"Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros". - João 13:34-35
“Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará”. – Mateus 24:12
“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. – 1 João 4:8
Jesus sempre pediu coisas aparente simples, mas de uma profundidade tão grande que, muitas vezes, não conseguimos nem triscar. E amar é uma delas.
Dizemo-nos discípulos, filhos do Pai, salvos pela Graça, não necessariamente nesta seqüência. O problema é que – se somos filhos – temos irmãos. Como isso vem de longe, também temos primos, parentes distantes, amigos, conhecidos, desconhecidos, inimigos... Todos são criados por Deus, com pleno potencial de relacionamento pessoal com Ele, mas nem todos são fáceis de serem amados por nós.
Este meu raciocínio é ligeiramente bobo e egoísta, mas infelizmente verdadeiro, ao menos para mim. Não é fácil amar a todos da mesma forma. Eu não consigo amar um notório estuprador da mesma forma que amo minha mulher. Não imagino colocar ambos sentados um ao lado do outro na poltrona da minha sala enquanto desço ao mercado para comprar alguma coisa que falta na geladeira. Não dá, ponto.
Talvez alguém argumente: “Você não precisa tratar ambos da mesma forma, até Jesus tinha 12 discípulos, mas na hora do “pega-pra-capá” Ele sempre chamava os mesmos três, mais íntimos dEle”. Sim, concordo plenamente. Aliás, é assim que eu penso também. O que quero dizer é que não consigo amar a todos como Deus ama. Tratar da mesma forma então, nem pensar.
Por mais que admire as Madres Terezas, confesso que meu olhar para os considerados “escórias e parias” da sociedade os transforma em homens invisíveis. Confesso que passo ao lado como se não existissem. Se puder fazer de uma maneira discreta, atravesso a rua e vou pela outra calçada dezenas de metros antes de cruzar com eles.
Entretanto, quando leio uma notícia de que algum indigente foi encontrado morto na calçada por alguém ter ateado fogo nele, fico extremamente revoltado com a crueldade humana. Só tem um problema: Cada um mata seu próximo à sua maneira; eu ao ignorá-lo, o outro ao eliminá-lo. No fim das contas, porém, ambos fizeram a mesmíssima coisa.
Volto então para dentro de mim e procuro achar algo de bom, algo que me dê esperança, alguma fagulha da chama Eterna que possa me trazer algum alento, só que vejo que cada dia que passa esta brasinha vai se apagando. Temo pelo que está acontecendo. Me assusto ao confirmar na prática que, como está escrito, assim está se cumprindo.
O amor dentro de mim diminui a cada dia. Ao redor de mim, não me interessa fazer como fazia logo ao me converter. Onde parava, pregava. Não tinham alminhas perdidas que não merecessem alcançar a salvação, não tinha pecador tão vil que me fizesse passar batido, tudo era possível, pois o primeiro amor ardia dentro de mim.
Qual esperança há então, se olho no espelho e aparentemente começo a vislumbrar o velho homem que não se importava com nada que não fosse diretamente ligado ao próprio interesse? Aparentemente foram-se os tempos de inocência. Tenho a impressão que estou me tornando mais frio, menos compassivo, mais interessado em meus próprios problemas, menos tolerante com os que ao meu lado sofrem.
Sinceramente, sinto vontade de quebrar minha cara. Me envergonho desta situação, mas o que é mais paradoxal é que ela (a situação de esfriamento do amor) não é algo que fica explícito para todos, nem mesmo para mim! Quem me olha, acha que eu sou bacaninha e tal, parará-pa-pá... A treta é aqui dentro, este coração aqui, movido à Atenolol 50 mg, que me faz achar que dentro de mim existe um Smeagol e um Gollum em constante batalha entre o bem e o mal.
Como diz o ditado: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Quero gritar como fez Paulo, gritar contra a luta que se trava dentro de mim, minha natureza pecaminosa e o Espírito de Deus habitando aqui no meio deste terreno baldio que é meu coração...
“Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio e, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo, pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.
Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim, pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.
Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” – Romanos 7:15-24
Dependo totalmente da Graça de Deus em minha vida, pois, sem esta, estou totalmente perdido. Entretanto, podemos concluir esta batalha assim como Paulo o fez:
“Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado”. - Romanos 7:25
Nossa, viajei grandão, comecei falando de amar o próximo, amor se esfriando e Deus ser o próprio Amor. Agora, nem sei como terminar este texto... Pensando bem, sei sim, e este é o conselho do Senhor para todos os que se encontram como eu:
“Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido.
Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor.
Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar”. - Apocalipse 2:2-5
Ainda não é tarde, e esta é minha oração...
PS: Este texto estava incompleto se não fosse o comentário da bispa Rê... imperdível!
João,
ResponderExcluirHoje nós dois acordamos com esse papo de amor rss (Veja meu texto...)
Olhar pra dentro de nós mesmos em vez de apontar o outro já é difícil; e descobrirmos que o Pai tem algo 'contra a gente' então... É uma porrada no ego.
Gosto desse seu jeito de colocar as falhas e imperfeições às claras. Sempre me identifiquei, vc sabe.
E o Pai sabe que a gente sabe perfeitamente onde foi que a gente caiu, deslizou, vacilou; o orgulho e a teimosia é que nos impulsionam a nos fazermos de desentendidos.
É verdade que vamos endurecendo, vamos ficando indiferentes no cotidiano e que precisamos desse puxão de orelha.Pois é do bicho homem a tendência forte ao egoismo. Bendito puxão de orelha!
Só discordo um pouquinho qdo vc se cobra em relação a como foi antes e que se tenha que fazer as coisas do jeito que fazia ao se converter.
Ali você estava nascendo, havia uma empolgação pueril, depois você vai crescendo, amadurecendo e as atitudes vão mudando. Veja você com a Ci, certamente você a ama mais do que quando saíam namorando despreocupadamente de mãos dadas e os mínimos detalhes eram extremamente importantes para demonstrar, afirmar e reafirmar o amor. Agora, mesmo sem perder o romantismo, certamente vcs estão mais 'calmos' quanto a isso, mais seguros, mais serenos. E o amor bem mais forte! Entende a analogia que tento fazer?
Creio que seja assim tb a nossa demonstração nossa paixão por Cristo manifestada em meio aos que nos rodeiam. Me lembro como se fosse hoje minha empolgação e alegria que só faltava explodir o peito. Me chamavam de pastora porque eu não parava de 'pregar'. E isso durou uns cinco anos e que, aos poucos, foi dando lugar a algo mais sereno, mais suave e bem menos barulhento rsss Continuo profundamente apaixonada e grata pelo milagre que Deus realizou no meu ser, mas de uma forma mais calma.
Sem querer ter a pretensão de julgar qual é teu anseio ou tua aflição, eu entendo que voltar ao primeiro amor é voltar a Deus nos desarmando do que fomos nos enchendo ao longo da vida, nos esvaziando das arrogâncias insistentes que nos distanciam do outro, pois que nossa natureza caída insiste em nos fazer distanciar Dele por meio dessa indiferença (desamor) para com o próximo. Sim, pois o oposto do amor não é ódio e sim indiferença. E não que tenhamos que sentar, trocar figurinha e dividir pizza com quem nos antipatiza, mas que não enchamos nosso coração de amargura por nada e que estejamos sempre dispostos - e a postos - para ajudar a este mesmo com o qual não temos que sentar à mesa. Eu vejo assim...
Beijo grande.
Este texto sem seu comentário simplesmente fica aleijado. Acho até que vou incluí-lo como parte essencial do mesmo, afff!!!!
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