“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é como o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre. Estas coisas falou Jesus quando ensinava na sinagoga em Cafarnaum. Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas, sabendo Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes: Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. Mas há alguns de vós que não crêem. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido. Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele. Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós já temos crido e bem sabemos que tu és o Santo de Deus. – João 6:51-69
Tento imaginar o que se passava na cabeça de Jesus quando proferiu estas duras palavras. Pessoalmente creio que Ele deveria estar meio sem paciência em ver que boa parte daquela multidão o seguia visando algum benefício próprio e não em estabelecer uma relação íntima com Ele.
E Ele dispara o convide escandaloso: Comam da minha carne, bebam do meu sangue! Aquilo chocou profundamente os presentes. Canibalismo? Loucura? Pior.... era muito mais do que o visível. Jesus convidava todos a Tê-lo dentro de si. Ele queria uma íntima comunhão, um mergulho no âmago do ser deles e eles no Dele.
As palavras de Jesus nunca foram fáceis de serem ouvidas sem gerar amor ou repulsa por Ele. Mesmo no aclamado e floreado Sermão do Monte, Jesus não queria menos que tudo daqueles que o ouviam. Mas todos (ou boa parte deles) eram tão duros de coração e entendimento que avaliavam suas palavras com superficialidade. Estavam lá pelo show, pelo espetáculo, pelos pães e pelos peixes. Queriam apenas ver os milagres que aquele Homem fazia, mas não para dar testemunho de quem Ele era. Visavam seus próprios interesse, ou - quando muito - apenas ter assunto na rodinha dos amigos ou entre os familiares.
Li há muitos anos atrás um livro chamado “Mais que um Carpinteiro”, o qual definia Jesus, sua obra e seu ministério de maneira contundente. Um homem que se auto-proclamava Um com Deus. Não havia meias palavras no discurso do Mestre. Ou você tomava sua cruz com Ele ou poderia odiá-lo. Ignorá-lo era impossível. Poderia também considerá-lo um louco, um fanático. Mas suas obras acompanhavam suas palavras. Ele era o que Ele dizia ser. Ele era o “Eu Sou” de Deus revelando-se a Moisés. Todos os onze que andaram com Ele foram testemunhas de quem Ele era, de sua morte, de sua ressurreição, a ponto de terem aceito morrer por este Homem (e me respondam: Quem daria sua vida por uma farsa? Quem morreria de morte violenta defendendo a mensagem de um Homem que disse ser algo que não era? Quem anunciaria a ressurreição de um Homem e sua ascensão ao Céu se não tivessem sido testemunhas oculares do fato?).
Este Homem havia providenciado um banquete de carne e sangue para todos aqueles que o seguia, séria ou frivolamente. Como costumo dizer, Jesus havia “sacudido a peneira” para separar o grão da palha e das impurezas. Havia sacudido as pulgas que apenas o atormentava com suas bajulações, palavras vãs.
Jesus era "cara dura". Ao ser perguntado sobre o caminho não apontou para lá ou para cá. Apontou para si próprio como sendo o Caminho. O Evangelho que eu creio é duro. É um caminho estreito, mas não por manipulações humanas. Não por imposições, regras, usos, costumes, procedimentos. É duro pois você se vê nú perante Aquele que tudo vê. É estreito pois não há espaço para cambalear entre duas opções. Não obriga nenhum daqueles que optam em segui-lo a fazê-lo em troca de alguma benesse. Ao optar em segui-lo, você se coloca na lente do microscópio e se auto-disseca dia-a-dia. Se vê como realmente é. Sofre por isso, agoniza por isso, clama para se desvencilhar de seu corpo de morte, vendido ao pecado.
Ao mesmo tempo, vê-se redimido pelo ato maior do Criador, que não titubeou ao enviar seu Filho, o Pão Vivo em corpo de carne, para viver uma vida sem pecados em prol da humanidade perdida. Acha-se indigno de tão grande ato de amor. Mas não recusa comer do corpo Dele, não recusa beber Seu Sangue. Torna-se um com Ele. Enxerta-se na Videira Verdadeira e passa a ter vida plena, vida abundante.
Não consegue recusar o convite escandaloso, pois somente Ele tem as palavras de vida eterna.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
O banquete escandaloso
4 comentários:
Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...
Caro Pastor J.C.
ResponderExcluirEu leio um negócio desses...
Aí eu me pergunto: acrescentar o quê meizzz? rss
Mas eu me lembrei que ainda tem gente superficial, de vida superficial, de escolha superficial, que prefere acreditar no conto religioso que só participando da "ceia" já tá de bom tamanho. Seria mais uma das regrinhas...
Gostei do teu texto como se fosse euzinha que escrevesse, só que não tenho tal cacife.
E quanto ao tempo para postar, não é bem tempo que me falta, apenas. É tempo associado a inspiração, pois sou uma eterna sonhadora, a última das românticas apaixonadas e só sei escrever com muita paixão ou então, não. É assim, ou tudo ou nada, e acho que o senhor saca mais ou menos pois eu consigo ler isso nas entrelinhas de suas postagens também. Mas eu sou assim mesmo, minha vida pregressa me denuncia rss É só dar uma espiada na história desse blog (e dos anteriores) pra sacar um pokito dessa minha faceta. Fora o que tenho de escrito em arquivos que num tá no gibi rss Até um dos meus filhos me cobra dizendo que eu tenho conteúdo suficiente pra vários livros é só "compilar" e pronto, tá feito. Mas eu ando numa preguiça de dar dó (Menos pra comentar quando sou instigada rss)
É isso!
Por enquanto vou me deliciando com textos assim...
Obrigada e que Deus te abençõe grandemente!
bjs
R.
Ah, esqueci de comentar sobre o leiáuti rss
ResponderExcluirrpz... darkizô mesmo, heim? Pois num é que ficou massa!
Enquanto euzinha deixei o meu mais láiti. Uns pássaros voando, liberdade, liberdade...
Mas somos parecidos, pois não ficamos na mesmice.
abs...
R.
Prezada ovelha R.F.
ResponderExcluirMuito me alegra suas bem traçadas linhas. Em tudo vejo que estás omitindo algum texto bombástico, que abalará o mundo cão gospel com as tremendas revelações que sinto em meu espírito que a varoa estará recebendo por estes dias (ui Papai!!!)
Como deves ter notado, ando com muito sangue no zóio depois daquele pequeno ataque que sofri. Na verdade aquilo acabou servindo para despertar minha fúria que andava adormecida.
Vi-me deveras motivado em tentar abrir a tampa da panela de pressão e mostrar tudo o que estava em processo de ebulição.
Mas...
Como colocar para fora a relação íntima que tenho com o Pai (lembrei-de do Hinri Cristo, figuraça, rsrsrs) em algumas linhas?
Continuo me esforçando, e ovelhas amadas como você me motivam a cada vez despejar mais minha verborragia para trazer um pouco mais de sal e pimenta do Reino de Deus à blogosfera.
Affff.....
Você conseguiu abrir meu besteirol!
Beijo querida
Com carinho
Pr. Jão (errado mesmo, me chamam assim)
Ao dirigir minhas linhas à vossa pessoa senti-me motivado a acrescentar duas palavrinhas mais ao meu texto.
ResponderExcluirHaviam outras duas motivações que havia esquecido e que levavam aquelas multidões a seguirem o Mestre: pães e peixes multiplicados milagrosamente, que encheriam suas panças após o grande show...
Agora ficou assim:
"Estavam lá pelo show, pelo espetáculo, pelos pães e pelos peixes".