"Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios, (gravamos vários discos de música gospel) e não realizamos muitos milagres?'Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!" - Mateus 7.21-23, com acréscimos meus...
Eu estava zapeando a TV um dia desses quando passei por um canal que tinha alguém cantando numa banda. Como sou movido a música parei para ver do que se tratava: Era uma banda gospel desconhecida para mim.
Comecei a prestar atenção na letra e não teve jeito: Veio aquela terrível e famigerada sensação de “vergonha alheia”. Fiquei constrangido, como se me sentisse o autor e/ou o intérprete daquela pérola musical. Letra vazia, refrões cheio chavões, uma total falta de “emoção” ao interpretar, um... sei lá, era ruim pra caramba e pronto!
Comentei com a Cilene, dizendo que eu deveria estar atravessando uma fase não muito boa de minha relação com Deus pois, a cada dia que passava, estava cada vez menos paciente em ouvir aquele tipo de música. Fiquei envergonhado em pensar que talvez estivesse me distanciando da presença do Senhor, tornando-me muito crítico, muito ácido com a dita música evangélica como um todo.
Senti muita saudade do Rebanhão, Carlinhos Felix (algumas semanas atrás vi o dito-cujo na minha igreja), Brother Simion, Resgate (não me encha o saco: eu sou fã do Resgate e pronto!), Troade (aquele disco “Águas”, que coisa mais linda!), David Quinlan, Antonio Cirilo, Adhemar de Campos... Até da Voz da Verdade, que já me fez passar momentos maravilhosamente emocionantes na presença de Deus, apesar de discordar do ministério deles! Que saudade daquela época que eu colocava um CDzinho e me desmanchava em lágrimas...
Por outro lado, fiquei pensando comigo: “Não é possível, estou sim na presença de Deus. Não é porquê eu não estou ‘me arrepiando’ com esta joça que significa que eu esteja desviado...”. O problema não estava em mim: Aquilo era muito ruim mesmo! Aquelas músicas não passavam do teto do estúdio onde eles tinham gravado aquele programa!
Só que isso me fez pensar em algo estranho que costuma acontecer comigo: Por alguma razão eu sinto a presença de Deus até com música considerada secular! Até já escrevi a respeito disso tempos atrás. No meio do que é considerado "profano" vejo aqui e ali (talvez até mais que no meio gospel) a presença de Deus inspirando o homem a fazer música de qualidade, vinda de dentro, da alma, mostrando o quanto Deus é maravilhoso, fazendo o Sol nascer sobre “justos e injustos”...
(Sobre isso tenho uma viagem especial: Passei o disco Piece of Mind do Iron Maiden (sim, acredite) para o MP3 e, vez ou outra, vou até a praia, sento na areia, perto da Pedra do Pontal e começo a ouvir, olhando o marzão lindo, aquela natureza exuberante. Quando chega a música “To Tame a Land” eu despiroco de vez: Começo a chorar, glorificando a Deus por tudo aquilo que estou vivendo.)
Pode parecer loucura, podem me chamar de herege (thanks...), só que EU SEI o que acontece comigo naquele momento. Não só com este disco do Iron. Rola também com outras bandas, outros músicos. Dei o exemplo do Iron só para mostrar como isso pode parecer maluco. O que quero dizer é que tem música “pagã” muito mais bem feita do que música que teoricamente deveria ser feita para glorificar ao Senhor. Esta música pagã está transbordando para todos os lados a grandeza do nosso Deus, inspirando aquele (s) músico (s) a fazer (em) um trabalho tão bem feito.
É isso que eu estou tentando falar, e isso nem cabe só para a música. Bons profissionais, em qualquer área de atuação, glorificam a Deus através da excelência que estes profissionais transmitem em seus atos, MESMO eles não sendo cristãos. Com isso, não quero dizer que eles – por serem imagem de Deus – passaram automaticamente a ter uma relação pessoal com Deus, através de seu Filho Jesus. Apenas quero dizer que vemos Sua Glória transbordante, enchendo toda a Terra, até naquilo que não é considerado “de Deus”.
Pessoalmente não creio naquele dualismo burro que diz que "se não é de Deus é do diabo". Qual o referencial para medir o que é e o que não é?
Isso me fez lembrar de um trecho da Palavra, com o qual encerro este texto:
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus” – 1Co 10.31
Para desencargo de consciência, creio que seja oportuno relembrar os esquecidos que mergulhar por estas águas pode ser extremamente perigoso para quem não sabe nadar...
Em tempo: Segue uma versão da música "To Tame a Land" ao piano para não chocar muito (risos):
quinta-feira, 3 de março de 2011
Música gospel é sinônimo de adoração?
8 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Pastor,
ResponderExcluirComo disse o Fábio no meu texto "Rock me baby", estamos muito musicais.
E eu lhe disse, em outras palavras: estamos não, somos :)
Enfim,
Assino embaixo do que você diz.
Esse povo que se diz crente precisa rever urgente esse maniqueísmo repassado de geração em geração como uma doença genética afff
Ufa que alívio, ainda bem que vc mandou Iron "apianado", senão ia queimar no mármore do inferno.
O&A e G <--- acho meio frutinha mas tudo bem rss
É bispa, antes eu vivia isso de ser cristão e continuar gostando de música secular com uma culpa dos infernos (literalmente) até ter contato com irmãos hereges como o Ricardo Gondim, que conseguiram me mostrar através de suas vidas que eu não estava ficando louco não...
ResponderExcluirQuanto ao Iron: Gostou?
E o Rory Galagher que eu deixei o link no teu blog? O cara era daqueles guitarristas que você não conseguia ver onde acabava seu corpo e onde começava seu instrumento, além de cantar com um vigor impressionante...
Na dúvida, segue de novo: http://superjotablog.blogspot.com/2009/10/million-miles-away-rory-gallagher.html
Ah, esse lance de O, A& G não parece algo tipo Dolce & Gabanna?
ResponderExcluir"última pergunta": Você viu o texto dos manuscritos lá no Café? Acho um barato aquele texto!
ResponderExcluirOxente doidim eu vi o link mas é bom ver mais :) Amei!
ResponderExcluirMas eu vi bem direitinho onde está a guitarra rss (Zuanu..)
Ah e nossa griffe é mais chique do que a D&G nem se compara iê iê
E euzinha vi sim o texto assim que o senhor postou, li e reli e dei boas risadas. E só agora há pouco que comentei :)
O.A.G.
Jotacê
ResponderExcluirVc já assistiu ao filme "O som do coração"?
Rpz... já assisti umas dez vezes e sempre que assisto eu choro feito uma boba.
Assista e me diga...
O.A&G.
Desculpa interromper a conversa dos cumpadres episcopais, mas quero convidar o Jotacezinho a responder o tal do meme literário que me fora indicado por outros três blogueiros...
ResponderExcluirSe você ama sua saúde é melhor aceitar, ok?
É só passar lá no blog, copiar as perguntas e mandar ver.
JC, vc esqueceu de citar aquela parte.."Os seus lábios me confessam, mas o seu coração está longe de mim".
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