todos estão hermeticamente protegidos das contaminações deste mundo. Vamos parar de ficar nas arquibancadas da vida criticando os jogadores, o técnico e o juiz e vamos entrar em campo, onde a vida é jogada.

Vamos fazer como Jesus. Vamos nos fazer carne neste mundo caído e viver a vida. Vamos deixar de ser criaturas tão espirituais que chegam a ser insuportáveis para os que estão longe da Verdade. Vamos chorar com eles, comer com eles, beber com eles e deixá-los encantados com a simplicidade de um cristão verdadeiramente livre.

Vamos viver uma religião viva e eficaz. Vamos dar de comer ao que tem fome, de vestir ao que estiver nú, abrigo ao estrangeiro, proteção ao perseguido. Vamos andar um kilômetro a mais ao lado daquele que nos obrigou a andar o primeiro kilômetro. Vamos dar a outra face àqueles que nos agridem no dia a dia. Vamos deixar todos de queixo caído, por sermos imagem e semelhança de Deus.

Vamos ser úteis. Vamos parar de cantar louvores da boca para a fora e louvarmos a Deus com nossas vidas, para que o que sair de nossa boca venha de nosso coração.

Amados, poderia escrever mais e mais, mas creio que já me fiz ser entendido. Quero que saibam que enquanto escrevo sinto a presença do Espírito de Deus muito forte.

Valeu pela força, valeu pelos comentários que me motivaram a escrever mais e mais. Perdoe-me pela liberdade que tenho em Cristo, caso ela choque alguns de vocês.

Sou pecador e totalmente dependente da Graça de Deus. Sem ela, estaria na roça.

Talvez este seja o último post que colocarei este ano. Obrigado por tudo, amo vocês, mesmo sem conhecê-los pessoalmente.

FELIZ 2010!!!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Perdidamente apaixonado!

Cada vez mais mergulho nas profundezas das águas que brotam do Trono de Deus. Cada vez mais descubro tesouros que aparentemente estavam perdidos desde a eternidade. Não que estivessem perdidos, na verdade sempre estiveram lá, mas meus sentidos estavam endurecidos pela matéria, e apenas gozava do que podia ver, ouvir, sentir e tocar.

Uma realidade humana e pobre estava enraizada no meu ser, mas nestes mergulhos rumo às profundezas das águas pude começar a viver este outro mundo, o mundo do sobrenatural, sem que tivesse que passar por alguma experiência mística. Foi comendo arroz e feijão mesmo, tomando ônibus, vendo e vivendo o dia a dia. Sei apenas que aconteceu.

Guiado pelo Espírito, sem que tirasse os pés da realidade, encontrei-me perdidamente apaixonado por Deus novamente. Sua Palavra voltou a me emocionar como antes, seu Nome passou a me trazer arrepios pelo corpo, sua mão passou a me acariciar outra vez.

Como isso aconteceu? Não sei explicar. Gostaria de decifrar a fórmula e dá-la a todos que amo, a todos deste mundo. Mas apenas aconteceu. Como explicar para alguém que ele ou ela deve amar a Deus acima de todas as coisas? Palavras são fáceis, porém desprovidas das ferramentas necessárias para alcançar este estado de espírito.

Estou me gabando? Tenha certeza que não. Estou apenas tentando demonstrar que estou perdida e irremediavelmente apaixonado por Deus. Aconteceu, não tive culpa. Traí os amores do mundo e me entreguei ao meu amado Senhor. As palavras de Jesus no Evangelho de João 17:11-21 queimam em meu peito:

“Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os conservei, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas agora vou para ti; e isto falo no mundo, para que eles tenham a minha alegria completa em si mesmos. Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviarei ao mundo. E por eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade. E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.”

Aconteceu. Não sei explicar. Tudo se relativizou. Somente Deus agora importa. Sem religiosidade nem pieguismo. A ilustração do homem perdidamente apaixonado, tentando explicar para outra pessoa o que ele está sentindo é o que sinto estar fazendo. Fazendo papel de bobo talvez, mas louco para que todos vivam esta plenitude.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Aniversário Jesus!


Véspera de Natal,

Hoje, especificamente hoje, 24 de Dezembro de 2009, vivo uma véspera de Natal a qual - mais do que nunca antes - reconheço que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo está fazendo mais um aniversário.

Vamos presenteá-lo com nosso louvor e adoração, vamos nos encher do Espírito Santo e deixá-lo transbordar em nossas vidas, contagiando a todos que nos cercam com sua doce presença.

Hoje eu o amo mais do que nunca. Vivi momentos mais frios em minha caminhada cristã, mas consegui retornar ao primeiro amor e viver embriagado com sua vida em minha vida.

Aniversário de Jesus...

Senhor, obrigado por se ter feito carne em nosso meio, sido o Homem perfeito e sem mácula, se ter tornado o Cordeiro de Deus, que tirou o pecado do mundo...

Te amo Senhor, quero que todos saibam disso. Quero que a humanidade entenda e viva este amor...

Esta é minha oração.

Feliz Natal para todos!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A cura

Em 1993 eu trabalhava na Nossa Caixa. Era um dia normal de trabalho, agencia cheia, muita correria. Tocou o telefone, minha tesoureira atendeu e me chamou. Quem trabalha ou já trabalhou em banco sabe que num dia desses é muito difícil te passarem ligações. Era minha irmã. Ela estava chorando muito e me disse: “Cá (Cá sou eu, é assim que me chamam em casa), o pai está no hospital, acabou de sofrer um infarto!” Gelei...

Desliguei o telefone e balbuciei para minha tesoureira o que tinha acontecido. Ela me liberou, fechei meu caixa e fui saindo em direção ao hospital, mas antes de sair orei a Deus e abri a Bíblia. Caiu em: “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus. – João 9:1-3 (não brinco com a Palavra, mas quem nunca teve revelação de Deus assim, sem ter pedido?)

