“Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios”. – Salmo 90.12
Vivemos querendo adiantar o tempo, ansiando que segundos se transformem em minutos, minutos em horas, horas em dias, dias em semanas, semanas em meses, meses em anos, sempre achando que agora as coisas não vão bem, mas que no futuro tudo será muito melhor.
Esperamos os segundos que faltam para acabar a prorrogação da partida de futebol quando nosso time está ganhando. E os segundos se transformam em minutos, e a partida acaba. Que felicidade, oh!
Os minutos tardam em passar, e queremos que chegue logo a hora do almoço ou de ir embora do trabalho. Minutos eternos, contados no relógio. Mas os minutos se transformam em horas e estas horas passam. Chega a hora de ir embora do trabalho e ficamos felizes com isso.
As horas se arrastam no relógio, e os dias são longos. Não vemos a hora de chegar o fim de semana para descansarmos um pouco. Segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Até que enfim. Sobrou-nos dois dias para recarregarmos a bateria, fazemos festas e churrascos ou apenas limpamos a casa, vamos à igreja, lavamos roupa e descansamos um pouco assistindo Fantástico domingo à noite. Que maravilha.
Puxamos o saldo de nossa conta e vemos quanto de dinheiro temos e nunca é o suficiente. Os dias que faltam até o próximo pagamento se arrastam lentamente, fazendo com que a ansiedade que ficamos em quitar nossas dívidas nos deixe com dores nas costas, dor de cabeça e insônia. Fazemos de tudo para esticar o salário, mas este escorre por entre os dedos como água. Resistimos heroicamente até que chegamos no dia do pagamento. Mais um mês que se foi, graças a Deus.
Mas temos o conforto de que daqui mais alguns meses tiraremos um mês inteiro de férias. E torcemos para que o ano passe rápido. Apesar de toda luta diária, o ano passa e chegamos ao bendito mês. Descansamos alguns dias, mas o dinheiro acaba. Ficamos ansiosos esperando que as férias terminem logo, pois fazer nada sem dinheiro não dá.
Mesmo assim não perdemos a esperança de dias melhores. Lembramos que temos trabalhado anos a fio, e o tempo que falta para nos aposentar está chegando. Assim não dependeremos mais de um mísero mês de férias para descansar os ossos. Chegará o dia que daremos entrada em nosso pedido de aposentadoria. E este glorioso dia chega. Papelada e burocracia cumprida, pronto. O troféu por anos de trabalho a fio chega. Ficamos em casa, inventamos uma coisinha aqui e outra ali para fazer, até que não vemos mais nada pela frente.
Perdemos a disposição, ficamos cada vez mais doentes, passamos a freqüentar os estaleiros com uma freqüência cada vez maior. A virilidade dos primórdios se foi. O prazer pela vida também. O que conseguimos juntar? Valeu a pena o esforço? Agimos como o capitão do barco a vapor que participava de uma competição. Forçamos os motores ao máximo para chegarmos à frente de todos, lançando carvão nas fornalhas. O objetivo vai sendo alcançado até que acaba o carvão. Mas o importante é vencer a corrida e começamos a jogar toda peça de madeira do barco nas fornalhas para alimentar o fogo que nos impulsiona para frente. Cadeiras, mastros, lemes, remos, botes, tudo vai pro fogo.
Chegamos ao fim da corrida na frente de todos. Qual foi o prêmio? Chegar ao fim. O que sobrou do barco? Nada! De que adiantou queimar tudo de bom que tínhamos em mãos, nosso presente precioso, em troca de um oásis que na verdade não passava de uma miragem?
Ouvimos muitos louvores e pregadores da prosperidade dizer que o melhor de Deus está por vir. Com isso jogamos nossas vidas fora. Correndo atrás da cenoura presa em uma vara em nossa frente, mas nunca a alcançamos, apesar do esforço.
Que Deus nos dê sabedoria para valorizar cada segundo vivido, ouvindo, respirando, falando, comendo, trabalhando, rindo, chorando, brincando. Isso é o que vamos levar da vida.
“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles; antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas, e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas; como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna, e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade". – Eclesiastes 12.1-8
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
O burro e a cenoura
8 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Então, pastor.
ResponderExcluirEsse texto trata daquela velha ansiedade no peito que só acaba quando paramos de lutar com nós mesmos.
Como disse certo alguém, que são sei quem foi rss "o maior campo e batalha do homem é o próprio coração".
E quando a gente desiste dessa luta vã e descansa nAquele que nos dá vida em abundância, de repente nos apercebemos felizes, plenos, realizados. HOJE.
Abs,
Rê.
Oops! Que não sei quem foi... :P
ResponderExcluirBispa,
ResponderExcluirEste texto na verdade é antigo, mas me peguei escrevendo um igualzinho sem me lembrar que já tinha falado sobre este assunto, que passou a me incomodar muito devido a ansiedade que estava se abatendo dentro di-eu...
:(
Eu sei que é texto antigo, mas é sempre atual e necessário.
ResponderExcluirE justamente pra quem escreveu rss
Eu que o diga!
Engraçado esse lance de bispa, o rótulo só pegou in-euzinha? Pois eu vou lançar uma campanha, tá? Vou chamar o Duda (o Mendonça) pra liderar essa joça dessa campanha :
abs,
R.
Olá!
ResponderExcluirVim agradecer o seu comentário e presença no meu blog.
Li a sua postagem, mas voltarei com mais tempo pra ler mais.
Não consegui seguir, não sei, mas o lado dos seguidores só aparece um pouquinho na minha tela, meu computador é pequeno, talvez seja isso...é um netbook, quando eu estiver num outro vou tentar.
Abraços e até outra hora.
Oi Cida, obrigado pela visita!
ResponderExcluirSei não. Acho que o template que eu instalei até que é simpático mas dá muito pau mesmo. Deve ser por isso que você não conseguiu.... relaxa!
Pastor,
ResponderExcluirNada como o Hoje, o Agora! Com Deus!
Agora, se você se pegou escrevendo algo que já havia escrito, é melhor prestar bem atenção no textinho do Salomão, que você citou. Cuida, porque pode ter um alemão rondando a sua área!!! rsss
E, Bispa, claro que já pegou. Você já vai até gastar por conta!!! E óia que o Duda é caro, hein?
Cara,
ResponderExcluireu curti muito seu texto, eu me sinto assim um pouco sabia?
Parece que volta e meia bate uma 'neura', uma certa deprê...
Mas quando olho pros lados e vejo meus filhos caminhando, e a caminhada deles depende sempre dessa rotina, claro, me vêm forças e ganas de continuar... é como se agora já não fosse só mais a minha vez, mas também a vez deles...
Sinto algo assim também em outras áreas da minha vida e nelas, como na primeira, Deus acaba me suprindo, usando uma coisa ou outra...
Velho, gosto muito de 'te ler'...
Desculpa o sumiço, tava sem pc desde o dia 31...
Tô voltando agora...rsrsrsrs
Amplexos sempre!