Há alguns anos atrás, sonhei que estava levando minha ex-esposa no ponto de ônibus pela manhã (e sonho de pobre é uma merda mesmo...). No meu sonho, assim que ela pegou o ônibus, veio logo atrás outro ônibus indo para Itapecerica da Serra. Por alguma razão, eu dei sinal. Subi no ônibus e fui até o final da linha. Ao chegar lá comecei a andar pela cidade, mas não era Itapecerica, e sim São Vicente, litoral paulista. Fui andando em direção à Ilha Porchat. Gostava muito de São Vicente naquela época..
Andando pelas pedras vi um homem de joelhos. Parei ao seu lado e vi que ele estava chorando. Coloquei minhas mãos sobre sua cabeça e comecei a ministrar sobre a vida dele. Quando fiz isso eu acordei com o despertador. Sonho louco, pra variar.
Levantamos, tomamos café e fui levá-la ao ponto. Ela pegou o ônibus e adivinha: logo atrás vinha um Itapecerica da Serra. Por impulso dei sinal e subi. Estava encanado com o sonho, queria ver o que ia acontecer.
Cheguei ao ponto final e comecei a andar. Andei, andei e nada acontecia. Fiquei por lá meia hora batendo perna. Decidi voltar para casa.
Peguei um ônibus de volta e desci no Vila Remo. Ao passar em frente a uma padaria tive a impressão de ter ouvido alguém fazendo ‘psiu’, mas não deveria ser pra mim. Continuei andando e ouvi novamente o ‘psiu’, desta vez mais perto. Parei e olhei para trás. Era um homem de uns 40, 45 anos, roupas simples. Ele chegou perto de mim e disse: ‘Você não me ouviu te chamando não?’ Aquilo me irritou. Respondi ‘quem me conhece me chama pelo nome, não olho pra ‘psiu’. O que você quer?’
Ele me disse: ‘Não te conheço mas te vi passando pela porta. Quando você passou uma voz falou ao meu ouvido “chame ele e peça para ele orar por você”. Por isso te chamei.’
Me arrepiei todo. Perguntei: ‘Você é cristão?’ Ele respondeu ‘não, mas ore por mim’.
Me lembrei do sonho, do homem de joelhos e não pensei duas vezes. Coloquei a mão sobre a cabeça dele e comecei a orar. Dizia ‘Deus, em nome de Jesus, toma a vida deste homem em suas mãos...’ Nisso ele começou a tremer e caiu de joelhos. Ele, chorando, me perguntou: ‘moço, que poder é este que você tem?’ Respondi: ‘Eu não tenho poder nenhum, mas Deus, em nome de Jesus, tem todo o poder sobre os Céus e a Terra.’ Um monte de gente passava por nós, mas não estava nem aí. Obedecer é melhor do que sacrificar, como diz a Palavra...
Enquanto eu orava ele chorava e tremia. As pessoas que passavam não entendiam nada. Clamei pela vida dele, pela sua salvação, pela família. Quando acabei de orar ele me disse, com os olhos cheios de lágrimas: ‘Moço, eu estava na padaria tomando pinga com um amigo meu (eram 8 horas da manhã!) e de lá nós iríamos para os cinemas da Av. São João. Iríamos passar o dia assistindo filmes pornográficos. Agora não vou mais. Vem aqui, quero que você ore pelo meu amigo, ele precisa disso que você me fez.’
Entramos na padaria. O outro homem, visivelmente perturbado, ao me ver se encostou no balcão e gritou: ‘Eu não quero nada com você não, vai embora!!!’ O amigo dele replicou: ‘Fulano (não lembro dos nomes deles, para variar), ele orou por mim, quero que ele ore por você!’, mas ele fugia de mim. Fui até a direção dele e peguei em sua mão, mas senti que o que tinha que acontecer já tinha acontecido. Sem fazer julgamentos, mas era para orar só pelo primeiro rapaz. Disse apenas ‘Fica com Deus’ e me voltei para o outro.
Ele me pediu, olhos cheios de lágrimas: ‘Meu amigo, quero que você vá até minha casa e ore por todos que estão lá. Eles estão precisando de Deus’. Falei: ‘Então vamos agora!’ Ele replicou: ‘Não, é melhor que você vá no sábado.’ Ele então me passou o endereço e me mostrou ao longe onde era mais ou menos.
Fui para casa e, à medida que se aproximava o sábado, confesso que fui ficando cada vez menos à vontade para ir à casa dele. É aquela história do ‘panela suja se lava quente’.
Chegou o sábado. Peguei o papel com o endereço, minha Bíblia e fui procurar sua residência. Perguntei pra um onde era a rua; não sabia. Perguntei para outro; também não sabia. Andei uns 10 minutos e confesso que fui ficando aliviado por não encontrar o endereço que ele me passou. Existem situações que tem que ser resolvidas na hora. Voltei para casa com um peso enorme na consciencia.
Na época me condenei muito por não ter insistido em ir no mesmo dia nem de não ter ficado mais tempo procurando a casa dele. Hoje eu entendo que a parada era com ele. O sonho, o ônibus, o andar pelas pedras, o encontro, a oração...
Acredito que não devo ter sido o primeiro a ministrar sobre a vida dele, nem muito menos o último.
Não acho que pisei na bola...
sexta-feira, 18 de março de 2011
Sonhei, parte 1
2 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Certamente, você não pisou na bola!!! Toda a circunstância foi montada pelo Espírito de Cristo. E era só aquilo ali, mesmo!
ResponderExcluirMais importante, talvez, nem foi a oração pelo sujeito, mas o ensino que o Senhor estava dando a você: como conhecer Sua voz, como se colocar sob Sua vontade, discernir entre sonhos que venham dEle e os que não venham, etc.
Mas este é só o meu ponto de vista!
Forte abraço e Paz!
Tô ligado. Na época achei que não fiz tudo o que podia, fiquei meio confuso. Depois caiu a ficha: Era aquilo mesmo e ponto.
ResponderExcluirAbraço!