Não nasci em berço evangélico. Família católica não praticante, sempre tive muita sede de algo mais no mundo espiritual, mas somente me encontrei nas palavras da Bíblia. Isso tem 16 anos e alguns meses.
Neste período, fiz de tudo o que fui ensinado a fazer. Campanhas, vigílias, jejuns, evangelismo. Adotei usos e costumes que apenas limitaram meu raio de ação. Entrei numa de 'não toque nisso, não prove daquilo, não ande com gente assim ou assado'. O que ganhei com isso? Apenas experiência e discernimento, pois nada do que fiz radicalmente acrescentou algo à minha espiritualidade.
Aprendi muito com todos os meus excessos cristãos. Mas aprendi não da maneira que quiseram me catequisar. Aprendi a dizer não à grande parte das doutrinas que tentaram me impor 'G.A.' (goela abaixo).
Aprendi a dizer não. Aprendi a questionar. Passei por não cristão, desviado, mal exemplo, mundano. No começo isso me machucou mas, com o tempo, vi que nunca iria agradar a todos caso quizesse agradar à Deus.
Rompi com o sistema. Apesar de ser membro de duas igrejas abençoadíssimas, uma aqui no Rio (CBRio, indicação do Danilo do Genizah) e outra em São Paulo (Betesda, Pr. Ricardo Gondim), vi que seria impossível agradar à Deus sem desagradar muitos homens.
Hoje vejo que me tornei muito crítico. Existem algumas coisas no meio evangélico que eu não tolero mais. Creio ser mais fácil citar algumas delas:
Testemunhos de livramento daqueles que os irmãos batem no peito e dizem ser os únicos que foram salvos do mal em meio à grandes catástrofes, como aviões que caem e a pessoa chega atrasado no embarque, ou qualquer outro tipo de situação onde se faz crer que, por serem cristãos, Deus agiu somente na vida destes eleitos.
Irmãos que no ato da conversão, batismo nas águas ou no Espírito simplesmente tem sua natureza totalmente transformada, não falando mais palavrão, não bebendo ou fazendo nada que o sistema religioso impõe G.A. Testemunhos assim fazem com que os irmãozinhos que não alcançaram o 'nirvana' evangélico aqui na terra entrem em depressão e acabem se afastando do Caminho, por não terem alcançado esta 'bença' automática.
Pessoas que louvam a Deus com os lábios, mas que assumem estilo de vida piores do que os considerados não salvos. Conheço espíritas, católicos, budistas que simplesmente colocam 90% dos evangélicos no chinelo, vivendo o amor ao próximo de maneira mais eficaz do que nós, que nos consideramos a última bolacha do pacote.
Testemunhos de cura daqueles que dizem: antes estava com uma dor aqui na barriga e agora estou bem melhor. É muito pouco! EU já vi curas reais, eu já vivi curas reais, e estes 'acordei com dor de cabeça mas agora Jesus me curou' é muito pouco.
Isolamento em relação aos considerados perdidos. Faço questão de estar junto, fazendo a diferença, sendo sal fora do saleiro como escrevi a poucos dias atrás. Como poderemos alcançar os que ainda não conhecem a Verdade sem que estejamos junto a eles? Uma coisa é estar com eles, outra totalmente diferente é viver como eles. Quero estar junto, fazendo a diferença.
Poderia escrever mais e melhor. Fiz apenas menção a alguns pontos que tem me incomodados por estes dias, sem fazer nenhuma revisão. Estou com muitas dores nas costas por ter dado mal jeito montando um móvel que comprei pela internet e estar em frente ao PC se torna uma tortura.
Peço a Deus que possamos viver o que pregamos, pois a quem muito foi dado, muito será cobrado. Viver sem limites humanos, sendo limitados apenas pela Verdade, nada além da Verdade. Guiados pelo Espírito Santo, fazendo com que nossas luzes iluminem a todos os que tivermos contato no dia a dia.
Que assim seja, em Nome de Jesus.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Não me enquadro nesta moldura...
3 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Euzinha de novo :)
ResponderExcluirSabe João...
