Labels

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A dor de uma galinha


“"Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta.”Mateus 23:37.38

“Jesus lhes disse: "Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra". E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. ”.Marcos 6:4.5

A sensação de impotência invade nosso ser ao vermos que nossos amados estão se perdendo pelo caminho. Mil perguntas vêem à cabeça, questionando a razão de tantos terem começado bem a caminhada mas tão poucos conseguirem chegar ao seu final. Como numa corrida de longo curso, vamos passando por corpos caídos no chão, alguns ainda vivos, agonizantes, outros já em estado adiantado de putrefação.

O pior de tudo é que estas vidas não se dão conta do estado em que se encontram. Então lá vamos nós, anunciando o Caminho, tentando reerguê-los mas – infelizmente – todo este esforço se mostra vão. Quem está lá prostrado não se incomoda em estar se tornando alimento para os animais selvagens, para os abutres e para os cães. Sentem prazer em ver seus próprios membros serem devorados impiedosamente.

Num misto de terror e lágrimas tentamos anunciar que eles estão à beira do precipício mas – infelizmente novamente – não querem se colocar em pé e seguir adiante.

Paralisados por teias infernais, estão lá, vítimas de suas frustrações com a vida, com o mundo e com Deus. Procuram prazer a todo custo, tentando preencher os buracos existenciais em suas almas. Nosso inimigo, com seu aspirador ligado, suga todas as formas de defesa destas preciosas vidas, que se tornaram peças de carne expostas no açougue, aguardando mais um cliente que as compre para serem devoradas.

Procuramos de todas as formas anunciar a estas preciosas vidas que o estilo de vida em que estão vivendo é pecado, anunciando que a Justiça divina não é uma variável baseada no bom ou mau humor de um “deus-juiz” que poderá estar naqueles dias de TPM e sim em seu caráter e em sua Santidade imutável, bem como no dia em que todos compareceremos diante DELE para prestarmos conta de nossos atos, no terrível dia do Juízo.

Como naqueles terríveis pesadelos de infância nos quais tentamos correr sem, entretanto, sair do lugar, enquanto os monstros de nosso imaginário avançam em nossa direção, alertamos nossos amados que eles precisam se voltar para o Autor e Consumador da vida, nosso amado Deus, através de Seu Filho Jesus Cristo sem, contudo, encontrar sucesso em nossa missão.

Questionamos a Deus a razão de tantas pessoas praticamente estranhas a nós darem mais crédito às nossas palavras do que aqueles que nos são mais próximos. Estes parecem que nos ignoram sumariamente, desdenhando de nossa aflição, ridicularizando nossa preocupação por eles, acreditando que estamos fazendo tempestade em copo d’água.

Como cegos, vagueiam sem direção, sem esperança de alcançar algum lugar melhor, exatamente pelo fato de estarem confortáveis em seus estilos de vida deteriorados. Gritamos, choramos, pulamos na frente na tentativa de impedi-los de continuar nesta rota de colisão com a destruição eterna mas somos atropelados por sua indiferença.

Não acredito que seja somente eu que esteja atravessando este momento de aflição. Familiares e amigos queridos estão praticando as maiores abominações possíveis enquanto estamos como a galinha que tenta juntar seus filhotes sob suas asas para protegê-los das aves de rapina. Todos zombam de nós, como fizeram com os profetas da antiguidade, chamando-nos de loucos, fanáticos ou simplesmente nos ignorando.

Nos procuram somente na hora da aflição extrema, para que possamos pedir para “o cara lá em cima” dar um refresco, sob juras de amor eterno e incondicional caso suas necessidades sejam atendidas. Quando alcançam sua “benção”, voltam a praticar as mesmas coisas que são abominações aos olhos do Pai, para nosso desespero. Se não atendêssemos seus clamores por ajuda, iriam procurar qualquer outra porta, acendendo vela para Deus e o diabo.

O que nos resta? Clamar a Deus que seu Espírito Santo os toque através da forma que Ele quiser fazer, convencendo-os antes que seja tarde que estão seguindo caminhos de morte...

Enquanto isso, tudo dói...

5 comentários:

  1. Paz,
    Meu irmão ,me emocionei lendo esse texto,pois ,sofro igualmente vendo meus amados,familiares e amigos andando sem direção,sem temor,sem amor.
    Estamos como num pesadelo mesmo,correndo sem sair do lugar,gritamos sem voz,e as vezes nos assustamos acordando daquela queda num buraco negro e sem fim,mas nossos pesadelos
    não serão jamais,pois,Ele é nosso refúgio e fortaleza.
    Jesus disse
    Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure. Mateus 13:15

    Oro ao pai que lhes tire o coração de pedra,e lhes de um novo de carne,e os salve peça graça e fé da verdade,só podemos prosseguir clamando e confiando,que será assim.

    Se Deus não desistiu de nós,não vamos desistir também,enquanto houver vida há esperança,mesmo que sangre nosso coração,e despedace nossa alma,confiemos,todos temos a mesma oportunidade,a fé vem pelo ouvir,gritemos até que nos ouçam...aliás, até que o Espírito Santo os convença.

    Desejo que tenha saúde,paz e muita Luz para todos os seus,abraço em Cristo!
    Tenha um ótimo dia!!

    ResponderExcluir
  2. Pastor,

    Sua dor é minha dor. Sua aflição é minha aflição.
    Até porque, além do amor tatuado no peito que faz a gente sofrer a mesma agonia do irmão, todos nós também passamos por situações de aflição assim.

    E, apesar dessa estranha sensação de impotência que toma conta do nosso ser ao vermos pessoas amadas tomarem rumos estranhos, experimentamos uma paz que não dá pra explicar, pois excede todo entendimento. É algo tão antagônico mas tão maravilhoso e tão surpreendente que você escuta a quietude do seu coração apesar do caos e da dor.

    Só nos resta vestir a armadura porque isso aqui, meu irmãozinho, é batalha. Alegria mesmo é no céu.

    Meu carinho, sempre.

    R.

    ResponderExcluir
  3. João,
    sua matéria é dolorosamente verdadeira. Vezes por vezes nos sentimos minados de forças, quando ao anunciar o Caminho, infelizmente vemos gente dizer:'não'!

    O fato é que por falta de força, ou por questõs outras... as vidas têm caminhado em direçaõ ao horror...

    Mas ainda que nos procurem apenas nas horas aflitivas, ou que agimos como galinhas versus aves de rapína, esse é o Evangelho que Jesus nos outorgou...

    Por amor a Ele, somos entregues à morte...

    ResponderExcluir
  4. Rita, Regina & Wendel,

    Obrigado por suas palavras, obrigado pelo carinho. Estamos todos "nas brechas", uns pelos outros...

    ResponderExcluir
  5. É triste vermos ricos, pobres, remediados caminhando rumo ao inferno. E a igreja parece que perdeu as estratégias, não mais ar livres pregando o evangelho, panfletagem, programas de radios chamativos, hinos que tocam na alma do pecador; os que dizem ser hinos hoje saõ letras berganhosas sem nenhuma inteligencia para trazer o pecador. É bem triste mas isto e´bem real. Rogamos a Deus que mande ceifeiros para sua ceara, porque os que tem vindo, querem primeiro proteger o seu proprio lado.

    ResponderExcluir

Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...