Na hora o Espírito Santo me visitou e fiquei em paz. Meu pai não morreria daquele infarto, era o que Deus falava comigo. Aquilo havia acontecido para que o poder de Deus se manifestasse através da vida dele.

Fui ao hospital. Meu pai estava em coma. Os médicos diziam que o infarto tinha sido muito grave e que meu pai não sairia de lá vivo. Orava e buscava a presença de Deus constantemente, e a cada diagnóstico médico eu repreendia em silêncio, já sabendo do que Deus tinha falado comigo.

No decorrer dos dias meu pai não melhorava, mas eu estava em paz. Em paz, mas não sem ter que agir. Notei que lá ele não estava sendo tratado com o empenho que a situação exigia e seu quadro só piorava. O tempo passava e o convênio não cobria mais que 10 dias de UTI, e o prazo estava acabando. Briguei, argumentei que a culpa da não evolução positiva do quadro era pelo tratamento deficiente que ele estava recebendo, mas nada funcionava, até que ‘uma voz’ falou comigo: ‘Tire seu pai daqui’.

Expus a situação ao convênio de meu pai e eles falaram para eu fazer uma reclamação por escrito. Fiz a dita-cuja, mas eles falaram que o plano de meu pai não cobriria uma transferência nem mais dias de UTI. Mais uma vez minha cabeça careca funcionou. Perguntei a eles: ‘Se o atual plano de meu pai não atende a necessidade, quanto está a cobertura de um plano superior’?

Falaram o valor e perguntei se poderia fazer a mudança de plano. Falaram que sim e fiz tudo rapidamente. Contratei uma equipe com ambulância UTI e fizemos a transferência de meu pai. Conversando com o motorista da ambulância, que era ‘dono do negócio’, descobri que ele também era cristão. Fizemos amizade no curto trajeto, e ele disse que me cobraria apenas o valor dos outros membros de sua equipe. O transporte e seus honorários não seriam cobrados. Agradeci imensamente, fiz o pagamento e internei meu pai em outro hospital.

No domingo seguinte a noite estava na igreja. Durante o culto pude sentir muito forte que Deus estava tocando na vida do meu pai. Quando voltei para casa encontrei um bilhete em minha cama. Era de minha irmã e dizia: “Cá me acorda na hora que você chegar, preciso falar com você!”

Fui ao quarto dela e a acordei. Devia ser mais de meia noite. Ela me disse: “Cá, onde você estava 20:30h? (mais ou menos este horário, não me recordo ao certo) Eu respondi: “Estava na igreja, e foi na hora que senti muito forte a mão de Deus na vida do pai”. Ela começou a chorar muito de emoção e me disse: “Esta hora eu tive uma visão. Vi o pai sendo levantado da cama do hospital por uma mão, que o levava até o púlpito da igreja. Lá as mãos dos pastores eram colocadas sobre o peito do pai, e ele era curado!”

Eu só glorificava a Deus com ela. Estava super feliz em ter recebido uma revelação e uma confirmação logo após.

Dito e feito. Meu pai se recuperou rapidamente, mas ainda assim os médicos só anunciavam mais problemas. Falaram que se ele não fizesse 3 pontes de safena imediatamente ele não viveria mais que alguns meses.

Isso foi em 1993, como disse antes...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Não sei o nome do homem que me curou...

“Algum tempo depois, Jesus subiu a Jerusalém para uma festa dos judeus. Há em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, um tanque que, em aramaico é chamado Betesda tendo cinco entradas em volta. Ali costumava ficar grande número de pessoas doentes e inválidas: cegos, mancos e paralíticos. Eles esperavam um movimento nas águas. De vez em quando descia um anjo do Senhor e agitava as águas. O primeiro que entrasse no tanque, depois de agitadas as águas, era curado de qualquer doença que tivesse. Um dos que estavam ali era paralítico fazia trinta e oito anos. Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: "Você quer ser curado?" Disse o paralítico: "Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim". – João 5:1-7

Sem nome, 38 anos paralisado em um leito à beira de um tanque onde se cria que, assim que as águas se movessem pela entrada de um anjo de Deus, o primeiro a se lançar dentro delas seria curado. Este é o personagem desta cura.

A crença deste homem era mística. Seu misticismo o cegava de tal maneira que era incapaz de reconhecer em sua frente o Doador da Vida. Pior ainda: Ele estava tão acostumado com sua situação que havia perdido o desejo de ser curado. Sei que o texto não fala isso explicitamente, mas vemos por suas palavras que ele estava ali por estar, apenas cumprindo tabela.

Por 38 longos e sofridos anos assistiu os outros sendo curados. Sabia que não teria ninguém para ajudá-lo, sabia que por conta própria não conseguiria entrar no tanque e mesmo assim ficava ali, deitado, prostrado por sua deficiência física e espiritual.

Qual a razão que me faz deduzir tudo isso? Entre várias, uma salta aos meus olhos quando leio este texto. Jesus Cristo aparece em sua frente e faz a ele uma pergunta simples e direta: “VOCÊ QUER SER CURADO?

Quantas vezes vemos Jesus perguntando aos ‘candidatos à cura’ um aparentemente desinteressado “o que queres que eu te faça”? Para este paralítico Jesus foi direto ao ponto. Creio firmemente que Ele fez desta maneira por saber da limitação deste homem.

Mesmo com esta pergunta simples, que exige uma resposta mais simples ainda, um “sim” ou um “não”, o paralítico conta ao Senhor ‘desde que chegou do norte’, dando a desculpa que ele sempre se deu durante toda sua espera ao lado do tanque de Betesda: "Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim".

