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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Deus o que é de Deus (pois o diabo mora nos detalhes...)


A vida, de tão simples que é, muitas vezes se torna complicada por pequenos detalhes.

Damos o que temos de melhor para a pessoa errada, mesmo que esta pessoa seja a pessoa certa, mas passa a ser errada pelo fato de estar sendo agraciada com algo que não é dela.

Agimos assim na inocência, sem discernirmos que a sobrecarga colocada nos ombros da pessoa, se for aceita, deixará de ser motivo de alegria e bênção e poderá se transformar em maldição para ela, para ambos...

Caso isso ocorra, a pessoa carregará algo que não a pertence. Isso a transformará em uma pessoa pior, pois estará de posse de algo que não é dela. De certa forma, agirão como dois ladrões.

Vem o silêncio, o distanciamento e a dor do sofrimento. No começo, não entenderão a razão da dor, pois como pode ser que aquilo que é bom se tornou em maldição?

E por que maldição? Pois tudo o que pertence a um não pode ter outro destino senão seu verdadeiro dono. Ele então, ao ver tudo isso, apenas irá silenciar. Já o doador enganado, bem como o recebedor, começarão a sentir o distanciamento daquele que ficou privado do que é seu por direito.

Começará então o lento e torturante processo de desgaste. O tempo passará e os dois sentirão que algo está errado, mas como houve consenso no processo, ambos sentirão o gosto amargo do erro sem contudo falar um ao outro.

Sem saber a razão, ambos estarão se distanciando do dono e começando a se acusar, não com palavras, mas com pequenas atitudes.

Um dos dois então identifica o erro, toma coragem e fala. Suas palavras são consideradas duras. O outro não entende a razão de estar ouvindo aquilo, já que sente que o outro está devolvendo algo que fora dado com a melhor das intenções.

O distanciamento então passa a ser entre ambos. E o verdadeiro dono do que fora dado erroneamente de um para outro assiste tudo, pacientemente.

A distância vai aumentando. Pequenas coisas que eram naturais entre eles passam a dar errado, a não funcionarem. Começam a se questionar então se estavam certos. Um por ter dado seu presente precioso ao outro; o outro questionando se agira certo ao devolver o que não lhe pertencia. Mas isso não é nada consciente, a batalha se desenrola em níveis não tangíveis.

Não suportando mais a falência do relacionamento, mais uma vez conversam. No começo são farpas, espinhos pontiagudos que são trocados. Ambos choram e por um breve momento chegam a acreditar que tomaram a decisão errada de se unirem naquela empreitada.

Não aguentando mais a pressão da condenação, resolvem conversar novamente. Só que desta vez decidem chamar o verdadeiro dono para participar da conversa.

E ele vem.

Sem muitas palavras, abraça os dois e deixa claro o quanto ele os ama. Sem impor sua vontade pela força, faz com que ambos vejam onde foi cometido o engano.

Encabulados, reconhecem que aquilo de mais importante só pode ser dado para quem realmente o merece. Lembram-se então dos primeiros passos e notam que em um determinado momento se deixaram amedrontar pelas circunstancias adversas, tomando então a decisão de unir as forças para encarar o desconhecido.

Sob a influencia de muito amor, ambos desfazem a longa trança feita de duas linhas só e a refazem, incluindo aquela que pode dar a verdadeira firmeza ao que os sustentará.

Agora sim. Todos estão novamente unidos, como deve ser, cada um carregando sua parte do processo, recebendo do outro o que é devido a cada um.

Houve então a cura!

Glória a Deus por tudo isso, que é o único que é digno de receber de nós, humanos falhos, pecadores, cheios de defeitos, o verdadeiro louvor e adoração.

“Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não? Jesus, porém, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário. Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. – Mateus 22.17-21

6 comentários:

  1. Qualquer semelhança com fatos reais terá sido mera coincidência na vida de várias pessoas...

    (No meu caso não foi...)

    Rô, obrigado pelo incentivo!!!! Sou meio assim, intenso (risos)

    Beijo

    JC

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  2. João,

    Muito legal essa coisa da relação humana. Só nos serve - e aos outros - quando nos despojamos de nós mesmos.

    Veja que chega um momento que não suportamos a pressão do silêncio, do distanciamento, do esfriamento.

    É quando rompemos conosco, com as nossas vaidades tolas, nosso ego; e, desarmados, vamos ao encontro do outro, despretensiosamente. E aí se dá o crescimento, o tal processo de maturidade.

    O nome disso é igreja.

    Parabéns!

    R.

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  3. João,

    Texto pungente, verdadeiro, trazendo as dores e certezas de algo que certamente ocorreu. E ensina a nós que o lemos, pois, em certa medida, também passamos por situações semelhantes, vivenciando momentos assim "intensos".

    Caminhando, caminhando... tentando imitar ao mestre em tudo que fazemos. Tarefa difícil, mas o "tentar" já é gratificante.

    Grande abraço, meu camarada!

    Ricardo.

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  4. Ricardo, Regina...

    Para bom entendedor, é isso mesmo!

    O mais intrigante é que a sensação de peso vem sem que inicialmente consigamos identificar a razão.

    Glória a Deus porém, que não nos deixa ficar em paz numa situação dessas!

    Forte abraço a todos!

    JC

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...