A quanto tempo não paro para escrever sem a obrigação de fazê-lo focado em alguma obrigação acadêmica ou profissional? Sinto falta disso, sou viciado em escrever e este é um bendito vício do qual não quero me libertar.
Ultimamente, porém, tenho feito mais o que preciso do quê o que eu gosto, tomando mais remédio do que vinho. Sinto falta de mim nos momentos de ócio e lazer, tempo abençoado que teve de ser trocado por objetivos maiores do que os momentos em que podia ficar meditando em nada e deste exercício colher algumas coisas simples, mas que me davam prazer sem medida.
Agora tudo é cronometrado, tudo é metodicamente executado, não tenho tempo a perder.
Pensado por este prisma, o que vem a ser perder tempo? Perdemos tempo todo dia, vivemos para morrer, avançamos como loucos àquilo que nos espera mais dia menos dia, como mariposas enfeitiçadas pela luz que nos seduz e que nos levará ao destino comum de todos. Que proveito temos disso? Que bem colheremos no futuro que nem sabemos ao certo se o alcançaremos?
Como saber se o que temos à frente é o que de melhor poderíamos ter ou que apenas acabou sendo a única opção disponível? Por que vivemos fazendo tantos planos para o futuro, negligenciando o presente e esquecendo as experiências do passado? Tivemos várias lições praticas na vida e da vida, insistimos algumas vezes em trilhar caminhos que já sabemos de antemão que não darão em nada, isso quando não nos aventuramos rumo ao futuro incerto e fugaz.
Sim, estou meio em crise...
Não sei se o tempo que me resta será suficiente para alcançar algumas coisas que nos fazem crer serem importantes para nos sentir realizados, levando em conta que, das três coisas que alguém um dia disse serem essenciais para nos sentirmos realizados, mal e porcamente fiz apenas uma: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Árvores já plantei e outros comeram de seus frutos, escrever um livro é um sonho que talvez um dia consiga concretizar, bastando apenas eu desenvolver as habilidades que nem sei se tenho. Filho é algo que também quero mas, olhando para frente, não consigo falar do assunto sem cair no lugar comum que diz que, devido a minha idade, quando ele nascer já não me chamará mais de pai e sim de avô.
Tempo, bendito e maldito tempo. Sinto-me limitado por esta fria forma de calcular as coisas. Não quero ser eterno quanto homem na terra, mas gostaria de deixar algo pelo qual pudesse ser lembrado. Como os guerreiros gregos, gostaria de ter a bela morte cantada pelos poetas, tendo meu corpo sendo chorado pelas virgens e cantado nas canções daqueles que poderiam eternizar minha existência.
Olhando a realidade, entretanto, não me vejo digno de uma canção. Deus, por qual razão me pego questionando estas coisas? Por que acho que devo viver como se fosse meu último dia mas, por outro lado, fazendo planos eternos? Não sei dizer se meu copo está meio cheio ou meio vazio! Será que estou mais para lá do que para cá ou vice-versa?
Assim perco tempo que me é caro crendo em possibilidades vagas. Sinto-me enfraquecer e desmotivar. Desmotivado e desmotivador se olharem para mim, ao mesmo tempo que motivo e incentivo todos os que me rodeiam, dando algo que não tenho colocado em prática mas bem sabido na teoria. Não quero ser corrigido nem censurado, apenas estou gozando de meu direito de divagar, meu direito de ter meus momentos de incertezas...
Tempo, dura limitação imposta aos humanos...
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
E aqui estou eu sozinho com o tempo...
3 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Pastor:
ResponderExcluirEssas suas reflexões são inevitáveis nesse novo contexto no qual você está inserido. Foram muitas mudanças em pouco tempo. Ironicamente - ainda que favoráveis - tais mudanças desmotivam, na medida em que as dimensionamos conforme nossa limitada compreensão. Normal rss
E essa angústia do legado é perfeitamente normal. Queremos deixar 'algo de bom' para as novas gerações. E nada como o exemplo de vida. é aí que a gente começa a ver sentido e relaxa.
Já falei que gosto muito de seu rasgar de alma sincero?
Com carinho,
Rê.
p.s.:Pegue a Ci pelo braço e venham passar o reveion aqui com nozes.
Oie bispa!!!!
ResponderExcluirDesculpe não ter respondido antes, mudei o layout do meu blog mas ele ficou travando desde então, só consegui mexer melhor nele agora, sorry...
Ahhh, adorei o convite, assim que der nós iremos com certeza! O problema é que a Cilene trabalha em hospital e não tem estes "luxos" de Natal e Ano Novo como nós, seres humanos normais: É dia sim, dia não, sempre. Só nas férias delas ou em algum caso mais espetacular... rsrs
Além disso mulher, tem outra coisa (lembrei de Os Demônios da Garoa, kkkk): Minha diretoria está querendo me transferir de Estado. Talvez eu vá para o Espírito Santo (Vitória) ou Minas Gerais (Varginha), e estou bem no meio do processo de dores de parto (em todos os sentidos) enquanto isso não se define sacou?
Assim que der, pode ter certeza, estaremos "dentro" tá?
Te amo!!!! Sua bênça!!!
JC
Paz meu querido, quanto tempo!
ResponderExcluirSe puder, vai lá e dá uma olhadinha no meu novo blog:
Temos muito material que vai te edificar.
Paz.
http://coisasdocaminho.blogspot.com