Se um profeta da prosperidade tivesse no lugar de Jesus talvez teria respondido: “Resposta incorreta, o próximo por favor”. Glória a Deus para o paralítico... Jesus nem se importou com a incredulidade intrínseca na resposta do pobre coitado, já foi mandando ver. Os versos seguintes dizem:

"Então Jesus lhe disse: "Levante-se! Pegue a sua maca e ande". Imediatamente o homem ficou curado, pegou a maca e começou a andar. Isso aconteceu num sábado" - (verso 9)

Eu imagino a cena. Robotizado, desumanizado e enfim curado, ele começou a andar sem ao menos dizer uma palavra de agradecimento ao Mestre, que se esquivou no meio da multidão. Repreendido pelos judeus por estar fazendo o que não era lícito ser feito em dia de sábado, ele contou que tava de bobeira perto do tanque, apareceu um cara do nada e o curou, mandando que ele tomasse seu leito e andasse (versos 10-11).

Quando perguntaram a ele que tinha feito aquilo ele simplesmente não sabia o nome de quem o tinha curado! Quantas vezes o Senhor esteve ao nosso lado sem que o víssemos, atuando em áreas de nossa vida que não fomos capazes de reconhecer seu toque? Esta cura foi maravilhosa, um grande milagre, mas e os milhares de ‘pequenos milagres’ que são feitos em nossas vidas no nosso dia a dia sem darmos conta disso?

O pão de cada dia, o emprego, a saúde, o pão com manteiga pela manhã, a cama quentinha, a água do banho, a luz, o sol, o fim de semana para descansar.. Isso para não falar dos livramentos! O ‘não atropelamento’, o ‘não assalto’, o ‘não estupro’, a ‘não violência’ em geral, que a qualquer momento poderia ter batido em nossas portas sem avisar.

Que o Espírito Santo de Deus nunca permita que nós esqueçamos as infinitas misericórdias do Senhor, que são a causa de nós não sermos consumidos. Nem do Nome de Jesus, claro.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O filho da dona Maria e o churrasco na laje


Vou contar um causo que aconteceu a muitos anos atrás com um brother meu, o filho da dona Maria. Antes porém, deixe eu apresentá-lo.

Ele nasceu num barraco na periferia de uma cidade qualquer. Cresceu quase que anonimamente, aprendeu a trabalhar com o Zezinho, seu pai e se tornou um jovem super bacana, apesar das dificuldades.

Desde pequeno mostrou ter uma inteligência acima do normal. Todos que o conheciam ficavam impressionados com seu QI acima da média mas, por incrível que pareça, ele não era um babaca não. Ele era o que se chama em inglês de “fun to be with”, algo como “legal de se estar com”. Gente de QI alto normalmente tem muita dificuldade em se relacionar, mas ele era um cara que tinha uma facilidade em atrair as pessoas como poucos. Fazia amizade fácil, todo mundo gostava de segui-lo. Do mais simples ao mais culto, ele tratava todos da mesma forma. Só não tinha muita paciência com os hipócritas, que diziam uma coisa mas viviam outra.

Ele costumava andar por aí, ajudando os outros. Um dia encontrou um cara que estava com problemas para enxergar. Arrumou seus óculos sem cobrar nada e ele voltou a ver normalmente. Outro estava com tendinite e ele deu um jeito de estender sua mão de forma que não sentisse mais dor. Trombou com um carinha que tava meio nervoso, quebrando tudo que via pela frente, trocou uma idéia com ele e descobriu que tinha uns elementos que estavam infernizando vida dele. Foi lá, intimou os caras e eles pararam de pentelhar com o rapaz. Caíram fora, literalmente. (Na boa: Se eu for falar tudo o que o filho da dona Maria já fez de bom não vai caber neste post não...)

Além de fazer, ele falava muitas coisas legais, mas os hipócritas estavam com muita inveja de tudo o que ele estava dizendo. Achavam que ele estava se achando ‘o cara’, o ‘filhinho do papai’ e estavam querendo enquadrar ele. Mas isso eu falo depois. Comecei a escrever pensando numa balada muito louca que o filho da dona Maria foi. Quem contou esta fita foi o João. Era um casamento, a laje lotada de gente comendo churrasco e tomando cerveja. Muito animados, não se deram conta que nem tudo estava bem. De repente estoura a bomba: Acabou a cerveja!

O que fazer? Dona Maria tava lá também, e chamou seu filho para avisar que não tinha mais cerveja. Ele estava trocando idéia com seus amigos e não gostou muito de sua mãe vir falar aquilo pra ele. Além do mais, ele não andava com dinheiro do bolso. De qualquer maneira ele pediu que trouxessem uma piscina de plástico que estava vazia no canto, enchessem de água e dessem um gole. Acharam que ele tava de brincadeira mas resolveram encarar. Afinal, tava todo mundo muito bêbado.

Quando provaram ninguém acreditou: A água tinha se transformado em Bohêmia!!! (alguns discutem e dizem que ela era tão boa que deveria ser Heineken, Guiness ou outra marca gringa mas, tudo indica, era Bohêmia mesmo).

Alguém perguntou por qual razão passaram o casamento inteiro tomando Crystal e Bavária e só no fim soltaram a boa. Mas tudo bem, o importante é que tinha cerveja pra todo mundo, e nem precisaram fazer vaquinha pra comprar. O interessante é que ninguém no casamento veio reclamar que faltou refrigerante. Costumavam falar que fazia muito mal à saúde, e o filho da dona Maria sabia disso, era um cara legal.

O caminho de Emaús - o nosso caminho...

“Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios; e iam comentando entre si tudo aquilo que havia sucedido. Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles; mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram. Então ele lhes perguntou: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós? Eles então pararam tristes. E um deles, chamado Cleopas, respondeu-lhe: És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias? Ao que ele lhes perguntou: Quais? Disseram-lhe: As que dizem respeito a Jesus, o nazareno, que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo, e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades e entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de remir Israel; e, além de tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. Verdade é, também, que algumas mulheres do nosso meio nos encheram de espanto; pois foram de madrugada ao sepulcro e, não achando o corpo dele voltaram, declarando que tinham tido uma visão de anjos que diziam estar ele vivo. Além disso, alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; a ele, porém, não o viram. Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram! Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe. Eles, porém, o constrangeram, dizendo: Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava. Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles. E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?”Lucas 24:13-32

Este trecho do Evangelho de Lucas simplesmente me encanta. Nele vejo como nosso Senhor é paciente e bondoso conosco, mesmo quando estamos atravessando momentos de dúvidas e dores profundas.

