“Seja o seu 'sim', 'sim', e o seu 'não', 'não'; o que passar disso vem do Maligno”. – Mateus 5:37
Vivemos em sociedade e temos que nos relacionar com todo tipo de gente. Diariamente temos contato com Deus, nossos cônjuges, filhos, clientes, colegas de trabalho, vizinhos, parentes, amigos, irmãos da igreja e por ai vai.
O simples fato de sermos seres relacionáveis faz com que em determinados momentos tenhamos que assumir posições perante aqueles com quem nos relacionamos (nem todas agradáveis...).
Constantemente somos colocados sob pressão, fazendo com que tenhamos que decidir em frações de segundo se vamos tomar posições ou fazer concessões, algumas (muitas?) delas contra nossa vontade. No trabalho temos que nos submeter à autoridade de nossos chefes, perante os clientes temos que procurar agradá-los de forma que não fujam para os concorrentes, com os prestadores de serviços temos que exigir a melhor qualidade possível pelo preço mais justo, na família cedemos ou endurecemos para que o correto seja feito.
Alguns agem inconsequentemente, principalmente aqueles que não conhecem a Verdade. Agem movidos pela ganância e por interesses pessoais. Fazem alianças, conchavos, negociatas, sem se importar com as conseqüências, que mais cedo ou mais tarde virão. Nós cristãos teoricamente temos uma base sólida, que nos norteia para a justiça e a verdade.
Por outro lado, sendo conhecidos como cristãos muitas vezes somos considerados massa de manobra. Acreditam que não temos boca para nada. Mansinhos como cordeiros, “os outros” (me lembrei de Lost...) acreditam que nunca iremos falar não ao que nos pedem. João 6:21-26 relata um fato muito interessante sobre o que quero falar:
“Então resolveram recebê-lo no barco, e logo chegaram à praia para a qual se dirigiam. No dia seguinte, a multidão que tinha ficado no outro lado do mar percebeu que apenas um barco estivera ali, e que Jesus não havia entrado nele com os seus discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. Então alguns barcos de Tiberíades aproximaram-se do lugar onde o povo tinha comido o pão após o Senhor ter dado graças. Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui?" Jesus respondeu: "A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos”.
Jesus, todo bonzinho, cheio de amor pra dar, na verdade não tinha nada de bobo. Não fazia tudo o que pediam a ele e reconhecia quando estava sendo usado. E tinha a cara de falar isso na lata. Depois da multiplicação dos pães, as multidões ficaram de bucho cheio e começaram a seguir Jesus onde quer que Ele fosse. Podiam até não se interessar por sua mensagem, mas no final do ‘culto’ teria um lanchinho. Por que não segui-lo? Mas o Mestre tava ligado nas reais intenções do povo.
Outra prova disso pode-se ver em Mateus 16:1-4 que diz: “Os fariseus e os saduceus aproximaram-se de Jesus e o puseram à prova, pedindo-lhe que lhes mostrasse um sinal do céu. Ele respondeu: ‘Quando a tarde vem, vocês dizem: 'Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho', e de manhã: 'Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado'. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos! Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas’. Então Jesus os deixou e retirou-se”.
Você teria a coragem e a firmeza de caráter de dizer NÃO a alguém, mesmo que você estivesse ‘evangelizando’ este 'alguém' mas notasse que esta pessoa está começando a te manipular, como um brinquedinho novo, interessante? Passei por isso dias atrás e delimitei os espaços para que ficasse bem claro que EU estaria na igreja sempre nos mesmos dias a que acostumei levar um pessoalzinho muito bacana mas muito manipulador.
No intuito de ganhá-los para Jesus, aceitamos alterar nossa rotina e sempre que saíssemos da igreja iríamos fazer alguma coisa juntos depois, como ir à praia e ficar o dia inteiro lá, nos encontrarmos a noite para jogar dominó e comer, coisas assim, aparentemente inofensivas. SÓ QUE, na hora que comecei a notar que estávamos sendo sugados, ergui alguns muros e cavei alguns poços ao redor de nós, para preservarmos a célula principal que era minha família.
