Domingo passado estava na CBRio, a igreja do coração do Danilo. No início do culto o pastor Pedrão chamou quem queria oração por alguma situação específica à frente. Fui lá por inércia. Não fui por mim, pois estou numa fase que não consigo imaginar nenhuma necessidade específica para orar por minha vida. Fui impelido a orar por minha família. Apresentei cada um a Deus. Intercedi por meu pai, por minhas irmãs, meus sobrinhos e automaticamente orei por minha mãe. Quando me peguei fazendo isso a cena congelou. Vi-me de fora, tudo parado, como em minhas brincadeiras de “Mandraque” na infância.
Ali estava eu, falando comigo mesmo: “João, sua mãe morreu. Não tem mais como orar por ela. O que era para ser feito foi feito durante sua vida.” Senti frio, solidão e frustração. Comecei a chorar. Os ouvidos tapados, o corpo sacudindo como se tivesse tendo convulsões, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, caindo na minha roupa e no chão. Chorava, chorava, chorava...
Este foi o dia que mais chorei desde a morte de minha mãe. Nem no dia da notícia fiquei assim. Dizem que esta sensação não passa nunca, apenas muda de formato e intensidade mas sempre está lá, como um espinho na carne. Já tive várias perdas em minha vida, mas a perda de uma pessoa que você realmente ama muito e que você sabe que nunca mais voltará a ver nesta vida é algo que te deixa... Não encontro maneira de explicar, preciso urgentemente do meu momento ‘ploc’.
Quem me falou sobre o ploc foi o Tiago do blog Outside the Church. Ele me disse semanas atrás que estes momentos de tristeza passam sem que percebamos, igualzinho àquela sensação que temos quando estamos descendo a serra rumo ao litoral e nosso ouvido começa a ficar entupido, dando certo mal estar. Do nada vem o bendito ploc e voltamos a ouvir normalmente.
Meu ouvido ainda está entupido. Não adianta dar aqueles pulinhos com a cabeça inclinada para o lado. A sensação persiste. Na verdade ainda me sinto imerso nas águas, e as ondas turbulentas passam sobre mim. Algumas vezes entra água no nariz, dando aquela ardência nas vias aéreas. Outras vezes estas águas entram em meus olhos e saio lacrimejando.
Encontro conforto na Palavra que diz: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. – 1 Tessalonicenses 4:13-18.
O ploc virá, juntamente com Cristo, após o som da trombeta de Deus. Enquanto isso não acontece, dói...
Maranata, ora vem Senhor Jesus...
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Ploc...
3 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Preciso de um 'ploc' também amigo! Há semanas estou lutando para conseguir escrever, lutando contra algumas questões. Agora que me decidi vejo um mar de incertezas a frente. Fiquei me sentindo como um pastor cujas as ovelhas foram roubadas. Enfim, entendi que não eram "minhas" as ovelhas. Aí o texto saiu. Veja!
ResponderExcluirPor falar em falta de inspiração, olha o texto do Gondim sobre a dita-cuja... tá uns dois ou três posts abaixo desse...
ResponderExcluirAbraço!
Olá João Carlos,
ResponderExcluirPor incrível coincidência eu também já tive momentos de tristeza idênticos aos seus. Eu também perdi a minha mãe de uma maneira muito triste: câncer. Ela era querida demais. Estive ao lado dela durante 11 meses, sofrendo junto, dividindo noites mal dormidas e choro.
Sinceramente, a morte foi de fato um descanso, pois ela era uma cristã completa. Todavia, de vez em quando me bate essa tristeza pungente, uma saudade absurda, a vontade de novamente tê-la. O consolo é saber que ela está gozando das delícias celestiais junto a Jesus, mais feliz do que eu, que ainda estou aqui.
Fique com Deus meu irmão.
NEle.
Ricardo