Os dois discípulos no caminho de Emaús estavam profundamente frustrados com a morte de Jesus, a quem todos consideravam o libertador de Israel. Sua morte fez com que desmoronasse toda esperança dos discípulos que haviam acompanhado Jesus durante seus três anos de ministério terreno.

Tristes, preocupados, frustrados, enlutados e irados, muitas vezes estamos caminhando o velho caminho de volta, onde certamente todos os nossos que não creram em Jesus irão menosprezar nossa fé e nos ridicularizar. Trilhar o caminho de volta significa que confiamos em um evangelho de falsas promessas para os de fora, e a vergonha em voltar atrás é quase maior que a decepção com nosso Messias.

No caminho de volta, Jesus apareceu aos dois discípulos mas, devido à grande dor e frustração que eles estavam vivendo, não foram capazes de reconhecer o Senhor. Isso acontece freqüentemente com TODOS nós. Nos nossos momentos de dor ficamos cegos, surdos e tardios em compreender. Mesmo assim, lá está o Senhor, ao nosso lado, falando conosco, enquanto tratamos Ele com aspereza e grosseria. Veja como os discípulos responderam ao Senhor quando Ele perguntou sobre o que vinham conversando entre eles: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias? “ foi a resposta dada à Cristo. E quantas vezes falamos assim com nosso amado Mestre, mesmo que sem palavras mas, principalmente, com atitudes? Ele deveria saber tudo o que estava acontecendo! Ele deveria se fazer presente em nosso meio! Mas lá está Jesus, tratando nossas feridas com paciência e compreensão, sabendo que a dor da perda estava consumindo o coração de seus discípulos e por esta razão não poderiam ser levados à ferro e fogo.

Após terem desabafado, Jesus começa a expor a eles tudo o que sobre Ele estava escrito, de forma que entendessem que o que aconteceu era necessário para que se cumprissem as profecias. Este é um momento que pessoalmente lamento profundamente em não ter estado presente. A AULA de Teologia dos meus sonhos, tendo o próprio Jesus como Mestre, expondo de Moisés aos profetas tudo o que sobre o Messias estava escrito. Pedirei um replay quando estiver no céu.

Após trilharem juntos algum tempo, o Senhor fez com que achassem que Ele passaria direto, mas a esta altura os dois discípulos estavam tão encantados com a sabedoria daquele homem que pediram que Ele ficasse aquela noite com eles. Entraram e sentaram-se à mesa. Jesus tomou o pão e o partiu, assim como fez na última ceia. Neste momento, seus olhos se abriram e reconheceram que era Jesus que estava com eles por todo aquele trajeto.

A fé voltou a pulsar em seus peitos. A alegria e a certeza encheram seus vazios e questionamentos. Seus peitos ardiam enquanto ouviam Jesus expondo as Escrituras. Reconheceram que aquela era a Voz que por três anos ouviram, e que dali para frente ouviriam sempre, através do Espírito Santo. Aquela voz que nós, ovelhas, ouvimos e seguimos. A voz do Bom Pastor, que nos guia por veredas tranqüilas e pastos verdejantes. Discernimos a Voz do Senhor das outras vozes, e caminhamos com fé e segurança.

O Senhor vive! Ele estará conosco por todo o trajeto. Não será necessário terminar a jornada de volta, pois o Senhor nos encontrará no caminho, suportará nossas duvidas e grosserias e nos trará de volta ao Caminho de ida. Não trilharemos o caminho da derrota, não voltaremos atrás, pois Ele está conosco!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quanto mais você dá, mais você recebe

Eu me considero uma pessoa bem resolvida, não tenho nenhuma grande deficiência ou carência emocional, apesar das inúmeras porradas que já tomei na vida nesta área. Dei tanto de mim e tive tão pouco em troca que aprendi a viver bem resolvido com o que tenho.

Isso me lembra aquela passagem de Mateus 10:11-13 que diz “Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis. E, ao entrardes na casa, saudai-a; se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz”. Não cito esta passagem pelo sentido do juízo que está explícita nos versos seguintes, mas sim pelo fato de quando você dá de você e quem está recebendo não é digno de receber você não perde nada, volta para você como um bumerangue.

Como disse, dei muito de mim, amei muito e muito pouco recebi em troca. Mas é uma equação que não se enquadra na matemática humana. O amor é uma das poucas coisas que quanto mais você dá melhor você fica, mesmo sem receber em troca. É como doar sangue: Você dá de você algo que é essencial à sua vida, traz vida a outro e aquilo que você deu se refaz dentro de seu corpo sem que você perceba. João 15:12-13 diz: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”.

E qual a maneira mais simples de darmos nossa vida pelo próximo que não por esta doação? Como diz Levídico 17:11-a: “Porque a vida da carne está no sangue”. Amar é se doar, é doar sua vida pelo próximo, é dar seu sangue pelo seu amigo. Simbolicamente e literalmente. Quanto mais você se dá, mais pleno você se torna. Quando mais você ama, mais completo você fica.

Não tenha medo de amar sem ser amado, não retenha o bem que Deus te deu de graça, temendo que venha a faltar para você. Nunca falta. A fonte jorra da eternidade, nunca acaba.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sonhei, parte 2: "O Mago"


Eu já disse em outros posts que quando eu era criança eu era muito, muito bundão. Antes de deitar enfiava as beiradas do meu cobertor por baixo do colchão, deixando-o blindado, à prova dos monstros que habitavam embaixo de minha cama. Se me desse vontade de fazer xixi à noite eu preferia fazer na cama e tomar uma surra de minha mãe do que arriscar andar em território inimigo.

A forte impressão da presença maligna era quase tangível. Engraçado como quando somos crianças, nosso medo é tão grande que quase materializamos nossos monstros.

