“O AMOR NUNCA FALHA; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”. - 1Coríntios 13:8-13
Na minha releitura da Bíblia cheguei a este trecho do livro de 1 Coríntios e parei para meditar. Sou pentecostal, batizado no Espírito Santo, já tive o prazer (?) de ver manifestações demoníacas e expulsá-los em Nome de Jesus, orei por pessoas e elas foram batizadas no Espírito Santo, profetizei e recebi profecias cujas palavras entregues se cumpriram por terem vindo de Deus, recebi clara direção do Espírito para ofertar em determinadas obras e fui abençoado grandemente logo em seguida, entre outras coisas maravilhosas que somente pela graça e misericórdia de Deus elas aconteceram.
Só que o fato de ter visto e vivido todas estas coisas não fez de mim algo maior ou melhor do que sou. Pelo contrário! Entendi que quando Deus operou alguma obra através de minha vida eu na verdade me tornei cada vez menor. Entendi o conceito de “vaso”. Vaso inútil e imperfeito, sendo moldado dia a dia nas mãos do Oleiro. As maravilhas de Deus me reduziram a nada, sem falsa modéstia.
Entendi que tudo isso só acontecia quando Deus queria que acontecesse. Não dependia de minha vontade chegar a uma pessoa e obter êxito ao começar a falar, orar a Deus pedindo por uma cura e vê-la acontecer, orar por um endemoniado e vê-lo liberto, profetizar a alguém movido por emoção e ver as palavras que falei acontecerem.
No começo isso me frustrou muito. Achei que tinha perdido “poder”, acreditei que minha comunhão com Deus não era mais a mesma, pensei que estava “em pecado” e me tornara um sal insípido, pronto para ser jogado fora e que serviria apenas para ser pisado pelos homens. Entrei em crise várias vezes e – do nada, as vezes meses, anos depois – Deus me usava novamente.
Isso fez eu me tornar um cristão mais “pé no chão”. Estes pés no chão me fizeram entender que o chão era meu lugar. Pequeno e frágil, totalmente dependente da bondade do Pai, comecei a olhar para o próximo e entender suas fraquezas, por eu também ser fraco. Parei de querer ser um super herói na fé. Aprendi no “deserto” que meu papel era estar no centro da vontade de Deus, mesmo não conseguindo ver um palmo à frente.
Tateando, tropeçando, caindo e me levantando, me tornei mais forte, exatamente por reconhecer minhas fraquezas e limitações. Os milagres, as manifestações espirituais, as profecias, o falar em línguas se tornaram pequenos perto do que Deus conseguiu tirar de mim. Aprendi a amar. Amar a Deus desesperadamente, a ponto de ficar revoltado com as várias vezes que fiquei buscando os dons, buscando as bênçãos, tentando impressionar com as revelações e ações recebidas no passado.
Passei então a entender que o Espírito de Deus habitava em mim de uma maneira muito mais “sutil e útil” do que quando “arregaçava” no mundo espiritual. Olhando para trás, passei a ver que Ele havia tomado as rédeas de minha vida. Poderia querer tirar o trem do trilho, e várias vezes acreditei que isso tinha acontecido mas, para minha surpresa, estava no centro da vontade de Deus.
Não encontrei mais ao Senhor no grande e forte vento que fende os montes e quebra as penhas, nem no terremoto nem muito menos no fogo (1Reis 19:11, parafraseado), mas na simplicidade do cotidiano. O amor Dele dentro de mim passou a queimar intensamente na voz mansa e delicada. Os grandes eventos espirituais em minha caminhada serviram de sinal, para eu saber a grandeza e o poder de quem eu estava começando uma relação de amor eterno.
Deixei então de buscar as coisas de minha infância espiritual e passei a viver a vida maravilhosa que Ele me deu, comendo feijão, tomando água, escrevendo em meu blog, conversando com o vizinho, cuidando das pequenas coisas do dia a dia, ou seja: estando no centro da vondade do Pai, vivendo a vida que Ele me deu para viver.
E vi então que isso era muito bom!
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
O amor nunca falha... (ufaa!)
7 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Oi, Pastor João (é de pastor assim que a gente precisa rss)
ResponderExcluirTá ficando repetitivo mas sempre que venho aqui me alegro com suas palavras.
E lendo isso eu digo como minha sobrinha: caraca! me arrepiei toda!
Que relato mais verdadeiro!
O mais interressante é que é exatamente assim que acontece, nessa sequência.
A gente "se enche do espírito" e aí coisas maravilhosas acontecem e não sacamos que é Deus quem está no comando; e a pessoa começa a "se achar" se inchar e distanciar-se do conceito de "vaso", como diz você.
E até chegar nesse "pé no chão" tem todo um processo que, aos nossos olhos, é algo meio frustrante justamente porque não temos poder pra coisa alguma rss
E nesse processo tem os que estacionam e viajam na maionese...
Enfim, cuidando - e vivendo - de coisas simples e básicas não tem jeito melhor e mais saudável de caminhar. É quando se pára de dar murro em ponta de faca rss E se vê que é muito bom! Ainda que cheio de falhas como qualquer mortal, mas com o diferencial de que sabe quem está pilotando o barco.
Tem certeza que que fui eu quem escreveu isso?! (risos)
Meu carinho,
R.
(Gosto muito do seu parecer, portanto você tá intimidado a ler e comentar meus dois textos sobre carnaval)
No final... erro de digitação, porque ninguém é perfeito rss
ResponderExcluirEu quis tirar onda e perguntei:
"Tem certeza de que não FUI EU quem escreveu isso?!"
É porque temos histórias muito parecidas...
Abs...
R.
Oiiii Regina!
ResponderExcluirVou te contar um mixxxxxxxtério: Seu 'ispríto' passou por aqui e eu psicografei este texto, hahahaha!!!
Brincadeiras à parte: Pode ver, as vidas dos cristãos normalmente seguem esta sequência mesmo. A coisa mais difícil que tem é 'assimilar o golpe' da perda de 'pudêeeee' e continuar firme na presença do Senhor...
Estou indo agora mesmo fuçar seu blog.... beijos!
JC
Ah Ah Ah...
ResponderExcluirErrei de novo, que onda!
Onde se lê "intimidado" leia-se "intimado"
Não se sinta intimidado, por favor! Vá numa boa... mas é uma INTIMAÇÃO, ora!
Afff foi a emoção de ver você postar - despretensiosamente e em outras palavras - meu jeito de viver rss
bj
R.
Que cachaça é essa que você tomou logo cedo? Manda uma garrafa aqui pra mim, pls! Esta é da bôouuaaaaa... rsrs
ResponderExcluirRapaz, não bebo nada desde o ano novo.
ResponderExcluirE não gosto de cachaça propriamente dita, mas quando morei no interior do RN ainda bem novinha, recém-casada, provei uma que diziam ser de mulher pelo teor alcoólico inferior (sacanagem rss) mas mesmo assim não curti.
Porém gosto de cerveja, vinho, champanhe e uisque e inclusive eu tomei os quatro - não necessariamente nessa ordem nem na mesma quantidade he he he - no casamento do meu filho e não dei nenhum vexame. Escandalizei alguns de falso "rigor ascético", mas (quase) igual ao Neruda CONFESSO QUE BEBI e que foi muito bom rsss E até soa meio suspeito mas foi uma das melhores festas que participei nos últimos anos!!!
E outra: quem se escandaliza é porque olha, quem olha é porque não curte e quem não curte é burro. Nenão? (pronto, desabafei rss)
Abs...
R.
Concordo em gênero, número e grau. E também não 'como água' não, fico só no vinho e na cerveja...
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