Ainda não tinha contado como foi minha conversão. Vou tentar abreviar...
Durante minha vida antes de Cristo me envolvi em quase todo tipo de excesso. Bebidas, cigarros, drogas, mulheres, confusões, brigas... Tantas coisas aconteceram que hoje olho para trás e vejo que apenas sobrevivi pelo fato de Deus ter tido muita misericórdia de mim.
Paralelo aos meus descaminhos, dentro de mim sempre houve algo que queimava em meu peito e me fazia tentar procurar algo mais do que estava à minha vista. Sentia sede pelo sobrenatural, sabia que devia existir uma força maior, uma energia, algo que fizesse com que a vida fizesse sentido.
Nesta minha busca, freqüentei o catolicismo por vários anos, devido à fé de minha família. Quando cheguei à adolescência, comecei a achar que pensava. Comecei a questionar os fatos, os por quês das coisas. Influenciado por uma namorada, comecei a freqüentar o espiritismo. Fui em duas das vertentes, o considerado ‘alto espiritismo’ e o ‘baixo espiritismo’. Isso merece um capítulo à parte, devido a quantidade de acontecimentos que vivi neste período.
Devido a inúmeras decepções e sustos nesta área, me afastei e cai ainda mais na gandaia. Mais bebidas, mais drogas, mais mulheres, mais um monte de coisas. Mas a sede pelo sobrenatural estava lá. Lia livros de magia negra, flertava com satanismo, brincava com fogo, literalmente. Por mais estranho que possa parecer, tudo isso foi feito com muita sinceridade. Estava na busca, mas não discernia o que era certo do que era errado.
Nesta época um de meus melhores amigos era também meu companheiro de loucuras, baladas e também na busca pelo sobrenatural. Só que ele era muito ‘zicado’. Para você ter uma idéia, bastava nós sairmos e de alguma maneira a polícia vinha dar geral na gente. Era impressionante como com ele parecia que se fechava um circuito e tudo o que não prestava acontecia. Uma vez na casa dele ficamos tirando cartas de tarô e começamos a ver que coisas estranhas começaram a acontecer. Arrepios, fortes sensações, temor, opressão, medo. Decidimos acabar com a brincadeira e o baralho foi enterrado no fundo da casa dele. No dia seguinte pela manhã as cartas estavam desenterradas, ao lado da cabeceira de sua cama...
Um determinado sábado decidimos ir à Galeria do Rock pela manhã. Os pais dele tinham ido viajar. Marcamos com outros dois amigos e fomos para a casa dele depois. Lá começamos a ouvir música, beber e fumar. Depois de um tempo, este meu amigo bolou um baseado e eu dei um pega. Fumava de vez enquando. Até cocaína já tinha cheirado. O máximo que tinha acontecido até ali foi ter ficado numa rebordosa desgraçada. Só que aquele dia foi diferente: A parada BATEU.
Bateu forte e comecei a ter visões.Ao redor de meu corpo parece que acendeu uma luz roxa, como neon. O meu amigo olhou para mim e disse: ‘Agora sim Johnny, agora sim bateu!’. Ele via isso em mim, mas os outros dois não viam.
Nós quatro sentamos no chão e fechamos um círculo. Tocava ‘The Doors’ ao fundo. Eu e meu amigo começamos a ter as mesmas visões. Estávamos numa ilha, subíamos em árvores, retirávamos frutos e comíamos. Dávamos risada, corríamos. Tudo isso em visão. Nós falávamos tudo o que estávamos vendo, mas os outros dois não viam as mesmas coisas. Eles estavam desconfiando que estávamos brincando. Mas era tudo real.
Nisso começou a acontecer algo muito estranho. Uma luz muito forte apareceu do chão, iluminando tudo ao nosso redor. Eram spots muito potentes, e nossos corpos eram iluminados de baixo para cima, formando colunas de sombras e luzes. Nós estávamos ali, e de repente brotou no meio de nós quatro uma bolhinha branca no chão, que começou a crescer e se tornou um cogumelo branco. Ele ia crescendo cada vez mais, até se transformar no Jim Morrison, vocalista do The Doors, a banda que estavamos ouvindo (loucura total né? mas aguenta firme que ainda não acabou...).
Para quem não sabe, Jim Morrison tinha morrido no começos dos anos 70 e tinha um envolvimento muito grande com xamanismo, um tipo de espiritismo dos índios americanos. Foi então que Jim Morrison começou a conversar conosco. Ele falou mais ou menos assim:
‘Esta é a última vez que volto para o plano material. Ainda não tinha me libertado e precisava que quatro rapazes, loucos como eu era, estivessem no mesmo espírito para que eu pudesse passar deste plano para o outro. Isso que estou fazendo aqui é um presente que dou a vocês. Não contem isso para ninguém, pois não acreditarão”.