Numa noite qualquer fui deitar como de costume, protegido pela minha blindagem de cobertor. Apesar do calor, adormeci. Sempre tive muitos sonhos idiotas, mas naquela noite tive um pesadelo que me traumatizou.

Estava na rua de casa, soltando pipa. O vento soprava em direção a rua da feira, a melhor direção para soltar pipa perto de minha casa, pois era onde menos tinha fios de eletricidade. Vários pipas no ar, estava muito divertido. Laçávamos, cortávamos as linhas dos outros até que comecei notar que algo estranho estava acontecendo. Subitamente o vento começou a soprar em várias direções, e as pipas se esbarravam umas nas outras. Achei super bacana o vento estar soprando em várias direções, nunca tinha visto nada como aquilo. Só que, de repente, o céu escureceu e começou a trovejar muito.

Entrei em desespero e larguei a linha, tentando correr. Vários garotos correram para a Barraquinha, a lojinha de doces de um senhor que morava perto de minha casa. Quando alcancei a porta, a mesma se fechou em minha cara. Os trovões ficaram mais fortes e começou a chover muito. Eu estava desesperado. Quando decidi correr para minha casa apareceu diante de mim o Mago Merlin (eu viajo muito, já falei), com aquele chapéu pontudo, cheio de estrelas.

Ele se aproximou de mim e disse: “Vou te enterrar aqui”. Tentei correr, mas não consegui. Comecei a me arrastar em direção a porta da minha casa, mas me senti amarrado. Neste momento do pesadelo comecei a ficar naquele estado de ainda estar dormindo, mas começando a acordar. Chorava e soluçava muito, lutando com todas as forças por minha vida.

O bruxo se aproximou de mim e me tocou. Dei um grito e acordei, todo suado, com dores no corpo. A lembrança deste pesadelo me acompanhou por toda minha vida. No início me gerava muito medo, até o dia que cresci e, finalmente, conheci o Senhor.

Pode ser bobo para alguns, mas como tenho lembranças vívidas deste pesadelo, acabei tirando dele algumas lições...

A lojinha de doces era do “Seu Benedito”, um cristão que vivia falando de Deus com os meninos que freqüentava sua lojinha. Eu era um dos que não dava muito valor, queria apenas brincar. Ele ficava enchendo o saco com aquelas coisas da Bíblia. Já tinha muito trabalho em estudar para a primeira comunhão. Tinha que decorar rezas e trechos da missa e achava tudo ligado a Deus um saco.

Soltar pipa era para mim era uma das coisas que mais gostava de fazer. Esquecia de tudo, só pensava em me divertir. Como não ouvia o que o Seu Benedito me falava, não dei a devida importância à mudança súbita da direção do vento. Se eu o ouvisse, possivelmente poderia ter associado ao que está escrito em Mateus 24:29: “Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados”. Estava vendo claramente que algo fora do normal estava acontecendo, mas por não ter conhecimento da Palavra apenas achei diferente, legal.

Quando escureceu tudo quis correr e me abrigar na Barraquinha, só que era tarde demais. Todos entraram e eu fiquei do lado de fora. O bruxo que apareceu era o meu maior temor. Em meu sonho, ele representava o dia do Juízo. E eu seria enterrado, pois nunca tinha dado ouvidos a Deus. Tentava fugir mas no sonho eu já estava julgado. Por isso não conseguia correr, meus pecados me aprisionavam e eu não consegui alcançar nem o portão da casa dos meus pais.

Graças a Deus que no sonho não cheguei a ser enterrado. Acordei antes, suado e chorando, a tempo de sempre me lembrar deste sonho e saber que devo estar atento a tudo o que não é natural. Pode ser um sinal de Deus que não pode ser ignorado.

Bobeira de criança? Talvez. Para mim porém, foi muito forte.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Esclarecimento público: João não é pastor...

Pela péssima qualidade doutrinária e literária dos meus posts, acho que nem preciso esclarecer que eu não cursei teologia nem muito menos sou pastor. Me chamo João, sou um mero esquentador de banco de igreja, subversivo e altamente periculoso, péssima companhia para os incautos. Alerto sobre isso na foto de abertura do meu blog que tirei perto de casa (morram de inveja). A bandeirinha colocada pelos bombeiros diz: "Perigo, Correnteza", e o título do meu blog é baseado na música 'profética' do Raul Rock Seixas, que define muito bem o que muitos líderes 'evangéulicos' ambicionam ao abrirem suas redes de franquia gospel.

Chega de churumelas e TOCA RAUUUUUUUULLLLLLLL!!!



Pastor João e a Igreja Invisível

Eu não sei se é o céu ou o inferno
Qual dos dois você vai ter que encarar
E foi pra não lhe deixar no horror
Que eu vim para lhe acalmar

Se o pecado anda sempre ao seu lado
E o demônio vive a lhe tentar
Chegou a luz no fim do seu túnel, minha filha
O meu cajado vai lhe purificar

Pois eu transformo água em vinho,
Chão em céu, pau em pedra, cuspe em mel
Pra mim não existe impossível
Pastor João e a igreja invisível

Para os pobres e deseperados
E todas as almas sem lar
Vendo barato a minha nova água benta
Três prestações, qualquer um pode pagar

O sucesso da minha existência
Está ligado ao exercício da fé
Pois se ela remove montanhas
Também tráz grana e um monte de mulher.

Pois eu transformo água em vinho,
Chão em céu, pau em pedra, cuspe em mel
Pra mim não existe impossível
Pastor João e a igreja invisível

Haa! Pastor João e a igreja invisível

=> Em tempo: Não foi eu quem editou o clip. Digo isso por que cínico com "s" doeu...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Andamos na contramão

Ando pelas ruas e vejo multidões de pessoas sem alma, achando que estão no controle de suas vidas mas, infelizmente, não estão. Fazem parte de um sistema perverso, alimentado por vidas humanas, que colocam as engrenagens da sociedade em movimento.

