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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Prefiro um pecador sincero a um religioso hipócrita


Sem saber ao certo a razão, escrevi esta frase num pedaço de papel na sexta feira à noite e fiquei remoendo-a, pensando no que poderia escrever a respeito disso sem soar muito subversivo.

Mas aí que está o problema: Cristianismo verdadeiro é subversivo. É um tapa na cara da religião e dos religiosos que fervorosamente a defendem. É o caminhar com um Homem que fez afirmações extremamente duras a respeito de si próprio e do sistema dominante. Vai contra o sistema imposto, o manual de regras e procedimentos considerado politicamente correto.

O Cristianismo é politicamente incorreto. Suas ordenanças são duras como ter que comer carne e beber sangue de um homem. Conduziu todos os discípulos próximos ao Senhor, judeus, a morrerem pelo testemunho deste Homem que se auto-denominou Filho de Deus, Um com Ele.

Este Jesus andou com gente considerada do pior escalão, comeu com eles, foi à festas com eles, disse que eles precederiam os mestres religiosos na época. Pediu a um jovem rico vender tudo o que tinha para segui-lo e se entristeceu ao ver como ele era apegado ao mundo material e suas riquezas.

Cuspiu no chão e fez lodo para curar um homem de sua cegueira. Derrubou as bancas dos vendedores do templo, expulsou a cambada a chicotadas. Perante tudo isso (e muito mais), só se tinham duas opções em relação a Ele: Crer que Ele era quem Ele dizia ser ou entrar para a turma dos que gritavam enfurecidos: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Imparcial a Ele é que não havia como ficar.

Mas não era (e nem hoje é) fácil sair do contexto religioso e seguir este Homem. Não era fácil pois é mais “cômodo” se amoldar a um desconfortável mas conveniente pacote de regras.

Isso me faz lembrar de um caso que li no livro “Humor Judaico” (não se trata de um livro de piadas de judeus e sim uma compilação de casos que se tornam engraçados pela maneira como os judeus lidam com os fatos cotidianos) , quando um rico empresário judeu decide fazer um terno com um super conceituado alfaiate.

Ao chegar em sua loja, o empresário tem todas as suas medidas tiradas e recebe um prazo para buscar seu terno. Ao chegar o dia de retirá-lo, o empresário chega na alfaiataria, paga uma soma considerável ao costureiro e prova o terno. Encontra grande dificuldade em vesti-lo, pois um ombro era mais alto que o outro, o peito estava torto, as costas não se ajustavam, as mangas eram diferentes uma da outra...

Como ele sabia da fama do alfaiate não questionou o caimento, mas teve que se entortar todo para vesti-lo. Saiu na rua com seu novo terno e logo foi parado por outro judeu que perguntou: “Quem fez este terno para você foi o alfaiate tal, certo?” O empresário ficou admirado ao ver que a peça fora reconhecida de primeira e respondeu que sim, mas não sem perguntar como o homem havia notado que ela tinha sido feita pelo famoso alfaiate.

“Simples”, respondeu o homem. “Somente ele seria capaz de fazer um terno tão perfeito para um homem tão torto como você”.

Assim é a religião. Entorta os homens que tentam se ajustar a ela; deforma seu ser, limita seus movimentos e traz essa falsa sensação de “conforto”, apenas para serem vistos como social e moralmente corretos.

Bem, desviei da frase inicial em meus devaneios. Mas voltando a ela, prefiro um pecador sincero, mais fácil de se trabalhar em suas necessidades, do que um religioso hipócrita, dentro deste terno que o transforma em uma aberração ambulante.

Pronto. Falei.

9 comentários:

  1. Bom dia, amigo.

    eu postei uma pergunta que minha filhota me fez.

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  2. Pronto, falou... E disse!

    Terno torto por dentro e por fora.
    Em gente esteticamente torta por fora e eticamente torta por dentro.

    Assim é o religioso!

    Muito bom, muito bom! Não o terno, blergh!! O texto! :)

    Abs...

    R.

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  3. "Pastor" João, fio, cê leu esse último texto do Pastor Ricardo Gondim?

    É o que entendi meizz?

    Se for, ele é dos meus :)

    Pode me chamar de controversa tb rss

    abs...

    R.

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  4. Sempre que leio afirmações assim me recordo do que Jesus disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus". Esse "tipo" de pecador costuma a se arrepender de coração e dedicar realmente sua vida a Deus, mas como é dificil um crente se converter.

    Ótimo texto. Abraço.

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  5. Controverso, eu? Vou ler agora! E de antemão ele é sim (dos seus, dos meus...)

    Bjs

    JC

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  6. Eder,

    Costumo dizer que a pior m%¨$6! é "pregar pra crente", mostrar os desvios de sua fé, o engano gerado na "fé na fé"...

    Vamos chegar ao céu e encontrar cada figurinha que "ninguém" imaginava que estaria por lá, ao lado do Pai...

    Um abração!

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  7. Sim Regina, também sou totalmente controverso. Não engulo o que está sendo pregado por ai como sendo Cristianismo!

    Jesus não morreu na Cruz para me fazer mais rico, mais saudável, mais bem sucedido. Morreu para pagar os meus pecados e me dar a vida eterna.

    Isso é o verdadeiro Evangelho!

    Pronto, falei!

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  8. O problema é que o tal do crente não consegue perceber as m#%$@! que faz, ou melhor, ignora completamente seus erros apoiado na graça sem saber que graça nada tem haver com ignorar a obediência... bando de hipócritas!

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...