Fiz isso pois muitos deles estão totalmente desestruturados como pessoas e como famílias. Se apenas cedo na intenção de ganhá-los para Jesus e dando menos atenção ao que me é mais caro vou me tornar doente como eles e não poderei ajudá-los. Eles tem que olhar para minha vida e ver Jesus. Eles tem que olhar para meu relacionamento com minha mulher e ver-nos como exemplo de família feliz. Eles precisam VER a coisa certa e se questionar de onde vem a paz e a harmonia em nós, sentir uma ‘inveja santa’ de nós e querer seguir nossos passos. Não o contrário. O Cristianismo verdadeiro (nem falo Evangelho pois este termos está sendo sucateado) é feito de exemplos. Os discípulos foram chamados primeiramente de ‘cristãos’ por serem parecidos com Cristo. Só por isso.
Endureci conscientemente e não tive um pingo de dúvida ou arrependimento de tê-lo feito. Segui o conselho do pastor Ricardo Gondim, que uma vez falou que em primeiro lugar minha relação com Deus é sagrada. Eu e Deus, acima de tudo. Em segundo lugar minha mulher. Nós dois somos um, nós dois somos ‘uma família’. Ainda não temos filhos, mas eles estão na seqüência de importância. Após nossos filhos nosso trabalho. Depois do trabalho a Igreja. Fora disso, todos os outros. E realmente é assim que tem de ser.
Qualquer ‘coisa’ que tente desestabilizar este ‘ecosistema’ tem que ser devidamente colocada em seu lugar, pois senão a maionese desanda. Não aceito nada nem ninguém que queira se colocar fora de seu lugar. Para o bem dele e meu. Temos que entender que Jesus deu o exemplo e nos alertou sobre isso. Não podemos ser bobos. Temos que saber dizer não.
Concluo com as palavras de Jesus, que se encontram em Mateus 10:16:
“Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto, sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas”.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Você tem coragem de dizer NÃO?
4 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Perfeito esse texto, vou ter que linkar no meu blog... muita gente acha que só pq somos crentes temos que abaixar a cabeça para tudo e não é bem assim... eu tenho a personalidade forte, antes de me converter era meio encrenqueira mas agora penso muuuitoo antes de responder alguém... mas qnd acontece de "bater de frente" sempre escuto: ué, mas vc não é crente??? seu texto tem q ser lido por muita gente !!! fica nA PAz!!!
ResponderExcluirOi querida!
ResponderExcluirÉ por ai mesmo. Quem disse que ser cristão significa não ter discernimento para agir contra certos abusos né?
Beijos e fique a vontade par linkar o texto. Pra mim é uma honra!
JC
João
ResponderExcluirTexto denso que me fez ler e reler e que me conduz a uma reflexão mais ampla...
Mas pra não me estender eu vou me fixar no que dá título, ok?
Quando aprendemos a dizer "não" com serenidade estamos no caminho da maturidade em todos os aspectos. E eu não me refiro ao "não" ardiloso que deixa o outro com uma sensação de desprotegido, porém um "não" que me estimule a me comunicar de forma saudável, sem me deixar levar pela manipulação e sem colocar a minha auto-estima em xeque.
Falo isso de carteirinha, pois quando vivemos situações nas quais nossa auto-estima é minada de forma velada e gradativa, vamos deixando de nos impor dizendo "sim" quando gritamos "não" por dentro, nos contradizendo e nos violentando em prol de uma pseudo auto-afirmação.
Sabe, aprendi na porrada a me despir da máscara de boazinha com a certeza de que dar "sim" é a maior cilada para quem acha que é o caminho para ser respeitado.
Um dia eu chego lá rsss
Abs...
R.
Pois é...
ResponderExcluirQuando falamos 'sim' mas por dentro gritamos 'não', estamos mentindo para nós mesmos e isso tem vários 'efeitos colaterais'...
Nos matamos por dentro, ficamos desumanizados, descaracterizados, 'todo lascado' emocional e espiritualmente.
Não tem como, Jesus falou que o 'sim' tem que ser 'sim' e o 'não' tem que ser 'não'. O que passar disso vem do maligno.
Nhá!