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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Apelaste para César, para César irás...

Desde que comecei com meu blog pensei milhares de vezes se deveria postar este texto. Hoje resolvi escrever...

Em meados de 2000 eu trabalhava na PostNet, uma franquia de serviços americanas. Comecei como atendente, fui promovido a sub-gerente e com alguns meses gerenciei duas lojas. O próximo passo em minha carreira na empresa foi passar a dar treinamento a novos franqueados e funcionários.

Nesta fase, tínhamos dois franqueados no Rio de Janeiro. Um no Botafogo e outro na Barra da Tijuca. Meu diretor um dia me chamou em sua sala e disse que eu iria para o Rio de Janeiro e ficaria 5 dias entre as duas lojas. Naquela época meu casamento estava em crise, e tudo o que eu não queria era me ausentar por este período.

Nesta época já era membro da Betesda, e durante um culto a palavra pregada foi sobre o seguinte texto:

“Se, pois, sou malfeitor e tenho cometido alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas se nada há daquilo de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César. Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César; para César irás.”
Atos 25:11-12

Não lembro da mensagem, mas em outra igreja que tinha ido visitar o texto de Atos 25 se repetiu. Abri uma Bíblia e lá estava de novo Atos 25. “Apelaste para César, para César irás”... Não sei quantas vezes antes de minha viagem esta passagem me acompanhou, mas ela ficava dentro de mim, não saía de minha mente.

Chegando o dia da viagem me despedi de minha ex-mulher com um aperto no coração. Cheguei no Rio de Janeiro pela manhã, fui ao hotel na Praia do Flamengo, tomei um banho, troquei de roupa e fui à loja do franqueado do Botafogo. Fiz o que tinha que fazer durante o dia e, ao final da tarde, voltei ao hotel. Coloquei uma bermuda e uma camiseta, chinelos e uma pochete com minha carteira, uma máquina fotográfica, uma caneta e um bloco de anotações.

Fui à praia, comprei uma cerveja em lata e comecei a fazer o relatório do que havia feito na loja. Sentado na areia, tomando minha cerveja e escrevendo, minha mente começou a divagar. Parei de escrever, olhei para o Pão de Açúcar, o mar (poluído) da Baia do Guanabara, as árvores atrás de mim. Sentia a areia nos pés. Tinha sido meu primeiro dia no Rio, e vi o quanto esta cidade era linda. De repente senti a presença de Deus. Era muito forte, diferente de todas as outras vezes que estive na presença de Deus.

Senti-me envolvido por Ele. Veio à minha mente os problemas conjugais que estava passando, mas Deus me falou que estava no controle. Relaxei um pouco (estava dividido) e fui impulsionado por Deus a começar a andar. A medida que andava pela areia eu ia chorando cada vez mais. O misto de peso da mão de Deus sobre mim e o gozo que estava sentindo estava ‘insuportável’.

Olhei à minha direita e vi uma espécie de península artificial que divide ficticiamente a Praia do Flamengo da Praia do Botafogo. Fui arrastado para lá. No caminho, passava por pessoas e profetizava, orava. Estava transbordando da presença do Espírito Santo.

Quando cheguei à península, vi que tinha muitos carros estacionados nela. Vi mais a frente uma churrascaria chamada “Porcão”, que existe até hoje. À medida que me aproximei dos carros, pude ver que todos eles tinham bandeiras e adesivos de propaganda política. Quando vi o nome do candidato eu gelei: CÉSAR MAIA. Naquele milésimo de segundo caiu a ficha: Deus queria que eu falasse com ele. Dirigi-me até a porta da churrascaria e tinha muitos seguranças. Parei e lembrei que estava de bermuda, chinelo e camiseta. Era uma situação surreal...

Retrocedi, sentei-me perto de umas pedras que davam para o mar e comecei a negociar com Deus. Disse à Ele que durante o caminho já tinha pregado para um monte de gente, e que aquilo deveria ser o suficiente. Deus ‘sorriu’ para mim e disse que nada feito: O negócio era com o César Maia. Levantei-me e fui até a porta da churrascaria. Se era Deus que tava no negócio eu conseguiria entrar. Aproximei-me de um segurança e disse que gostaria de entrar. Ele respondeu para mim que não poderia entrar, pois o comício havia acabado e os participantes estavam apenas cumprimentando o candidato.

Respondi ao segurança: “Amigo, Deus mandou eu entrar e falar com o César Maia”. O segurança arregalou os olhos, perdeu a fala. Em seguida começou a chorar. Eu fiquei sem saber o que fazer (era uma tarde de fortes emoções...). Quando ele se recompôs, disse que era cristão e estava longe dos caminhos do Senhor. Orei por ele e ele me disse: “Meu irmão, quem sou eu para barrar o teu acesso. Se Deus mandou você entrar e falar com o homem vai. Espere só um pouco para que os outros seguranças não vejam que eu estou liberando seu acesso”.

Quando ficou tudo tranqüilo ele me deu sinal verde e eu entrei. Havia uma fila de pessoas cumprimentando o César Maia. Entrei na fila sem a mínima idéia do que ia falar pra ele. Mas não tardou para chegar minha vez. Quando segurei a mão de César Maia comecei a falar feito um tagarela. Era Deus. Era uma palavra profética a ser entregue. Foi algo mais ou menos assim:

“César Maia, Deus manda eu te falar que o senhor vencerá esta eleição. Ele ama esta cidade e ela precisa ser tratada com seriedade, carinho e respeito. Ele está te entregando a chave da cidade hoje, mas saiba que o senhor deverá governá-la com temor no coração. O senhor responderá pelo que for feito de bom e de ruim nesta cidade”.

Todo mundo parou, parecia cena de Matrix. Ele ficou segurando minha mão sem balbuciar nenhuma palavra. Quando acabei de falar ele recuperou o fôlego e disse : “Amém”.

Virei as costas e fui embora. Uma sensação de ressaca tomou meu corpo. Voltei ao hotel e fui dormir. No dia seguinte me dirigi à loja do franqueado da Barra da Tijuca. Comentei o ocorrido com ele e ele deu risada. Disse-me que só se fosse milagre mesmo, pois o principal concorrente de César Maia – Luis Paulo Conde – estava muitos pontos à frente dele, faltando uma semana para as eleições.

Voltei pra São Paulo depois de alguns dias, e acompanhei pelo noticiário que César Maia havia virado as intenções de voto em tempo recorde. Acabou sendo eleito prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Era mesmo Deus...

O franqueado da Barra da Tijuca me ligou e disse: “Pô João, ‘seu santo’ é forte! Não é que o safado ganhou a eleição?”

Dei risada. Realmente ‘meu Santo’ é forte. Entreguei a palavra para o César. Mesmo tendo sido reeleito em 2004, dizem que seu mandato foi um lixo. Mas ele sabia o que tinha que fazer... Ele que se acerte com Deus...

2 comentários:

  1. Por mais que os eruditos questionem a "excessiva" espiritualidade que alguns cristãos buscam viver, não se pode negar, cristão que não é espiritual não é cristão.
    Abraço meu irmão.

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  2. É mesmo Antônio... Mesmo que passemos uma vida inteira no deserto, de vez enquanto cruzamos com situações como esta. E temos que estar disponíveis.

    Abraço pra você também!

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...