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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Angústia...



“E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR. Mas o SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se.

Então temeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, e lançaram ao mar as cargas, que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu ao porão do navio, e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono. E o mestre do navio chegou-se a ele, e disse-lhe: Que tens, dorminhoco? Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos.

E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. Então lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu?

E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca.

Então estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por que fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presença do SENHOR, porque ele lho tinha declarado. E disseram-lhe: Que te faremos nós, para que o mar se nos acalme? Porque o mar ia se tornando cada vez mais tempestuoso. E ele lhes disse: Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade.

Entretanto, os homens remavam, para fazer voltar o navio à terra, mas não podiam, porquanto o mar se ia embravecendo cada vez mais contra eles. Então clamaram ao SENHOR, e disseram: Ah, SENHOR! Nós te rogamos, que não pereçamos por causa da alma deste homem, e que não ponhas sobre nós o sangue inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve. E levantaram a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da sua fúria.

Temeram, pois, estes homens ao SENHOR com grande temor; e ofereceram sacrifício ao SENHOR, e fizeram votos. Preparou, pois, o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe”.
Jonas 1

Há certos momentos de nossas vidas que nada acontece como planejado ou esperado. A conta não fecha, 1 + 1 insiste em dar 3, você “faz regressão”, pede perdão até pelos pecados dos outros (se assim fosse possível), ora, chora, põe a cara no pó, se desespera e – simplesmente – as coisas insistem em dar errado.

Pesa sobre os ombros a sensação de que você – de alguma maneira – é responsável por tudo o que está zicado. Luta contra as circunstâncias, mas estas te subjugam, como se estivesse sendo engolido pelo mar bravio. O que fazer? A situação é desesperadora, é um labirinto interminável, as saídas estão fechadas, tudo cerrado, lacrado, impossível de avançar.

Ficamos imobilizados depois de tanto espernear, procurar o ar. As circunstâncias te engolem, você perde sua auto-estima, a impotência passa a ditar as regras. Não há como avançar, não há como retroceder, o que para frente está é invisível aos olhos, o que para trás ficou não existe mais.

Resignação, frustração, dor... dói até os ossos, dói na alma. Você acha que é culpado, mas sabe que não é assim que a banda toca. Mesmo sabendo disso, de tão surreal que o quadro se pinta, você procura mergulhar mais e mais no sentimento de culpa irracional que te invade. Tenta lembrar de algo que fez ou deixou de ser feito, algo que poderia ter sido o estopim de toda esta situação.

Seria mais fácil. Seria bom saber que você realmente é o responsável pelo momento pois, se assim fosse, poderia voltar atrás e reconstruir o que foi derrubado, consertar o que está torto, pedir perdão e perdoar à quem de direito. Todavia, este exaustivo exercício mental é vão.

Impotência. Assistir as coisas acontecerem sem poder mexer uma palha para mudá-la vai te consumindo.

Fazer o quê? Se fosse algo como o que aconteceu na vida de Jonas seria fácil. “Tá todo mundo se ferrando e a culpa e minha? Me joga no mar!" Ah, como seria bom que fosse isso! Mas não é! Não é assim que funciona.

O pior é não saber em qual momento você se encontra no processo. Se está em fuga, se está na tempestade, se está se afogando ou se já está nadando na bile de um grande peixe. Até quando vou agüentar mais viver nesta “Cidade Maravilhosa”, esta Nínive que insiste em não se arrepender de seus pecados? Por que será que tenho a impressão de que ainda não acabei (ou talvez nem tenha realmente começado) “minha missão” aqui na terra do funk, carnaval, sensualidade e prostituição?

Este é o ponto, não adianta mais falar desta angústia sem ser claro no que quero dizer. Estou sofrendo nesta cidade, muitos estão, alguns nem notam isso, de tão imersos que estão nesta cultura, iludidos pelas belezas naturais e o bom jeitinho malandro de viver, mas sendo consumidos pelo maçarico de 40º diários, a falta de água, luz, infra-estrutura, educação, moral e cívica (lembrar da matéria foi inevitável).

