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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

E aqui estou eu sozinho com o tempo...


A quanto tempo não paro para escrever sem a obrigação de fazê-lo focado em alguma obrigação acadêmica ou profissional? Sinto falta disso, sou viciado em escrever e este é um bendito vício do qual não quero me libertar.

Ultimamente, porém, tenho feito mais o que preciso do quê o que eu gosto, tomando mais remédio do que vinho. Sinto falta de mim nos momentos de ócio e lazer, tempo abençoado que teve de ser trocado por objetivos maiores do que os momentos em que podia ficar meditando em nada e deste exercício colher algumas coisas simples, mas que me davam prazer sem medida.

Agora tudo é cronometrado, tudo é metodicamente executado, não tenho tempo a perder.

Pensado por este prisma, o que vem a ser perder tempo? Perdemos tempo todo dia, vivemos para morrer, avançamos como loucos àquilo que nos espera mais dia menos dia, como mariposas enfeitiçadas pela luz que nos seduz e que nos levará ao destino comum de todos. Que proveito temos disso? Que bem colheremos no futuro que nem sabemos ao certo se o alcançaremos?

Como saber se o que temos à frente é o que de melhor poderíamos ter ou que apenas acabou sendo a única opção disponível? Por que vivemos fazendo tantos planos para o futuro, negligenciando o presente e esquecendo as experiências do passado? Tivemos várias lições praticas na vida e da vida, insistimos algumas vezes em trilhar caminhos que já sabemos de antemão que não darão em nada, isso quando não nos aventuramos rumo ao futuro incerto e fugaz.

Sim, estou meio em crise...

Não sei se o tempo que me resta será suficiente para alcançar algumas coisas que nos fazem crer serem importantes para nos sentir realizados, levando em conta que, das três coisas que alguém um dia disse serem essenciais para nos sentirmos realizados, mal e porcamente fiz apenas uma: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Árvores já plantei e outros comeram de seus frutos, escrever um livro é um sonho que talvez um dia consiga concretizar, bastando apenas eu desenvolver as habilidades que nem sei se tenho. Filho é algo que também quero mas, olhando para frente, não consigo falar do assunto sem cair no lugar comum que diz que, devido a minha idade, quando ele nascer já não me chamará mais de pai e sim de avô.

Tempo, bendito e maldito tempo. Sinto-me limitado por esta fria forma de calcular as coisas. Não quero ser eterno quanto homem na terra, mas gostaria de deixar algo pelo qual pudesse ser lembrado. Como os guerreiros gregos, gostaria de ter a bela morte cantada pelos poetas, tendo meu corpo sendo chorado pelas virgens e cantado nas canções daqueles que poderiam eternizar minha existência.

Olhando a realidade, entretanto, não me vejo digno de uma canção. Deus, por qual razão me pego questionando estas coisas? Por que acho que devo viver como se fosse meu último dia mas, por outro lado, fazendo planos eternos? Não sei dizer se meu copo está meio cheio ou meio vazio! Será que estou mais para lá do que para cá ou vice-versa?

Assim perco tempo que me é caro crendo em possibilidades vagas. Sinto-me enfraquecer e desmotivar. Desmotivado e desmotivador se olharem para mim, ao mesmo tempo que motivo e incentivo todos os que me rodeiam, dando algo que não tenho colocado em prática mas bem sabido na teoria. Não quero ser corrigido nem censurado, apenas estou gozando de meu direito de divagar, meu direito de ter meus momentos de incertezas...

Tempo, dura limitação imposta aos humanos...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O cristianismo nos países comunistas e islâmicos


Em um ambiente extremamente politizado por pessoas que mal conseguem discernir a mão direita da esquerda, tenho que aproveitar as oportunidades que caem em meu colo para mandar pro gol.

Na aula de Teorias Psicológicas nos pediram para falar sobre algum grupo excluído ou perseguido. Na hora lembrei da Igreja Perseguida nos países comunistas (aqueles rascunhos de marxistas vão odiar!!!) e mulçumanos e decidi compartilhar com eles (nossa apresentação será na próxima quinta, 06/10).... e com vocês!!!


“O que é estranho no estrangeiro é o fato de ele não ser eu”Alain, filósofo, citando “Diário Íntimo” de Amiel

Poucas pessoas sabem exatamente o que acontece aos cristãos nos países muçulmanos e comunistas. Não sabemos ao certo a razão disso não ser divulgado na mídia pois, estranhamente, os países ocidentais são predominantemente cristãos e não conseguimos imaginar que nós, que recebemos todos os povos, culturas e religiões diferentes em nossa terra soframos tantas perseguições nestes países.