Nisso ele desapareceu. Como nós conhecíamos a história da vida do Jim, eu e meu amigo chorávamos. Nos levantamos e nos abraçamos, felizes por termos participado de um momento tão ‘sublime’. Como ex-espíritas, mais ainda flertando com tudo quanto era tipo de atividade ligada ao ocultismo, realmente acreditamos em tudo o que aquele ‘espírito’ tinha falado conosco.
Me afastei do meu amigo por um instante, ainda chorando e olhei para ele. Quando vi seu rosto notei que ele estava branco. Olhos fechados e braços estendidos. Me assustei. Parecia que ele estava morto. Sobre o corpo dele, como imagens sobrepostas, havia um outro corpo, sem densidade, não tangível e muito maior. Este olhava para mim e tentava me abraçar. Seus olhos faiscavam terror. Vi neste corpo todo o mal que até então não tinha visto em toda minha vida. Gritei, me afastei, comecei a falar que ia embora dali.
Os outros dois rapazes tentavam me acalmar. A visão espiritual tinha passado, mas meu amigo depois daquilo começou a me olhar com os olhos daquele ser que tinha visto sobrepondo o corpo dele. Quase quebrei as coisas da casa dele. Foi então que os outros dois rapazes decidiram me colocar num carro e me levar para casa. O meu amigo veio junto, mas parecia que éramos dois galos de briga, se medindo para atacar.
Ao chegar no portão de minha casa os três rapazes esperaram que eu abrisse o portão. Deram partida no carro e se foram. Só que eu não entrei em casa. Dentro de mim algo começou a falar mais alto. Havia uma luta no mundo espiritual por minha alma, mas eu ainda não discernia exatamente o que estava acontecendo. Fechei o portão e desci a rua. Fui até uma encruzilhada, tirei um par de tênis que estava calçando e joguei ali, no chão. Um Nike caríssimo. Eu fazia isso e respondia a uma voz que falava comigo. Eu dizia a ela: 'Foi você que me deu? Então toma de volta! Não quero nada seu!’ Em minha cabeça veio diversas coisas que pareciam que tinha sido dadas à mim pelo demônio. Mas ainda não sabia que ele era o dito-cujo.
Voltei para casa e fui direto no quarto de minha irmã. Ela acordou e olhou para mim. Eu estava um farrapo humano. Fedendo maconha, bêbado, mijado, sujo e chorando. Ela se assustou, não sabia o que fazer. Eu chorava muito. Soluçando, eu falei para ela:
“Leila, to cansado desta vida, quero conhecer seu Jesus!”
Ela tinha acabado de se converter, influenciada por minha outra irmã e tinha falado alguma coisa sobre Jesus. Ela me abraçou chorando, me levou pro quarto e eu dormi.
Tive uma noite boa de sono. Pela manhã ela tinha ligado para minha outra irmã e as duas vieram ao meu quarto. Minha irmã mais velha, a que tinha se convertido antes da Leila, expôs o plano de salvação para mim. Eu entendi mais ou menos, mas era aquilo que eu queria. Estava sendo guiado pelo Espírito Santo à tomar aquela descisão. Minhas irmãs oraram por mim e após isso elas falaram: ‘Cá, você tem um monte de coisa aqui que você vai ter que jogar fora’.
Comecei então a fazer a catação. Guias de orixás, roupas que usava em rituais, quadros, CDs, fitas de vídeo. Até meu colchão. Dentro dele eu tinha colocado um monte de ‘palha da costa’, instruído pelo pai de santo do terreiro que eu freqüentava, devido à um ataque que sofrera no mundo espiritual numa determinada noite. (esta estória merece um post à parte).
Fomos ao fundo do quintal e metemos fogo em tudo. Senti muita paz.
Uma semana depois, numa sexta feira, fui à uma ‘sessão de descarrego’ na Universal. Quando coloquei os pés na calçada e vi escrito ‘Jesus Cristo é o Senhor’, comecei a chorar feito criança. Foi ali, na calçada, que o que minha irmã tinha falado no final de semana anterior se tornou real em minha vida. Como já falei anteriormente em outro post, a Universal foi meu pronto socorro espiritual. Poucos meses depois estava seguindo outros caminhos, sempre baseado na Palavra.
Isso foi em Agosto de 1993. Hoje faz 16 anos que me converti.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Meus 16 anos de VIDA
1 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Pastor:
ResponderExcluirVeja só todas essas paragens...
Você já era DELE desde os seus primeiros descaminhos!
Isso é prova contundente de que Deus é Soberano e age do jeito que Lhe apraz!
Glórias pois a Ele, eternamente!
R.