Todos aqui sofrem, mas acreditam que estão no paraíso. Eu não, considero isso a pança de um peixe cheio de restos apodrecendo, no qual me incluo sem querer. São poucas as opções, não consigo vislumbrar uma saída fácil. Ser simplista e jogar tudo pra cima seria fácil tempos atrás, como fazia em minha juventude. Hoje não, não posso, tenho responsabilidades e não posso parar de nadar, senão afundo e levo outros comigo.

To cansado Senhor, estou no meu limite. Não estou vendo a saída. Não estou entendendo até onde ainda vou nesta situação. Misericórdia...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Viver a Graça, errar de graça... que merda!



“Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo”1 Coríntios 15:10

Perdi o “time” desta mensagem. Quando tive o insight, falar sobre a graça de Deus em minha vida tinha muito mais a ver com o momento que me inspirou, mas – agora – me sinto um hipócrita ao começar a falar sobre ela.

Semanas atrás, escrever sobre este assunto significava muito mais do que significa neste momento, pois estava no contexto de não apenas crer e ter sido alcançado pela mesma, mas sim o de ser instrumento para que a Graça fosse encarnada em mim e que esta pudesse alcançar àqueles que me cercam.

Na atual situação, me sinto envergonhado em falar de algo que agora está meio arranhado pelas minhas "atitudes", mesmo que estas não tenham sido colocadas em prática. Eu estava vivendo um momento em que minha vida em si estava dizendo mais do quê minhas palavras. Estava agindo em prol daqueles que me cercam de maneira abnegada. Estava tirando de mim para poder dar aos outros, mesmo sabendo que alguns daqueles que estavam sendo alcançados não mereciam meu despojamento.

Simplesmente era mais forte que eu. Como diz o texto bíblico, estava como ovelha no meio de alguns lobos, mas estava ciente disso, confiando que o Senhor estava comigo e eu estava fazendo a vontade Dele na vida destas pessoas. Sabia que alguns estavam mentindo para mim, sabia que estavam falando de mim pelas costas, sabia que estava numa posição à qual poderia optar em não remover obstáculos no caminho destas pessoas, mas optei em fazer o que meu "coração" mandava, o que considerei o certo...

E este certo foi (é) dolorido. Doeu na alma, doeu materialmente, doeu emocionalmente. Quando você é alcançado pela Graça de Deus, você não tem como não agir com a mesma Graça perante o próximo. Mesmo que este próximo seja uma víbora, uma pessoa que te usa para alcançar seus objetivos, se você é um com Ele, Aquele que te resgatou das trevas para a Luz, “infelizmente” acaba sendo Graça na vida destes também.

Minha frustração foi que eu, no meio de toda pressão em que me encontro (presente), acabei não sendo fiel até o fim nesta empreitada. Nos piores momentos me irritei, agi de forma parecida com que agiram contra mim, emputeci mesmo, tipo de querer ferrar com quem estava me ferrando. Entretanto, caiu a ficha...

Parei, me envergonhei e não tive coragem de pedir desculpas, até pelo fato de – caso pedisse desculpas por algo não feito, apenas sentido – daria mais armas para aqueles que conseguiram me tirar do sério. Pedi perdão a Deus e me vejo agora escrevendo sobre isso tudo. Não sei se faz sentido, mas eu sou assim mesmo, complicado. Queria mesmo ser melhor do que sou, mas eu mesmo não sou nada, não sou ninguém.

Sem querer plagiar Paulo, apenas um pecador, um dos piores, sentindo que algumas vezes forço a amizade com Deus. Por fora aparentemente irrepreensível, mas com o velho homem apenas amarrado dentro de mim, algumas vezes amordaçado, mas não morto. Pensando bem, que bom que não escrevi antes; poderia passar uma imagem de super-crente, coisa que eu não sou, Graças à Deus.

Misericórdia Senhor...