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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Os trens assombrados da linha Osasco x Jurubatuba, parte 1




Em minha busca por Deus, bati em várias portas. Cisquei o budismo, consultei cartomantes, búzios, cartas de tarot, brinquei com o satanismo, fiz mesa ouija, fui católico, kardecista, umbandista... cheguei a ser filho de santo, misericórdia. Quando tive meu encontro pessoal com Jesus Cristo em 1993 larguei tudo isso. Saí com várias cicatrizes, mas, como diria Paulão: ‘onde abundou o pecado, super-abundou a Graça’. Minha conversão merece um capítulo a parte. Qualquer dia conto como foi.

O que estava me lembrando agora na verdade foi que em cada caminho que eu entrei eu o fiz com muita sinceridade e, baseado nisso, sempre arrastei muita gente comigo. Quero falar de uma pessoa em especial, mas prefiro não mencionar o nome dela. ‘Chamá-lo-ei’ de ‘Tief’ (alguns vão matar a charada).

Sempre o encontrava na casa de seus primos. Falávamos de música, de mulheres, jogávamos truco a tarde inteira, saíamos de vez em quando, íamos jogar bola no Parque do Ibirapuera, tomar nossas cachaças... Às vezes as conversas ficavam sérias. Falávamos sobre assuntos espirituais também. Quando comecei a freqüentar a macumba uma das coisas que mais me impressionou foi que de fato o pessoal realmente conseguia ver o passado e prognosticar algumas coisas do futuro. Mas só viam a podreira, que fique bem claro. Quem fala que isso não funciona não sabe do que está falando. Lógico que há alguns charlatões no meio, mas a porcaria funciona de verdade. O problema é o preço que você paga. Aí que o bicho pega, literalmente.

Falei com o Tief a respeito do local que estava freqüentando e ele ficou super interessado em conhecer. Levei-o lá e a filha de santo que ‘tirava as cartas’ descascou a vida dele. Ele ficou impressionadíssimo e começou a freqüentar mesmo sem minha companhia. Ele também tinha a mesma sede por Deus que eu e estava tateando no escuro à procura da Luz. Se envolveu até o pescoço no batuque. A mãe dele pegou ódio mortal de mim naquela época.... não tiro a razão dela.

Uma vez fomos passar uns dias em uma colônia de férias no litoral paulista. Numa noite estávamos andando na praia quando vimos uma sessão espírita acontecendo. Aproximamos-nos para ver melhor e tinha um rapaz literalmente ‘virado num demônio’. Não lembro o nome da entidade que ele disse que estava incorporado. Nem importa. Ele estava com uma garrafa de pinga na mão e nos ofereceu. Tomamos metade da garrafa com ele enquanto ele dava a ‘consulta’ para nós e fomos embora. O impressionante é que não ficamos nem um pouco alcoolizados. Misericórdia.

Passados um tempo, dois tempos e metade de um tempo (como diria Daniel, rerê...) eu já tinha tido meu encontro pessoal com Jesus Cristo e estava voltando de trem do Jaguaré para Santo Amaro. Passando os olhos pelo vagão encontrei o Tief sentando em um banco. Como eu o tinha levado para o ‘saravá’ eu me sentia culpado pelo estrago que havia feito. Sentei-me ao seu lado e começamos a conversar. Falei que tinha me convertido e, para minha surpresa, ele também tinha tido seu encontro pessoal com Jesus. Ficamos muito felizes um pelo outro e vínhamos conversando a respeito da obra de Deus em nossas vidas.

Em um determinado momento um rapaz que estava sentado em um banco próximo se levantou e colocou o dedo em minha cara dizendo: ‘Vocês pensam que vão sair do meu caminho assim de graça?’ Identificamos na hora que se tratava de um demônio utilizando a vida daquele rapaz. Eu nem lembro exatamente o que eu respondi. Só lembro que ele do nada me deu um tapa na cara, ao mesmo tempo em que fazia um monte de ameaças contra nós dois, pelo fato de termos abandonado a macumba.

Levantei-me e tentei mantê-lo afastado de mim. O Tief também se levantou. Ele me deu outro tapa. Desta vez eu me esquivei. Ele blasfemava contra Deus e tentava me acertar. Eu falava de Deus e me esquivava. Chegou num ponto que eu perdi a paciência. Peguei-o pelo colarinho e o derrubei no chão. Joguei-me sobre ele e, quando ia dar um murro em sua cara, olhei em seus olhos e brequei o golpe. Levantei-me e gritei: 'Você é louco cara? você é louco? Desce deste trem agora!’ Ele não respondeu nada. Apenas levantou-se e desceu. Olhei ao redor e vi que todo mundo que estava no vagão estava colado em seus bancos olhando a cena toda, apavorados.

Ele se foi.

Aquele trajeto Jaguaré/Santo Amaro era freqüente para mim. Depois do ocorrido, sempre que ia pegar aquele trem eu olhava para ver se aquele rapaz estava dentro do vagão que eu ia pegar. Podia ser que, se ele me encontrasse novamente, tentasse se vingar.

Um dia eu o encontrei. Quando o vi, estranhamente não senti medo nenhum. Eu o olhei de cima a baixo. Ele se vestia com roupas bem velhas e carregava uma bolsa dessas de carregar roupas de bebê. Tive muita pena dele. Ele me viu e não me reconheceu. Chegando à Estação Largo 13, eu me levantei para descer e ele também. Passei bem perto dele e perguntei: 'você lembra de mim?' Ele respondeu que não. Fiquei com ódio do diabo. Então falei: ‘Jesus te ama’. Ele me olhou, deu de ombros e desceu.

Impressionante como o diabo é sujo. Usou a vida daquele rapaz, que estava lá como um fantoche no dia que estava falando das maravilhas de Jesus com meu amigo Tief. Tentou nos amedrontar, nos ameaçou para que desistíssemos de continuar no Caminho. O tiro saiu pela culatra. Após minha conversão, varias outras vezes encontrei o inimigo pelo caminho, mas nada seria capaz de me fazer desistir de Jesus Cristo.

Atualmente meu brother Tief é pastor de uma Igreja das quais já freqüentei. Glória a Deus por isso. Eu sigo neste ministério itinerante, como agente secreto de Deus (sei que tem gente que não concorda com isso), catando um aqui, outro ali, levando a Verdade da maneira que o Espírito Santo me dirige a fazer. Como diria Raul Seixas: Pastor João, e a Igreja invisível...

Ainda tenho muito a falar sobre isso...

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...