Desejam, trabalham, ganham, gastam, compram, usam e depois jogam fora em troca de algo mais moderno, mais na moda. São o combustível que alimenta as fornalhas das fábricas de desejos, e simplesmente não notam isso. Esta busca desenfreada pelo ter acaba transformando seres humanos em máquinas, peças facilmente substituíveis na cadeia alimentar moderna.

Quanto mais conquistam, mais desejam. São bombardeados pela mídia, são manipulados pela ilusão da posse e, cada vez mais, entendo que a posse é ilusória. Note que quanto mais as pessoas possuem, mais vazias elas se tornam. E o inverso também ocorre: Quanto mais as pessoas que não possuem desejam, mais elas sofrem na ilusão de encontrar o pote de ouro no final do arco-íris.

Nós andamos na contramão do sistema. Esbarramos em pessoas nesta caminhada, cegas pela busca do que não tem valor. Voam como mariposas atraídas pela luz, mal percebendo que quanto mais próximas do objeto de desejo, mais próximas da morte espiritual estarão. Acumulam tesouros onde as traças e a ferrugem corrói e os ladrões minam e roubam.

Fazemos parte da contra cultura. Por esta razão temos a sensação de que as peças não se encaixam. Sabemos que esta busca desenfreada não irá nos satisfazer. Pelo menos alguns sabem disso e não embarcam nesta roubada. Outros irmãos se perdem no caminho, tirando a mão do arado e desejando voltar a trilhar os velhos caminhos.

Estar na estrada inversa nos deixa com a sensação de sermos peixes fora d’água. Na caminhada com Cristo, temos que nos livrar dos fardos inúteis, deixando de carregar um pão a mais, uma blusa a mais, um par de sandálias a mais e confiar inteiramente no Provedor de nossas necessidades. Ou pelo menos deveríamos fazê-lo. Perdoem-me por insistir em bater nesta tecla. É que sem esta confiança infantil em Jesus, nossa caminhada com Ele certamente será infrutífera e vazia.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Acaba logo o jogo juiz, assim tá bom pra todo mundo!

25 minutos do segundo tempo. O jogo está dois a um e aparentemente ninguém vai mais chutar ao gol. O resultado está mais que bom para todos. Um deles não disputa mais o título e muito menos corre risco de cair para a segunda divisão. Além do mais, com este resultado um deles sairá campeão e o outro derrubará as chances do arqui-rival conquistar o título.

Na verdade não sei ao certo por que estou escrevendo sobre isso. Inicialmente era por que faltam 32 minutos para eu meter o pé aqui do escritório e estava lembrando do jogo ridículo de domingo, mas depois comecei a ver que muitas vezes temos esta postura com os colegas de trabalho, com as pessoas que encontramos nas ruas, no transporte público, nossos vizinhos e até na igreja.

Estamos confortáveis em nossos bancos nos ônibus e não pedimos para carregar os volumes daqueles que estão tendo dificuldades em carregá-los, muito menos damos lugar para os passageiros com crianças ou necessidades especiais. Chegamos 15 minutos antes do culto e tomamos ‘posse da bênção’ (digo, dos bancos das pontas do corredor), algumas vezes até dividindo famílias que chegam alguns minutos após nos abundarmos (pelo visto existe a palavra, estou escrevendo no Outlook e não ficou sublinhado de vermelho...), passamos a largo daqueles que nos pedem ajuda nas ruas, fingimos não ver o mendigo, a prostituta e o menor delinqüente, fazemos vistas grossas aos nossos companheiros de trabalho, envolvidos em todo tipo de desvio moral, simplesmente por tentarmos ser politicamente corretos, ouvimos nossos vizinhos se matando, quebrando pratos e gritando e apenas pedimos para eles brigarem mais baixo pois estamos assistindo TV.

Complicado. Se não nos incomoda mais, ignoramos, passamos batido. Se nos incomoda, agimos como Jonas e pegamos um navio para Társis. Tapamos os ouvidos para a necessidade alheia, afinal de contas, o nosso já está ganho, temos nossos nomezinhos escrito no Livro da Vida e azar dos pecadores. Criticamos aqueles que querem fazer alguma coisa próximos de nós. Este ativismo nos coloca em uma saia justa, pois denuncia nossa religião vazia de demonstrações práticas de amor ágape.

Vamos levando assim nossa religião morna, aguardando ansiosamente que dê logo 45 do segundo tempo e pedindo que o juiz não invente nenhum minuto a mais de prorrogação. Afinal de contas, o arrebatamento está logo aí. Devemos apenas temer uma coisa: Se nossos cálculos estiverem errados, muita coisa ainda pode acontecer neste jogo, pois em onze contra onze pode haver ao menos um com dignidade de fazer um golzinho e mudar toda situação arquitetada. Unzinho que não aceite tirar o pé, como fizeram os jogadores do Grêmio contra o Flamengo, visando o triunfo rubro-negro em detrimento ao time do Internacional, que estaria com o título nas mãos caso os gremistas fizessem mais um golzinho.

É... Estou muito decepcionado com tudo isso gente, inclusive comigo. Nem sei se me fiz entender, na verdade não importa muito. Viagem é viagem...

P.S: Viagem baseada em 'fatos reais', veja o vídeo abaixo:


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vamos amar muuuuuuiiiittttooooo!

Acabei de receber uma visita 'ungida' em meu blog. A Pastoragente passou por aqui e fui fazer uma visita ao blog dela. Li seu último post, "Os olhos da minha filha" e me emocionei. Abaixo posto meu comentário, que ainda está queimando dentro de mim.

"Seu texto encheu meus olhos de lágrimas... esta história do olhar nos olhos e ver a pessoa que amamos viva e darmos o devido valor a algo tão simples me fez lembrar que a menos de um mês atrás perdi minha mãezinha, e não consegui chegar a tempo de seu enterro... escrevi várias coisas sobre isso, e algumas vezes até fui mal compreendido por colocar pra fora toda a dor e frustração que sofri.

