“E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze. E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair. E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, Senhor? E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair”. – Mateus 26:20-23
Como é duro lidar com a fraqueza de caráter e valores daqueles que convivem conosco. Pode ser desde o fulano que você mal conhece e que te ferra num determinado momento em que os dois se cruzam no caminho, como o motorista que não para no ponto que você vai descer, o vendedor que te atende mal, a pessoa que te irrita do e por nada, mas que você – teoricamente – nunca mais vai cruzar com ela, o que faz com quê aquilo te afete apenas momentaneamente, até aquela pessoa que faz parte de seu convívio diário, que caminha com você todos os dias, como um colega de trabalho, um parente, um familiar.
Estes são os que têm o poder de realmente nos ferir, pois partimos do pressuposto de que quanto maior o laço que nos une, mais escrúpulo, respeito e amor devemos ter com eles. E não que não tenhamos com os demais, pois nossos valores estão entranhados em nosso ser. O fato é que – sendo sincero – é muito mais fácil você mandar à merda a pessoa “que pisa no seu pé” do que a um ente querido.
Como dói lidar com as coisas que chegam aos nossos ouvidos. Como ficamos arrasados com as picuinhas que nos cercam. Como é difícil aceitar que as pessoas te tratam da melhor maneira possível pela frente (isso quando tratam), mas não pensam duas vezes para servir sua cabeça em uma bandeja de prata num banquete.
É horrível descobrir que pessoas que você ama te tratam bem pela frente mas metem o pau na sua ausência. O pior: Esquecem (ou não se importam, o que é pior) que aquilo possivelmente vai chegar aos seus ouvidos.
Isso me lembra de uma frase que aprendi no curso de inglês que – traduzida – diz mais ou menos assim:
Pessoas inteligentes falam sobre idéias
Pessoas comuns falam sobre coisas
Pessoas medíocres falam sobre pessoas...
Não consigo aceitar o fato de que “pessoas que põem comigo a mão no prato”, assim como Judas fez com Jesus, não pensam duas vezes na hora de te vender por algumas moedas. Por outro lado, também está escrito que:
“Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu Nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”. – Mateus 10:19-22
É assustador ver que estamos vivendo estes momentos. Lemos e entendemos, sabemos que estas coisas acontecem não somente em novelas, mas, quando é conosco, temos que recontextualizar os fatos, trazer à nossa existência mais uma passagem bíblica que infelizmente começa a se concretizar.
Acima da experiência negativa da traição, da maledicência, da fofoca e outros vícios morais, está o fato de que quem está fazendo isso são pessoas que você ama – ou seja – estas pessoas estão terrivelmente doentes, precisando se libertar das garras do inimigo, o grande acusador que os vem usando sem que se dêem conta disso mas, pensando bem, o apóstolo Paulo disse:
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” – Gálatas 5:19-21
Pensando bem então, isso é obra da carne e o diabo não tem culpa... coitado dele! Isso é natureza humana não tratada, não convertida, não nascida de novo...
Pior, muito pior, pois não adianta orar para que um demônio se manifeste e seja expulso. Uma mudança de atitude nesta área envolve a vontade da própria pessoa. Sei que não adianta peitar, por mais que se tenha como “acabar com a pessoa na argumentação” (e sou “bom” nisso, seria um advogado fdp se me enveredasse nesta profissão). Se fossemos tirar satisfação das pessoas que nos ferram por trás (sem duplo sentido), bem o faríamos pensando na carne, mas colocaríamos engrenagens em movimento que prejudicariam outras, em várias esferas.
Será que temos que agir como nosso Senhor? É uma pergunta idiota, sabemos a resposta, mas é difícil querer aceitar isso! É difícil, dói demais agir como está escrito em Isaias 53:7, que diz que “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”...
Senhor, é difícil agir assim, tá doendo e eu preciso de sua Graça...
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
"Porventura sou eu Senhor"?
5 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Pois é, Pastor...
ResponderExcluirNós aprendemos que a nossa guerra não é contra pessoas, por mais malas que elas sejam. Só que, NA PRÁTICA, isso vira uma tremenda prova de fé!
Sim, pois não é NADA fácil segurar a própria onda, por exemplo, quando tentam fazer tua caveira enquanto você se doa incondicionalmente, sem maldade, sem má vontade, e até sendo a conselheira a pedido da própria pessoa que te ferra. Sabe aquele inimigo que te ferra (e te ferroa) convivendo contigo como se te considerasse, rindo pra ti, te bajulando? Então...
Doí mesmo! Dóia pra caramba e só Deus para confortar a pessoa e a segurar para não ir à forra, responder à altura (se nivelar) e até dar uns bons socos no(a) FDP.
Virou jargão, mas não tem outra forma de dizer:
Só a GRAÇA!
Forma de dizer... E de SER!!!
ResponderExcluirVocê pegou o ponto bispa, exatamente isso que você comentou...
ResponderExcluirÉéééé, João, isso não é mole mesmo!
ResponderExcluirMas tem uma coisa que ajuda muito a suportar essas trolhas que surgem em nossa vida: ter a consciência que, na verdade, essas ações não são contra nós, mas contra Aquele que vive em nós, Jesus.
Nós somos sal e luz porque Ele vive em nós, não por nossa própria capacidade. E esse tempero, esse dissipar de trevas incomoda a todos aqueles que não se entregaram de coração a Ele. Você pode estar quieto no seu canto que vai estar incomodando alguém, só por existir. E esse alguém incomodado vai fazer algo pra lhe prejudicar.
Abração e Paz!
Cara...
ResponderExcluirIsso é duro pra caramba... Eu sei muito bem o que é ser 'traído' por alguém próximo, e por quem diz que ama e tal...
Fico imaginando as inúmeras possibilidades, as dores, os traumas...
Mas sabe? Eu aprendi, com os tropeços (com os meus inclusive) que isso é falta de entender Jesus não como Ser, mas como Salvador e 'modificador' de vidas e caráteres...
Como o René bem disse, são coisas que não te afetam apenas a você, mas são injúrias contra o Mestre... E o que a Palavra diz acerca? Feliz é quem é injustiçado por minha causa!
Falando nos amigos, como diria a Bispa...
Só a Graça!