Caminhando por esta "tão conhecida longa e sinuosa estrada" começo a notar que as trilhas que antes estava acostumado a andar de olhos fechados estão se estreitando, como se o mato estivesse novamente invadindo o local que antes conhecia como a palma de minha mão.
Engancho meu pé aqui, tropeço ali, tenho a sensação de estar sendo empurrado para frente, como se estivesse bêbado e empatando alguém atrás de mim. Olho para o lado e não vejo nada de anormal, olho pra cima e pergunto pra Deus o que está acontecendo e não ouço nenhuma resposta. Caramba, quem invadiu isso tudo aqui e mudou tudo sem eu ver?
Procuro ficar calmo. Respiro, tento me equilibrar física e emocionalmente mas parece que todo esforço é em vão: Somente a angústia e a solidão me acompanham. É um momento meu, único e exclusivo. E não poderia ser diferente.
São momentos de transição, quando tento deitar a cabeça no travesseiro, esperando o sono chegar mas, infelizmente, este me foge. Parece que o que antes era azul não é mais azul, mesmo sendo para tantos outros. O que era doce parece ter azedado, o que me trazia conforto hoje me incomoda.O pior é que ninguém perguntou pra mim se quero novamente mudar!
Procuro respostas. Somente o silêncio. Quando isso acontece, sei, SEI que está chegando um momento de grandes transformações. Aquilo que era motivo de paz e alegria, pequenas vitórias alcançadas com grande esforço passam a ser ouro de tolo. Lutei, corri, me esforcei pra caramba e agora me sinto um idiota. Mas não era para ser assim! Quando olhei em frente cri que o que via me traria alegria. Entretanto, não consigo mais caber...
Parece que minha casa diminuiu. Não consigo passar pela porta. Tenho a impressão que meu emprego deixou de me dar um restinho de prazer: já não basta chegar o fim do mês e receber meu salário para pagar as contas que nunca acabam. Não tenho vontade de cozinhar nem de comer minha comida, não sinto mais prazer em atravessar a rua e ver o mar. Parece que tudo isso não mais me pertence. Sinto mais um empurrão, droga!
Quero viver a alegria que tinha com o que já possuo, não materialmente falando mas existencialmente. Noto, porém, que aquilo não cabe mais em mim. Foram roupas que usei muito mas não me servem mais. Com um pouco de relutância sou obrigado a reconhecer que está na hora de fazer um novo guarda-roupas, me desfazendo do que antes era “meu número”.
Por que tem que ser assim? Por que sempre temos que avançar, podar, destruir para reconstruir?
Em minhas mãos tenho apenas cinco pães e dois peixinhos. Se é Ele quem está mexendo em meu “status quo” que seja: Vamos em frente, com Ele abrindo caminho...
quarta-feira, 9 de março de 2011
Não estou cabendo mais... maldito déjà-vu!
7 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Normal:)
ResponderExcluirTodos nós passamos por tais questionamentos. Tudo dentro de completa normalidade. Só é patologia quando se torna obsessão e eterna crise existencial traduzidas em questionamentos infantis e caprichosos, repetições, auto-afirmações e/ou lamentações. E isso, definitivamente não é o que leio aqui.
Como vc diz, certamente essa crise, essa sensação de lugar espremido é a necessidade natural de expandir-se que há em todo ser humano. E ainda bem, né? Água estagnada cria lodo. Fede. Junta bicho rss
Você fala assim, em forma de desabafo, porque é gente de carne e osso, nenhum semideus, mas lá no fundo do coração "sabe" acerca dessa transformação... Seu próprio texto diz dessa esperança e dessa fé.
Vc me faz lembrar do livro do Nilton Bonder, "A Alma Imoral" que fala dessa coisa de romper com os muros invisíveis que nos impedem de caminhar. Vc já leu, né?
O&A
R.
Não, este ainda não, vou procurar para ler...
ResponderExcluirAh bispa, foi o que falei por email: Tô sentindo cheiro de mudança já faz tempo, e como eu odeio mudança!
Não os fins, mas os meios pelas quais elas passam... Iso cansa demais da conta!!!!
Weel, vamos lá... ai! outro tranco cacete!!!!!!
Pastor, mas essa casa que não te cabe mais, tá na hora mesmo de trocar afff
ResponderExcluirPutz! Rosè com salmon?!
Troca por qualquer outra cor, rápido, vai rsss
Ah, azul bebê num vale :P
(Só pra descontrair...)
o pior é que tudo aponta para frente, mesmo que eu queira ficar paradinho dentro desta casa...
ResponderExcluirpra você ter idéia, nem tô ligando muito pra cor...
:)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirprincipe_da_paz
ResponderExcluirQuinta-feira, 10 Março, 2011
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Amigo JC.
Estranho, as vezes me sinto assim também.
Conflito com o que sou, com o que acho que deveria ser, e o que as pessoas esperam que Eu seja.
Não dá vontade de fazer nada nesses dias ( A quem chame depressão, Eu acho que é desencontro).
Poxa cara...
ResponderExcluirO pior é que eu também ouço de algumas pessoas que isso pode ser encarado como depressão. Na verdade não vejo mal nenhum nisso, desde quê consigamos atravessar este "pequeno vale da sombra da morte" e recomeçarmos zerados.
Escrevi algo a respeito tempos atrás, falando "somente" de Jesus, que - glória a Deus - também passou por isso, podendo nos entender perfeitamente, até mais do que os "super-homens-espirituais"...
http://superjotablog.blogspot.com/2010/10/tem-dias-que-as-noites-sao-longas-e.html
Abraço!