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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cálice


“Jesus, porém, replicou: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai”. – Mateus 20.22-23

Para quem encara a vida de frente, cada caminho que optamos seguir trará suas vantagens e desvantagens. Se escolho me manter solteiro, terei liberdade em relação a horários, ao quê quiser fazer ou deixar de fazer, onde morar e assim vai. Por outro lado, nas noites frias eu não terei ao meu lado aquela pessoa que me aqueça, não terei um porto seguro para poder atracar meu pequenino barco, cansado de ser açoitado pelas ondas do mar da vida. É um preço considerável.

Se fizer o oposto, terei tudo isso e muito mais. Minha fonte de alegria e prazer será meu parceiro, a quem devotarei minha vida e meu amor. Por outro lado, terei que conviver também com todos os seus defeitos pois, de todas as relações humanas, o casamento é a relação que mais facilmente expõe os extremos de nosso caráter.

Uso o relacionamento conjugal apenas para ilustrar uma idéia, pois o que quero dizer é que nossas escolhas abrem novas perspectivas de vida e, por outro lado, fecham todas as outras opções. Não temos como retroceder, avançar sempre será a opção correta. Assim é a vida. Ou ao menos deveria ser. Abandonar o barco no meio da viagem é irresponsabilidade e inconseqüência e, em alguns casos, é impossível de fazê-lo.

Quando agimos, colocamos engrenagens em movimento e não podemos deter seu avanço. Como a pequena pedra lançada dentro de um lago tranqüilo gera ondas que irão se expandir até as margens, assim são nossas decisões. Controlamos nossos atos, não suas conseqüências.

Isso posto, (aprendi com a RF...) pergunto: Estamos preparados para colher os frutos decorrentes de anos de semeadura? Queremos realmente seguir na direção escolhida ou ela foi tomada por acaso? Avançamos rumo a um objetivo pré-determinado ou optamos em seguir em frente por falta de coragem de reavaliar nossa rota?

“Disse, pois, Jesus a Pedro: Mete a tua espada na bainha; não hei de beber o cálice que o Pai me deu”?João 18.11

De uma maneira ou de outra, nunca sairemos ilesos. A medida que nossas escolhas nos direcionam para o desconhecido, podemos sentir medo daquilo que está por vir. Mesmo que queiramos pular fora da frigideira, corremos o risco de sermos consumidos pelo fogo. Por isso devemos nos manter no centro da vontade de Deus. Por mais que temamos o mal que se aproxima, saberemos que o melhor de Deus é o que nos espera. Poderemos falar confiantemente, assim como nossos Senhor:

“E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres”. – Marcos 14.36

A vida é assim. Numa comparação boba, é igual a uma tatuagem. Quem já sentou na cadeira do tatuador sabe que depois de começar não tem como voltar atrás, pois o desenho não pode ficar imcompleto. Como uma vez ouvi de um pastor, a vida nos é servida em uma taça. Devemos tomá-la em nossas mãos e beber tudo o que está dentro, independentemente de ser doce ou amargo. Concluo com uma frase que acabei de ler:

“Duas estradas se bifurcavam no meio da minha vida, ouvi um sábio dizer. Peguei a estrada menos usada. E isso fez toda a diferença cada noite e cada dia” – Larry Norman



Cálice - Chico Buarque


Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...(2x)

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado

Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

De muito gorda a porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra presa na garganta

Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade...

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue...

Talvez o mundo não seja pequeno
(Cálice!)
Nem seja a vida um fato consumado
(Cálice!)
Quero inventar o meu próprio pecado
(Cálice!)
Quero morrer do meu próprio veneno
(Pai! Cálice!)

Quero perder de vez tua cabeça
(Cálice!)
Minha cabeça perder teu juízo
(Cálice!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
(Cálice!)
Me embriagar até que alguém me esqueça
(Cálice!)

1 comentários:

  1. Isso posto eu já afanei de CF ah ah ah!

    Nada de novo há...

    Rpz, tu tás a fim mesmo de desmontar quem lê teus textos affff

    E esse em dose dupla, ui

    Xô respirar, né?

    Abs...

    R.

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Anônimo, eu não sei quem é você, mas o Senhor te conhece muito bem. Sendo assim, pense duas vezes antes de utilizar este espaço LIVRE (poderia bloquear comentários de anônimos mas não o faço por convicção pessoal e direção espiritual) antes de ofender quem quer que seja. Estou aberto para discutimos idéias sem agredir NINGUÉM ok? - Na dúvida, leia mil vezes Romanos 14, até ficar encharcado com a Verdade sobre este assunto...