Temos histórias parecidas, pois também nasci em lar católico convivendo com "a cúpula" rss mas com uma sede silenciosa por um outro Jesus. Acho que o termo "não-praticante" vem dessa busca, por vezes até inconsciente.
E também passei por todas essas fases, digamos, gospel, (blergh!) assistindo pessoas evangélicas com as mais estranhas experiências egoistas e dando glórias a esse mesmo deus egoista, limitado, que invertiam sutil e pretensiosamente os papéis, confundindo o Deus pessoal com o "Deus só meu porque eu é que sou bom", entende? Esse é o raciocínio por aí... E em vez de se deixarem moldar por Ele, O moldam a seu bel prazer.
Com seis anos de real experiência com a Graça, mesmo participando ativamente dos "ministérios" não me permiti submeter-me ao engessamento proposto por esse sistema que tem a pretensão de aprisionar Deus, traçar Seu perfil e empurrar G.A. rss nos recem-convertidos para contabilizar pessoas.
E eu costumo dizer que conheci o Jesus verdadeiramente, FORA dos muros da religião, porque "aconteceu" quando participei de uma espécie de retiro da IECB aqui em Recife,(a igreja que eu congrego) sendo que durante o mesmo usei da máxima irreverência possível, de um humor super ácido, ironia, enfim, brinquei à vontade com todos os estereótipos lá encontrados, mas na verdade era para disfarçar o medo que tomava conta de mim com a iminência do tão esperado encontro. Mas Jesus é maravilhoso e começou a "se mostrar" pra mim, em meu coração, em meu ser, justamente na saída, literalmente, quando estávamos voltando pra casa no domingo à noite e foi então que eu comecei a falar de um Jesus "diferente" e quanto mais eu falava, mais eu queria saber acerca Dele; e o que mais me encantou e me deixava cada vez mais fascinada e apaixonada, foi provar e conhecer um Deus que me deixava mais lúcida. Que paixão é essa que te dá mais lucidez? Sim, porque pelo menos o que as paixões terrenas nos tiram logo de cara é a nossa lucidez. E isso me encantava e me enchia o ser de uma alegria indizível...
É isso.
Me empolguei e me estendi rsss mas lá no meu blog tem uns textos mais intimistas onde eu falo um pouco disso :)
Beijo grande!
R.
João,
ResponderExcluirEu também dispenso todos os estereótipos, para mim a graça basta! Deus me alcançou exclusivamente pela Sua graça. Então eu fui regenerado e hoje curvo-me a Ele por intermédio de Cristo - unicamente.
Falácias e mais falácias, pouco me importam. Aliás, pra ser sincero, essas tantas teorias humanas nada me acrescentam. Eu sigo a Cristo e sou guiado pelos seus ensinamentos. O que eu creio, creio sinceramente pela misericórdia dEle, conforme bem estabelecido na Palavra (Ef 2:8-9).
Quanto a doutrinas, cada um que creia na sua, mas o que salva é Cristo. A fé verdadeira no Filho é que nos conduz ao Pai - e não há outro caminho. Como chegar a ela? Abandonando-nos ao jugo suave de Cristo. Só isso, não importando denominações, doutrinas, etc, etc.
Grande abraço,
Em Cristo,
Ricardo
Eu ao contrário, nasci em berço evangélico de uma família bastante ativa. Meu pai foi um dos fundadores da igreja onde fui membro até meus 22 anos. Anos antes esta mesma igreja o expulsou de lá só porque ele e seu grupo tinham opiniões diferentes dos líderes da época...
ResponderExcluirCresci um crente cheio de fervor. Fiel ao extremo. Não tive crises na minha adolescência. Não posso dizer o mesmo da juventude! Questionamentos com respostas proibidas abalaram minha fé. Questionar era sinal de heresia. De falta de fé. Passei a ser um crente não praticante - também existe isto! - o caminho para me reencontrar e encontrar Cristo foi muito árduo.
Hoje rompi com os padrões. O que tira o sono dos religiosos nem me faz cócegas mais! Tanta "beatice" resultou em uma parceria que marcou minha vida pra sempre. A igreja entrou com o pé eu eu com a bunda! O ápice da ignorância religiosa!
Um pouco da minha história neste post: Depoimento: O perdão divino não basta
Abraços!