Para ilustrar o que estamos expondo, vamos citar a Coréia do Norte e o Irã, as duas nações mais opressoras dos direitos dos cristãos ao redor do mundo, baseados no ranking anual da Missões Portas Abertas:

1º: CORÉIA DO NORTE: O país líder no funesto ranking dos que mais perseguem os cristãos é a comunista Coréia do Norte. Desde a instalação do regime comunista, a perseguição tem assumido várias formas. Em um primeiro momento, os cristãos que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime, mas como não teve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país. Edifícios onde funcionavam igrejas foram confiscados e líderes cristãos receberam voz de prisão. Ao serem derrotados na Guerra da Coréia, soldados norte-coreanos em retirada freqüentemente massacravam cristãos com a finalidade de impedir sua libertação. Muito mais pode ser visto sobre este assunto ao final deste breve resumo da situação local.

Isso vem de encontro ao que Caterina Koltai disse em entrevista à Revista Insight. Ela cita os escritos de Freud, “Reflexão Para Tempos de Guerra”, onde ele afirma que nem as civilizações desenvolvidas são capazes de resolverhttp://www.blogger.com/img/blank.gif disputas e conflitos sem guerrear. Conversando com Einstein às vésperas da II Grande Guerra, Freud afirma que a ambivalência do homem sempre o levará a novas guerras, pois, através destas, o homem tem como expulsar o ódio para o exterior da comunidade contra o inimigo, enfatizando o monopólio da violência exercido pelo Estado.

Esta violência legal exercida pelo Estado se exprime de modo privilegiado na guerra mas, neste caso, uma guerra civil contra estrangeiros cristãos e cidadãos que se convertem ao cristianismo. Só vínculos afetivos e processos civilizadores podem fazer frente ao verdadeiro massacre que estes sofrem dentro de seu próprio país.

2º: IRÃ:
– O Irã é uma teocracia islâmica. Embora os direitos de cristãos, judeus e zoroastras sejam assegurados pela Constituição, na prática, todos são vítimas de retaliação e perseguição. As restrições e a perseguição ao cristianismo têm se multiplicado rapidamente nos últimos anos. O governo do Irã está consciente do desdobramento da Igreja nas últimas décadas. Ele tem procurado impedir e tornar impossível o crescimento dos cristãos.

É permitido que igrejas ligadas às minorias étnicas ensinem a Bíblia ao seu próprio povo e em sua língua. No entanto, essas igrejas são proibidas de pregar em persa, a língua oficial do país. Muitas igrejas recebem visitantes durante seus cultos, alguns deles, entretanto, são da polícia secreta e monitoram as reuniões. Cristãos ativos sofrem pressão. São interrogados, detidos e, às vezes, presos e agredidos. Casos mais críticos envolvem até a execução.

Para se ter idéia da gravidade da situação, está em andamento em um tribunal iraniano o julgamento pastor Yousef Nadarkhani, iraniano, acusado de apostasia por ter se convertido do islamismo para o cristianismo, correndo o sério risco de ser executado a qualquer momento.

Entretanto, o que mais nos chamou a atenção no caso do Irã, além da perseguição e violência utilizada para conter a prática de culto cristão é este detalhe sutil ligado à proibição da pregação da mensagem cristã na língua oficial do Irã, o persa. Isso vem de encontro ao que lemos no texto “A Estranheza do Sujeito”, um debate entre Paul Ricceur e Jean Daniel sobre o que gera a rejeição, ódio e repulsa aos que nos são estranhos, onde eles citam o aprendizado de novas línguas, que infelizmente é para poucos, como uma maneira de socialização entre os povos de culturas diferentes.

Ao proibir a pregação na língua oficial iraniana, o governo faz com quê esta fique restrita às minorias étnicas do país, aumentando assim o ódio do restante da população contra aqueles que crêem nesta mensagem considerada perniciosa, vinda dos países ocidentais, notoriamente odiados pelo governo iraniano.

Assim, dentro do próprio Irã passam a existir guetos cristãos vivendo em liberdade apenas na Constituição, mas sem o direito de se comunicar na própria língua do país para que a mensagem e cultura crida por eles não contaminem o restante da população. O cristão iraniano passa então a se sentir um estrangeiro dentro de sua própria pátria, ameaçado e perseguido.

Para concluir, podemos parafrasear mais uma vez Caterine Koltai, quando ela diz que a xenofobia é de caráter natural e espontâneo no ser humano. Já que não se pode culpar nem Deus nem as instituições pelo mal que sofremos, o estrangeiro passa a ser o culpado, como um bode expiatório. Extirpando um único ser ou grupo, acha-se que é possível recuperar uma identidade individual, que é extremamente frágil. Ao abrandar a censura do assassinato neste contexto, resume-se tudo em uma frase: “Prefiro perder com meu adversário do que ganhar com ele”.

A base cristã do material foi retirado do site da Missão Portas Abertas; o restante de material do Curso de Serviço Social...