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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Não somos escravos das mídias sociais...


(Resposta a uma amada pessoa que me mandou um email de desculpas)

Pedido de desculpas pra quê? A gente já conversou! Eu vi o que vocês escreveram no chat, mas estava tão sem tempo pra comentar que preferi apenas me calar. Como diz o ditado, “até um tolo, de boca fechada, passa por sábio”. Simplesmente não sabia o que responder sem que aquilo voltasse a tomar proporções e progressões geométricas...

Sem querer a gente – e não só você, como você escreveu - se perdeu um pouco. O que era engraçado tomou contornos estranhos, de repente eu me vi exposto demais, mas DEMAIS pro meu gosto. Gosto de "brincar" neste ambiente virtual, mas a criatura passou a querer ficar maior do que o criador. Estava sendo sugado, sentava no computador para fazer trabalho de faculdade e simplesmente não conseguia me desligar dele. Meu propósito inicial, que era influenciar para o bem àqueles que me cercam direta ou indiretamente, estava sendo maculado...

Como a coisa tomou esta proporção optei em dar um tempo. Ainda estou entrando, mas não estou "entrando" nas discussões e debates sem fim, mesmo que engraçadas, pois meu tempo é muito importante e este estava escorrendo entre os dedos, literalmente. Estou nas duas semanas finais deste semestre e tenho trabalhos da faculdade que não podem ser deixados em segundo plano. Tenho afazeres domésticos que são tão importante quanto. Acima de tudo, tenho minha relação real, presencial, com aqueles que fazem parte de meu cotidiano e que estavam sendo deixados sentados quietinhos no sofá enquanto eu me divertia sozinho, rindo litros – como você costuma dizer – em frente a um teclado e um monitor. Como diz o ditado: "(se não tomarmos cuidado) a internet aproxima as pessoas distantes e afasta as pessoas próximas"...

Tenho por certo que nossa amizade é verdadeira. Como bom amigo, sinto prazer que aqueles que eu amo estejam bem, mesmo que para isso eu tenha que me afastar um pouco da pessoa para que esta possa se ver melhor, se doar ao quê e a quem realmente é importante para ela e que – sem que esta pessoa notasse – de repente ela tivesse deixado em segundo plano, talvez como tentativa de fuga da realidade, talvez como pura falta de percepção dos fatos. Neste processo, se a pessoa não notou que algo importante estava sendo deixado em sua vida e em suas relações, tanto pior. Com mais firmeza digo que optei em fazer a coisa certa.

Nossa amizade é muito importante, esta galerinha que a gente conseguiu ligar com laços de amor e amizade me são muito caros, mas, por outro lado, ao nosso redor não cresceu apenas trigo, nasceram também aqui e acolá alguns brotos de joio, e você sabe disso. Quanto mais estávamos nos expondo entre nós, consciente ou inconscientemente, mais estávamos servindo de espetáculo para aqueles que nos cercam, e nem todos estavam bem intencionados. Passei a me sentir no centro de um picadeiro, assim como senti que isso estava acontecendo com vocês também. Quase podia “ouvir” dizerem: “Vamos lá, vamos ver que tipo de putaria eles estão discutindo hoje!”

Isso se tornou muito perigoso. Praticamente esquecemos que somos espetáculo para homens e anjos, passamos a nos divertir cercados apenas por vidraças, como que num Big Brother, enquanto todos os que passavam por nós tinham orgasmos múltiplos ao verem as direções que nossa liberdade e intimidade tomavam. Peço perdão a todos caso o que decidi fazer com a minha vida e com “meu espaço virtual” tenha “abalado” ou ofendido alguém. Na verdade eu também me senti ofendido com algumas coisas, então não esquento muito a cabeça com o que possam pensar.

Peço perdão por ter tido que tomar uma posição profética em relação aos meus caminhos. Quem não entendeu um dia vai entender. Quem se magoou um dia vai me perdoar. Quem estava apenas se divertindo às nossas custas, ah – sinceramente – estes eu quero é que se fodam bem gostoso...