Nunca mais falarei menos do amor que tenho por meus queridos, nunca mais me importarei em ser grudento, melequento, doce e enjoado.

Quero ter a paz em meu coração, fruto de muito ter amado"
.

Agirei como Le Gambá, dos desenhos animados, que abraçava e tentava seduzir uma gatinha apaixonadamente, e esta vivia se esquivando dele. Não sei até quando terei as pessoas próxismas a mim. Na verdade nem sei até quando estarei na área...

Perdi muito tempo justificando coisas. Deveria ter 'pensado menos e comido mais figos', como disse Orontes para Artaban no lindo filme O Quarto Sábio. Quero dar o que de graça recebi: AMOR. Antes que seja tarde...

As profundezas

Perdi o temor das ondas que tentavam me encobrir. Antes nadava contra as correntezas que procuravam me arrastar para as profundezas do oceano. Passei a ver que este temor era desnecessário. Na verdade temia o desconhecido. Sempre gostei de andar em segurança, mas não há como manter tudo sob controle, e o desconhecido não é tão mal assim. Não importa o quão bom nadador ou cauteloso eu era. Sempre que tentei me manter de pé caí, todo desengonçado.

Não quero mais ter o controle. Sou incapaz de decidir o que é o melhor para mim. Quando entendi que não tenho como manter o controle de tudo, me deixei levar. No início por falta de opção. Agora por total confiança. Quando dou por mim, estou nadando entre lindos peixes e corais. A substância que poderia me levar à morte não me sufoca mais. Apenas o temor do desconhecido me prendia. Não sabia que já era capaz de sobreviver sob as águas. Nado e vasculho as profundezas do oceano. Encontro tesouros perdidos, maravilhas ocultas que nem era capaz de imaginar. Descubro que é necessário confiar. O que via na superfície não era real, existe vida nas profundezas, existe luz no meio das trevas.

Deixei de ser covarde. Hoje saio à caça de meus tesouros nestas profundezas. Não carrego nada comigo. Nem mascara para mergulho, nem balão de oxigênio. Nenhum apetrecho de sobrevivência, pois não sei quais situações enfrentarei e não posso carregar tanto peso. Nesta confiança infantil, faço-me um com a nova natureza, que passa a ser excitante. Nada de temor, apenas a sensação de liberdade. Não tento mais enquadrar a realidade no meu foco estreito. As profundezas são imensas, cheia de vida. Meu temor se dissipa e me torno um com a Criação.

Meu Criador me habilita atravessar os mares. Antes achava que o mar se abriria ou andaria por sobre as ondas, mas não é assim que tenho visto. Mergulho, deixo-me levar e conheço cada vez mais o profundo do profundo de Deus. Momentos antes inimagináveis aprendi a gozar. Prazer na dor e na frustração, pela simples confiança de que tudo está sob o controle do Aba. Tenho visto a vida por outro ângulo, descobrindo vida onde para muitos apenas há o caos e a desordem. No mergulho que faço em meu interior, conheço-me cada vez mais.

Assim caminho. Ou nado, ou sou arrastado… Total confiança.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pai, fala pra mim...

A grande dor que tem me esmagado nos últimos dias é fruto de uma dúvida muito pessoal. Na verdade tenho relutado em escrever sobre ela, de tão íntima que se trata. Meu peito dói, tenho vontade de chorar, clamo aos céus por uma resposta, peço apenas um sinal, mas nada. Até agora, apenas o silêncio ensurdecedor.

Fico acabrunhado, introspectivo, beirando a depressão. Não me critiquem por favor, apenas sou sincero. Desejo que os céus se abram e de lá desça um anjo de Deus com minha resposta, que um irmão receba a palavra revelada e me entregue, que eu durma e tenha o sonho da resposta que tanto quero.

Tudo isso já vi acontecer comigo em relação a outras pessoas. Deus já fez isso através de mim, não para mim. Pessoas amadas por Deus e por mim acabaram recebendo a resposta que hoje peço. Eu próprio já recebi este tipo de resposta, mas para dar a outros. Eu vi os céus abertos para outras pessoas, vi a mão de Deus tocando vidas de amigos muito queridos, acompanhei o momento da passagem em sonhos enquanto eles aconteciam na vida real.

Deus trouxe conforto aos outros através da minha vida. De tabela, irmãos muito amados trouxeram conforto para pessoas próximas a mim. Vi livramentos, palavras proféticas se cumprindo. Tive revelações extraordinárias (nada de novas doutrinas, calma) e tive confirmação da veracidade delas momentos após.

Vi o extraordinário de Deus acontecendo. Fui instrumento de paz e conforto para outros, até mesmo para desconhecidos que encontrei pelas ruas. Palavras reveladas saíram de minha boca. Afofei muitos leitos de enfermos para que tivessem um pouco de conforto. Agora estou aqui, olhos marejados de lágrimas, escrevendo algo que agora vejo que se trata de uma oração ao Pai, um clamor...

Pai, Eu preciso saber! Assim como vi o Senhor falar para outros a respeito deste assunto, trazendo conforto e paz para pessoas queridas, peço em Nome de Jesus que caia uma migalha de sua mesa para mim. Uma palavra Pai. Um sonho, um versículo, um irmão que se levante e fale. Basta uma palavra e ficarei em paz.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Angústia e aflição não são para o cristão (?)


Angustia e aflição são palavras muito mal aceitas no meio evangélico. Questiona-se como pode uma pessoa que tem Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador sentir que algo está faltando, algo não está se encaixando, algo está doendo, algo está fora do eixo?

Quando Jesus entra em nossas vidas não acontece uma transformação total e tornamo-nos ‘filhos do Rei’, ‘cabeça e não calda’, ‘mais que vencedores’ e outros jargões evangélicos? A dor e a angústia são para quem está do lado de fora da igreja! Dúvidas são para aqueles que ainda não se encontraram!