Com amor verdadeiro,

JC

7 comentários:

  1. João, tenho opinião muito parecida com a sua, aqui eu escrevo quando preciso respirar e retomar o trabalho cotidiano, trabalho aqui sentada e é legal ter amigos que estão logados, mas acredito q nada pode tomar o lugar dos meus amados ao meu lado (filhos, maridão a quem amo muito), só que na verdade sei ter gente nas redes sociais q acredita não ter para quem ou para o que voltar, a estes direciono minha oração nesse momento. Te admiro, bjs!

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  2. Oi Fráuvia, rsrs

    Pois é: Esqueci daquele velho ditado que diz "quanto mais você abaixa mais aparece a bunda", kkkk!!!!!

    Pode parecer que radicalizei e certamente vão passar a me julgar a partir de agora. Na verdade não me importo. Não quero "ter em minhas mãos um poder" de influenciar tanto assim, a menos que seja para o bem.

    Continuo no Face, não vou fechar e sempre que puder entrar, só não vou mais dar comida para os tubarões.

    Estou em paz, estou com Deus, um pouco triste sim, mas faz parte...

    Também estou orando. Principalmente por aqueles que estão preenchendo seus vazios relacionais e existenciais com a virtualidade desta ferramenta.

    Passei um curto período assim também, na época de meu divórcio (via Orkut, que "era meu pastô, e nada me faltava", mas fui curado logo em seguida, quando desci da arquibancada, parei de lamber minhas feridas e voltei ao campo, onde A VIDA ACONTECE...

    Te amo em Cristo minha vizinha Jacarepaguariana...

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  3. João,

    Não foi à toa que, depois de muita resistência pra entrar no FB logo o chamei de FAKEbook, pois o que tem de máscara ali é coisa de doido. Lá e cá nos blogs e em todo mundo virtual que é também super real. Eis a grande tragédia humana! Trazer para cá o que a máscara grudada lá fora não permite, no ingênuo achismo de que jamais vai ser desvendado. Ledo engano! E a própria consciência? Já não seria um bom julgador?

    O lado bom disso aqui é que tem gente assim como você, como a Cil e mais um (pequeno) punhado de pessoas que são sinceras e que, tenho certeza, pessoalmente são iguaizinhas como se apresentam aqui.

    No mais, não sei bem do que se trata, primeiro porque aqui percebo um endereçamento específico, e ainda porque no FB sou meio devagar. (Você sabe que não sou uma deslumbrada e não vou seguir algo só por modismo). Mas te conheço e sei que você certamente tomou a atitude mais correta. Seja o que for, estou contigo, irmãozinho! Conte comigo sempre.

    Te amo, em Cristo!

    Rê.

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  4. Caramba...
    A postagem me lembra muito os textos que haviam de cumplicidade entre o poeta Drummond e o esritor Cyro do Anjos.

    Foram muitas escritas onde a amizade estava implícita nas profundas declarações de confiabilidade e carinho...
    Infelizmente, nas Redes isso vira público, aliás como virou também a conversa entre os dois que rendeu até livro: "Cyro & Drummond, de Wander Melo Miranda e Roberto Said (que fizeram as organizações cronolócicas e por assunto das missivas)...

    Pois é, se eles também não tiveram 'direito' a essa privacidade, imagine os pobres mortais...

    Eu sempre sou a favor do desabafo, da verdade e da realidade, mesmo que numa trivialidade, mas o preço é duro e às vezes somos devedores disso por toda uma vida!
    (melancólico isso, né? kkk)

    Abraços!

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  5. Cara, você tá muito profundo, sem duplo sentido... rsrs

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  6. Hummmmm... Estou?
    Isso é uma infâmia sabia?
    Eu SOU profundo! Sem triplo sentido!

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...