Esta mensagem é destruidora. Eu DUVIDO que exista UM ÚNICO filho de Deus que não tenha seus momentos de crise e dor. Não aceito o peso do julgo dos religiosos que deturpam a Palavra, dizendo que quando você está em Cristo, nova criatura (ou criação, como queiram) é, pois as coisas velhas se passaram e tudo se fez novo (2 Co 5:17), e isso quer dizer para eles que no momento de nossa conversão um botãozinho é acionado do Céu em nossas vidas, tornamo-nos seres quase perfeitos aqui na terra.

Marcos 14:32-34 diz: “Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: "Sentem-se aqui enquanto vou orar".Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado.E lhes disse: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem". Jesus, o filho de Deus encarnado, nos momentos que precederam sua morte entrou em profunda agonia. Mesmo sendo Deus, sofreu, chorou, se agoniou e nos mostrou que seu lado 100% humano era passível de todas as dores e agonias que os pobres mortais sofrem enquanto estão nesta terra.

Ele mesmo disse em João 16: 33 que "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". Aflição por acaso é sintoma de vida em paz? Quantos de nós (senão todos) ficam impotentes perante problemas diários, que vão desde uma oração por cura não respondida até ao fato de não termos dinheiro para quitar nossas dívidas?

São zilhões de situações que nos afligem! Não creio e não aceito uma mensagem vinda de qualquer irmão em Cristo que pregue a ausência de sofrimento e dor. E quando sofro e sinto dor não finjo estar vivendo de glória em glória, negando os fatos. Quando dói eu choro, quando me irritam eu fico bravo, quando me traem eu fico decepcionado.

Acho lindo quando Paulo fala sobre seu dilema em querer fazer o bem e ser impulsionado por seu corpo para o mal. Seu clamor é libertador! “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte”? - Romanos 7-24

Que mal há em abrir o coração e expor os medos e frustrações? Recuso-me a pregar o “evangéleo” destruidor de fé que me foi ensinado desde minha conversão. Por esta razão, menos pessoas aceitam a mensagem da Cruz, pois ela não é mais uma dose de morfina nas dores da alma. Melhor assim. Não serei cobrado do sangue das vidas que passaram pelo meu caminho, vendendo soluções mágicas que quase nunca funcionam e vendo estas vidas voltadas contra a verdadeira Mensagem, que alerta para as dores e sofrimentos que teremos por sermos embaixadores do Reino de Deus nesta terra.

Este é o Cristo que está chorando com você nos seus momentos de dor. Não é filho de um ‘deus’ manipulável e carrasco, esperando que você fale as palavras certas para determinar sua vitória. Por isso não há como sair deste caminho. Ele é verdadeiro e trás vida. Não é uma falácia, não é uma varinha mágica, uma lâmpada maravilhosa de onde sai um gênio que nos concede três desejos.

Quero que aceitem o Cristo profetizado em Isaias 53:3, que diz que “Ele foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento”, o Cristo de Lucas 9:23 que afirma a todos que "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me”. Não é fácil, mas este é um Caminho que depois que você começa a trilhar, inexplicavelmente você não consegue mais deixar para trás. Como diria o apóstolo Pedro em João 6:68: “Simão Pedro lhe respondeu: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna!”

Eu sofro angústias e agonias, fico muitas vezes sem resposta e continuo crendo. Tenho um ‘ombro imenso’ para acolher quem chora e chorar junto. Para mim isso é a verdadeira fé. Para mim isso é ser cristão.

Quem tiver todas as respostas para o sofrimento e dor por favor, vá se converter. Possivelmente você vive uma doutrina de ‘causa e efeito’...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ploc...


Domingo passado estava na CBRio, a igreja do coração do Danilo. No início do culto o pastor Pedrão chamou quem queria oração por alguma situação específica à frente. Fui lá por inércia. Não fui por mim, pois estou numa fase que não consigo imaginar nenhuma necessidade específica para orar por minha vida. Fui impelido a orar por minha família. Apresentei cada um a Deus. Intercedi por meu pai, por minhas irmãs, meus sobrinhos e automaticamente orei por minha mãe. Quando me peguei fazendo isso a cena congelou. Vi-me de fora, tudo parado, como em minhas brincadeiras de “Mandraque” na infância.

Ali estava eu, falando comigo mesmo: “João, sua mãe morreu. Não tem mais como orar por ela. O que era para ser feito foi feito durante sua vida.” Senti frio, solidão e frustração. Comecei a chorar. Os ouvidos tapados, o corpo sacudindo como se tivesse tendo convulsões, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, caindo na minha roupa e no chão. Chorava, chorava, chorava...

Este foi o dia que mais chorei desde a morte de minha mãe. Nem no dia da notícia fiquei assim. Dizem que esta sensação não passa nunca, apenas muda de formato e intensidade mas sempre está lá, como um espinho na carne. Já tive várias perdas em minha vida, mas a perda de uma pessoa que você realmente ama muito e que você sabe que nunca mais voltará a ver nesta vida é algo que te deixa... Não encontro maneira de explicar, preciso urgentemente do meu momento ‘ploc’.

Quem me falou sobre o ploc foi o Tiago do blog Outside the Church. Ele me disse semanas atrás que estes momentos de tristeza passam sem que percebamos, igualzinho àquela sensação que temos quando estamos descendo a serra rumo ao litoral e nosso ouvido começa a ficar entupido, dando certo mal estar. Do nada vem o bendito ploc e voltamos a ouvir normalmente.

Meu ouvido ainda está entupido. Não adianta dar aqueles pulinhos com a cabeça inclinada para o lado. A sensação persiste. Na verdade ainda me sinto imerso nas águas, e as ondas turbulentas passam sobre mim. Algumas vezes entra água no nariz, dando aquela ardência nas vias aéreas. Outras vezes estas águas entram em meus olhos e saio lacrimejando.

Encontro conforto na Palavra que diz: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. – 1 Tessalonicenses 4:13-18.

O ploc virá, juntamente com Cristo, após o som da trombeta de Deus. Enquanto isso não acontece, dói...

Maranata, ora vem Senhor Jesus...